Ainda tem dúvidas que Portugal vai ter fragatas atualizadas com essas valências?
... Eventualmente
Dúvidas não digo. É mais "vamos esperar para ver".
Até agora o hábito tem sido fazer grandes planos, e depois só serem executados parte deles, geralmente a parte mais barata.
Existe uma forte probabilidade de se comprar um grande navio anfíbio, e depois adquirirmos apenas fragatas ASW, que serão sempre insuficientes para escoltar uma força tarefa anfíbia.
Não é má ideia. Mas com o D. João II (e, possivelmente, um segundo) e dois NRE, temos capacidade mais que suficiente para qualquer necessidade anfíbia que exista, a não ser que estejam a pensar mandar fuzos para a Noruega em caso de guerra… o NAVPOL e os XO são soluções que faziam sentido no seu tempo (início do século e 2020, respetivamente), mas não fazem grande sentido hoje em dia. É a minha opinião, outros terão a deles, e atenção que sou um grande fã dos XO, especialmente na versão combatente… em vez de quatro XO, preferia o segundo MPSS (e dotar ambos de u sistema CIWS) e juntar três EPC em versão patrulha/ASW, por razões que postarei aqui mais tarde, num post separado sobre o que considero serem as necessidades reais da Marinha, em vez de entrar no jogo de “frotas de fantasia”, por assim dizer.
A aquisição de um navio anfíbio, está a ser debatida com base na sua utilização em ambientes de média e alta intensidade. Para missões civis e de baixa intensidade, os 2 NRE+ e o PNM chegam perfeitamente.
Para missões de média e alta intensidade, o actual PNM não pode cumprir, mesmo que lhe instales o CIWS. O navio é de construção civil, não tem a sobrevivabilidade que se exige a um navio daquele tamanho.
Comprar mais um MPSS, de construção militar, maior e este sim pensado para operar em áreas contestadas com as devidas escoltas, não é uma má opção. No entanto, ao ser construído na Europa, ficava quase tão caro como um Dokdo construído na Coreia do Sul.
O Dokdo é melhor em tudo. Inclusive na sua capacidade de operar meios não tripulados, em particular UAVs e UCAVs devido ao convés de voo muito maior. Preço por preço, antes preferia um Dokdo, nem que fosse uma variante mais pequena de 170-180m, trocasse o SMART-L por um radar mais barato, e que reduzisse a guarnição.
Tendo em conta que isto me parece pouco realista, e que tanto um MPSS militar, como um LHD, vão ser contestados como sendo "armas ofensivas", a opção XO acaba por ser uma opção intermédia que permite dar capacidade anfíbia em cenários de média/alta intensidade, permite reforçar a capacidade ASW, permite substituir 4 NPOs (e pode ser facilmente vendido como tal), pode combater pirataria, pode operar UUVs, USVs e UAVs VTOL.
E faz tudo isto, com um número maior de plataformas, garantindo melhor taxa de disponibilidade, permitindo ainda incorporar o conceito de letalidade distribuída, além de ser uma clara vantagem se tivermos que lidar com 2 frentes/missões em simultâneo, permitiria à MGP criar pequenas 2 forças anfíbias em simultâneo (se tivermos 6 fragatas).
Já as reais necessidades da Marinha, vão depender acima de tudo do nível de ambição. Facilmente consegue-se argumentar para que se tenha uma MGP com 6 fragatas modernas com boa capacidade ASW, ASuW e AAW, 4 KSS-III com mísseis balísticos e de cruzeiro, 1 Dokdo com MQ-9B STOL, e por aí fora.