Afeganistão: diversos

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FoxTroop

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #285 em: Junho 15, 2010, 12:13:43 pm »
Com a "descoberta" destes recursos todos  :lol:  :lol:  por parte dos amaricados, agora é que a guerra vai ser ganha  :lol:  :lol:

As PMC's vão ter muito trabalhinho à contas de umas certas empresas.
 

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Duarte

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #286 em: Junho 15, 2010, 06:42:27 pm »
Ainda bem que os EUA invadiram em 2001, por outros motivos, senão os neo-euro-comunorróidas nunca mais se calavam com a cassette do costume.  :mrgreen:
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"
The Only Good Fascist Is a Dead Fascist
A incompetência russa no campo de batalha é vergonhosa
 

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Lusitano89

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #287 em: Junho 23, 2010, 08:21:20 pm »
Obama afasta McChrystal e nomeia Petraeus comandante das forças internacionais no Afeganistão




O Presidente norte-americano, Barack Obama, afastou hoje o general Stanley McChrystal do comando das forças internacionais no Afeganistão, na sequência de uma entrevista onde o militar critica ironicamente a administração norte-americana, segundo fontes da Casa Branca.
As mesmas fontes referem que McChrystal será substituído pelo general David Petraeus.

Stanley McChrystal foi chamado a Washington para reuniões no Pentágono e na Casa Branca, depois da publicação de uma entrevista à revista Rolling Stone e na qual se mostrou cético relativamente a alguns altos funcionários da administração norte-americana.

Na Casa Branca, McChrystal vai participar na reunião sobre o Afeganistão que Obama realiza mensalmente com a equipa de segurança nacional e na qual o general costuma participar por videoconferência.

Obama declarou na terça feira depois de uma reunião do seu gabinete que o militar – que a cadeia de televisão CBS disse estar pronto para apresentar a demissão – demonstrou um “erro de avaliação” ao formular as críticas.

No artigo da Rolling Stone, Stanley McChrystal mostrou-se muito crítico relativamente ao enviado norte-americano para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke, que descreve como um “animal ferido” e de quem teme ler os correios eletrónicos.

Outros assessores do general proferiram também comentários pouco abonatórios para altos quadros da administração norte-americana, como a descrição de “palhaço” feita ao conselheiro de Segurança Nacional, James Jones.

Stanley McChrystal está à frente das tropas norte-americanas há um ano em substituição do general David McKiernan, que defendia uma estratégia mais convencional para o país.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #288 em: Junho 24, 2010, 08:40:26 pm »
Obama troca general mas mantém estratégia afegã


Barack Obama demitiu ontem o general que comandava as tropas norte-americanas e da NATO no conflito do Afeganistão, para mostrar que quem manda é o poder civil e político e não o militar. E garantiu que apesar de mudar a pessoa não muda a estratégia para vencer em solo afegão.

Stanley McChrystal tinha posto o cargo à disposição depois de revelado o conteúdo de um artigo da conhecida revista Rolling Stone, no qual critica o presidente e comandante em chefe das Forças Armadas dos EUA, bem como membros da sua Administração. Na parte da manhã esteve reunido meia hora com Obama, depois saiu e não mais voltou.

David Petraeus, general bem sucedido com a sua estratégia de contra-insurreição no Iraque, foi o escolhido para assumir o comando das forças aliadas no Afeganistão, 142 mil homens, 266 dos quais são portugueses.

"Tenho grande admiração pelos general McChrystal. Mas a sua conduta não preenche os padrões e mina o controlo civil sobre os militares e, assim, todos percebem que o código de conduta é para aplicar a todos da mesma forma", disse o chefe do Estado americano num comunicado à imprensa nos jardins da Casa Branca.

Ladeado por Petraeus, mas também pelo vice-presidente dos EUA, Joe Biden, Obama garantiu que mantém o compromisso de derrotar os Talibãs e a Al-Qaeda. "Houve uma mudança de pessoal, mas não de política", afirmou, depois de agradecer o sacrifício pessoal e familiar que aceitou fazer o general David Petraeus.

