Na verdade quanto mais tempo passa menos sentido faz esta modernização de "fim de vida".
Sou da mesma opinião. Não sei até que ponto não seria uma melhor medida comprar as 2 restantes M aos Países Baixos, estilo solução de recurso até as conclusões do GT virem a público.
A ver se a reunião de hoje em Bruxelas dos MDN da NATO acelera por cá um pouco a coisa. Meses e anos passam e nada de nada.
Temo que, se os holandeses estão mais preocupados com questões de defesa que nós, e aparentemente estão, provavelmente terão gente que defende a manutenção de tudo o que ainda flutua e pode ser modernizado.
Navios que ainda estão operacionais, são sempre os preferidos das marinhas.
Neste momento as vendas de equipamentos serão sempre alvo do crivo dos especialistas militares.
Não há tempo para pensar em navios novos. O que podemos fazer é tentar dar alguma operacionalidade ao que há e esperar que Bruxelas permita criar um "deficit orçamental para despesas militares" ou qualquer coisa que o valha.
Referes-te na prática a uma solução stop-gap. Ora eu já tinha falado nisso noutro tópico, referindo a necessidade de, perante a ameaça de um conflito à escala global, olharmos para o que temos, e ver o que pode ser modernizado/melhorado para dar ao país alguma capacidade de resposta.
Na questão das fragatas, sim, existe potencial para que sejam melhoradas e assim sirvam para "desenrascar".
Mas o que não pode acontecer, é a actual modernização que "não é carne nem peixe", que está planeada para as VdG. Esta modernização, pouco vai influenciar na capacidade defensiva ou ofensiva dos navios, logo é um desperdício de recursos.
Esta modernização, para fazer sentido no timing actual, tem que ser mais profunda e dar aos navios mais capacidade militar (VLS, ESSM, novos radares, substituição da peça de 100mm por 76mm, etc).
Esta modernização também teria que se estender às 2 BD, nomeadamente modernizando os Harpoon e com 1 ou 2 novos radares (além de ser necessário adquirir um nº relevante de ESSM).
Os 4 NPOs originais, que por falta de navios, serão usados como "combatentes" de 2ª linha, precisariam de um upgrade, nomeadamente a nível de sensores e armamento de auto-defesa (RWS, mísseis LMM, Camcopter S100).
Podemos sempre olhar para hipóteses em segunda-mão, mas não há muita coisa no mercado, o que torna difícil.
Agora, volto a dizer, a actual modernização das VdG não tem nexo, por ser um desperdício de dinheiro num programa que pouca diferença fará nos navios enquanto navios de guerra. Ou reforçam a verba, e fazem um upgrade com qualidade, ou cancelam o MLU e gastam o dinheiro onde faz mais sentido.