Olivença

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Diogo Ventura

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« Responder #2085 em: Fevereiro 29, 2008, 09:58:59 am »
Citação de: "NVF"
Por favor nao me usem como desculpa para nao malhar nos castelhanos.  Estamos a falar de uma tradicao muito antiga, muito portuguesa, que todos nos temos obrigacao de preservar.  :wink:
A batalha de Montijo já foi á imenso tempo ,! lol
É que há duas Castelas e  o Reino de Espanha é Muito Grande  , tem 40 Milhões de Habitantes aprox.!

Caro Amigo ao contrário de que possa parecer , nós respeitamos todos os povos ,e temos grande amizade com o Povo espanhol e o seu  Rei .
Digo até que os melhores amigos de Sua Alteza Real D. Juan Carlos  (que admiro bastante assim como a Familia Real  ) são portugueses anónimos  que foram colegas do mesmo colégio aqui em Portugal .
Ainda hoje existe a Casa de Familia no Estorill, propriedade do Sr. Conde de Barcelona (pái de Sua Alteza Real D. Juan Carlos , ainda é primo do Sr. D. Duarte Pio )
Abraço com amizade  :wink:

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Jose M.

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« Responder #2086 em: Fevereiro 29, 2008, 09:45:34 pm »
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Espanha, Nunca teve qualquer Direito sobre Olivença , nem no Passado nem no presente nem no Futuro, Olivença é uma Terra Portuguesa como Lisboa ,ou Outra Qualquer Cidade Portuguesa


Caro Diogo, lembre que Olivença foi conquistada aos mouros pelo Rei Alfonso IX de Leao e Castelha, uns dias apos da conquista de Batalyaws (Badajoz) en 1230. Temos de lembrar que no Tratado de Badajoz de 1267, Portugal reconocía o Odiana (Guadiana) como fronteira entre Portugal e o reino de Leao e Castela, e Olivenza foi do Reino de Leao e Castela até o Tratado de Alcañices, D. Dionis fiz asinar a um menino de 12 anos , sob ameaça de invasiao, a entrega de Olivença a Portugal.

A Coroa de Leao e Castela sempre tiveram o desejo de que Olivença voltara ao noso territorio, e mesmo na Guerra da Restauraçao ouveram muitos oliventinos leais a Coroa de Leao e Castela.

Cumprimentos.

P.S. Caros amigos Diogo y Hellas, os pido disculpas por no haberos contestado a post anteriores (cosas del trabajo). A ver si durante el fín de semana puedo hacerlo. Juan L. bienvenido seas. Felicidades por tus aportes históricos.
 

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Diogo Ventura

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« Responder #2087 em: Março 01, 2008, 12:37:06 am »
Citação de: "Jose M."
Citar
Espanha, Nunca teve qualquer Direito sobre Olivença , nem no Passado nem no presente nem no Futuro, Olivença é uma Terra Portuguesa como Lisboa ,ou Outra Qualquer Cidade Portuguesa

Caro Diogo, lembre que Olivença foi conquistada aos mouros pelo Rei Alfonso IX de Leao e Castelha, uns dias apos da conquista de Batalyaws (Badajoz) en 1230. Temos de lembrar que no Tratado de Badajoz de 1267, Portugal reconocía o Odiana (Guadiana) como fronteira entre Portugal e o reino de Leao e Castela, e Olivenza foi do Reino de Leao e Castela até o Tratado de Alcañices, D. Dionis fiz asinar a um menino de 12 anos , sob ameaça de invasiao, a entrega de Olivença a Portugal.

A Coroa de Leao e Castela sempre tiveram o desejo de que Olivença voltara ao noso territorio, e mesmo na Guerra da Restauraçao ouveram muitos oliventinos leais a Coroa de Leao e Castela.

Cumprimentos.

P.S. Caros amigos Diogo y Hellas, os pido disculpas por no haberos contestado a post anteriores (cosas del trabajo). A ver si durante el fín de semana puedo hacerlo. Juan L. bienvenido seas. Felicidades por tus aportes históricos.


Caro JoséM.

Vou transcrever aqui  a breve  História de Olivença .

EM 1228
Os Templários Portugueses reconquistaram aos Mouros  os Campos de Olivença  , neles tendo,desde logo, construído o Castelo e Igreja (a de Santa Maria do Castelo) e uma Povoação.
 Em Testemunho de reconhecimento,Fernando III de Leão, deu-lhes, como prémio,as vilas de Alconchel,Jerez, Frenegal e Burguillos.

EM 1298
D.Diniz concede, em 4 de Janeiro, a Olivença, o seu 1º Foral mandando, em 1306 reconstruir o  castelejo edificado pelos Templários .

EM 1493
D.João II manda cingir Olivença de muralhas e ,num ângulo do castelo, levanta a majestosa torre de menagem.

EM 1497
D.Afonso V  cria o Condado de Olivença,encabeçando-o em D.Rodrigo Afonso de Melo.

EM 1500
  O Conde de Olivença , D. Álvaro de Melo ,funda o Convento dos Frades Franciscanos, Convento este que ,em 1594,foi transferido para o local que hoje ocupa.

EM 1501
Reinando D.Manuel I,o oliventino Álvaro Frade cria a Santa Casa da Misericórdia de Olivença e o seu Hospital.

EM 1510
O mesmo soberano,dando-lhe novo foral,manda edificar em Olivença, além das novas muralhas, a nova Matriz de Santa Maria Madalena e ,sobre o Rio Guadiana (Odiana em português), manda construir uma ponte com três arcos.

EM 1513
Olivença é designada com Sede do Bispado de Ceuta, cidade então portuguesa , construindo-se na Cerca do Bispo o Palácio para residência do Prelado de D. Henrique de Coimbra , que ali morreu  e jaz sepultado.

EM 1556
No Reinado de D. João III , D,Leonor Velho legou os seus bens para a Fundação , em Olivença de um Convento de Clarissas ao qual veio a ser dado o nome de S. João de Deus.

EM 1580
 Olivença ficou a depender da Junta que,com Sede em Lisboa , foi , por Filipe I, encarregada de governar Portugal.

EM 1640
 No Dia 5 de Dezembro é D. João VI aclamado Rei de Portugal em Olivença.

EM 1641
  Matias de Albuquerque , Governador de Armas do Alentejo, repara as muralhas de Olivença,mandando construir novas fortificações , dentro das quais incluiu quer a cidade quer os seus arrabaldes e o Convento de S.Francisco.

