Tecnologia Portuguesa

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comanche

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« Responder #285 em: Dezembro 11, 2008, 11:03:08 pm »
UC inaugura equipamento único para investigação em neurociências
 nó de Coimbra da Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral é inaugurado a 12 de Dezembro. Investimento ronda os 3,5 milhões de Euros e vai permitir tornar realidade no nosso País a investigação de ponta sobre o funcionamento do cérebro. Para assinalar a inauguração, quatro dos mais conceituados cientistas do mundo vão apresentar os últimos desenvolvimentos nesta área.





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Algumas das técnicas experimentais mais recentes e inovadoras na área das neurociências, nomeadamente estudos de imagiologia multimodal funcionais e estruturais, vão finalmente poder ser realizados em Portugal, com a instalação no edifício onde também está instalado o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) – uma unidade orgânica de investigação da Universidade de Coimbra, situada no Pólo das Ciências da Saúde – de um equipamento único no País, cujo investimento ascende a 3,5 Milhões de Euros.

Este equipamento, que irá permitir um conhecimento mais aprofundado sobre o funcionamento do cérebro e doenças neurodegenerativas como as doenças de Alzheimer ou Parkinson, constituirá o nó de Coimbra da Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral, um consórcio de universidades portuguesas – constituído pelas Universidades de Coimbra, Aveiro, Minho e Porto – que tem por objectivo principal viabilizar o acesso da comunidade científica portuguesa a equipamentos de ressonância magnética na área da imagiologia funcional cerebral e de electrofisiologia de alta densidade.

O nó Central de Coimbra, que lidera esta Rede, vai ser inaugurado por Fernando Seabra Santos, Reitor da Universidade de Coimbra, no próximo dia 12 de Dezembro, pelas 14H00, no Auditório I da Sub-unidade I de Ensino da Faculdade de Medicina, no Pólo das Ciências da Saúde. Estarão também presentes na ocasião representantes dos vários Nós Nacionais desta Rede científica nacional, e Miguel Castelo-Branco, docente da Universidade de Coimbra e coordenador da Rede.

Para assinalar o arranque deste projecto, realiza-se, a partir das 14H30, um simpósio onde intervirão alguns dos mais conceituados cientistas mundiais na área das neurociências.

O simpósio contará com intervenções de Alexandre Castro Caldas (“O cérebro ex-analfabeto”), Alain Berthoz (“Physiologie de la Perception et de l’Action”), Fernando Lopes da Silva (“Rhythms of the Brain: Physiological Sources and EEG/MEG/fMRI Patterns”), e Rainer Goebel (“The Future of Neuroimaging).

 

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comanche

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« Responder #286 em: Dezembro 11, 2008, 11:07:47 pm »
Nokia Mobile com tecnologia do FEELab da Universidade Fernando Pessoa


O Instituto Nokia de Tecnologia Mobile Solutions Group (INDT), situado em Manaus, no Brasil, da multinacional finlandesa, vai estabelecer parceria científico-tecnológica com o Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP), da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), da Universidade Fernando Pessoa (UFP), no Porto.


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A informação foi prestada por Flávia Almeida, do INDT, no final da reunião que manteve, durante o dia de ontem, com o Professor Doutor Freitas-Magalhães, Director do Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP).

Segundo Flávia Almeida, o Laboratório de Usabilidade (LU) do INDT. "único no mundo na área”, considera de “excelência” o trabalho científico-tecnológico desenvolvido no FEELab/UFP e enquadra-se nos projectos actuais e futuros da Nokia, os quais passam por tornar “mais emocional a relação que os utilizadores têm com os seus suportes móveis de comunicações”.

“A nós interessam-nos as pessoas e a sua vida emocional. Interessa-nos fabricar produtos que façam emocionalmente felizes as pessoas”, disse Flávia Almeida, para quem a escolha do Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP) pela Nokia, em detrimento de outros centros de investigação mundiais, resulta da análise “minuciosa e criteriosa, pensada ao longo de mais de um ano”, aos níveis científicos e tecnológicos, pela “referência mundial” na área e pelo “uso da mesma língua, que nos aproxima”.

Para Flávia Almeida, a parceria com o FEELab/UFP tem em vista a difusão e comercialização dos novos produtos da Nokia em todo o mundo, e em particular em toda a América Latina, com um orçamento inicial que ultrapassa os 4 milhões de dólares.

Ficou acordada, também, a visita do Professor Doutor Freitas-Magalhães ao Instituto em Maio do próximo ano.

O Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab/UFP), que foi distinguido recentemente pelo Governo Britânico no âmbito do Global Partnership Programme (GPP), foi fundado em 2003 e é único do género em Portugal.
 

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comanche

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« Responder #287 em: Dezembro 11, 2008, 11:10:25 pm »
Professor do ISEL no topo do ensino da engenharia a nível mundial
Na segunda cimeira mundial sobre o ensino de engenharia que decorreu na Cidade do Cabo, Africa do Sul, a Federação Internacional das Sociedades de Ensino de Engenharia (IFEES), organismo que congrega todas as instituições de ensino de engenharia a nível mundial, elegeu os seus novos corpos sociais. Esta edição contou com a participação das várias sociedades de ensino de engenharia e teve igualmente a presença do Prof. Konrad Osterwalder, Reitor da Universidade das Nações Unidas e Sub-secretátio da ONU.



