Concordo com tudo o que diz menos a parte da compra a um estaleiro, só porque não entendo, não me pareceu que explicou a não ser com um "ninguém está a imaginar".
A negociação de um contrato de 5MM€ (não estou tão mãos largas para ir ao 7MM€, mas aplica-se o mesmo principio) com um estaleiro não será sempre mais barato do que 3 ou 4 de valores muito inferiores?
A negociação com 3 ou 4 grandes grupos (Naval, TKMS, Damen, ou Navantia) não traria economias de escala e um maior poder negocial?
Para esses valores não justificaria a instalação de um estaleiro em Portugal associada ao consorcio vencedor, não digo que para fazer todos os navios mas alguns. A Australia construiu um estaleiro novo de propósito para as suas novas fragatas Tier 1 ultra moderno, por valores que rondam os 300M€ só o impacto na economia de uma infraestrutura dessas seria enorme. Numa encomenda deste género facilmente seria diluído no valor total como contra partidas e desta vez com uma valor visível e real.
E em questões operacionais, sistemas e filosofias de construção semelhantes não facilitariam a formação e a troca e adaptação de guarnições ou marinheiros?
E em questões logisticas, de peças e até pacotes de manutenção...
Ou seja, qual é mesmo o problema de fazer um contrato enorme, de 10 anos, num só estaleiro? Um problema efetivo e real?
Atenção que me refiro à proposta do Malagueta, com uma carrada de navios da mesma origem.
5000M seria só o preço de fragatas e pouco mais, se contabilizarmos submarinos, corvetas e LHD, o valor fica absurdamente elevado.
Nós nunca iríamos ver assinado um contrato destes de uma só vez, com um só estaleiro, para tantas embarcações. O mais provável é fazer os programas de forma faseada.
Primeiro que tudo, é preciso definir qual a composição da Marinha que queremos. Quantas fragatas, quantos submarinos, se queremos ou não corvetas ou Crossover ou navios anfíbios, etc.
Submarinos:
-queremos 2 usados (U212 alemães) ou 2 novos?
-se forem novos, queremos da mesma categoria dos nossos, mais pequenos ou maiores?
Depois de responder a estas perguntas, teremos respostas quanto a estaleiros candidatos.
Fragatas:
-quantas queremos? 4, 5, 6?
-ASW apenas? Umas ASW e outras AAW? ASW + GP? Todas GP?
-uma só classe, ou um misto hi-low?
-estes navios serão complementados por outros combatentes de superfície ou serão os únicos?
Depois disto, dá para ter uma noção de quantos estaleiros poderão participar. Podendo as propostas ir de qualquer coisa como 4 T26, até 6 Meko A200 + A210, dependendo do orçamento.
Se este assunto se limitar a estes 2 programas, não há muito que enganar, podendo ou não haver uma proposta de um pacote que inclua fragatas e submarinos.
Se a ambição for substituir os 4 NPO originais por 4-6 corvetas ou Crossover, e comprar ou não um navio anfibio (que com os Crossover deixava de ser necessário), seria executado mais tarde que os dois de cima, tornando-se difícil ser oferecido um pacote juntamente com os programas anteriores.
Na compra de Corvetas, as EPC provavelmente são as que estão melhor posicionadas por sermos observadores no projecto. Se a opção for por Crossover, realisticamente só há uma opção, que é a Damen.