EM 1657
No decorrer da Guerra da Restauração , Frei Manuel Saldanha , governando a praça, entregou-a aos espanhois, que durante 17 anos a haviam infrutivamente atacado.
Como protesto todos os oliventinos abandonaram  a cidade , á qual só voltaram no final da guerra, ou seja, quando voltou á soberania portuguesa.

EM 1668
Tendo-se , em 13 de Fevereiro, firmado as pazes entre Portugal e Espanha , esta nação restitui-nos todas as praças , incluindo portanto ,Olivença , embora excluindo Ceuta que, nos termos desse tratado , ficaria para sempre em poder dos Reis Católicos.

EM 1801
Portugal foi inesperadamente atacado, tendo então tido lugar os acontecimentos que atrás se narraram  e por força dos quais Olivença nos foi arrebatada .

(in, páginas 113,114 e 115 do Livro Olivença de Carlos Consiglierí)


 




 
  :wink:

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Jose M.

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« Responder #2088 em: Março 01, 2008, 06:01:47 am »
Citar
Caro JoséM.

Vou transcrever aqui  a breve  História de Olivença .

EM 1228
Os Templários Portugueses reconquistaram aos Mouros  os Campos de Olivença  , neles tendo,desde logo, construído o Castelo e Igreja (a de Santa Maria do Castelo) e uma Povoação.
 Em Testemunho de reconhecimento,Fernando III de Leão, deu-lhes, como prémio,as vilas de Alconchel,Jerez, Frenegal e Burguillos.

Caro Diogo:

Vamos a centrarnos en los errores de este apartado:

- En 1228 el Rey de León es D. Alfonso IX. Este rey muere en septiembre de 1230, poco tiempo después de haber conquistado Badajoz (19 de marzo de 1230), Olivenza (días después que Badajoz), Jerez de los Caballeros y otras partes de Extremadura. Su hijo Fernando III le sucede en ese año de 1230.

- D. Alfonso IX concede a los templarios los enclaves de Burguillos y Alconchel.

- Fregenal y Jerez de los caballeros son donadas a los templarios en 1283 por Alfonso X el Sabio (nieto de Alfonso IX).

- Los templarios no tenían un sentido de pertenencia a ningún reino, eran simplemente templarios y formaban grupos de distintos orígenes, estando todos bajo las órdenes del Gran Maestre (con sede en Francia).

- En la época de la conquista de Badajoz y Olivenza, el Maestre Provincial de León, Portugal y Castilla (los templarios en estos reinos eran una sóla unidad) era Esteban de Belmonte, a quien Alfonso IX hizo donación de Burguillos y Alconchel por la ayuda prestada en la guerra contra los musulmanes. Estos hechos están documentados por el propio Alfonso X el Sabio:

Citar
E porque el maestre sobredicho (Juan Fernandez) me prometió de uenir a mío seruiço assí como a su rey e a su sennor natural, e fazer mío mandado de todos los castillos e de todos los logares de la Ordem, que el maestre a e podier cobrar e auer, e me pidieron merced que les diesse Xerez Badajoz e el Frexenal. E yo tóuelo por bien e dógelos como todos sus términos, segund se contiene en el priuilegio, que el rey don Alfonso mío auuelo dio a don Esteuan de Belmonte e a la Orden sobredicha, porque les dio Burgos e Alconcher

El profesor Luis Alfonso Limpo Piriz (oliventino, como se puede ver por sus apellidos) lo resume mucho mejor que yo:

Citar
El origen de Olivenza está ligado a la definitiva reconquista de Badajoz por el rey de León, Alfonso IX, la primavera del año 1230. Para recompensar la participación que los Templarios a su servicio tuvieron en esa campaña, Alfonso IX les concedió los enclaves de Burgillos y Alconchel. Desde ese punto la Orden creó la encomienda de Olive-entia, erigiendo un templo a Santa María y levantando un castillo. Alfonso X el Sabio desalojó a los Templarios de aquella valiosa posición en la frontera y entregó el lugar al Concejo y Obispado de Badajoz. Más tarde, Olivenza sería cedida por Fernando IV de Castilla al Rey D. Dinis de Portugal -Tratado de Alcañices, 1297-.


El libro de D. Carlos Consiglieri es muy apasionado y bastante interesante, pero presenta numerosas inexactitudes históricas y fallos de documentación. Aún así, para mí es un libro a tener en cuenta.

Reciba un afectuoso saludo.
 

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Diogo Ventura

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« Responder #2089 em: Março 01, 2008, 09:34:10 am »
Caro JoséM

Estou um pouco á pressa , mas tenho de discordar , quando diz que os Templários (Cavaleiros do Templo) não têm a ver com Portugal e na Construção de Portugal .veja s f f o cunho da primeira moeda Portuguesa mandada por D.Afonso Henriques  (é só  ver a moeda padrão €, de Portugal).
Os Templarios portugueses ajudaram D:Afonso Henriques a Fundar Portugal
Um pergunta muito simples consegue dizer o significado da palavra "Olivenza" em castelhano?
cordialmente

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Jose M.

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« Responder #2090 em: Março 01, 2008, 10:43:12 am »
Citação de: "Diogo Ventura"
Caro JoséM

Estou um pouco á pressa , mas tenho de discordar , quando diz que os Templários (Cavaleiros do Templo) não têm a ver com Portugal e na Construção de Portugal .veja s f f o cunho da primeira moeda Portuguesa mandada por D.Afonso Henriques  (é só  ver a moeda padrão €, de Portugal).
Os Templarios portugueses ajudaram D:Afonso Henriques a Fundar Portugal
Um pergunta muito simples consegue dizer o significado da palavra "Olivenza" em castelhano?
cordialmente


Caro Diogo:

No digo que los templarios no tengan nada que ver con la construcción de Portugal. Por supuesto que tienen, al igual que participaron en la de León, Castilla, Aragón... Lo que digo es que no eran una fuerza por llamarla de alguna manera "nacional", sino internacional. Y en el caso de la conquista de Olivenza, "trabajaban" para el rey de León D. Alfonso IX como muestra el documento histórico aportado, por lo que Olivenza como Badajoz son leonesas de orígen ni portuguesas ni castellanas. El escudo de mi avatar es el de mi ciudad y en él puede comprobar el orígen de estas tierras.

Los templarios ayudaron a los distintos reinos en la reconquista, eso sí, a cambio de posesiones. Como usted sabe, cuando obtuvieron tanto poder que representaban un riesgo para los reyes, fueron eliminados.

De todos modos ¿hay disponible algún documento que diga que los templarios que participaron en la conquista de Olivenza eran sólo portugueses?.