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A nova equipa da direcção eleita inclui, como Vice-presidente, o Professor José Carlos Quadrado, Presidente do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. O Professor José Carlos Quadrado acumula agora esta função com o cargo, que já integrava, de membro do Conselho de Administração da Sociedade Europeia do Ensino de Engenharia (SEFI) que congrega as maiores escolas de engenharia Portuguesas.

Esta eleição, prestigiante para o ensino da engenharia Portuguesa, é o reconhecimento do vigor do Ensino da Engenharia Nacional, bem como dos níveis de internacionalização alcançados por Portugal neste domínio.

Com esta eleição, a direcção da Federação Internacional, é presidida pela Prof. Lueny Morell detentora do Prémio Bernard M. Gordon (o equivalente ao prémio nobel da engenharia), e inclui para além do Professor José Carlos Quadrado, a presença de uma americana, Prof. Maria Larrondo-Petrie, um Nigeriano, Prof. Funso Falade, e um chinês Prof. Yu Shouwen.

Entre as iniciativas desta federação são de destacar as cimeiras mundiais que todos os anos juntam os lideres planetários do ensino de engenharia, encontrando-se já a próxima agendada para São Petersburgo, na Russia entre 19 e 23 de Maio de 2009, e das quais emanam muitas das directrizes mundiais no sector do ensino da engenharia a nivel planetário.

Para alem das cimeiras a IFEES já possibilitou recentemente a constituição do Conselho Global de Presidentes das Faculdades de Engenharia (GEDC Global Engineering Deans Council) bem como iniciativas de desenvolvimento do ensino de engenharia transcontinentais como por exemplo o IUCEE (Indo-US Collaborative for Engineering Education).

Para financiar estes projectos, a IFEES conta com un orçamento global de vários milhões de euros disponibilizados pelas grandes empresas de engenharia que actuam a nível mundial.
 

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nelson38899

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« Responder #288 em: Dezembro 12, 2008, 09:28:58 am »
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Vencedores da IV edição do
Concurso Nacional de Inovação BES

Dia 27 de Novembro, o BES Arte & Finança foi o palco para a divulgação dos projectos vencedores da quarta edição do Concurso Nacional de Inovação BES. Na cerimónia pública, que contou com a presença do Presidente da Multiwave, Prof. Dr. José Salcedo, foram distinguidos 5 projectos nos cinco sectores a concurso, bem como o vencedor absoluto.

http://www.bes.pt/sitebes/cms.aspx?plg= ... 4C28E8AB46


os projectos
http://www.bes.pt/sitebes/cms.aspx?plg= ... b150085809
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Chicken_Bone

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« Responder #289 em: Dezembro 13, 2008, 12:36:35 pm »
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interio ... id=1058561

Notícia sobre o crescimento do orçamento para I&D
"Ask DNA"
 

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comanche

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« Responder #290 em: Dezembro 13, 2008, 06:32:28 pm »
Microelectrónica: Investigadores portugueses descobrem forma de usar o papel como memória


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Lisboa, 12 Dez (Lusa) - Uma equipa de investigadores portugueses descobriu uma forma de usar o papel como memória, depois de o ter utilizado já como suporte físico para transístores e como isolante eléctrico.

"Não será para amanhã, mas num futuro não muito distante será possível abrir uma carta e ver e ouvir em papel a pessoa que a envia", disse hoje à Agência Lusa o professor Rodrigo Martins, da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa.

A descoberta desta equipa de investigadores do I3N/CENIMAT (Centro de Investigação em Materiais), coordenada por Rodrigo Martins e Elvira Fortunato, vem descrita num estudo publicado na revista norte-americana "Applied Physics Letters".

Os mesmos responsáveis estão agora a tentar optimizar a memória em papel como dispositivo capaz de ler, escrever e ser selectivo, tendo já recebido uma oferta de compra da patente pela Sansung, com a qual estão a negociar.

Trata-se de uma tecnologia descartável, de duração até dois anos e de baixo custo, já que o papel é muito abundante, além de ter as vantagens de ser reciclável e biodegradável.

"O papel é constituído por fibras embebidas numa resina que têm uma espessura de cerca de três micrómetros" (milionésimos do metro), explicou Rodrigo Martins, presidente do Departamento de Ciências dos Materiais da FCT.

Para construir o dispositivo, acrescentou, começa por se depositar sobre o papel um óxido semicondutor com espessura na casa dos 40 nanómetros (milionésimos do milímetro), ou seja, 100 vezes menos espesso que as fibras, com o qual se cria um filme contínuo sobre as fibras.

As fibras ficam assim interligadas em paralelo e em planos compactos dispostos por camadas, "o que faz com que numa pequena dimensão seja possível ter uma enorme capacidade de armazenar cargas iónicas", precisou.

Comparando com o que se passa com um telemóvel, onde existe um condensador muito pequeno que armazena cargas, no papel há milhares de fibras, sendo isso que lhe confere a sua gigantesca capacidade, adiantou.

