Acabei agora de ver os 3 vídeos e posso dizer que apreciei bastante a entrevista. Franca, explicativa, pedagógica em certos pontos e sempre que foi preciso, sem fugir às questões mais sensíveis como valores, objetivos, desejos, etc. Só não percebi muito bem a calinada do CEMFA, quando afirmou que recebemos os nossos F-16 praticamente ao mesmo tempo que países como a Dinamarca ou a Noruega, algo que não é de todo verdade. Bélgica e Países Baixos começaram a receber os primeiros Fighting Falcon em 1979, Dinamarca e Noruega a partir do ano seguinte, e Portugal apenas em 1994, ou seja, 14/15 anos depois.
Talvez com isso tenha querido acentuar de forma implícita a urgência no processo de substituição dos F-16M, embora as suas palavras pouco depois pareçam ter colocado um pouco de água na fervura sobre o assunto. Foi notório o desconforto, ou "soluço" do CEMFA, quando a jornalista Valentina Marcelino fez eco das palavras do MDN acerca do processo de escolha do substituto do F-16 poder ser iniciado apenas em 2027 ao invés de já no ano que vem, e ele prontamente reforçou que tem a esperança que comece em 2026, fruto da revisão da Lei de Programação Militar.
De facto, das últimas frotas de caças ao serviço do nosso país, o F-16 é aquele que leva mais tempo no ativo. O F-84G voou com as cores nacionais durante 21 anos, o F-86F Sabre por 22, o Fiat G.91 cerca de 28, o A-7P ao longo de 18, o Alpha-Jet por 25 anos e então o F-16 a caminhar para 32 anos de operação contínua.