As OFPs são atualizadas em média a cada 3 anos, (incluindo as dos MLUs até ao momento). Ao não continuar a desenvolver OFPs, o avião vai ficar parado no tempo, tal como qualquer computador sem atualizações.
Os custos de desenvolvimento das OFPs dos modelos mais correntes são repartidos pelos utilizadores, ficando por isso acessíveis. No caso do Bloco 60, sendo um modelo único, já se vê quem tem de suportar os custos inteiramente.
Depois há o radar, que apesar de ser excelente, também é o único utilizador, com tudo o que isso implica (de mau) em termos de manutenção e logística. O mesmo se aplica a todos os outros sistemas secundários que foram criados apenas para essa versão.
As OFP ficam muito mais baratas do que actualizar os Typhoon de T2 para T4. Tendo em conta que existem 80 F-16 Block 60, e que Portugal não ficaria com eles todos, essas actualizações podiam ser repartidas entre Portugal e os EAU.
Mesmo que tal não acontecesse, sai muito mais barato manter, operar e actualizar 28 Block 60, do que manter, operar e actualizar os Typhoon.
Se não temos posses financeiras para sustentar OFPs de F-16 Block 60, não vale a pena virem aqui fingir que temos dinheiro que se farta para operar Typhoon e F-35 lado a lado.
Julgo que lhe falta ponderar outro aspecto. O F-35 a vir só daqui a meia-dúzia de anos, certo? Já o F-16 estará a ser retirado!
Os Typhoon usados serão recebidos a breve prazo (muito mais cedo que o F-35) e ir substituindo o F-16.
Presumo que não avançamos só para o F-35 porque sai mais caro e porque é mais fácil defender politicamente a aquisição de um caça europeu que o próprio F-35...... e um cabeça laranja pelo meio!
Os F-16 aguentam meia dúzia de anos. O problema não é esse. O problema é que se inventou aqui uma situação em que temos que operar 2 modelos diferentes de caça, só porque sim.
Criou-se aqui um mito de que é preciso substituir os F-16 "já", logo agora na era Trump. Era só esperar para ver o que acontecia nas próximas eleições americanas, mas não, é a tusa do mijo, que ainda vai fazer com que a FAP opere um eurocanard obsoleto até 2060.
É também um dado adquirido que comprar 20 Typhoon + 14/16 F-35, fica tão ou mais caro que simplesmente comprar 27-32 F-35.
Mais caro ainda quando tiver que se substituir passado 15 anos os Typhoon pelo GCAP.
Uma despesa que pode ultrapassar os 12000M, ao invés de se gastar somente 6000M nos F-35.
A outra coisa que pode acontecer, é a FAP comprar apenas os Typhoon para substituir os F-16, com a promessa do Governo de que na década de 40 compramos o GCAP. Ou seja, há que ter uma fé dos diabos de que chegando a essa altura, o Governo em posse não vai adiar a compra do GCAP.
Mas eu ainda estou para perceber de onde vem esta fé toda nos governos portugueses.