Para pôr o dispositivo a funcionar é preciso alimentá-lo com uma corrente eléctrica, que irá entrar por um eléctrodo, a que se chama "porta", colocado numa das faces do papel, e sair por dois contactos (a "fonte" e o "dreno").

O que se passa, continuou o investigador, "é que ao aplicar tensão na porta, esta vai induzir cargas eléctricas que se vão acumulando ao longo das fibras, que funcionam como o dieléctrico, ou seja, como o isolante de um condensador".

E é porque o percurso a percorrer pela corrente ao longo das fibras é muito grande que é também enorme a sua capacidade de armazenamento.

Finalmente, associando este dispositivo ao transístor de papel criado pela mesma equipa, será possível transmitir e guardar a informação neste suporte.

"Na folha de papel eu posso fazer com que nas suas diferentes camadas apareça um jornal completo com 40 a 50 páginas ou qualquer outra informação codificada em digital, com texto, imagem e som", sublinhou.

Os investigadores estão agora a estudar uma forma de tornar o dispositivo wireless (sem fios) e auto-sustentável, já que é necessário ligá-lo a uma corrente eléctrica.

Uma das suas aplicações industriais mais simples será em etiquetas que poderão concentrar toda a informação existente sobre um produto, desde o seu conteúdo em detalhe até à data em que foi produzido e onde, quando chegou à loja ou qual o seu tempo de exposição.

Quanto à data em que será possível prever a sua introdução no mercado, Rodrigo Martins referiu um prazo médio nunca inferior a três anos.

Na sua perspectiva, os efeitos deste "conceito disruptivo" poderão ser comparáveis aos da chegada do homem à Lua, um acontecimento que agregou quase toda a indústria norte-americana, ou, à escala portuguesa, da Escola Náutica de Sagres.

"No séc. XVI agregámos tudo aquilo a que hoje chamaríamos os industriais, desde madeireiros a construtores, marceneiros e carpinteiros para construir a nossa nau, um navio leve, capaz de cruzar os mares no tempo das Descobertas", afirmou.

Neste caso, augurou, a criação de um sistema integrado e auto-sustentável em papel poderá servir de pólo de atracção para a indústria do papel, da electrónica, das telecomunicações e da informação e, até, das bioengenharias.

CM.

Lusa/fim

 

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comanche

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« Responder #291 em: Dezembro 13, 2008, 06:41:41 pm »
Citação de: "Chicken_Bone"

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interio ... id=1058561

Notícia sobre o crescimento do orçamento para I&D

Excelente notícia, este é um dos caminhos a seguir por Portugal.

Completando a notícia anterior,

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Portugal foi o país europeu que registou maior crescimento da despesa em I&D na Europa, entre 2005 e 2007. Esta evolução permitiu que a I&D passasse a representar 1,2 por cento do PIB, o equivalente a 1,9 mil milhões de euros, face aos 1,2 mil milhões apurados para 2005.

Os dados, ainda provisórios, foram apurados através do Inquérito ao Potencial Cientifico e Tecnológico Nacional, da responsabilidade do Gabinete de Planeamento e Estatística do Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior e revelam um aproximar da despesa em I&D portuguesa da registada em países como a Espanha ou a Irlanda, respectivamente com 1,2 e 1,3 por cento do PIB aplicado à I&D.

Os números mostram que para o crescimento contribui sobretudo o aumento do investimento do sector privado, responsável por 988 milhões de euros aplicados à I&D no ano passado. Não foram só as empresas existentes que investiram mais em I&D, como foi também o número de empresas que o fazem a aumentar, conclui o inquérito.

O número de empresas com actividades de I&D passou de 930 em 2005 para mais de 1500 em 2007. Já o número de investigadores passou de 4 mil para 8,6 mil no mesmo período. Os sectores com mais actividade nesta área são os dos serviços financeiros e seguros, serviços de informática e comunicações, assim como a indústria automóvel e a energia, que multiplicaram por seis a despesa em I&D no período em análise.

O segundo sector com maior despesa em I&D é o das universidades, com um valor de 573 milhões de euros em 2007. Também aqui o número de investigadores aumentou de 10.956 para 13.096.
 

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comanche

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« Responder #292 em: Dezembro 13, 2008, 07:01:53 pm »
Ciência: Tiago Outeiro recebe 250 mil euros para investigação de Parkinson e Alzheimer


