Revolta no Mundo Árabe

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #480 em: Maio 04, 2013, 01:30:37 pm »
Israel bombardeou a Síria na noite de quinta para sexta-feira


Israel realizou na noite de quinta para sexta-feira um ataque aéreo na Síria que teve como alvo um carregamento de armas dirigido ao grupo militante Hezbollah baseado no vizinho Líbano, informou a imprensa norte-americana. A estação de televisão norte-americana CNN noticiou na sexta-feira que os serviços secretos norte-americanos e ocidentais estavam a analisar informações que indicam como provável um ataque aéreo levado a cabo por Israel na noite de quinta para sexta-feira, altura em que aviões de guerra israelitas sobrevoaram o Líbano.

Mas os Estados Unidos não acreditam que os aviões israelitas tenham entrado no espaço aéreo sírio para realizar os raides, acrescentou a CNN.

Um oficial norte-americano disse à NBC News que os ataques estariam provavelmente ligados à entrega de sistemas para armas químicas.

Todavia, a CNN citou oficiais que disseram que não havia razão para acreditar que Israel tenha atingido instalações de armazenamento de armas químicas.

A Casa Branca e o Pentágono escusaram-se a comentar as notícias.

Mas o senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, foi citado como tendo dito publicamente, num evento de angariação de fundos organizado pelo Partido Republicano, que Israel tinha de facto bombardeado a Síria.

"Israel bombardeou a Síria esta noite", disse Graham, sem avançar mais pormenores, segundo o sítio de notícias Politico.

Em caso de confirmação, esta seria a segunda vez este ano que Israel conduzia ataques aéreos sobre a Síria.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #481 em: Maio 05, 2013, 01:53:21 pm »
Israel bombardeia centro de investigação militar em Damasco




A aviação israelita atacou na madrugada de domingo um centro de investigação militar nos arredores da capital síria, destruindo parte do arsenal de destruição maciça do regime de Bashar al-Assad.

O bombardeamento provocou enormes explosões que foram sentidas em Damasco como um sismo. Vídeos amadores mostram bolas de fogo e uma nuvem em forma de cogumelo, num cenário reminiscente de uma detonação nuclear.

O ataque ao centro de pesquisa em armamento de Jamraya foi já reivindicado pelas forças armadas israelitas, que justificam a acção com o perigo de transferência de armas de destruição maciça para grupos radicais anti-israelitas como o libanês Hezbollah.

Este é o segundo ataque hebraico à Síria esta semana. Na sexta-feira, foi bombardeada uma coluna de veículos junto à fronteira com o Líbano que estaria a transportar mísseis.

Este novo envolvimento de Telavive na guerra civil síria alimenta receios de um alastramento da violência a todo o Médio Oriente. As autoridades israelitas já colocaram baterias anti-míssil Iron Dome no norte do país, perante a possibilidade de actos de retaliação contra cidades como Haifa.

Ainda na Síria, a semana ficou marcada por acusações de massacres de civis em áreas sunitas da costa mediterrânica. Nos últimos dias, aumenta também a especulação sobre o uso de armas químicas no conflito e sobre a possibilidade de uma intervenção internacional - hipótese que os Estados Unidos colocam para já de parte.

SOL
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #482 em: Maio 05, 2013, 02:35:16 pm »
Ataque de Israel na Síria é "declaração de guerra"


O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da Síria, Faisal al Mekdad, disse hoje que o ataque de hoje a um centro de investigação nos arredores de Damasco representa "uma declaração de guerra" da parte de Israel.

Em declarações à estação de televisão norte-americana CNN, o governante considera que o ataque desta manhã a dois depósitos de armas e a um centro de investigação -- cuja autoria continua a ser imputada aos israelitas mas sem confirmação oficial - representa uma aliança entre terroristas islâmicos e Israel.

O ministro sírio diz mesmo que a Síria irá retaliar contra Israel à sua maneira e a seu tempo.

Meios de comunicação sírios e opositores disseram hoje que Israel terá sido responsável por um novo ataque aéreo a dois depósitos de armas e a um centro de investigação nos arredores de Damasco.

Segundo refere a agência noticiosa oficial Sana, o ataque terá provocado várias explosões e um número indeterminado de vítimas.