Na origem do ataque de fúria do líder dos Estados Unidos está o artigo que amanhã vai ser publicado na Rolling Stone. Aí, McChrystal, que fora nomeado há um ano, diz ter ficado com a impressão de que Obama não tinha preparação para lidar com o conflito afegão e que o seu primeiro encontro fora uma oportunidade para uma foto que não durou mais de dez minutos. Além disso o general e os seus assessores gozam com Biden, com o enviado especial americano ao Afeganistão Richard Holbrooke e o embaixador Karl Eikenberry.

"Há um desacordo que já é demasiado público entre os decisores militares e os civis e políticos, pois uns acham que o calendários dos outros não é realista", disse ao DN Miguel Monjardino, especialista em assuntos internacionais da Universidade Católica. Obama, quando aceitou pedir mais 30 mil homens para o Afeganistão, fixou para Julho de 2011 o início da retirada de tropas. McChrystal e outros não estavam de acordo.

O artigo terá sido uma "forma de pressionar o presidente, mas ele é o comandante supremo", referiu, ao DN, Carlos Gaspar. O presidente do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova admitiu que dado o contexto actual do teatro de operações do Afeganistão a retirada "vai demorar mais algum tempo do que Julho de 2011".

Os Talibãs não dão mostras de grande enfraquecimento, o número de baixas ocidentais parece aumentar com as novas regras de tratar como civis todos aqueles que não tiverem na sua posse armas, vários países membros da NATO querem retirar o quanto antes. Na Holanda o governo caiu, a Polónia quer discutir um calendário de retirada na cimeira da Aliança Atlântica em Lisboa em Novembro. E o Reino Unido, com novo Governo, quer repensar a sua participação.

As reacções à troca de generais foram das mais variadas. Hamid Karzai, líder afegão, diz que respeita a decisão de Obama. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Carl Bildt, criticou-a. O ministro da Defesa português, Santos Silva, citado pela Lusa, lembrou que os objectivos no Afeganistão "são políticos e não militares". E deixou uma sugestão: "Cautela com os napoleões."

DN
 

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Lusitano89

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #289 em: Junho 25, 2010, 08:36:54 pm »
Cameron quer retirar tropas britânicas do Afeganistão até 2015



O primeiro ministro britânico, David Cameron, admitiu hoje em Huntsville, Canadá, querer retirar as tropas britânicas do território afegão dentro de cinco anos, mas sem estabelecer um prazo específico.

Questionado à margem da cimeira do G8 pelo canal britânico Sky News sobre um eventual regresso das forças britânicas antes das próximas eleições gerais em 2015, Cameron respondeu: “É a minha vontade, não se enganem”.

“Não podemos ficar lá por mais cinco anos, já fez nove anos que estamos lá”, acrescentou.

“Mas, uma coisa é certa: a Grã-Bretanha deve manter uma relação de longo prazo com o Afeganistão, nomeadamente a ajudar (os afegãos) a formar as suas tropas e a sua sociedade civil, mesmo depois da maioria das forças estrangeiras terem partido do país”, referiu o governante britânico.

Cameron indicou ainda que este objetivo de cinco anos não representa uma data limite.

“Prefiro não fixar um calendário rigoroso”, disse o chefe do Governo, em funções desde o mês passado.

O primeiro ministro e líder conservador concluiu que a meta não é alcançar “um Afeganistão perfeito, mas sim conseguir uma certa estabilidade no Afeganistão e dar capacidade aos afegãos para dirigirem o país para que as forças estrangeiras possam ir para casa”.

Quatro soldados britânicos morreram quarta feira num acidente de viação no Afeganistão, elevando para nove o número de vítimas mortais britânicas naquele território num prazo de uma semana.

Com 10 mil homens destacados, a Grã-Bretanha tem o segundo maior contingente da força internacional no Afeganistão, depois dos Estados Unidos.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #290 em: Julho 01, 2010, 04:43:42 pm »
Petraeus manterá prioridade de proteger civis no Afeganistão




O novo comandante-em-chefe das forças internacionais no Afeganistão, o general David Petraeus, afirmou hoje que manterá a ordem de evitar ao máximo as perdas civis no país.