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O investigador português Tiago Outeiro vai receber 250 mil euros da Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO) para continuar o trabalho que tem vindo a desenvolver na investigação nas doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, no sentido de desenvolver novas formas de terapêutica.
O comunicado da EMBO divulgado ontem, refere que Tiago Outeiro, de 32 anos, foi o seleccionado entre 32 candidatos, sendo que apenas sete obtiveram financiamentos para os seus projectos.
Segundo a nota distribuída pela EMBO, “o objectivo das EMBO Installation Grants é apoiar jovens cientistas com currículo excepcional a constituírem a sua própria equipa de investigação e se estabelecerem como líderes de grupo independentes em determinados países europeus”. Tiago Outeiro vai ainda ficar ligado a uma rede de jovens cientistas denominada EMBO - Young Investigator Programem.
O investigador português tinha apenas 28 anos de idade quando publicou o seu primeiro artigo na Science. Desde então, tem somado distinções que são o reflexo de uma actividade reconhecida internacionalmente.
Tiago Fleming Outeiro licenciou-se em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e foi estudante de Erasmus na Universidade de Leeds, no Reino Unido. Fez depois a tese de Doutoramento no Whitehead Institute for Biomedical Research, do MIT, nos Estados Unidos, onde desenvolveu o primeiro modelo em levedura para a doença de Parkinson.
Trabalhou como investigador e consultor na empresa de biotecnologia que ajudou a criar, FoldRx Pharmaceuticals, nos EUA. Fez o pós-doutoramento no Departamento de Neurologia do Hospital Geral de Massachusetts, Harvard Medical School onde se centrou no estudo de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.
Foi um dos fundadores da BioEPI Clinical and Translational Research Center, empresa de biotecnologia em Portugal. É convidado para dar palestras nos EUA e em Portugal e organizador de vários congressos e cursos internacionais, tanto em Portugal como no estrangeiro. Foi presidente da Portuguese American PostGraduate Society (PAPS) em 2005-2006, e chairman em 2006-2007. Presentemente é vice-presidente do Fórum Internacional de Investigadores Portugueses (FIIP).
É o director da Unidade de Neurociência Celular e Molecular no Instituto de Medicina Molecular (IMM) onde o seu grupo se dedica ao estudo da base molecular por detrás de doenças neurodegenerativas, com o objectivo de desenvolver novas terapêuticas. O seu trabalho tem sido financiado por agências nacionais e americanas, como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Michael J. Fox. Mantém ainda uma posição como investigador visitante no Hospital Geral de Massachusetts, Harvard Medical School, EUA.
É ainda professor de Fisiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e subdirector do jornal on-line «Ciência Hoje».


http://www.mundoportugues.org/content/1 ... alzheimer/
 

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comanche

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« Responder #293 em: Dezembro 13, 2008, 07:05:02 pm »
Doenças: Investigadores do IPO/Porto premiados por trabalho na área do cancro da mama



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Porto, 11 Dez (Lusa) - Uma equipa de investigadores do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, liderada por Maria do Rosário Couto, venceu um prémio da Sociedade Portuguesa de Oncologia pelos resultados obtidos na investigação do cancro da mama.

O prémio, no valor de 15 mil euros, destina-se a distinguir o trabalho realizado por esta equipa com um sub-grupo de doentes com cancro na mama que apresentam a molécula HER2 aumentada à superfície das células tumorais.

"O que fizemos foi monitorizar a quantidade dessa proteína que é libertada no sangue", revelou à Lusa Maria do Rosário Couto.

Segundo a investigadora, os resultados obtidos indicam que "a doença piora nos doentes em que esse valor é mais elevado, enquanto o prognóstico é mais favorável nos doentes em que o valor é mais baixo".

Maria do Rosário Couto salientou que a investigação realizada no IPO/Porto ainda não tem aplicação na prática clínica, mas frisou que o objectivo é criar condições para que esta proteína (HER2) seja validada como marcador para este subgrupo de doentes com cancro na mama.

Nesse sentido, poderá permitir uma melhor avaliação do desenvolvimento daquele tipo de cancro, assim como uma maior individualização e um uso mais racional da terapêutica para esta doença.

Esta investigação adquire especial importância em Portugal, onde o cancro da mama é actualmente a primeira causa de morte por cancro na mulher.

FR.

Lusa/fim

 

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comanche

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« Responder #294 em: Dezembro 18, 2008, 09:21:16 pm »
Cientistas portugueses descobrem novo método de diagnóstico e tratamento de lesões pulmonares

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A Biblioteca Joanina na Universidade de Coimbra vai ser, nesta sexta-feira, o palco da atribuição do Prémio Robalo Cordeiro – Associação de Estudos Respiratórios/GlaxoSmithKline. Este prémio internacional no valor de 25 000 Euros é bianual e dirige-se a investigadores dos países da União Europeia e de Língua Oficial Portuguesa. A equipa vencedora é portuguesa.



O prémio é atribuído a um trabalho que consiste num novo método desenvolvido para visualizar especificamente a rede de  profundos através de nanoradioliposomas administrados por via respiratória. No respeitante às doenças pulmonares, particularmente tumorais, este método possibilita a abordagem aos níveis de diagnóstico e tratamento. Neste último caso, pode transportar os medicamentos de forma a estes actuarem no local das lesões, aumentado a eficácia e diminuindo os efeitos secundários.

O júri do Prémio englobou a direcção da AER, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Patricia Haslam e Ulrich Costabel. O trabalho designa-se “Nanoradioliposomas modulados molecularmente para estudar a drenagem linfática profunda pulmonar” e a equipa vencedora, dirigida pela Prof. Filomena Botelho, é constituída por Alcides Marques, Célia Gomes, Ferreira da Silva, Vasco Bairos, Santos Rosa, Antero Abrunhosa e Pedroso Lima.

