Eu só sei que se está a desviar a conversa do ponto central a ser discutido: o real retorno que uma hipotética fábrica de STs traria para o país, e a forma como isso tem servido de argumento central para justificar tal aquisição, sem sequer considerar outras opções/concorrentes que poderiam oferecer o mesmo ou até melhor.
É "mergulhar de cabeça" para adquirir um meio que não se adequa às nossas necessidades, com a desculpa de que se vai montar uma fábrica para produzir a dita aeronave, sem que se tenha sequer feito uma prospecção de mercado para ver se vale a pena ou se seriam produzidas as unidades para a FAP e a fábrica fecha.
Investir dinheiro neste tipo de aeronave, e ainda por cima investir numa fábrica para ela, é uma tremenda burrice quando se sabe de antemão que existem N outros tipos de equipamentos (e munições) que possuem mercados enormes e cujo retorno será múltiplas vezes maior que o dos ST e que é possível manter as portas abertas por largos anos/décadas.
Sistemas não-tripulados de todos os tipos, munições (incluindo mísseis) e construção naval deveriam ser os principais sectores de Defesa onde investir. Podíamos adicionar outros exemplos, como viaturas logísticas.
Devíamos era produzir os mísseis LMM, isso sim.
A opinião aqui partilhada pelo dc não tem em conta que, quando o Nuno Melo assumiu funções, deu instruções para que o projecto do ST (que lhe chegava do tempo do António Costa) fosse alvo de "negociação".
Posteriormente, o mesmo NM emitiu um despacho a encarregar o CEMFA de estudar e transmitir em que moldes o projecto pode beneficiar Portugal e qual o papel a desempenhar pela FAP.
O despacho está algures por aqui nas páginas do Forum e tem prazo para ser cumprido. Já disse isso aqui várias vezes.
E entretanto o Nuno anda por aí a reunir com Franceses.
Sendo assim, as afirmações acerca de "construir uma fábrica" não têm qualquer cabimento neste momento.
Desde o tempo do Costa até hoje, nunca ouvi falar da construção de uma fábrica.
A utilidade imediata que o ST-Nato tem para a FAP é como aparelho de Treino avançado com capacidade de treino com fogo real.
Nessa função, parece poder interessar a outras FAs aliadas.
A (uma) utilidade que tem para a indústria de defesa tem a ver com tudo que se possa inventar fazer com um ST e que traga experiência útil para a indústria.
Para isso, é claro que é necessário parcerias com empresas nacionais e sermos "ratos" a ir buscar financiamento europeu, como FAP e Marinha já fizeram.
- integração de sistemas de armas? LMM? Poderá a Tekever estar interessada?
- transformar o ST num Drone? poderá o CEiiA estar interessado?
- o que se poderá fazer com um ST com um wingspan aumentado em mais 3m para cada lado?
Eu gostava de discutir aqui mais ideias como estas, em vez do deita-abaixo do costume.
No entanto, eu continuo á espera de uma decisão final do Governo sobre este assunto.
Mesmo que tenha sido afirmado aqui por vários foristas que a vinda do ST "estava decidida", eu não me admirava se fosse tudo cancelado.