No entanto, salientou que ficará alerta para que essa determinação não seja aplicada em detrimento da segurança dos militares.

«Não haverá uma revisão das regras para as tropas, que, creio, são boas, apesar de que iremos verificar se estão a ser aplicadas correctamente», declarou o general norte-americano na sede da NATO, em Bruxelas, um dia depois de o Sentado dos Estados Unidos o ter confirmado como máximo dirigente militar no Afeganistão.

«Devemos fazer tudo que for possível para proteger a população e reduzir as perdas entre civis inocentes», insistiu Petraeus, desmentindo rumores sobre uma mudança de doutrina que permitiria às tropas da NATO abrir fogo em qualquer circunstância para se defender em caso de ataque.

O Senado norte-americano confirmou por unanimidade na quarta-feira o general David Petraeus à frente da coligação internacional no Afeganistão.

O general Petraeus, ex-comandante das forças norte-americanas no Iraque, onde a sua estratégia se viu coroada de êxito, foi ouvido na terça-feira pela Comissão de Defesa do Senado, que confirmou hoje a nomeação.

O militar obteve a confiança dos senadores, com 99 votos a favor num total de 100. O único voto que faltou foi o do senador democrata Robert Byrd, que faleceu na segunda-feira.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #291 em: Julho 11, 2010, 06:29:55 pm »
NATO nega fortalecimento dos talibãs com escalada violência



Os insurrectos no Afeganistão não estão a ganhar força contra as tropas internacionais depois de um violento fim de semana no país, disse hoje a NATO, descartando a necessidade de adiar as eleições parlamentares no país.

O sábado foi especialmente sangrento, com seis soldados norte-americanos mortos em acidentes separados e mais de uma dúzia de civis - inclusivamente 12 alvejados num autocarro perto da fronteira do Afeganistão com o Paquistão.

«A insurreição não se fortaleceu. Na verdade estamos a espremê-la, estamos encurralando a insurgência, estamos a tirar o oxigénio à insurreição», disse o porta-voz das forças de coligação, general Josef Blotz, a jornalistas.

As mortes de membros das forças da NATO e dos Estados Unidos a lutar contra os talibãs bateram recorde em Junho e comandantes esperam mais violência com uma ofensiva contra a insurreição nos próximos meses, à medida que o país se prepara para eleições parlamentares no dia 18 de Setembro.

Pelo menos 14 policiais afegãos e um oficial de província morreram no sábado em ataques de insurrectos no norte, que até agora tinha escapado dos piores confrontos entre os aproximadamente 150 mil soldados da NATO e dos talibãs.

Nove polícias morreram quando foram atacado por insurrectos no distrito de Emam Saheb na província de Kunduz, enquanto uma bomba caseira também matou o chefe do distrito policial de Qaleh Zaal.

Na província normalmente pacífica de Badakhshan, cinco polícias morreram quando o seu veículo detonou uma bomba colocada ao lado da estrada no distrito de Kishim, disse o chefe de polícia na província Aga Noor Kintoz.

Lusa
 

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FoxTroop

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #292 em: Julho 26, 2010, 07:29:02 pm »
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Mais de 91 mil documentos secretos sobre a guerra no Afeganistão foram revelados ontem. O jornal norte-americano "The New York Times", o inglês "The Guardian" e a revista alemã "Der Spiegel" tiveram acesso há semanas, através do site Wikileaks, a documentos sobre o conflito entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2009.
A guerra no Afeganistão vai fazer nove anos (Bob Strong/Reuters)
 
Os documentos sugerem que a situação no terreno é mais delicada do que o Governo norte-americano anuncia. Há um número de mortes não confirmado publicamente, as forças dos taliban têm mísseis capazes de seguir o calor e há fortes indícios do apoio dos serviços secretos paquistaneses aos taliban.

Os documentos também mostram que existe uma unidade de forças especiais concentrada em encontrar líderes dos taliban para os “matar ou capturar” sem um julgamento. O número de vítimas feitas pelos rebeldes afegãos também é superior aos dados oficiais – segundo os documentos os ataques destas forças já fizeram duas mil mortes.