O patrono deste prémio, António José Robalo Cordeiro, professor jubilado da Faculdade de Medicina de Coimbra, é um dos grandes vultos da Medicina Portuguesa, particularmente na área do aparelho respiratório, na qual se notabilizou como clínico, pedagogo e investigador. Assim se homenageia tão eminente figura da Pneumologia nacional e internacional.
 

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André

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« Responder #295 em: Dezembro 21, 2008, 04:43:40 pm »
Investigadores portugueses criaram medicamento que gera novos vasos sanguíneos

Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveram um sistema de transporte de vírus geneticamente transformados capazes de induzir o organismo a gerar novos vasos sanguíneos em poucas semanas, para tratar doenças vasculares.

Com o conceito já patenteado em Portugal e o registo internacional em curso , os investigadores acreditam ter desenvolvido uma via para contornar certos problemas relacionados com a obstrução de vasos sanguíneos, causadora de elevada mortalidade ou diminuição da qualidade de vida e, por vezes, da amputação de membros por falta de irrigação.

Em caso de isquémia, ou seja, de obstrução de uma artéria principal, as vias terapêuticas mais correntes para a sua minimização são a cirurgia ou o tratamento com a introdução de um cateter, que acaba por libertar placas que podem causar tromboses.

Em vez de procurar uma solução que desobstruísse os vasos sanguíneos, os investigadores de Coimbra apostaram numa via alternativa, de angiogênese, que induz o organismo a gerar novos vasos sanguíneos.

Partindo de uma investigação em nanotecnologia para concepção de novos medicamentos, a que se dedica há uma década um grupo na Faculdade de Farmácia e no Centro de Neurociências de Coimbra, foi desenvolvido um transportador capaz de circular pelo sangue e levar a molécula à zona do organismo a tratar.

Criaram micro-esferas com o fármaco adequado no seu interior e características que lhes permitem circular no organismo e iludir os sistemas de defesa. Um escudo de água a envolvê-las torna-as 'invisíveis' aos sistemas de defesa do organismo.

Em função da doença, as células em stress expressam certos marcadores à superfície. Foram então estudá-los e, com recurso à engenharia, desenvolveram um mecanismo analogicamente comparável a um GPS, que fizesse ancorar essas cápsulas especificamente nas células doentes e ao entranharem-se nelas aumentassem o potencial terapêutico e minimizassem os efeitos secundários, tóxicos, do tratamento nos tecidos sãos.

Utilizando essas cápsulas dotadas de GPS os investigadores pensaram em resolver o problema fazendo a 'entrega' de genes em células das zonas doentes, que codificassem para a formação de novos vasos sanguíneos.

«Como se renascesse outra vez, a necessidade de formar novos vasos. Fomos identificar no genoma quais os genes que codificam para a formação de novos vasos», explicou à agência Lusa Sérgio Simões, coordenador da investigação.

Só que o gene - salientou - «é muito grande». Se funcionava com os fármacos, o êxito era, contudo, reduzido porque eram poucos os genes que era possível transportar no interior dessas micro-cápsulas.

Existe algo na natureza que transporta genes, os vírus, e dessa reflexão os investigadores procuraram extrair a solução para o problema.

O que o vírus leva é o seu próprio genoma. Ao chegar à célula entra nela e parasita-a, pondo-a a reproduzir outros vírus que se disseminam pelas células vizinhas.

A via foi então modificar geneticamente o vírus, criando vírus recombinantes, com genes, e introduzi-los no sistema, que os direcciona e os liga especificamente a determinadas células.

«Foi juntar o melhor de dois mundos. Um sistema que está muito bem concebido para viajar, que não é tóxico, tem elevada especificidade e afinidade para as células doentes, e um sistema, que é um vírus, que entrega o material genético com elevada eficácia», referiu Sérgio Simões, igualmente professor na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

No entendimento do investigador, trata-se de um «sistema possível e versátil», que tanto transporta vírus, de vários tipos, como retrovírus, que podem ser dirigidos para as células em função da sua especificidade.

«Ajusta-se em função da doença. Estuda-se o tipo de doença para desenhar o ‘veículo’. O que distingue é o que se mete dentro do transportador, fármacos ou vírus. Pode meter-se um gene suicida que leva à morte das células tumorais», refere como exemplo.

No caso do tratamento das doenças vasculares, dias após a administração já são visíveis as primeiras ramificações de vasos sanguíneos e semanas depois já estão maturados.

Sérgio Simões diz que a administração deverá ser acompanhada por uma terapêutica adjuvante para reduzir situações inflamatórias e para ajudar os vasos a maturar mais rapidamente, e assim diminuir os edemas.

O conceito desta terapia genética já foi comprovado laboratorialmente em roedores. No entanto, os testes com ratos vão aprofundar-se e talvez daqui a 18 meses seja possível começar a fazer ensaios em humanos.

Este novo método terapêutico, embora desenvolvido para as doenças vasculares, poderá ter aplicação no tratamento de cancro e em doenças neurodegenerativas.