Relatos de alguns residentes do bairro periférico de Qudseyya dizem que se avistaram aviões por altura das explosões que terão ocorrido no Centro de Investigação e Estudos Científicos e de dois depósitos de armas nas zonas de Jamaraya e Al Hama, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

O ataque, pelo qual Israel não se responsabilizou, tal como um outro na madrugada de sexta-feira perto de um aeroporto em Damasco, que tem sido imputado às forças israelitas, terá provocado um grande incêndio na zona dos montes de Qasium, que rodeiam a capital síria, segundo vídeos difundidos por ativistas sírios na Internet.

A televisão estatal síria noticia este ataque como uma "agressão israelita" e que teria sido acompanhada de "tentativas de grupos terroristas de tomar postos de controlo militares em várias zonas" do país, mas as forças do regime de Bashar al-Assad terão conseguido repelir o ataque, causando "mortos e feridos" entre os rebeldes.

A Israel tem sido imputado também um ataque aéreo realizado perto do aeroporto de Damasco na madrugada de sexta-feira, tendo como alvo mísseis iranianos que deviam ser entregues ao Hezbollah.

O Exército israelita fez questão de dizer que não faz qualquer comentário sobre estes ataques e as notícias que imputam a Israel a autoria dos dois ataques.

No entanto, jornal israelita Haaretz noticia que o primeiro-ministro de Israel terá convocado uma reunião de emergência do Governo israelita para discutir a situação antes da sua partida para a China, em visita oficial, que acabou por ser adiada por umas horas.

Segundo a Sky News, altos responsáveis do regime sírio também estarão reunidos a discutir a situação e possíveis formas de retaliação.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #483 em: Maio 06, 2013, 01:11:09 pm »
ONU adverte contra escalada após ataque de Israel na Síria


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu contra uma escalada preocupante da situação na Síria depois do ataque de Israel a alvos perto de Damasco, no domingo, tendo como alvo o que as autoridades israelitas disseram ser mísseis iranianos relacionados com militantes do Hezbollah.

Responsáveis israelitas disseram que o ataque, o segundo em 48 horas, não estava ligado à guerra civil na Síria. Em vez disso, foi direcionado para impedir que o libanês Hezbollah, aliado do Irão, recebesse armas que poderiam ser usadas para atacar Telavive caso Israel avance com as ameaças de atacar instalações nucleares iranianas.

O Irão nega as acusações israelitas e ocidentais de que se empenha em adquirir armas atómicas, uma longa disputa que agora ameaça a cruzar-se com a luta sangrenta na Síria.

A ONU disse que Ban apelou a todos os lados «para agirem com sentido de responsabilidade para evitar uma escalada do que já é um conflito devastador e altamente perigoso».

O governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, acusou Israel de ajudar efectivamente «terroristas islâmicos» da Al Qaeda e disse que os ataques «abriram a porta para todas as possibilidades».

Apesar da reação síria, as autoridades israelitas disseram que, assim como após um ataque semelhante na mesma área em Janeiro, calculavam que Assad não iniciaria uma disputa com um vizinho bem armado por estar preocupado com a sua sobrevivência em casa.

O senador republicano dos EUA John McCain disse no domingo que os ataques aéreos podem adicionar pressão sobre Washington para intervir na Síria, apesar de o presidente Barack Obama dizer que não tem planos de enviar tropas terrestres.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #484 em: Maio 07, 2013, 12:50:47 pm »
Rebeldes sírios terão usado armas químicas


As Nações Unidas dizem ter recolhido testemunhos «fortes, concretos mas não incontestáveis» que apontam para o uso de gás de nervos (sarin) por parte dos rebeldes sírios.

A informação foi revelada a uma televisão helvética pela suíça Carla del Ponte, ex-magistrada dos tribunais da ONU para a ex-Jugoslávia e o Ruanda, que integra agora uma comissão de inquérito internacional sobre violações de direitos humanos na Síria.

Os testemunhos incriminatórios partem de «vítimas, médicos e hospitais», acrescentou Del Ponte. «Fiquei estupefacta quando recebemos as primeiras indicações de que a oposição estaria a utilizar gás sarin», disse.

