A diferença, é que a "solução mista", além de sair muito mais cara, apresenta desafios enormes na sustentação e operação das frotas. Desafios esses que são muito maiores do que qualquer questão política.
Eu sei muito bem das questões políticas. E também sei que é preciso inteligência para as navegar. A começar por não ter "tusa do mijo" para substituir os F-16 à pressa.
Atirarem-se de cabeça para duas frotas, sem pensar nas consequências financeiras e a médio prazo, não faz sentido nenhum. A solução stop-gap com F-16 mais modernos em segunda-mão, era a mais lógica para mais tarde ter um 6G europeu, pois permitia ganhar tempo a um custo mais reduzido. Uma solução stop-gap de 3000M, nunca será vista como mero "stop-gap".
Fantasiar com 2 esquadras, está bem longe do realismo financeiro do país, e das vontades políticas dos governos que vamos tendo.
E o mais importante:
Do lado político, a intenção não é operar 2 modelos por questões estratégicas. A intenção é empurrar com a barriga, ou, se for para adquirir algo, que seja europeu.
A conversa de 20 Typhoon + 20 F-35 não vem do Governo. Não é do interesse do Governo investir 7000M ou mais em caças.
É uma tentativa da FAP conseguir o F-35, aceitando relutantemente uma solução mista com um caça europeu, porque não quer correr o risco de comprar 4.5G novos, e manter-se assim durante décadas.
O que eu realmente não percebo, é como é que há malta a acreditar que o Governo chegou-se ao pé da FAP e disse:
"Com o Trump na Casa Branca, não podemos comprar 27 F-35. Que tal comprarmos 20 Typhoon e 20 F-35?"
É preciso um grau de delusionismo especial para achar que a vontade política é esta.