Olivenza viene de Olive-entia, nombre que se le dió a la aldea. La raíz Oliva es muy común en Extremadura: Oliva de Plasencia, Oliva de Mérida, Oliva de la Frontera (mi pueblo materno) y en el resto de España. Significa tierra de olivos.

El nombre más usado en los libros españoles anteriores al regreso de Olivenza a los reinos españoles era el de Olivencia, más acorde con la derivación de nombres como Valencia o Plasencia, que tenían el mismo sufijo latino "entia".

El usar la terminación "enza" es por conservar la terminación portuguesa "ença", cambiando así el nombre tradicional español, un detalle que choca con el supuesto proceso de "aculturaçao" y que muestra respeto hacia el pasado portugués de la villa.

En resúmen, caro Diogo. El Dr. Carlos Consiglieri comete errores:

- Comente error  en la fecha de la conquista de Olivenza (en 1228 todavía pertenecía al reino musulman de Badajoz)

-Comete error en el rey que la conquista y concede la encomienda (fué Alfonso IX y no su hijo Fernando III, que en la fecha no era rey de León, sólo de Castilla hasta la muerte de su padre en que unificó los dos reinos)

-Comete el error de asociar la cesión de las encomiendas de Jerez y Fregenal a la conquista de Olivenza, cuando esto sucedío varios años después por el nieto de Alfonso IX, el rey Alfonso X el Sabio.

-Omite o desconoce que los templarios de Portugal, León y Castilla eran los mismos y dependían el mismo Maestre Provincial, que era designado por el Maestre General.
 
Como usted conoce bien, otra cosa que tiene en común España con Portugal es su pasado templario. En el Alentejo-Extremadura hay rastro de ellos por multitud de sitios, pero también en otros muchos lugares de España.

Por cierto, lo que no tengo claro es qué significa en castellano Badajoz, sé que viene de Batalyaws, pero ahí me quedo. Lo que sí tengo claro es que signifique lo que signifique, Badajoz es España.

Reciba un afectuoso saludo de nuevo, espero que las prisas sean por algo bueno para usted.
 

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Diogo Ventura

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« Responder #2091 em: Março 02, 2008, 09:29:57 am »
Caro José M

O Dr Carlos Consiglierí é pessoa dedicada, assim como o José ao estudo sobre Olivença e todos os livros editados são sob estudo aturado de Cientistas de renome, sobre a História.
Quanto aos Templários ,não vamos misturar tudo com Leão ,Castela etc , de facto tem toda a razão quando diz que a ordem tem Sede Em França ,parece  
Os Templários Portugueses , são de ajuda á construção de Portugal  antes e depois do Tratado de Zamora .
Há doações de Terras e mão de obra aos Templários  , pelos Reis Portugueses .
Olivença tem este nome por ser uma região abundante de Oliveiras e o nome é Português á semelhança do Alentejo ,Beira Baixa ,Beira Alta Trás -os Montes .
de seguida vou passar uma cópia da História de Portugal , para ficarmos com esta questão a limpo
Cordialmente
 :wink:

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Jose M.

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« Responder #2092 em: Março 02, 2008, 09:57:46 am »
Caro Diogo, nao é misturar, é que de facto os templarios de Portugal, Leao e Castela estavam sob as ordes do frey Esteuan de Belmonte, o Maestre Provincial, e foi D. Alfonso IX de Leao quem cedou Alconchel aos templarios, e por tanto a aldeia de Olive-entia.

Que em Portugal os templarios tambem fizeram um bom trabalho e os Reis de Portugal, agradeceram e ofereceram terras e castelos é bem certo, mas mesmo foi em Leao e Castela e outros lugares de Europa e da Península.

O certo é que o origem de Olive-entia é leones, ligado ao origem de Badajoz. As palavras espanholas e portuguesas olivo/oliva/oliveira tem a mesma raiz latina, que foi a lengua empregada pelos templarios para o nomem da nova encomienda.

Se foz a palavra portuguesa oliveira, nao seria mais proprio o nomem de Oliveirença?

Mas, acrescentando a questiao. O Dr. Carlos Consiglieri "esqueze" na sua cronología o Tratado dos Alcañices de 1.297, data em que Castela e Leao dao a Portugal Campomaior e Olivença entre outros termos, o que reafirma que o origem de Olivença nao é portugués se nao leones, como no texto do Rey Alfonso X ja foi sinalado.

Saludos cordiales (y disculpe mis errores contra la hermosa lengua de Camoes)
 

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Diogo Ventura

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« Responder #2093 em: Março 02, 2008, 10:05:54 am »
História de Portugal
Reis de Portugal e do Algarve

«Em 1238 os espatários conquistam Mértola e Aljfar de la Pena .Aiamonte e Cacela caem em 1239 ou 1240 , Alvor por 1240ou 1241 , Tavira e Paderne em 1242. Proclamado o Rei de Portugal , D. Afonso III e os espatários cercam Faro por terra e mar no ano de 1249. Atravessam  no canal da ria navios grossos bem armados para cortar qualquer socorro de galés mouriscas.
Com a rendição de Faro, todo o resto do Algarve caiu sob dominio cristão.Os vencidos podiam abandonar o território.Mas os que ficavam ,os vencedores deixavam livres as casas, as vinhas e herdades, sujeitas somente  ao foro que pagavam ao senhorio muçulmano.
Afonso X de Leão e de Castela reclamou de imediato o senhorio do reino do Algarve .Empunharam-se as armas e depois das armas , a diplomacia.Afonso X manteria em sua vida o domínio útil do Algarve mas ainda em vida vai ceder esse direito a seu neto ,o futuro Rei D. Diniz de Portugal que , ainda menino, ocorrerá em seu auxílio. Por fim o acordo de Badajoz de 16/2/1267 reconheceu o domínio português do Algarve cedendo o Rei de Portugal as Vilas de Aronche e de Aracena .
O corpo de Portugal estendia finalmente os seus membros até aos mares mais quentes do Algarve .Faltava definir a fronteira leste e estabelecer com mais precisão o muro imaginário que separava Portugal de Castela .
Em 1282 Sancho IV depôs o seu pái, o Rei Sábio AfonsoX de leão e de Castela . A Rainha Biatriz de Portugal, filha de Afonso, foi ao encontro do pái que todos abandonavam.Como recompensa do seu afecto Afonso X doa-lhe em 1295, além do reino de Niebla, que não ocupará, os territórios hoje portugueses da Margem Esquerda do Guadiana :Serpa , Moura Noudar e Mourão.
 Sancho IV não reconheceu a doação e ocupou a Guarda e Pinhel .As galés de Sevilha vieram ao Tejo mas as galés portuguesas deram-lhe caça .D.Diniz avançou até Simancas e apoderou-se dos castelos de Riba-Coa :Sabugal, Alfaiates,Castelo Rodrigo,Vila Maior ,Castelo Branco, Almeida , Castelo Melhor e Monforte .
Por fim a diplomacia sobrepôs-se ás armas .Pelo Tratado de Alcanizes de 1297 definiram-se duradoiramente os limites qu nos separam de Castela . As terras de Riba-Coa , as da Margem Esquerda do Guadiana com Olivença ,Campo Maior , Ougoela e São Féliz dos Galegos integraram-se no corpo de Portugal . Os casamentos do futuro Afonso IV de Portugal com Biatriz de Castela  e o de D.Fernando IV de Castela com  a infanta portuguesa Constança selavam o Tratado de Alcanizes numa especie de contrato de familia .»