No desenvolvimento dos vasos sanguíneos escolhem-se 'vírus transitórios', para evitar que estejam continuamente a renascer. Numa doença neurológica, como as de Alzheimer ou de Parkinson, seria utilizado «um vírus que expressasse durante muito tempo», porque a pessoa vai ter essa patologia toda a vida. E, em caso de necessidade, a administração de genes poderia ser repetida.

«O vírus é muito eficiente a infectar. E infectar aqui traduz-se em entregar o material genético que interessa. Juntar a eficácia de um vírus a entregar material genético, ao mesmo tempo protegendo-o dos efeitos adversos e entregando-o no sítio certo, abre-se a esperança para o tratamento de múltiplas doenças», conclui Sérgio Simões.

Este projecto ocupa os investigadores há quatro anos. Na sua fase de concepção contou com a experiência clínica em doenças vasculares de Lino Gonçalves, docente da Faculdade de Medicina de Coimbra. A equipa que o desenvolveu, além de Sérgio Simões, integrou Ana Filipe, Conceição Pedroso de Lima e o italiano Mauro Giacca, ligado a um centro de investigação em Trieste.

Lusa

 

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comanche

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« Responder #296 em: Dezembro 27, 2008, 10:09:50 pm »
UNESCO quer centro de investigação algarvio a funcionar já em Fevereiro


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Os peritos da UNESCO que prepararam o relatório de viabilidade da criação do Centro Internacional de Ecohidrologia Costeira na Universidade do Algarve querem que o novo centro de investigação esteja a funcionar já em Fevereiro.

Segundo Luís Chícharo, professor da academia algarvia responsável pela candidatura apresentada pelo Governo à organização internacional, o prazo dado pelos peritos está relacionado com a vontade de levar a proposta lusa à votação do plenário do Conselho Executivo da UNESCO em Abril do próximo ano.

«Temos um mês para ultimar uma série de coisas e uma delas é a definição de instalações autónomas e perfeitamente reconhecidas», revelou ao «barlavento».

Já há duas semanas, depois de ter visitado a Universidade do Algarve, o grupo de peritos internacionais reuniu-se com representantes dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros, para avaliar o investimento que o Governo pretende fazer no projecto.

«Em termos técnicos, não houve [da parte dos peritos] qualquer sugestão de alteração da proposta, o que é muito bom, falta agora o acordo financeiro entre os ministérios e o estabelecimento das instalações», disse ainda Luís Chícharo, em jeito de balanço.

De acordo com as declarações do responsável, a academia algarvia pretende aproveitar os laboratórios do Centro de Investigação de Ambientes Costeiros e Marinhos (Ciacomar) em Olhão, para aí estabelecer a componente de investigação do centro. «Há essa sugestão e permitir-nos-ia uma instalação rápida», refere.

A dúvida, para já, está na localização dos serviços administrativos do novo centro. A Câmara de Faro já ofereceu espaços para a instalação destes escritórios, mas há também alternativas oferecidas pela autarquia de Olhão.

A avaliação está a ser feita pela universidade, que terá que ter também em conta o que definir o Governo sobre esta matéria, nomeadamente a eventual construção de um edifício novo.

A indefinição prende-se com a necessidade de autonomia própria do centro que a UNESCO impõe. Embora seja a Universidade do Algarve a lançar o projecto e integre alguns dos mais prestigiados investigadores da academia, o centro deverá ser uma estrutura à parte.

Foi já, por isso, criada uma associação de direito privado para gerir a nova estrutura, integrando as autarquias de Faro, Olhão e Vila Real de Santo António e a empresa Águas do Algarve, além da universidade.

Segundo Luís Chícharo, o centro irá não só desenvolver investigação sobre a gestão de recursos hídricos costeiros, como também promover formação avançada para especialistas na matéria.

Está, inclusive, a ser estabelecida uma rede de colaboração com mais de três dezenas de instituições de todo o mundo, com o intuito de prestar formação e desenvolver projectos de investigação comuns.

A ser aprovado, o centro algarvio será o segundo do género na Europa e um dos 17 que a UNESCO reconhece em todo o mundo.

Será principalmente virado para a problemática da gestão dos recursos hídricos no Mediterrâneo e em África, facto especialmente importante para a UNESCO, devido à ligação aos países de expressão portuguesa.
 

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comanche

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« Responder #297 em: Dezembro 30, 2008, 09:08:47 pm »
Ciência/2008: O ano em que o papel serviu de transístor e ganhou memória

Lisboa, 30 Dez (Lusa) - Descobertas no campo da micro-electrónica, desde o desenvolvimento de circuitos integrados transparentes à utilização do papel como suporte de transístores e de memória, destacam-se entre os avanços científicos do ano em Portugal.


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Cientistas do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa conseguiram pela primeira vez tornar o papel parte integrante de um transístor usando-o como isolante, em vez do tradicional silício.

Da equipa faz parte Elvira Fortunato, cujo projecto "Invisible" - de produção de transístores e circuitos integrados transparentes com recurso a óxidos semi-condutores - lhe mereceu uma bolsa de 2,5 milhões de euros, a maior concedida até agora a um cientista português.

O prémio, atribuído em Julho pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC), será aplicado na aquisição de um microscópio electrónico para observações à nano-escala e fabrico de nanotransístores, e ainda em despesas de pessoal, segundo a investigadora.