A revelação não mereceu comentários adicionais por parte das Nações Unidas, que sublinhou não ter «conclusões cabais» sobre o uso de armas químicas por rebeldes sírios nem pelo regime de Bashar al-Assad.

O uso de gás sarin, vinte vezes mais letal que cianeto, está proibido pela lei internacional.

Estas novas alegações surgem depois do regime de Damasco ter sido acusado nos Estados Unidos do uso de armas químicas. A administração Obama, porém, pede dados conclusivos antes de decidir se tomará uma acção sobre o que no passado foi considerada uma «linha vermelha» que precipitaria uma intervenção militar internacional na Síria.

O regime sírio e a aliada Rússia também pedem uma averiguação internacional e independente sobre as várias alegações.

No terreno, a guerra civil síria ficou marcada nos últimos dias por um ataque aéreo israelita de grande envergadura contra um centro de desenvolvimento de armamento de destruição maciça nos arredores de Damasco e pelo massacre de populações sunitas na costa mediterrânica.

SOL
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #485 em: Maio 12, 2013, 12:56:21 am »
Ancara acusa regime sírio de estar ligado aos atentados na Turquia


O Governo da Turquia acusou o regime sírio de estar ligado aos autores do atentado na localidade fronteiriça de Reyhanli, que causou hoje a morte a pelo menos 43 pessoas, diz a agência de notícias francesa AFP.

"Já se apurou qual a organização responsável pelo atentado e as pessoas que lhe estão ligadas. Os atacantes estão vinculados ao regime sírio", afirmou, em conferência de imprensa, o ministro turco do Interior, Muammer Guler.

O vice-primeiro-ministro Besir Atalay, também presente na conferência de imprensa realizada na cidade de Antakya, uma vila próxima de Reyhanli, disse, por seu lado, que os autores do atentado não vieram do outro lado da fronteira, na Síria, mas que estavam na Turquia.

"De acordo com as nossas informações, os autores do atentado vieram do interior do país", declarou Besir Atalay, acrescentando que o número de mortos aumentou para 43.

Duas viaturas armadilhadas explodiram perto da Câmara Municipal e do posto de correios de Reyhanli, na província de Hatay, junto à fronteira com a Síria, cerca das 13:45 locais (10:45 em Lisboa), danificando gravemente estes edifícios.

Pelo menos 43 pessoas morreram e outras 100 ficaram feridas devido às explosões causadas por dois carros armadilhados nesta pequena cidade do sul da Turquia, próxima da fronteira com a Síria.

Da centena de feridos, 29 encontram-se em estado grave.

As explosões ocorreram um dia depois da divulgação de que nas fileiras da organização terrorista Al-Qaeda estão cerca de 2.000 cidadãos turcos, que vivem no próprio país, segundo o jornal diário Cumhuriyet.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #487 em: Maio 16, 2013, 12:59:09 pm »
BBC tem acesso a evidências de uso de armas químicas na Síria


A BBC obteve acesso a evidências que reforçam relatos de que uma cidade síria terá sido alvo de um ataque com armas químicas no mês passado.

Testemunhas contaram a um correspondente da BBC que visitou Saraqeb, no norte do Síria, que helicópteros do governo lançaram pelo menos dois artefactos contendo um gás venenoso.

O governo nega rumores de que esteja a usar agentes químicos no conflito, que já dura há dois anos e, segundo a ONU, deixou 80 mil mortos.

Em Abril, a cidade de Saraqeb, a sudoeste de Aleppo, foi vítima de bombardeamentos por forças do governo.

Médicos do hospital local disseram à BBC terem atendido oito pessoas que sofriam de problemas respiratórios. Algumas estavam a vomitar e outras estavam com as pupilas contraídas. Uma mulher, Maryam Khatib, morreu.

Vídeos a que a BBC teve acesso parecem sustentar a descrição dos médicos, mas é impossível verificá-los de forma independente.

O filho de Khatib, Mohammed, que também ficou ferido no ataque, conta que foi a correr ajudar a mãe.

«O cheiro era horrível, sufocante», disse à BBC. «Parecia que eu tinha morrido, não conseguia ver nada. Não consegui ver nada durante três ou quatro dias», conta.

