Os 28 F16A/B MLU da FAP

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Charlie Jaguar

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Re: Os 28 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3885 em: Hoje às 02:49:15 pm »
Ah ok ok, algum oficial na BA5 equivocou-se então :P

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4.1.1. Manutenibilidade

4.1.1.1. Estrutural

O primeiro aspeto a considerar deverá ser o potencial estrutural das aeronaves, uma vez que esse é um fator crítico, por não poder ser regenerado ou alvo de substituição. A versão das aeronaves F-16 da FA, Block 15, tem 8000 HV de potencial como limite de vida certificado (Gagnon, 2018).

Coelho (2018, pp. 6-8) identifica dois parâmetros para medir o potencial estrutural das aeronaves F-16: o Actual Flight Hours (AFH) e o Equivalent Flight Hours (EFH). O primeiro parâmetro traduz-se simplesmente nas horas voadas, dentro do normal envelope de voo, enquanto o segundo parâmetro corresponde às mesmas horas voadas, mas corrigidas por um fator de severidade denominado Crack Severity Index (CSI) associado à utilização real de cada aeronave. No caso da FA, esse fator de severidade é favorável (<1), tanto nas aeronaves PAI como PAII, significando que as aeronaves F-16 da FA têm voado com pouca severidade, apresentando um desgaste inferior ao projetado para o potencial já utilizado, conferindo segurança na exploração de todo o potencial AFH remanescente.

Considerando as AFH acumuladas em 2017, os diferentes CSI aplicáveis às aeronaves PAI e PAII, assumindo uma utilização anual média de 153 HV por aeronave, foi possível a Coelho (2018, p. 8 ) extrapolar os resultados que se apresentam no Quadro 1, em termos de potencial expectável médio por tipo aeronave:



Verificamos assim que será possível, do ponto de vista do potencial estrutural, o SA F-16 da FA operar até meio da década de 40, podendo cada aeronave PAI voar em média mais 2626 HV e cada aeronave PAII mais 2204 HV a partir de 2030.

https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/30049/1/TII%20CAP%20JOAO%20GOUVEIA.pdf
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
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Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
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wyldething

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Re: Os 28 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3886 em: Hoje às 03:40:44 pm »
Não era 12000HV no máximo?

Não, 12 mil horas de voo é no F-16V e Block 70/72.
Ah ok ok, algum oficial na BA5 equivocou-se então :P

O upgrade estrutural do V também possibilita a extensão de 8k para 12k horas de voo
 

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dc

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Re: Os 28 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3887 em: Hoje às 03:53:23 pm »
Mas quantas horas de voo têm os nossos F-16? Não me parece que o potencial de hv tenha sido esgotado....

Penso não terem ainda atingido as 5 mil horas de voo. Porém, é conhecido que há várias células encostadas há algum tempo, e outras ainda com problemas de cariz estrutural que, para a FAP, pura e simplesmente já não faz sentido estar a repará-las. Daí a relativa urgência duma solução stop-gap.

Num trabalho de 2019 intitulado "REORIENTAÇÃO DA MISSÃO DO F-16 MLU NO CONTEXTO DA 5.ª GERAÇÃO", estimava-se que em 2030 tanto as frota PA I como PA II tivessem mais de 5000 HV, num total máximo de 8 mil (pp. 11 e 12):

https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/30049/1/TII%20CAP%20JOAO%20GOUVEIA.pdf

O problema é a falta de transparência acerca do número de aeronaves que realmente apresentam problemas estruturais, e quanto à solução stop-gap, e até de uma real justificação para essa solução.

Mesmo que se aceite que pode ser necessária uma solução dessas, devido à pressão existente para não se adquirir F-35, temos de olhar para a questão financeira e para o período de transição entre frotas.

Não vejo porque razão não se tenta ir buscar uns F-16 C/D à USAF para desenrascar, ou propor a compra dos Block 52+ da Polónia (com os polacos a comprar mais F-35), ou propor comprar os Block 60 aos Emirados, sendo qualquer uma destas opções com uma transição muito mais fácil, e atingindo o FOC muito mais depressa.
 

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wyldething

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Re: Os 28 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3888 em: Hoje às 04:34:51 pm »
Mas quantas horas de voo têm os nossos F-16? Não me parece que o potencial de hv tenha sido esgotado....

Penso não terem ainda atingido as 5 mil horas de voo. Porém, é conhecido que há várias células encostadas há algum tempo, e outras ainda com problemas de cariz estrutural que, para a FAP, pura e simplesmente já não faz sentido estar a repará-las. Daí a relativa urgência duma solução stop-gap.

Num trabalho de 2019 intitulado "REORIENTAÇÃO DA MISSÃO DO F-16 MLU NO CONTEXTO DA 5.ª GERAÇÃO", estimava-se que em 2030 tanto as frota PA I como PA II tivessem mais de 5000 HV, num total máximo de 8 mil (pp. 11 e 12):

https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/30049/1/TII%20CAP%20JOAO%20GOUVEIA.pdf

O problema é a falta de transparência acerca do número de aeronaves que realmente apresentam problemas estruturais, e quanto à solução stop-gap, e até de uma real justificação para essa solução.

Mesmo que se aceite que pode ser necessária uma solução dessas, devido à pressão existente para não se adquirir F-35, temos de olhar para a questão financeira e para o período de transição entre frotas.

Não vejo porque razão não se tenta ir buscar uns F-16 C/D à USAF para desenrascar, ou propor a compra dos Block 52+ da Polónia (com os polacos a comprar mais F-35), ou propor comprar os Block 60 aos Emirados, sendo qualquer uma destas opções com uma transição muito mais fácil, e atingindo o FOC muito mais depressa.

Os F-16E/F dos EAU não faria qualquer sentido. São um modelo único, cujo desenvolvimento e atualizações são exclusivamente sustentados pelos EAU.
 

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LM

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Re: Os 28 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3889 em: Hoje às 04:38:39 pm »
Referem por aqui às vezes a hipótese de "comprar os Block 60 aos Emirados" - estão no mercado, há sinais de se quererem desfazer deles?

Manter os F16 - os nossos em "tipo V" ou comprar algures usados - parece-me de facto a melhor solução para "ganhar tempo"... sinceramente espero que não se trate do caso da Força Aérea querer ter "o melhor possível, como os outros (meninos)" e por isso ter apostado tudo no F-35 - Portugal também necessita de fragatas, de A-29N (que a FAP, aparentemente, apoiou)  :mrgreen:, apareceu Trump... e podem ter lixado a substituição.
Quidquid latine dictum sit, altum videtur