(In História de Portugal  , Tomo III páginas 422;423;424  ediçaõ do Correio da Manhã, dirigida por João Medina , Professor Universitário da Faculdade de Lisboa)
« Última modificação: Março 02, 2008, 10:30:21 am por Diogo Ventura »
 

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Diogo Ventura

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« Responder #2094 em: Março 02, 2008, 10:24:50 am »
Caro  Amigo José M

Não podemos "inventar" a História , porque  esta não perdoa nenhum erro nosso.
Sucede errar é humano , mas atenção aos factos .
 Conhece o escudo de Armas  do Rei Filipe II de Espanha e I de Portugal ?
Tem ramos de Oliveira , porque este soberano quando entrou em Portugal , avistou o campo com muitas Oliveiras .
 Se de facto Olivença nunca fosse portuguesa , Teria sido retirada , quando Filipe II;III e IV foram reis de Portugal e não aconteceu .

Abraço Com Amizade

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Jose M.

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« Responder #2095 em: Março 02, 2008, 11:04:51 am »
Citação de: "Diogo Ventura"
Caro  Amigo José M

Não podemos "inventar" a História , porque  esta não perdoa nenhum erro nosso.
Sucede errar é humano , mas atenção aos factos .
 Conhece o escudo de Armas  do Rei Filipe II de Espanha e I de Portugal ?
Tem ramos de Oliveira , porque este soberano quando entrou em Portugal , avistou o campo com muitas Oliveiras .
 Se de facto Olivença nunca fosse portuguesa , Teria sido retirada , quando Filipe II;III e IV foram reis de Portugal e não aconteceu .

Abraço Com Amizade


Caro Diogo:

Yo no digo que Olivenza nunca haya sido portuguesa, que evidentemente lo fué. Lo que digo, y está perfectamente documentado, es que la conquista de Olivenza fué llevada a cabo por D. Alfonso IX de León, junto con la conquista de Badajoz.  Pasó a ser portuguesa cuando D. Denis obligó a Fernando IV a firmar el Tratado de los Alcañices recibir Olivenza a cambio de territorios en lo que es actualmente el norte de Huelva.

Estos son hechos constatados y nunca discutidos por ningún historiador portugués o español.

En resúmen, es indiscutible que Olivenza fué portuguesa, como tampoco es discutible que la conquista definitiva a los árabes fué leonesa.

Reciba un cordial saludo.
 

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Diogo Ventura

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« Responder #2096 em: Março 02, 2008, 12:28:03 pm »
REVISTA PRAÇA VELHA /REVISTA CULTURAL DO CONCELHO DA GUARDA/DEZEMBRO 2007
Eis um dos cerca de vinte artigos publicados:
OLIVENÇA : UM COLONIALISMO ESQUECIDO

Carlos Eduardo da Cruz Luna/ Rua General Humberto Delgado, 22, r/c  7100-123-ESTREMOZ
268322697    939425126   caedlu@gmail.com


(Olivença: Duzentos Anos de Ocupação: 1801-2001)
Universidade Lusíada de Lisboa
17, 18 e 19 de Maio de 2001