Um médico que atendeu a mãe de Mohammed disse que os seus sintomas correspondiam a envenenamento por organofosforado, um composto orgânico altamente usado como pesticida. As amostras foram enviadas para testes.

Hamish de Bretton-Gordon, ex-oficial-comandante do Regimento Britânico Químico Biológico Radiológico Nuclear, disse que os depoimentos e evidências vindas de Saraqeb «eram fortes, porém incompletos».

Acrescentou que, recentemente, em Saraqeb e noutros lugares da Síria, pessoas ficaram doentes e morreram após apresentar sintomas de ataques por agentes químicos, como o gás nervoso sarin ou organofosforado.

O responsável não visitou o local ou testou evidências, mas obteve acesso ilimitado ao material recebido pela BBC.

Tanto a Grã-Bretanha como os Estados Unidos já mencionaram haver evidências crescentes de que o governo sírio tenha usado agentes químicos. No entanto, o presidente Barack Obama afirmou que os serviços de inteligência norte-americanos que investigam o possível uso de armas químicas na Síria não recolheram provas suficientes até agora.

Os rebeldes que lutam contra o governo também têm sido acusados de usar os agentes, mas negam as acusações.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #488 em: Maio 17, 2013, 09:50:08 am »
Citar
É mau terem partido. E péssimo voltarem

por FERREIRA FERNANDES Hoje

As vezes, a ferida dolorosa não deixa ver chegar uma doença mortal - no dia em que temos um panarício não nos apetece ir fazer análises ao cancro do cólon. As manchetes só sobre crise económica tapam-nos a mecha a ir para o paiol. Já ouviu falar dos belgas na Síria? Jovens de Bruxelas e Antuérpia partem para a guerra santa. Segundo a universidade londrina King"s College, há 500 europeus na Síria a combater. Desses, diz o jornal Le Monde, 300 são belgas. Depois da cerveja e chocolates, a outra especialidade: ser mobilizado pela Al-Qaeda. De facto, os combatentes belgas vão para a brigada Al-Nosra, o principal grupo djihadista sírio. Termo de comparação: aquele Abu Sakkar que arrancou o coração de um soldado governamental e o trincou (há vídeo) é só chefe da brigada Al-Farouq, que é perseguida pelos da Al-Nosra por serem moderados. Os emigrantes muçulmanos belgas estão desolados com a facilidade de recrutamento dos seus filhos em Bruxelas - é conhecido o caso de dois rapazes de 14 e 16 que partiram. Esses pais, naturalmente, anseiam pelo regresso. Ora, isso não será uma boa notícia para todos. A Argélia ganhou uma guerra civil com os seus jovens regressados do Afeganistão. Desta vez, não serão só jovens combatentes que partiram de cabeça quente e voltarão com ela a ferver. É que voltam para o coração da Europa, para o Estado e nação mais frágeis da União. Junte-se a isso a demografia: em 2030, Bruxelas tem maioria muçulmana.

http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interio ... 0Em%20Foco
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #489 em: Maio 18, 2013, 03:41:58 pm »
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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #490 em: Maio 19, 2013, 03:30:17 pm »
Assad reafirma que não vai deixar o poder


O presidente sírio, Bashar al-Assad, reafirmou ontem que não vai deixar o poder, antes do final do mandato, em 2014, quando Damasco era alvo de um novo atentado mortífero.

Numa rara entrevista à agência noticiosa oficial argentina Telam e ao jornal argentino Clarin, o chefe de Estado, contestado há mais de dois anos por uma rebelião armada, mostrou-se e deixou entender que em 2014 será candidato à sucessão.

"Demitir-me seria fugir", declarou Al-Assad, considerando que "sobre a questão de saber quem deve sair e quem deve ficar (...) é ao povo sírio que o determinará nas eleições presidenciais de 2014".

O presidente sírio disse estar cético relativamente à conferência internacional, pedida por Moscovo e Washington para encontrar uma solução para o conflito, e acusou o Ocidente e a oposição de querem fazer fracassar qualquer iniciativa de diálogo para pôr fim a mais de dois anos de conflito, que causou mais de 94.000, de acordo com uma organização não governamental (ONG).