A administração norte-americana já reagiu à publicação destes documentos. Os Estados Unidos “condenam fortemente a publicação de informação secreta por indivíduos e organizações que põem em risco as vidas dos americanos e dos nos nossos parceiros, e ameaçam a segurança nacional”, disse o general James L. Lone, conselheiro de defesa da Casa Branca.

“O Wikileaks não fez nenhum esforço para nos contactar sobre estes documentos – a Administração dos Estados Unidos foi informada por órgãos de informação que estes documentos iriam ser publicados”, explicou o general.

O Wikileaks é um site dedicado a publicar documentos secretos para denunciar a corrupção dos estados.

Apenas estes três jornais receberam os documentos da Wikileaks que são de uma fonte desconhecida. O Wikileaks disse que decidiu atrasar a publicação de 15 mil relatórios dos arquivos como “um processo para minimizar o dano feito, a pedido da nossa fonte”. Segundo o "Der Spiegel" os editores dos três jornais foram “unânimes no interesse público deste material que justifica a sua publicação”.

A publicação do material já está a ter impacto na forma como a opinião pública avalia a política militar de Obama para o Afeganistão. “Mesmo que estes documentos sejam ilegais, eles levantam perguntas sérias sobre a realidade da política americana para o Afeganistão e o Paquistão”, disse o senador democrata John Kerry, citado pela BBC News.

Mas o general James L. Jones insiste que as revelações prejudicam em particular a anterior Administração. “A 1 de Dezembro de 2009 o Presidente Obama anunciou uma nova estratégia com uma substancial aumento em recursos para o Afeganistão, e aumentou o foco nas regiões protegidas da Al Qaeda e dos Talibã no Paquistão, precisamente devido à situação grave que se foi desenvolvendo ao longo dos anos”, explicou.

 

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Camuflage

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #293 em: Julho 27, 2010, 09:30:53 am »
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Uma "bomba" de 91.731 documentos contra a guerra no Afeganistão

27.07.2010 - 08:04 Por Jorge Almeida Fernandes


Os ficheiros divulgados pouco ou nada dizem que já não se soubesse. Mas poderão ter um efeito explosivo sobre as opiniões públicas ocidentais.


O site da Internet WikiLeaks colocou ontem em linha 91.731 documentos classificados sobre a guerra no Afeganistão relativos ao período que vai de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2009. É a maior fuga de informação militar nos Estados Unidos. Não trazem grande novidade. Não são relatórios top secret. São uma massa de informação de rotina que traça um quadro devastador da guerra e aponta as contradições dos EUA, visando produzir um impacto imediato nas opiniões públicas ocidentais.

Na era da informação electrónica, os segredos de guerra não são como dantes. As fugas de informação podem ser maciças e instantaneamente divulgadas. Os documentos foram passados a três jornais, o americano The New York Times, o britânico The Guardian e o magazine alemão Der Spiegel, que ontem publicaram as passagens mais relevantes. Receberam antecipadamente a informação para poderem avaliar a sua autenticidade.

A descrição detalhada da guerra, fornecida por militares e funcionários americanos, muitas vezes fundada em fontes afegãs, traça um retrato muito "mais sinistro" do que o propagado pelos Governos envolvidos, anota o diário britânico. Resume o New York Times: "Os documentos ilustram, com abundância de detalhes, o modo como os Estados Unidos gastaram quase 300 mil milhões de dólares na guerra no Afeganistão para os taliban se encontrarem hoje mais fortes do que em qualquer outro momento desde 2001."

Numa entrevista à Spiegel, o fundador do site, o australiano Julian Assange, foi explícito quanto ao seu objectivo: "Estes ficheiros são a mais global descrição de uma guerra no decurso de uma guerra. (...) Mudarão a nossa perspectiva, não apenas sobre a guerra no Afeganistão, mas sobre todas as guerras modernas." Defendeu a legitimidade de publicitação dos documentos e observou: "Adoro esmagar patifes."