OLIVENÇA: UM COLONIALISMO ESQUECIDO

Em 27 de Fevereiro de 1801, a Espanha, com o apoio francês, declarava Guerra a Portugal. Logo em 20 de Maio, Olivença capitulava, sem combate, enquanto Campo Maior resistiu com bravura dezoito dias, e Elvas não se entregou. Em 6 de Junho de 1801, portanto após pouco mais de um mês de Guerra, era assinada em Badajoz a paz, que punha termo à ironicamente chamada Guerra das Laranjas, nome que lhe foi dado em virtude do Primeiro Ministro Espanhol, Manuel Godoy, ter enviado para Madrid alguns ramos de laranjeiras ... que foi tudo o que conseguiu arrebatar nos arredores de Elvas !
Nascia assim,. Há duzentos anos, a Questão de Olivença.
O Tratado de Badajoz, de que os Historiadores espanhóis só costumam citar o Artigo 3º, desde logo foi violado por falta de concordância da França e, igualmente, porque, prevendo a cedência de Olivença e do seu Termo, não contemplava a entrega da aldeia de Vila Real a Espanha, apesar desta se situar na margem esquerda do Guadiana, por esta pertencer ao Conselho de Juromenha. E, contudo, foi o que se verificou.
Contavam muitos oliventinos e portugueses em geral que, à semelhança de Guerras anteriores, tudo voltasse à situação anterior. Enganavam-se, desta vez...
Entre 1801 e 1807, pouco há a registar... salvo, em 1805, a adopção do castelhano como língua na Câmara de Olivença... o que levou à demissão do vereador Vicente Vieira Valério, que, segundo a tradição, morreria na penúria por se negar a abandonar o uso do Português. Perante alguns protestos populares, ocorridos nomeadamente em 1805, Godoy prometeu ir meditar sobre o destino final de Olivença. Não o fez.
O ano de 1807, com a invasão franco-espanhola de Portugal e a violação do preâmbulo e do Artigo 4º do Tratado de Badajoz, restituiu legalmente Olivença a Portugal. Os liberais espanhóis, 1810, dispuseram-se a fazê-lo, em Tratado não ratificado.
Em 15 de Abril de 1811, tropas luso-britânicas expulsaram os franceses de Olivença. Todavia, Wellesley mandou devolvê-la a Espanha, comprometendo-se a ajudar Portugal a recuperá-la em futuras negociações.
O Tratado de paris de 1814 declarou nulo o Tratado de Badajoz, mas sem resultados práticos. Em 9 de Junho de 1815, em Viena de Áustria, e em, resposta a um memorando português, era assinado um Artigo (o 105) em que se reconhecia a pretensão portuguesa. Note-se que este artigo só pode ser totalmente compreendido em função do Memorando português, que quase nunca é citado e muito menos transcrito .
O governo espanhol só em 1817 (7 de Maio) aceitou sem reservas a Acta Final de Viena, mas ainda assim, não abandonou a região de Olivença. E, em 1818, tentou criar uma manobra de diversão, argumentando com a ocupação de Montevideu pelo Brasil. Elaboram-se alguns projectos de tratados, nunca ratificados e, portanto, sem valor. Em 1820, a força espanhola destinada a seguir para o Uruguay rebelou-se.... e derrubou o Governo Absolutista espanhol. Montevideu tornar-se-ia, em 1828, a capital dum estado independente.
As diligências portuguesas no sentido de recuperar Olivença chocavam-se sempre com o silêncio de Madrid. Algumas excepções houve, como o chefe de Governo Mendizabal, em 1835. Todavia, no mesmo ano era apeado do cargo !
Enquanto isso, em Olivença vivia-se alguma incerteza. Alguns locais foram-se acomodando ao Poder. Outros refugiavam-se em Portugal. Outros ainda mantiveram-se na expectativa.
Com um cinismo e uma sinceridade desconcertantes, encontravam-se no Arquivo Municipal de Olivença instruções bem claras visando a imposição, pela força de uma política, de uma educação, e de uma orientação económica, espanholas, visando a ruptura violenta com a tradição lusa. Foram as medidas de carácter económico as que mais minaram a moral portuguesa dos oliventinos, já que, em 26 de Janeiro de 1805, suspende-se o uso da moeda portuguesa em Olivença, e comunica-se a vários ofícios, nomeadamente aos aguadeiros, a obrigatoriedade de usar medidas espanholas (comprimento, peso, volume) .
No que se refere à educação, a vinte d fevereiro de 1805, decide-se suprimir toda e qualquer escola portuguesa, bem como, logicamente, o ensino do Português. Nesse mesmo ano de 1805, recorde-se, em 14 de Agosto, as actas da Câmara Municipal deixam de ser escritas em Português. Um pouco antes, em 1802-1803, Olivença, em termos religiosos, passava da jurisdição de Elvas para Badajoz.
Nomeadamente no campo do ensino, regista-se a oposição dos oliventinos a estas medidas. As Escolas  privadas continuam a ensinar Português, até que são fechada a 19 de Maio de 1813, “com o objectivo de evitar qualquer sentimento patriótico lusitano” (A.M.O.leg/Carp 7/2-18, 19-05-1813, nº 1324).
Eram, todavia, muitos os oliventinos que queriam que os seus filhos fossem educados na língua materna, tentando encontrar professores particulares para tal, o que obrigou o “Ayuntamiento” a tomar medidas restritivas,... “proibindo-se as aulas particulares sob pena de multa de 20 Ducados” (A.M.O. leg/Carp 8%1-171,7-10-1820, nº 1704) , ou impondo, uma e outra vez, a absoluta obrigatoriedade de ensinar em Espanhol e não em português
Era crença geral em Olivença, em 1801 e anos seguintes, que, tal como se passara no final da Guerra da restauração (1668), com a normalização da vida política, social, e económica, e feita a Paz geral na Europa, o território voltaria para Portugal .
De qualquer forma a Tradição Lusitana manteve-se entre as gentes que, apesar das proibições, continuavam a usar os pesos e as medidas portuguesas, bem como as suas relações com Portugal, sobretudo no momento de importar cereais e outros produtos, e ainda no uso de impostos tradicionais (“Terça”; “Impozição”, etc.)
O tempo ia passando. E, por motivos vários (crises, guerras, lealdade nacional), vários oliventinos foram emigrando, principalmente a partir de 1815. Foi um movimento mais selectivo que massivo . De qualquer forma, só a partir da Segunda Metade do Século XIX se regista um ligeiro crescimento demográfico em Olivença. É também nesta época que se acentua a chegada em maior número de família procedentes do Norte de Espanha (principalmente de La Rioja, região de Camero), da Extremadura Espanhola, e até alguns portugueses, interessados na exploração de Grandes Propriedades , o que contribuiu para ir alterando a composição “étnica” da região.
Em 1840, o uso da Língua Portuguesa é proibido em todos os lugares de Olivença, incluindo as Igrejas. E, procurando dividir para reinar, o Estado espanhol dá a São Jorge de Alôr o estatuto de Concelho independente (1843). Perdê-lo-ia em 1862, enquanto Táliga (ou Talega), emancipada em 1850, não mais seria reintegrada em Olivença, passando a partir de 1871 a ter registos totalmente separados e próprios.
Algumas das pessoas vindas para Olivença no século XIX tiveram importância em Trabalhos Históricos de relevo sobre a “terra das oliveiras”. Cite-se, como exemplo, Victoriano Parra Garcia (Cádiz, 23-03-1808; Olivença, 07-02-1869), que, em 1844, escreveu “Ensayo sobre la topografia e História de la plaza de Olivenza”, publicada em 1909 somente, este trabalho contém muitos dados de interesse, historicamente correctos. Naturalmente pró-espanhol, Victoriano Parra conseguiu escrever um texto de inegável valor .
O ano de 1855 veria grandes mudanças na posse da terra. As leis de desamortização alteraram de vez a realidade. Forasteiros castelhanos, riojanos, e leoneses, e mesmo três família portuguesas, chamaram a sii imensas propriedades, abandonadas, vendidas, ou expropriadas, algumas desde logo a partir de 1801. Também se sucederam os matrimónios de recém-chegados com a população local. E, contudo, quem pouco beneficiou foi o trabalhador oliventino, que sem terra continuou .
A Rainha Isabel II, entretanto, concederia em 1858 o Título de Cidade a Olivença. Em 1868, num gesto popular, ofereceu uma túnica para cobrir a Estátua do Senhor dos Passos à qual os oliventinos manifestavam tradicionalmente grande devoção. Esse ano, todavia, assistiria ao Pronunciamento de Cádiz (30 de Setembro), cujos reflexos em Olivença se traduziram na destruição do Arquivo Municipal, perdendo-se importante documentação da Época pré-espanhola .
Antes, em 1864, a Comissão de Limites Hispano-portuguesa não logrou colocar delimitações internacionais no troço do Guadiana diante de Olivença,  por a parte portuguesa não o consentir, atitude que se repetiria em 1923 e 1952... continuando a não existir hoje em dia fronteira legal na Região.
Entre 1820 e 1895, teve a sua existência um Professor destinado a desempenhar um importante papel na castelhanização de Olivença: Francisco Ortiz López. Descendente de espanhóis de Valverde de Leganés e homem de indiscutível cultura, dedicou-se a alfabetizar o povo oliventino, tendo todavia o cuidado de o fazer só e arrogantemente em castelhano. Combateu denodadamente a língua portuguesa, criando com isso o incrível paradoxo de a instrução popular em Olivença corresponder a uma acentuação duma situação colonial . Mais, os conflitos de geração tornaram-se muito importantes.  Os jovens escolarizados, falando castelhano e tendo aprendido como sua a História de Espanha, defrontavam-se com as suas famílias, falando uma língua considerada inferior, incorrecta em termos sociais, nada útil, antes pelo contrário, em termos profissionais, por outro lado, as referências históricas, orais e difusas, da população, perdiam solidez perante o Ensino organizado da História do Ocupante... pa