Apontou "numerosos países ocidentais que não querem uma solução na Síria", que acusou novamente de apoiarem "os terroristas", termo que Al-Assad usa para designar os rebeldes.

O presidente sírio afirmou ter "recebido bem a aproximação norte-americana-russa", apesar de não se ter pronunciado sobre a participação do regime no diálogo previsto com a oposição, durante aquela conferência internacional.

A oposição vai decidir, a 23 de maio, se participa ou não neste diálogo.

Esta conferência vai basear-se na declaração de Genebra, assinada pelas grandes potências em junho de 2012, que prevê o fim das hostilidades e [a constituição de] um governo de transição, sem mencionar a saída de Al-Assad, principal ponto de discórdia entre russos e norte-americanos.

Moscovo, aliado de Damasco, a quem fornece armas, defende que Al-Assad deve manter-se no poder até às eleições. Washington exigiu já em diversas ocasiões a demissão do presidente sírio, condição essencial da oposição para participar em qualquer iniciativa de paz.

No terreno, um atentado causou três mortos no bairro de Rukneddine, na zona norte de Damasco, de acordo com a televisão estatal síria, que denunciou um "ataque terrorista".

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ONG com sede em Londres, afirmou que oito pessoas, quatro civis e quatro membros das forças do regime, morreram na explosão de uma bomba que visou veículos das forças armadas.

A televisão transmitiu imagens que mostravam um autocarro danificado, junto a prédios de habitação, e equipas de socorro a transportar corpos carbonizados.

Uma série de atentados foi registada nos últimos meses em Damasco. Num dos ataques, no final de abril, o alvo foi o primeiro-ministro sírio, Wael al-Halaqi, que saiu ileso, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.

No centro do país, os rebeldes tomaram o controlo de quatro localidades alauítas, minoria de Al-Assad, após a retirada do exército no final de várias semanas de combates, disse o OSDH.

A ONG acrescentou que "os residentes tinham abandonado, desde o início dos combates, as localidades", a partir de agora nas mãos dos rebeldes, na maioria sunitas.

Fonte governamental disse à AFP que o pai do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Fayçal Moqdad foi sequestrado, durante o dia, por rebeldes numa localidade da província de Deraa (sul).

O OSDH afirmou que "estavam a decorrer as negociações" para a libertação do octogenário, pai de uma das principais "vozes" do regime sírio.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #492 em: Maio 23, 2013, 08:36:59 pm »
Hezbollah perdeu 75 combatentes desde o inicio da guerra civil na Síria


O movimento radical xiita libanês Hezbollah perdeu 75 combatentes desde o início da sua participação na guerra civil na Síria, há vários meses, sobretudo na cidade de Qousseir, disse uma fonte do grupo.

No Hezbollah, «foram 57 mortos e outros 18 que não resistiram aos ferimentos desde o início da participação na guerra na Síria», disse a fonte.

Rami Abdel Rahman, director do Observatório Sírio  dos Direitos Humanos (OSDH), indicou que 46 membros do Hezbollah morreram na cidade de Qousseir desde domingo, e outros 10 anteriormente noutras localidades da província.

O Hezbollah participa há vários meses na guerra civil na Síria, ao lado das forças do regime de Bashar al-Assad. Primeiro declarou que desejava defender as 13 localidades sírias de fronteira onde vivem libaneses xiitas e depois o mausoléu de Sayeda Zeinab, perto de Damasco, local de peregrinação importante para esta comunidade.

As forças do movimento cercaram, ao lado do exército sírio, a localidade de Qousseir, perto do Líbano, e iniciaram uma ofensiva no domingo contra a cidade de 25.000 habitantes, segundo o OSDH.

De acordo com Wadah Sharara, estudioso da organização, o Hezbollah tem 20.000 combatentes, incluindo entre 5.000 e 7.000 milicianos. Entre 800 a 1.200 combateram em Qousseir.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #493 em: Maio 24, 2013, 12:23:41 pm »
Regime sírio está disposto a participar em conferência internacional


O regime sírio está disposto a participar na conferência internacional para a regulação política do conflito no país, anunciou hoje Aleksander Lukashevich, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

«Com satisfação destacamos que recebemos de Damasco a confirmação sobre a disposição do Governo sírio de tomar parte na conferência internacional sobre a Síria», disse em conferência de imprensa Lukashevich, citado pelas agências locais.