Entre as explorações possíveis desta tecnologia de baixo custo contam-se aplicações no campo da electrónica descartável, nomeadamente ecrãs, etiquetas e pacotes inteligentes, chips de identificação ou aplicações médicas na área dos bio-sensores, especialmente para diagnósticos.

A mesma equipa fez também notícia por ter desenvolvido, em colaboração com a Samsung, uma nova geração de ecrãs planos transparentes baseada na descoberta de um novo material semicondutor para os transístores constituído por óxidos, como o óxido de zinco, que oferece novas vantagens.

Já perto do final do ano, os mesmos cientistas anunciaram o desenvolvimento de um dispositivo de memória numa folha de papel que, accionada por uma corrente eléctrica, pode acumular grande quantidade de informação.

Uma das suas aplicações mais óbvias será na produção de etiquetas de identificação que poderão incluir, por exemplo, toda a informação disponível sobre um determinado produto: quando foi produzido, onde, por quem, o seu conteúdo pormenorizado, quando chegou à loja e qual o seu tempo de exposição.

O próximo passo, segundo os responsáveis pela investigação, será associar esta descoberta à do transístor e criar um dispositivo auto-sustentável e sem fios que permita não só guardar como transmitir informação.

"No futuro", disse Rodrigo Martins à Lusa, "será possível abrir uma carta e ver e ouvir nela o remetente".

Noutro desenvolvimento, investigadores da FCT da Universidade Nova Lisboa e do Instituto Superior Técnico descobriram um novo material, a que chamaram gel iónico, que permitirá desenvolver pilhas e células de combustível mais baratas e mais amigas do ambiente.

"Nas pilhas, por exemplo, o gel iónico poderá funcionar como electrólito e como eléctrodo, e, dada a sua versatilidade, será possível construí-las em qualquer superfície, até também numa folha de papel, bastando para isso imprimir o electrólito e os dois eléctrodos", segundo disse à Lusa um dos autores do trabalho, Pedro Vidinha.

Noutros avanços científicos protagonizados por investigadores portugueses, Catarina Homem, que está a doutorar-se nos Estados Unidos, descobriu que um gene, chamado Diáfano (ou Dia) tem uma importante função reguladora na formação dos tecidos e poderá desempenhar um papel no cancro.

No campo das doenças tropicais, duas equipas de investigadores portugueses, juntamente com colegas de outros países, conseguiram isolar o agente infeccioso da úlcera de Buruli, uma doença muito grave emergente em países da África Central e Ocidental.

As duas equipas foram coordenadas por Jorge Pedrosa, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, e Manuel Teixeira da Silva, do Grupo de Imunologia de Peixes e Vacinas do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto.

Na área do combate à tuberculose, outros investigadores do IBMC e colegas da Universidade de Coimbra caracterizaram a estrutura tridimensional de uma enzima considerada essencial para a sobrevivência do bacilo causador da doença, abrindo assim caminho ao desenvolvimento de novos antibióticos mais eficazes e seguros contra esta patologia.

Segundo a coordenadora da equipa, Sandra Ribeiro, a caracterização detalhada da molécula permite torná-la "um alvo plausível para uma futura intervenção terapêutica".

Noutros destaques, Cecília Arraiano, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa, tornou-se membro vitalício da Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO), que premiou Mónica Dias e Tiago Outeiro com fundos de 50 mil euros anuais durante três a cinco anos para prosseguirem as suas investigações, respectivamente para desvendar os segredos do centrossoma, uma estrutura que regula a multiplicação das células e está frequentemente alterada no cancro, e para aprofundar o estudo das basea moleculares e celulares das doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.

CM.


 

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André

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« Responder #298 em: Janeiro 02, 2009, 03:49:20 pm »
Investigadora portuguesa publica estudo na Science que visa melhorar os investimentos em conservação da natureza

Uma investigadora portuguesa publica na edição de hoje da revista Science um estudo que propõe uma melhor avaliação dos resultados dos investimentos em conservação da natureza, mais próxima da que é feita nas empresas.

"Presentemente, a maioria das organizações governamentais e não governamentais reporta apenas o acréscimo que houve em termos de áreas protegidas num determinado período de tempo", disse Sílvia Carvalho à Lusa a propósito deste trabalho, realizado na Austrália no seio de uma equipa internacional.

No entanto, "essa abordagem pode ser enganadora no sentido em que reporta apenas os benefícios, ou seja, o valor natural preservado, e não as perdas, isto é o valor natural perdido, mesmo que preservado, dentro e fora das áreas protegidas".

O estudo propõe "a utilização de duas medidas adicionais que irão ajudar a evidenciar os reais benefícios e perdas dos investimentos em conservação da natureza" - explica esta estudante de doutoramento inscrita na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Concretamente, os autores propõem avaliações tanto de ganhos como de perdas de um valor natural, como por exemplo um determinado tipo de vegetação com valor de conservação relativamente a um referencial histórico.

"Vamos imaginar que preservamos 10 hectares desse habitat num determinado momento e que 100 anos depois queremos avaliar que parte dessa área continua preservada e que parte foi destruída ou transformada noutra coisa", referiu a investigadora.