ra já não falar nas falsidades históricas que, consciente ou inconscientemente, iam sendo divulgadas!
Ainda no século XIX, era evidente que o Estado Espanhol jogava com o factor tempo. Quando Lisboa referia a Questão de Olivença, chegando a falar-se (até cerca de 1930) em plebiscito, Madrid não respondia ou ostensivamente ignorava a existência de um diferendo. Assim foi em 1903, quando, em Vila Viçosa, num encontro entre os Soberanos Ibéricos, se falou no problema, bem como da possibilidade da Reconstrução da Ponte da Ajuda sobre o Guadiana.
Em 1910, o Presidente Teófilo Braga respondeu a insinuações espanholas sobre o reconhecimento da legitimidade espanhola (em troca, consta, do reconhecimento do Regime Republicano por Madrid) com ironia, propondo a anulação do Tratado de Alcañices de 1297 e o regresso, por exemplo, de Aroche e Aracena à posse portuguesa. O episódio é muito referido, mas deve-se ter algum cuidado, pois não está documentado, em aceitá-lo, sem reservas, como verídico.
Na assinatura da Paz de Versalhes, em 1919, Olivança esteve presente, já que a delegação portuguesa, presidida por Afonso Costa, tentou incluir a questão de Olivença, em vão, no texto do Tratado .
Acrescente-se que chegou a Olivença a notícia das diligências portuguesas em 1919. alguns intelectuais oliventinos pronunciaram-se com entusiasmo perante a acção da Delegação Portuguesa. Logo as autoridades oliventinas, preocupadas, produziram um texto que, não respeitando minimamente os factos históricos, circulou como abaixo-assinado . A burguesia espanhola ou espanholizada, bem apoiada pelas autoridades, esforçou-se por conseguir o máximo de assinaturas.
Em 15 de Abril de 1880 nascera, em Badajoz, Jesús Rincón Giménez. Filho adoptivo de Olivença, escreveu duas obras de indiscutível valor sobre a cidade (Memorial Oliventino, 1916; Menudenciais históricas de la Muy Noble, Notable y siempre Leal Ciudad de Olivenza, 1920), sendo, depois de Victariaça, numa visão que, não sendo imparcial, não deixa de ter méritos, pelos cuidados e tentativa de rigor científico. Faleceu em 1937 .
Em Portugal, refugiara-se o oliventino Ventura Ledesma Abrantes (1883-1956), homem que, em vida, encarnou o ideal de reintegração daquela parcela de território em Portugal. Chegado a Lisboa, tudo o indica, em 1903, para não cumprir serviço militar em Espanha, integrou-se na vida intelectual portuguesa, e, para além de ser o fundador do Grupo de Amigos de Olivença (1945) que não foi o Grupo Conservador que alguns julgam, esteve ligado, à primeira Feira do Livro de Lisboa.
Sabe-se que no início do Século XX existia em Olivença um grupo pró português, com homens como Manuel Gonçalves Verão, Firmino Martins Rui, Manuel Justo Gonçalves, António Ramos, e Francisco Lemos, entre outros.
A castelhanização de Olivença prosseguia. A Guerra Civil de Espanha (1936-1939) veio acelerar o processo. Muitos oliventinos içaram bandeiras portuguesas nas suas casas, mas Salazar nada fez por eles. Apenas a G.N.R. tinha ordens de deixar ficar em Portugal refugiados da Guerra que provassem ser oliventinos. Quando regressaram a Olivença (1939-1940), foram vítimas da Repressão Franquista... que, no seu caso, apenas chegou com três ou quatro anos de atraso.
Refira-se ainda que, em 1938, o Coronel Rodrigo Botelho se propusera avançar com tropas de Elvas sobre Olivença, sendo disso impedido por ordem de Salazar.
A atitude portuguesa de então, de nem sequer se aproveitarem as semelhanças entre os Regimes de Franco e Salazar, para já não falar do triste apoio deste ao ditador espanhol, foi muito sentida em Olivença, cuja população, agora mais reprimida, se sentiu abandonada.
O Franquismo continuou as tendências anteriores, dando-lhes um carácter mais repressivo e eficaz. É significativo, e vem na sequência de intenções e procedimentos anteriores, que o diplomata Franquista José Ibañez-Martín escrevesse, em 16 de Setembro de 1959, no final de uma informação para Madrid: (...) “a nossa preocupação no interior da Espanha deve ser, como é de facto, cuidar ao máximo da Cidade de Olivença para que ninguém possa objectar no sentido de que, se fosse portuguesa, estaria melhor cuidada, e, no que respeita ao interior de Portugal, ESPERAR QUE O TEMPO VÁ, A POUCO E POUCO, VARRENDO O QUE RELAMENTE NÃO É OUTRA COISA SENÃO UM PROBLEMA ARTIFICIAL .
Alguns dos oliventinos que defendiam Portugal tiveram problemas. Manuel Gonçalves Verão acabou por vir para Portugal, e outros o fizeram também, sendo quase sempre ajudados por Ventura Ledesma Abrantes. Os que ficaram, tiveram de se calar. Um deles, Francisco Lemos, ceramista, imitador da cerâmica “vegetalista” das Caldas da Rainha, foi “chamado” a Madrid na década de 1950, falecendo, amargurado e silenciado, em 16 de Setembro de 1963, em Olivença.
Não é por acaso que aumenta na época o número de oliventinos que se refugiaram em Portugal, principalmente na zona raiana e em Lisboa.
A pressão franquista, mais ou menos constante, recorria tanto às ameaças como ao desprezo.
O Português foi considerado a Língua dos inclusos, um “chaporreo” (“patois”) anacrónico... que mais não era que o Português Alentejano. O prestígio e o status social predominante estavam nas mãos de quem se exprimia bem em “espanhol”. Os apelidos, os nomes das ruas, dos lugares, das localidades, tudo foi profundamente castelhanizado. A História, completamente esquecida, falsificada, proibida.
Tornou-se comum, em Olivença, haver gente a falar português entre si, mas a falar só em castelhano para os filhos... e até a proibirem estes de se expressarem em Português!
Salazar, tão chegado a Franco, nada fez para influenciar o Ditador Espanhol. Tolerava o Grupo de Amigos de Olivença, mas nunca o deixou legalizar-se. Permitiu mesmo que a Espanha proibisse, a partir de 1954, a deslocação de crianças de Olivença à Colónia Balnear Infantil d’O Século. Nada disse  quando, em 1960 foi proibido aos portugueses tirar fotografias a oliventinos. Apenas se negou, sempre, a reconhecer a posse do território por Madrid.
Os relatos da polícia Política Espanhola dessa época surpreenderam os estudiosos . Por exemplo, o grupo de Amigos de Olivença é classificado como maçónico, sob influência inglesa, e liberal. Chega-se a identificá-lo como próximo do partido Comunista Português . E sem dúvida que o seu presidente à data do 25 de Abril de 1974, o Professor Hernâni Cidade, não era de forma nenhuma afecto a Salazar. Curiosamente, após 1975, vários círculos espanhóis passam a classificar o Grupo como... Salazarista!
Também o General Humberto Delgado esteve ligado ao Grupo de Amigos de Olivença. É mesmo possível que tenha sido atraído ao local do seu assassinato na Ribeira de Olivença (e não, como costuma pensar-se, em Villanueva del Fresno) com uma qualquer promessa de insurreição a planear em Olivença. Note-se que, ainda na década de 1970, era impossível encontrar professores, polícias, funcionários vários, em Olivença... que tivessem nascido na cidade!
A Democracia em Espanha aliviou a pressão sobre as gentes de Olivença.
Todavia, o processo de espanholização não foi verdadeiramente posto em causa. Não foi publicada nenhuma obra com a versão integral dos tratados de 1801-17. A população não começou a aprender a sua História, antes continuou a saber apenas a História de Espanha. Não foram substancialmente alterados topónimos ou apelidos, que mantiveram as formas castelhanizadas. O Português, ensinado como uma Língua Estrangeira muito especial, não se tornou língua, no mínimo, co-oficial, e só desde 1999-2000 o seu ensino se generalizou ( com excepção de Táliga). E de forma nenhuma se procurou contrariar, na fundamental, os traumas psicológicos, as inibições, e os preconceitos criados.
O oliventino continua a seu alguém muito dividido. Por um lado, depois de duzentos anos, as suas referências são quase só espanholas. Por outro lado, os seus apelidos, a presença monumental portuguesa, a reacção que vê os espanhóis das localidades vizinhas ter perante as suas afirmações de “espanholidade”, algumas vagas tradições colectivas e familiares que não sabe explicar, fazem-no sentir-se de alguma forma diferente, reagindo, todavia, muitas vezes, como foi ensinado: com um nacionalismo espanhol agressivo e não fundamentado, facilitado pelo facto de o nível de vida espanhol ser, actualmente, um pouco superior ao português.
Note-se que este drama foi muito bem equacionado, poeticamente, por um autor local, em 1989 (Narciso de la Torre-Velver y Banco), um descendente de agentes de La Rioja, que, tal como a maioria dos outros, se integrou perfeitamente na realidade oliventina, cantando-lhe a “alma” com discernimento:

DOS LEALTADES

“A Mui Nobre, Notável e sempre leal vila de Olivença”

Olivenza, ciudad noble
reducto de dos alientos
silencio de dos verdades
para un solo sufrimento

Olivenza, por notable,
te dueles en monumentos
que amurallan dos mitades
de un único desaliento.

Hija de dos voluntades
y esposa de un rompimiento,
Olivenza, dos lealtades
desgarron tu sentimiento.

Ninguém informa também o oliventino de que não se pretende agredi-lo, já que uma reintegração em Portugal respeitaria os seus níveis de vida e privilégios administrativos. Por outro lado, diz-se-lhe que não é Portugal que reclama Olivença, mas sim alguns grupos de “loucos”.
Na verdade, o Estado Português não abdicou de Olivença. Ainda recentemente ( 11 de Novembro de 2000) foi inaugurada uma Nova Ponte da Ajuda sobre o Guadiana, feita exclusivamente por intermédio do estado Português, e que não é uma Ponte Internacional... o que é no mínimo insólito, pois, oficialmente, e Estado Espanhol finge ignorar a situação... e o Estado Português não tenta levar esta posição de relativa força mais além, às Nações Unidas, por exemplo, como faz Madrid em relação a Gibraltar!
Por outro lado, as autoridades espanholas estão a tentar que seja Madrid a restaurar a Velha Ponte Manuelina da Ajuda, de forma a contrariar o efeito do impacto diplomático que teve a construção portuguesa da Nova. Espera-se que as autoridades portuguesas estejam atentas.
Entretanto, Madrid prossegue na orientação que data do Século XIX. José Maria Aznar, em entrevista no Diário de Notícias de 28 de Janeiro de 2001, e depois de reclamar com vemência Gibraltar (pág. 8), declarava, a propósito da Questão de Olivença, “uma maneira de solucionar os problemas é deixar sempre a solução para o ano que vem... Portugal não é um problema para Espanha, e gostaria que o inverso também fosse verdade. É certo que são precisas muitas décadas para mudar as mentalidades, e poderemos aproveitar a Europa para resolver problemas como estes (pág. 9)”. Até que ponto terá significado histórico tal declaração  é discutível, mas não pode deixar de se reparar como ela se assemelha às palavras de José Ibañez-Martin de 16 de Setembro, de 1959, e já referidas (...”... esperar que o tempo vá, a pouco e pouco, varrendo o que realmente não é outra coisa senão um problema artificial”). Pelo menos, esta foi uma das poucas vezes em que um chefe de Estado Espanhol falou do assunto!
É urgente que não mais se faça silêncio sobre a Questão de Olivença, e que este colonialismo esquecido seja, pelo menos, colocado ao mesmo nível das ainda muitas situações coloniais que quase diariamente são denunciadas um pouco por todo o mundo.
Após Duzentos Anos de Aculturação Forçada, que em muitos dos seus aspectos se mantém, não é possível manter o silêncio por mais tempo!
Estremoz, 13 de Maio de 2001
Carlos Eduardo da Cruz Luna


 :wink:

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Jose M.

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« Responder #2097 em: Março 02, 2008, 08:02:14 pm »
Caro Diogo.