O diplomata russo destacou que o objectivo dessa conferência é «que os próprios sírios possam encontrar uma solução política para um conflito destrutivo para o país e para a região».

Esta semana, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Faiçal al Miqad, disse em Moscovo que o regime de Bashar al Assad anunciará em breve se participa na conferência internacional proposta pela Rússia e Estados Unidos.

«Quando regressarmos a Damasco, informaremos às autoridades sobre os resultados das negociações em Moscovo e então tomaremos uma decisão definitiva sobre a participação na conferência», assinalou.

Miqad, cujo pai foi recentemente sequestrado por grupos rebeldes, fez essas afirmações após manter consultas com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.

«Quero salientar que as autoridades da Síria sempre estarão no grupo que busca a regulação pacífica da crise síria. Infelizmente, tais esforços não são apoiados por aqueles que buscam a continuidade da violência e do derramamento de sangue na Síria», concluiu Miqad.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #494 em: Maio 26, 2013, 01:00:40 pm »
Síria: Rebelião encurralada


A batalha de Qusair poderá tornar-se num ponto de viragem na guerra civil síria. As forças do regime de Bashar al-Assad fizeram importantes avanços nos últimos dias para controlar a cidade situada na rota entre Damasco, no interior sírio, e a costa mediterrânica – onde os alauitas pró-Assad predominam. A conquista da localidade poderá devolver continuidade territorial ao regime. Para a oposição, a perda de Qusair, junto à fronteira libanesa, fecha uma das portas de entrada de armamento e de combatentes no país.

A importância da batalha é tal que levou o movimento radical xiita pró-iraniano Hezbollah, do vizinho Líbano, a reforçar as fileiras de Assad em Qusair. Pelo menos 28 combatentes libaneses foram mortos nos últimos dias. Os hospitais da milícia no Líbano, onde operam médicos iranianos, estão a receber os feridos e a apelar à população para doar sangue. Do lado rebelde, predominantemente sunita, a Coligação Nacional Síria (CNS) chama combatentes de todo o país para as trincheiras. A violência alastrou para o lado libanês, com distúrbios entre sunitas e alauitas em Trípoli.

O revés militar da oposição vem somar-se a outros obstáculos no caminho de uma aguardada cimeira em Genebra onde os dois lados em conflito deveriam discutir uma saída política para a crise. A CNS, principal coligação rebelde, financiada pelo Qatar (pelo menos 3 mil milhões de dólares canalizados para o conflito), declarou esta semana que não participará no encontro se os EUA não enviarem armas para as forças opositoras de Assad. «Para as negociações terem um mínimo de substância, temos de alcançar um equilíbrio militar, sem o qual o regime continuará a ditar o que quiser», disse o comandante militar Salim Idriss. Esta hipótese, no entanto, continua fora dos planos da Casa Branca, que permanece decidida a não ser arrastada para uma nova guerra. Para os rebeldes, a exigência ganha força após um recente envio de armamento russo para Damasco.

A CNS continua a exigir ainda a demissão de Assad como pré-condição para qualquer acordo. Por fim, permanece a discórdia em torno da lista de participantes da cimeira. Os rebeldes não querem o Irão na reunião, e entre os próprios opositores há facções que recusam estar juntas à mesa.

Perante a intransigência da CNS, outro grupo rebelde sírio, o Comité Nacional de Coordenação (CNC), alerta para o risco fatal de um boicote à diplomacia. «A via militar é um beco sem saída», defende o líder Haitham Manna. Outro ponto de cisão é a radicalização da rebelião, com vários opositores a distanciarem-se de elementos extremistas como Abu Sakkar e a sua Brigada Omar al-Farouq, este mês filmado a comer órgãos de um soldado abatido. O acto invulgar suscitou a condenação de organizações internacionais como a Human Rights Watch, que alerta para o crescente número de «crimes de guerra» cometidos pelos rebeldes.

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