Sem novidade

Os serviços secretos militares do Paquistão (ISI) formam combatentes taliban e dão-lhes orientações estratégicas. A guerra provoca muitas vítimas civis. Certas operações especiais redundam em estrondosos fracassos. Os americanos têm uma unidade especial, a Task Force 373, para "capturar-assassinar" chefes rebeldes. Não era precisa a "fuga" para saber tudo isto. É público, desde 1994, que foi o ISI quem criou os taliban. A própria TF 373 é há muito conhecida - e fotografada - e foi inclusive objecto de uma investigação.

Nem todas as informações sobre a duplicidade do Paquistão são consideradas fiáveis pelos analistas. Também a referência ao papel do Irão - treinando e municiando os taliban - está sujeita a caução: deriva dum "diz-se que disse", com origem na Embaixada dos EUA em Cabul. Teerão intervém no Afeganistão não através dos taliban mas de grupos comunitários inimigos dos taliban.

A grande informação inédita é o facto de os taliban terem abatido, em 2007, um helicóptero americano com um míssil terra-ar, com sensor de calor. Era suposto não disporem dessa arma. O Exército americano sonegou a verdade, atribuindo o derrube do helicóptero a um ataque "convencional".

"Bomba-relógio"

O efeito devastador da "fuga" começa quando se acumulam os casos de morte de civis. Um exemplo: as 60 vítimas num bombardeamento, no Norte, para libertar uma coluna da ISAF alegadamente cercada por 70 taliban. O comando da coluna garantiu que não havia civis nos arredores e o bombardeamento foi autorizado. Afinal, eram os taliban quem não estava lá. A repetição deste tipo de casos indicia que a contabilidade oficial de "vítimas colaterais" estará muito subestimada.

A TF 373 não brilha pela competência. Exemplo: no dia 11 de Junho de 2006, lançou uma operação nocturna para assassinar um chefe taliban. No dia seguinte, o relatório mostrou que o alvo tinham sido polícias afegãos: sete mortos e quatro feridos. Outras passagens ilustram a desmoralização das tropas da NATO.


Muitos destes factos têm sido narrados por repórteres de guerra e várias ONG. O efeito explosivo decorre da massa, da exaustiva repetição de documentos, escritos no terreno e em si mesmos "banais e de rotina". O conselheiro de Segurança Nacional americano, general James Jones, recusou-se a confirmar ou desmentir a autenticidade dos ficheiros. Advertiu que a sua divulgação foi "irresponsável" e põe em causa a "segurança nacional".

O MNE paquistanês desmentiu as alegações de duplicidade. Ao contrário, o Presidente afegão, Hamid Karzai, declarou, através do seu porta-voz, que nada o surpreendeu: nem o papel dúplice do Paquistão, nem número de vítimas civis que os americanos minimizam.

Se os documentos "pouco têm de novo", a sua divulgação neste momento, em que cresce a impopularidade da intervenção em ambas as margens do Atlântico, torna mais difícil a presença dos aliados no conflito, anota uma análise da BBC. "Era a última coisa de que a NATO precisava."

Reduz a margem de manobra de Barack Obama e do general David Petraeus. Complica a sua pressão sobre os paquistaneses. Moraliza os taliban. Um cenário de "retirada rápida" é o mais perigoso para os EUA.

O americano Leslie Gelb, presidente emérito do Council on Foreign Relations, anota que, se os documentos "nada dizem de importante que já não soubéssemos", eles "abalam as fundações da política americana para o Afeganistão e o Paquistão". Põem a nu as contradições da estratégia americana. "No Afeganistão, os interesses do Paquistão não são os mesmos da América, muito longe disso."

Os aliados procuram desvalorizar o impacto da ofensiva do WikiLeaks. O analista Joe Klein traça, na Time online, um paralelo com a divulgação dos Pentagon Papers em 1971. "Aumentará o sentimento público de que a guerra afegã é um exercício inútil. Vamos ver se a Administração Obama pode esperar até Dezembro, como planeado, para reavaliar a sua estratégia afegã."

in: http://www.publico.pt/Mundo/uma-bomba-d ... 448881?p=2
 

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nelson38899

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #294 em: Agosto 01, 2010, 03:07:32 pm »
Começam a sair! Por este andar o Afeganistão irá manter a fama de " Cemitério de impérios"

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Holanda é o primeiro país a retirar tropas do Afeganistão

As tropas holandesas da Força Internacional de Assistência à Segurança iniciaram, hoje, domingo, a retirada do Afeganistão, após o cumprimento do prazo de sua missão e sem o acordo do Governo do país para prolongar o mandato, como desejava a Nato.