Impresionante aporte el artículo del Dr. Carlos Eduardo Luna, tanto por la longitud del texto como por la calidad del mismo. Pero este artículo contiene bastantes puntos en los que no estamos de acuerdo, sobre todo porque falta mucha información en él.

Por ejemplo, quien primero incumplió el Tratado de Badajoz hispano-portugués fué Portugal al invadir el territorio de Siete Pueblos en agosto de 1801, y, una vez informados del Tratado de Badajoz no sólo no devolvieron lo conquistado, sino que ocuparon más territorio, hasta alcanzar una superficie parecida al Portugal continental. Esta violación del Tratado hispano-portugués es más que suficiente para anularlo y, por tanto, perder Portugal cualquier argumento jurídico y moral para reclamar los territorios perdidos en la península.

Como éste, hay otros muchos puntos, pero al ser demasiados y ocupar demasiado espacio su discusión le ruego, amigo Diogo, que ordenemos los puntos y podamos tener un debate profundo y ordenado.

Referente al debate que teníamos anteriormente sobre los orígenes de Olivenza, he encontrado una edición de las memorias del rey Fernando IV. Transcribo el fragmento que nos interesa tal y como está escrito en castellano antiguo:

Citar
"... e quando la reyna esto vió fabló con ellos é dixoles que les rogaba que fuesen con ella fasta Valladolid al rey su fijo, donde lo avia dexado, é que era mucho arrepentida porque se avia apartado dél é de lo que les avia dado, pues que ellos tan mal yvan á su servicio. E estando en esto llegó D. Juan Fernandez é troxo el pleyto firmado del casamiento del rey con la fija del rey de Portogal, en tal manera que diesen al rey de Portogal Olivencia é Onguela é Campo Mayor, que son en tierra de Badajoz, é que les diesen á San Felises que dicen de los Gallegos, que es en tierra de Cibdad Rodrigo. E como quier que la reyna entendia que lo demandaba sin guisa, pero tovo que era bien de partir una vez la guerra de Portogal, é en esto falló dos proes, la una que lo tirava de su estorvo é la otra que le fasia quebrantar el pleyto que avia puesto con el rey de Aragon é con el infante D. Juan, que se llamava rey de Leon, é con D. Alonso, que se llamava rey de Castilla, é con Don Juan Nuñez, que era contra el rey. E por esas rasones otorgó el pleyto, é luego ordenó de salir de Burgos..."


(Como puede observar, se llamaba Olivencia antes que Olivença o Olivenza)

Fuente: Memoria de D. Fernando IV de Castilla, Tomo I, capítulo III, página 47.

Este libro puede consultarse en la siguiente dirección:

http://books.google.es/books?id=VLIGAAA ... CQ#PPP7,M1

Amigo Diogo, una vez más le felicito por su forma de debatir, aportando información y guardando el respeto personal. Este hilo del foro ha dejado de ser un lugar de intercambio de insultos y ha ganado mucho en seriedad y calidad. Echo de menos los aportes del Dr. Carlos Eduardo Luna, sería una suerte que pudiera aparecer con más frecuencia. Se aprende mucho con él.

Reciba un cordial saludo.

P.S.- Por favor, cuando pueda haga ese resúmen de puntos para debatir y vayamos punto por punto. Obrigado.
 

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Jose M.

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« Responder #2098 em: Março 02, 2008, 08:36:52 pm »
Con respecto mi afirmación de que fué Portugal quien primero quebró el Tratado de Badajoz, aporto el siguiente documento de un historiador argentino del siglo XIX:


Citar
"Los siete pueblos de las Misiones al oriente del Uruguay, habían quedado en casi completo abandono desde la guerra guaranítica, y sus pobladores muy disgustados con el gobierno español que quiso entonces entregarlos al estranjero. Así es que los portugueses, con simples partidas sueltas, se apoderaron de todos ellos, desde Agosto hasta Noviembre de 1.801. á pesar de que ya se tenía noticia de la paz de Badajoz.

El Virey Pino ordenó al marqués de Sobremonte, sub-inspector de las tropas, y gobernador de Montevideo, que marchase sobre los invasores, y estos en efecto abandonaron el Cerro-Largo y la línea del Yaguaron, á la primer noticia de la aproximación del ejército; pero antes que tuviese lugar ningún encuentro, llegó a mediados de Diciembre la notificación oficial de la paz, y cesaron las hostilidades. Sobremonte reclamó los territorios ocupados, alegando que habían sido tomados por los portugueses después de firmada la paz; pero el General portugués resistió la devolución remitiéndose á la decisión de su gobierno. Renovada la reclamación por el Virey Pino, la restitución fué negada, sosteniendo el del Brasil que la guerra había anulado el tratado de límites de 1777 y que ni en el de Badajoz, ni en el de Amiens, en que se hizo la paz general en Marzo de 1.802, se hacía mención ninguna de las conquistas hechas en las posesiones de América. ¿Pero cómo podía ocuparse el tratado de una simple invasión de territorio, hecha en tiempo de guerra por partidas volantes, invasión cuyos efectos cesan por el mero hecho de la paz?


Historia Argentina (página 207) Luis León Domínguez, Buenos Aires 1.862.

http://books.google.es/books?id=TywOAAA ... CQ#PPR3,M1

Un afectuoso saludo.
 

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Diogo Ventura

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« Responder #2099 em: Março 03, 2008, 04:34:01 pm »
Caro José M

Parece que o que escreví no post sobre as Guerras Cristãs que envolve "Portogal" , (parece que antes de Portugal , já os castelhanos escreviam assim) Leão ,Castela  na Reconquista não serviu de muito.
Olivença pelo menos reconhece o caro José, que era uma terra de Oliveiras na posse dos muçulmanos,  que foi Reconquistada pelos Templários Portugueses em 1228.?
Em que estes construiram (com mão de obra de Portugal e autorização do Rei de Portugal)um Castelo , uma Igreja e Povoação.
Agora para Olivença depois de ser Fundadada pelos Templários em 1228, tem que ter Carta de Foral do Rei Leonês, como por exemplo aconteceu com Castelo Rodrigo
ver s f f  aqui
http://groups.msn.com/CasteloRodrigoGua ... aweb1.msnw

Portanto a reconquista que se dá aos muçulmanos  é de Terra , não há qualquer Castelo, espero que assim estejamos de acordo

Por esse facto o amigo José M  reconhece o Tratado de Alcanizes , como Fronteira de "Portogal" (antes de ser Portugal "escrevia" assim  em Castelhano Antigo l?

  :wink:

Cordialmente , Bem Haja