Enquanto uma das medidas propostas determina que parte do investimento não originou retorno, a outra permite fazer uma avaliação da taxa de alteração do valor natural entre dois períodos de tempo, comparando a taxa de benefícios face à taxa de perdas.

Relativamente a Portugal, onde na última década muito se investiu para consolidar a Rede Natura 2000, que integra vastas áreas do território e se ampliou a Rede Nacional de Áreas Protegidas, estas propostas poderiam ajudar a avaliar o retorno desses investimento em termos de valores naturais e biológicos.

"Que taxa de destruição de habitats havia antes da designação dos espaços como áreas de conservação? Essa taxa diminuiu? Aumentou? Em que estado se encontram as populações das espécies que lá ocorrem? Os números aumentaram? Diminuíram? Valeu a pena investir? Estamos a monitorizar de alguma forma o resultado do investimento?", interroga Sílvia Carvalho.

Ou, questiona ainda, "apesar da designação de áreas com interesse de conservação, empreendimentos turísticos estão a ser construídos, florestas naturais estão a ser convertidas em eucaliptais e os efectivos das espécies diminuíram ou até mesmo desapareceram?"

Na sua óptica pessoal, "as políticas de conservação não se têm confrontado com estas questões e tanto a União Europeia, que financia, como o cidadão comum, que contribui com os seus impostos, e a comunidade interessada na conservação da natureza têm interesse em saber se o investimento obteve retorno ou não".

O estudo agora publicado na Science - intitulado "True" Conservation Progress ("Verdadeiro" Progresso em Conservação) - resultou de um wokshop em que Sílvia Carvalho participou em Queensland, na Austrália, onde se deslocou por dois períodos, o primeiro de seis meses em 2007 e o segundo de quatro meses em 2008.

O doutoramento que a investigadora está a fazer tem por tema "Diversidade e Conservação dos Anfíbios e Répteis na Bacia Mediterrânica" e visa identificar áreas prioritárias para a conservação destas espécies recorrendo a metodologias inovadoras.

Sílvia Carvalho pertence à CIBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos), uma unidade de investigação no domínio do ambiente, ecologia e evolução com sede no Campus Agrário de Vairão da Universidade do Porto.

Este centro de investigação, único na sua área em Portugal, obteve a classificação de "excelente" numa recente avaliação das unidades de investigação e desenvolvimento do país feita por um painel internacional de peritos para a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Lusa

 

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Chicken_Bone

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« Responder #299 em: Janeiro 07, 2009, 06:19:40 pm »
http://diario.iol.pt/ambiente/energia-c ... -4070.html

Projecto de aproveitamento do calor da terra vai avançar
Investigadores acreditam que dentro de três a cinco anos a energia geotérmica será uma realidade

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A Universidade de Coimbra e a empresa Geovita iniciam na próxima semana os trabalhos destinados à exploração de energia geotérmica, a partir do calor da terra, numa zona de fronteira dos distritos de Coimbra e Viseu, noticia a Lusa.

O contrato para a exploração dessa nova fonte de energia vai ser assinado quinta-feira entre a Geovita e o Ministério da Economia e Inovação, revelou à agência Lusa uma fonte da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

O contrato vai permitir que os trabalhos no terreno, numa área de 500 quilómetros quadrados incluída nos concelhos de Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão e Mangualde «avance de imediato», prevendo um investimento mínimo de 1,1 milhões de euros nos próximos cinco anos.

Entretanto, a Direcção Geral de Energia e Geologia abriu concurso para atribuição de uma potência de 12 MW para esta fonte de energia, por entender que «pode vir a constituir uma componente alternativa com algum significado no sistema energético nacional».

Este projecto surgiu na sequência de um estudo científico realizado por uma equipa do Departamento de Ciências da Terra da FCTUC, onde se concluiu que esta nova forma de energia pode satisfazer as necessidades do país em energia eléctrica durante milhares de anos, com custos altamente competitivos relativamente aos combustíveis fósseis e a outras formas de energia renovável.

Segundo a mesma fonte da FCTUC, se tudo correr como o previsto, dentro de três a cinco anos, será uma realidade a produção de energia eléctrica através do calor da terra.

Luís Neves, que coordenou a investigação, sustenta que as características deste tipo de energia «são únicas, conferindo-lhe vantagens competitivas, quer em relação aos tradicionais combustíveis fósseis, quer em relação a outras formas de energia renovável».

Segundo o investigador, a produção de energia eléctrica a partir de combustíveis fósseis é limitada pela sua progressiva escassez, e cada vez mais desaconselhada pelos impactes ambientais, em especial pelo contributo para o aquecimento global do planeta. A energia nuclear apresenta problemas de segurança e de armazenamento dos resíduos radioactivos produzidos, enquanto as energias renováveis em exploração têm como principal limitação a forte dependência de factores meteorológicos.

A energia de origem geotérmica ¿ acentua ¿ «é um recurso virtualmente inesgotável, sem impactes ambientais e permite assegurar uma disponibilidade permanente de produção».
"Ask DNA"