A Holanda transferiu o comando na província de Uruzgan (no sul do país) aos militares norte-americanos e australianos da ISAF.

As diferenças no Governo de coligação holandês quanto ao prolongamento da missão no Afeganistão motivaram a saída do Partido Trabalhista do Executivo local e a consequente queda do Governo em Fevereiro.

A Nato tinha solicitado à Holanda uma extensão de sua operação no Afeganistão, algo que apoiava o então primeiro-ministro, o democrata-cristão Jan Peter Balkenende, mas não os trabalhistas, que no momento eram a segunda força política do país.

A operação holandesa no Afeganistão, que se começou no dia 1 Agosto de 2006, custou cerca de 229 milhões de euros.

Nos quatro anos de missão, morreram 24 soldados holandeses, enquanto cerca de 140 ficaram feridos.

O Ministério de Assuntos Exteriores da Holanda destaca que a situação da segurança na região melhorou um pouco, lembrando que, actualmente, há 1.600 agentes activos enquanto em 2006 "quase não havia Polícia profissional".

Também ressalva que aumentou o acesso às condições sanitárias, assim como a escolarização infantil, especialmente a das meninas, e que as infraestruturas melhoraram.

Os militares holandeses deixam o Afeganistão, mas o país asiático seguirá contando com diversos projectos civis para continuar a desenvolver os serviços de educação e saúde.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/I ... id=1631843
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #295 em: Agosto 07, 2010, 04:18:49 pm »
Rapariga Afegã mutilada da capa da revista Time recebe nariz novo



A rapariga afegã que figura na polémica capa deste mês da revista norte-americana Time, já chegou aos Estados Unidos da América, onde o nariz lhe será reconstruido.

Aisha disse à Time que o seu nariz e orelhas tinham sido cortadas, com a aprovação de um comandante talibã, pelo seu marido abusivo, como um castigo por ter fugido.

A capa da revista gerou debate pelo título "O que Acontecerá se Deixarmos o Afeganistão" e pelo uso da fotografia da jovem.

A afegã, de 18 anos, terá sido dada pela família como pagamento de uma 'dívida de sangue' e casou com um activista talibã. Devido aos abusos da família, Aisha fugiu mas foi capturada e mutilada pelo marido.

O grupo Women for Afghan Women (Mulheres pelas Mulheres Afegãs) tem usado este caso para ilustrar os medos do que podera acontecer se as tropas americanas, britânicas e outras tropas internacionais, deixarem o país prematuramente.

Aisha será agora consultada por um cirurgião plástico para discutir a reconstrução do seu nariz.

SOL
 

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #296 em: Agosto 12, 2010, 11:23:31 pm »
O que será vencer no Afeganistão?
Alexandre Reis Rodrigues





Nos princípios de 2008, o general James Jones, então SACEUR, alertava de forma muito clara que a NATO não estava a vencer no Afeganistão («Make no mistake: NATO is not winning in Afghanistan»). O que estava subjacente a este alerta era a ideia de que não se estava a fazer o suficiente em termos militares; não se punha, no entanto, em causa que a possibilidade de vencer estava ao nosso alcance.

No entanto, nunca foi clara e definitivamente estabelecido qual o objectivo a alcançar com a intervenção militar; melhor dizendo, têm havido várias interpretações sobre a forma de dar condições ao Governo afegão eleito de desempenhar as suas funções e exercer autoridade sobre todo o país, nos termos da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ainda hoje, persistem visões diferentes, mesmo no círculo próximo do Presidente americano; Joe Biden continua a lembrar que a presença militar americana só se deve a uma razão: à al Qaeda («We are in Afghanistan for one express purpose: al Qaeda. We are not there to nation-building».

