Bem, para terminar com a história da comparação entre Portugal e Brasil, Portugal não está melhor devido à crise e ao desinteresse politico nas forças armadas. Inicialmente não estava planeada a venda de F16, os Leopard eram para ficar em 55, as 5 fragatas era suposto receberem um MLU grande há quase 10 anos, estavam planeados 10 ou 12 NPOs e 8 LFCs cujos números foram reduzindo ao longo dos anos, como disse os helis cancelados por causa da crise, o LPD era para ser construído cá mas a crise e todas as tretas que envolveram os ENVC enterraram o projecto (juntamente com os patrulhas), o 3º submarino inicialmente tido como opção foi completamente posto de parte, por ai em diante... A questão aqui é que, Portugal mesmo estando na crise que está, sendo um país mais pequeno, e em que o investimento nas FA tem sido visto como desnecessário, tem equipamentos principais muito mais recentes e modernos do que o Brasil, país de riquezas como você disse, quase inesgotáveis, uma potência emergente que se quer afirmar economicamente e militarmente ao mundo. Enquanto do nosso lado a margem para evoluir as forças armadas praticamente tem sido nula, o Brasil nestes anos em que Portugal não teve nada, continuou na mesma, isto é, continua com as fragatas dos anos 70, o porta-aviões não operacional, etc. Sim é verdade que o SN-BR está a andar a passos largos, e penso que até agora não tem tido problemas, e sim tem razão quando diz que enquanto estiver a ser feito o investimento, é meio caminho andado, mas o mais difícil vem depois, muita coisa poderá dar para o torto no projecto, veja-se os S80 espanhóis, muito mais simples que um submarino nuclear, mas não ata nem desata. Esse preço de 1.5 bilhões (1.5 mil milhões em Portugal), é uma estimativa e não engloba os custos de desenvolvimento, e muita coisa poderá mudar o preço do SN-Br, podendo até duplicar o preço. É de facto de louvar a coragem em fabricar um submarino nuclear, e sim entende-se, atendendo às riquezas do Brasil, como o petróleo, que há necessidade de proteger, aí estamos de acordo e um submarino, tanto nuclear como convencional é sempre o maior dissuasor que uma marinha pode ter (veja-se o caso de Portugal, antes dos Tridente, qualquer país com uma marinha decente facilmente causaria problemas à MP, agora os subs são uma espécie de "seguro contra todos os riscos", e todos os países sabem que a possível presença de um meio daqueles que sozinho poderia dizimar uma marinha inteira, é suficiente para instaurar o medo). No entanto, e o submarino nuclear até se entende, apesar de haver outras lacunas na MB, o porta-aviões devia ser onde mais criticas seriam apontadas, pois é este mesmo navio que suga o orçamento da MB, sim é um navio imponente, e quando estiver operacional vai ser um navio poderoso, e é verdade que há a questão de manter a "expertise", mas diga-me sinceramente, se isso valeu a pena o dinheiro gasto no mesmo, os anos que teve parado. A questão é, o porta-aviões é de extrema importância para o Brasil sim, mas de pouco ou nada serve se por exemplo não tiver escoltas, ou se os aviões embarcados não forem capazes de repelir um ataque aéreo. Sim, para já os A-4 irão chegar bem, no entanto já se fala em Gripens navais, e tudo e mais alguma coisa. No fundo, o dinheiro gasto no São Paulo, poderia até ser utilizado para pedir à França para fabricar outro Charles de Gaulle, um navio muito mais moderno, que poderia ser utilizado por mais anos que o São Paulo... poderiam até ter algum desconto se escolhessem o Rafale para a FAB, que era o favorito de todos, e este já tem versão naval, a qual seria possível utilizar num porta-aviões tipo Charles de Gaulle. E agora diga-me, o Brasil perderia se fizesse isto? Sim, ficava um pouco mais caro, tanto os caças como o navio, mas iria durar muitos mais anos. Enquanto isso, estão na esperança de um caça naval que não existe ainda e que de certeza terá custos acrescidos devido ao desenvolvimento, um avião menos capaz, com menor alcance e "payload", e um navio que vai durar menos anos, tem dado problemas uns atrás dos outros, e ao longo dos anos, os custos operacionais irão aumentar. E as criticas feitas por nós deste lado do Atlântico, não são de todo descabidas, pois são criticas vindas de gente habituada a ter de escolher entre o que mais falta faz às forças armadas, um país que para avançar com um programa, tem de pôr de lado outro/s menos prioritários, portanto, todas as criticas são feitas com todo o respeito, mas com um ponto de vista mais realista, fechando os olhos a nacionalidades e tudo o resto, apenas analisando o que de facto poderia ser feito para, neste caso a marinha do Brasil, sair a ganhar, com uma marinha moderna e mais capaz.