Eu percebo tanto, e em muitos casos até menos, que muita gente aqui do Fórum.
Mas tentando reponder o melhor que posso, diria que cada um dos mísseis tem as suas vantagens e desvantagens, sendo o ESSM mais rápido (mach 4) que o CAMM/Sea Ceptor (mach 3) mas este poderá ser mais ágil. O alcance supostamente é idêntico, pelo menos entre o ESSM e o CAMM-ER. Era reportado que o CAMM tinha atingido alcances na ordem dos 60km, mas não sei se foi a versão normal ou o ER. Seja como for, são mísseis na mesma classe. Resta a dúvida do preço de cada míssil.
Para nós é mais útil o ESSM Block 2 por fazermos parte do consórcio. Mas seria sem duvida uma hipótese válida.
O SPEAR 3 tem o mesmo propósito do Hellfire nos LCS, tem como objectivo sobretudo o abate de alvos rápidos, como lanchas, etc. Tem também capacidade de ataque a alvos em terra. Para responder a ameaças como o Irão, com muitas pequenas lanchas rápidas, o Hellfire, e por sua vez o SPEAR são mais baratos de usar do que Harpoons e mais eficazes que canhões. Não sei quanto aos lançadores, mas se puder usar os mesmos dos CAMM, seria obviamente um bónus em navios como corvetas.
Quanto à saturação a ataques de mísseis, acho que é, regra geral, dependente da capacidade de mísseis prontos a disparar do navio. Penso que o padrão é disparar 2 mísseis por alvo, não sei é se isto se aplica a todos os mísseis, ou se apenas a mísseis de defesa de ponto, como os RAM, Sea Sparrow, etc. Mas estará desde logo limitado ao número de mísseis que tem.
Penso também que vi num artigo que casos como os Ticonderoga e os Arleigh Burke têm muitas células de VLS comparado com os destroyers europeus como as Horizon, mas estes últimos podem recarregar os VLS no mar, e os navios americanos não. Certamente seria um factor a ter em conta, a possibilidade e rapidez de carregamento de mísseis. Por isso é que convém ter sempre vários navios na área e também sistemas anti-missil (CIWS) algo que a mim me parece absurdo por não existirem nas FREMM.
Só para complementar, o Sea Ceptor tem duas vantagens relativamente ao ESSM Block 1. A primeira é o facto de ser ativo e não precisar de atualização intermédia ou final e, daí, ser mais efetivo a contrariar ataques de saturação. Esta vantagem desaparece no ESSM Block 2, que também é ativo, tal como o novo SM-2 Block 3C. A outra característica que permite lançamentos mais rápidos é o lançamento a frio, que permite lançamento em salva. Que eu saiba, o sistema de lançamento “a quente” mais rápido é o Sylver/Aster, que permite lançar 8 mísseis em 10 segundos...
Quanto à questão dos dois mísseis por alvo, está bem explicada neste artigo:
https://www.savetheroyalnavy.org/from-sea-dart-to-sea-viper-area-air-defence-for-the-royal-navy/Basicamente, o sistema Pif-Paf dos Aster faz com que a Royal Navy esteja confortável com a doutrina de 1x1 míssil, ao contrário da US Navy, que tem a doutrina de 2x1... se na realidade isso resulta são outros quinhentos...
Finalmente, quanto à questão dos Spear 3, o DC disse tudo e apenas tenho a acrescentar que existe um conceito de o montar em configuração quad-pack em células MK 41 e ExLS, mas nunca foi testado. É um conceito bastante interessante, com alcance potencial da ordem dos 100 km, como pode ser lido aqui:
https://www.thinkdefence.co.uk/2015/11/ground-and-sea-launched-spear-3/Abraço
João