A administração Bush permaneceu, quase todo o tempo, com um discurso político muito centrado na democracia e na evolução da forma de funcionamento da sociedade afegã para um estilo mais perto do ocidental mas, na verdade, também nunca se empenhou no “nation building”. Os EUA esperavam que essa missão fosse levada a cabo pelos aliados na coligação que a NATO tinha passado “nominalmente” a liderar em função do mandato do CSNU.

Foi por essa altura que nasceu a ideia dos Provincial Reconstruction Teams em que, por algum tempo, se depositou muita esperança. Falhou, no entanto, o pressuposto em que o seu funcionamento assentava: a existência de condições mínimas de segurança que os europeus tinham assumido estar garantido pela presença militar americana. Não estava, afinal. Pior, continua a não estar, mal grado os dois reforços substanciais de efectivos que o Presidente Obama, determinado a resolver a situação, decidiu logo no início do seu mandato e, mais tarde, quando aprovou a estratégia que lhe foi proposta pelo general Mc Chrystal.

O que pode ser “vencer” neste contexto precisa de uma leitura política que reconheça que a solução passa mais pelos actores externos do que pelos intervenientes internos, não obstante estes tenham também a sua influência; que comprometa os principais vizinhos na adopção de uma solução duradoura. Por outras palavras, um arranjo diplomático que pelo forte impacto internacional permita reduzir drasticamente e tão brevemente quanto possível o esforço militar, sem que isso se configure como uma retirada, uma desistência. Está já geralmente interiorizada a visão de que o esforço militar, por si só, não vai levar a qualquer desfecho positivo mas continua a medir-se o progresso (ou a sua falta) em função dos resultados no terreno, aliás, nada animadores. É altura de se concentrar as atenções sobretudo na solução política e não esperar mais do dispositivo militar do que o não deixar agravar o actual nível de conflitualidade.

A criação de condições para que o Governo funcione (expandir a sua autoridade, combater a corrupção, avançar com programas sociais e económicos, etc.) e controle a segurança do país continua, em qualquer caso, uma tarefa prioritária. Karzai não hesita em garantir que vai atingir as metas esperadas e até tomou a iniciativa de estabelecer a si próprio um prazo: 2014. No entanto, nem mesmo o cumprimento da promessa de combate à corrupção está a seguir o melhor caminho. Assim o diz a reacção de Karzai, ao acusar os EUA de estarem a violar a constituição afegã, na sequência da prisão de um seu conselheiro de segurança, num trabalho da task force que os americanos têm a trabalhar no terreno para ajudar as autoridades afegãs, tendo aliás sido estas a levar a cabo a detenção. O tema “corrupção” é decisivo, quer internamente para os afegães que o referem como a sua principal preocupação, vindo mesmo antes da segurança, quer para uma opinião pública externa. Não haverão apoios para a intervenção se se instalar a ideia de que se está a ajudar um regime corrupto.

A estratégia contra-terrorismo que os EUA têm estado a adoptar terá, muito provavelmente, que continuar como uma vertente permanente da sua actuação; possivelmente, será mesmo a principal ocupação das forças que ficarão no terreno, depois de consumada a retirada principal, em termos a acordar com o Governo afegão. Os sucessos que as forças de operações especiais têm alcançado (mais de 130 elementos com posições de responsabilidade cimeira foram eliminados nos últimos cinco meses) são essenciais para trazer os talibãs à mesa das conversações mas este ponto é um dos que está mais dependente da atitude dos vizinhos.

Aqui, conta especialmente o que o Paquistão se dispuser a fazer mas este por sua vez modela a sua colaboração em função da avaliação que faz do conflito latente com a Índia. Esta não vai querer abandonar a defesa de alguns interesses básicos que desenvolveu no Afeganistão mas parece agora reconhecer que os benefícios que recolheu daí nos últimos oito anos são mais uma anomalia do que uma circunstância a manter no futuro. Espera-se que, nestas condições, a Índia se limite a concluir as iniciativas que já tomou sem iniciar novas. Estas circunstâncias facilitarão um papel mais interventivo do Paquistão em concertação com o Governo afegão. Duas importantes reuniões entre os dois Presidentes tiveram lugar num passado recente, sob a mediação da Turquia que se quer afirmar como um parceiro indispensável na procura de uma solução.

No entanto, com o que se poderá contar da parte de Islamabad continua a ser uma incógnita. Apesar do acumular de evidências da duplicidade dos Serviços de Informações das Forças Armadas (Inter-services Intelligence Directorate, ISI), de que o general Kayani, actual Chefe do Estado Maior do Exército, foi chefe, este assunto não parece incomodar o Governo do polémico presidente Ali Zardari. O general Kayani, que foi recentemente reconduzido por mais três anos, afirmava recentemente que lhe interessavam mais as capacidades do inimigo do que as suas intenções («We go by the enemy’s capacity, not its immediate attentions»); referia-se à Índia que continua a ser a grande obsessão, uma quase espécie de “ideologia” dos ISI, como dizia um especialista da área. Como se sabe, parte importante da estratégia de contenção da Índia assenta na aliança com a facção afegã dos talibãs.

O grande desafio de trazer os talibãs para discussões, tem várias vertentes. Uma delas é interna, no próprio Governo afegão, o que já obrigou Karzai a demitir dois dos principais opositores a essa iniciativa: o ministro do Interior e o director nacional de segurança. Outra situa-se no Paquistão que não permitirá conversações sem a sua participação. O sinal foi dado com a prisão do Mullah Ghani Baradar que estava a servir de intermediário entre Karzai e Omar. O Paquistão parece ter um objectivo relativamente preciso; quer para Cabul um governo de coligação em que os talibãs tenham um papel proeminente mas não dominem.

É na capacidade de gerir esta complexa teia de interesses, para a procura de uma solução, que se define o que é vencer o conflito afegão.

Jornal Defesa
 

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #297 em: Agosto 13, 2010, 02:19:59 pm »
Citar
Open Source Tools Turn WikiLeaks Into Illustrated Afghan Meltdown (Updated)



It’s one thing to read about individual Taliban attacks in WikiLeaks’ trove of war logs. It’s something quite different to see the bombings and the shootings mount, and watch the insurgency metastasize.

NYU political science grad student (and occasional Danger Room contributor) Drew Conway has done just that, using an open source statistical programming language called R and a graphical plotting software tool. The results are unnerving, like stop-motion photography of a freeway wreck. Above is the latest example: a graph showing the spread of combat from 2004 to 2009. It’s exactly what you wouldn’t want to see as a war drags on.

http://www.wired.com/dangerroom/2010/08 ... -meltdown/
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #298 em: Agosto 13, 2010, 09:12:15 pm »
Petraeus admite adiar retirada das tropas do Afeganistão


O general David Petraeus, chefe das forças norte-americanas no Afeganistão, admitiu, numa entrevista televisiva, a possibilidade de prolongar a retirada das tropas do território, prevista para julho de 2011, se as condições no terreno o exigirem.

Na entrevista à estação NBC, que será transmitida na íntegra no domingo, Petraeus disse que irá aconselhar “definitivamente” o presidente norte-americano, Barack Obama, a manter as tropas no Afeganistão se for necessário.

O general, que substituiu recentemente Stanley McChrystal no comando das forças norte-americanas e internacionais no Afeganistão, disse ainda que Obama “expressou de forma clara” que espera dele “o melhor conselho militar possível”.

Petraeus admitiu que se em julho de 2011 os progressos no terreno não forem satisfatórios, irá comunicar a sua opinião a Obama.

O general também reconheceu, na mesma entrevista, que a missão militar no Afeganistão é difícil e irá continuar a ser difícil no futuro.

O diário norte-americano The New York Times avançou na quarta feira que altos cargos militares começaram a desenvolver um plano para minimizar a importância da promessa da administração norte-americana em relação à retirada das tropas do território afegão.

Segundo o jornal, Petraeus está a tentar mostrar a Washington que uma retirada rápida poderá ser contraproducente.

Lusa
 

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Re: Afeganistão: diversos
« Responder #299 em: Agosto 14, 2010, 05:32:55 pm »
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