Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa

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luis filipe silva

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« Responder #660 em: Dezembro 23, 2006, 04:13:27 pm »
P_Shadow escreveu:
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Acredito que o Jorge tenha feito tudo isto primeiro, por desconhecimento, e depois... porque é Português! E como nós temos aquele "feeling" de que "...isto não há-de ser nada..."
Demonstra que a "moral" se sobrepôs ao "conhecimento".
Eu também vou pela "moral" e por isso mando um forte abraço ao amigo Jorge. Mas também quero que a nossa Justiça se guie pelo "conhecimento".

Estou completamente de acordo consigo.
Será bom recordar (para quem já se esqueceu) que no caso das fotos dos GOE ele pediu-nos concelhos, acerca da ocultação de caras e matriculas. Só não sabia que Portugal é um Estado secreto, em relação ao resto!...
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Jorge Pereira

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« Responder #661 em: Dezembro 27, 2006, 02:24:14 pm »
E a novela continua… :roll:
 
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UM PROCESSO LONGO  

Novos navios-patrulha para a Armada só vão estar prontos em 2008
 
Carlos Varela

Os novos navios-patrulha para a Marinha de Guerra que deveriam ter começado a ser entregues em 2005 só chegarão, afinal, a este ramo das Forças Armadas em meados de 2008, segundo fontes dentro do processo adiantaram ao JN. Primeiro, foi a questão orçamental, depois a concepção do projecto, a seguir problemas nos motores e agora a dificuldade em executar o projecto, numa catadupa de dificuldades que ameaça eternizar-se.

Na prática, é um novo atraso num processo iniciado em 2002 e que se por um lado obriga a Armada a estender ainda mais a vida dos navios a substituir, as corvetas - que navegam há já mais de 35 anos -; por outro, atinge igualmente a imagem dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), onde os primeiros dois navios estão em construção, de um programa total de doze, a concluir em 2014 - pelo menos de acordo com o agendado inicialmente. É que os estaleiros navais da cidade minhota contam com a boa execução do projecto para trazer de novo a Marinha de Guerra ao seu seio como cliente, além de que o tipo de navio em construção - Navio de Patrulha Oceânico (NPO) - seria uma bandeira para os ENVC entrarem no competitivo mercado internacional da construção naval militar.

Aliás, as marinhas de Marrocos, Turquia e Argentina já mostraram interesse em conhecer o projecto do NPO e as condições da sua construção em Viana do Castelo. A questão é de sobremaneira importante para o ENVC, que já criou uma imagem de marca internacional na área da marinha mercante. "Para nós é extremamente importante que a execução do projecto NPO se desenrole em condições", apontou a propósito ao JN o coordenador da comissão de trabalhadores do ENVC, responsável por cerca de mil postos de trabalho directos. "E acreditamos que as dificuldades vão ser ultrapassadas", acrescenta Manuel Cadilha.

A Marinha, por seu turno, refere querer que os NPO "sejam navios de grande qualidade, até porque a imagem do país tem que ser defendida", a nível da execução das missões e das próprias condições oferecidas pelo navio. Mas além da resposta oficial, o JN sabe que a preocupação na Armada é grande, uma vez que das dez corvetas iniciais só sete estão a navegar e nunca na totalidade. A idade pesa e como são navios usados em permanência na missão de busca e salvamento - e mais recentemente no controlo da imigração ilegal - o desgaste é elevado.

"As avarias frequentes e os atrasos na construção dos NPO conduzem a reflexos negativos no planeamento", aponta uma fonte militar. É que com graves restrições no orçamento de funcionamento, os NPO são para a Armada uma garantia de mais eficácia na execução da missão, mas também de redução de gastos, em particular porque precisam de cerca de metade da guarnição, um item de peso no dia a dia das Forças Armadas.

Dinamarqueses começaram reparação de motores

As últimas semanas foram profíquas em reuniões entre elementos do Ministério da Defesa e da Empordef - a holding estatal onde se inserem os estaleiros de Viana. Foi na sequência dessas reuniões que foi comunicado que o fabricante de motores navais dinamarquês Wartzila iria começar a reparar os motores já fornecidos, onde tinham sido detectadas em Abril graves deficiências por falha no controlo de qualidade, reparações já iniciadas em Viana do Castelo. Foi dessas reuniões que saiu a nova data de entrega dos dois primeiros NPO à Marinha, Abril de 2008, mas também a necessidade de os estaleiros alterarem toda uma série de items de construção, que não estariam de acordo com os requisitos para navios de aplicação militar.


Os primeiros passos foram há 30 anos

Em 1976 foi criado um grupo de trabalho para produzir um anteprojecto de um navio de fiscalização para a Zona Económica Exclusiva. Em 1984 foi criado um outro grupo de trabalho mas ambos pararam por falta de financiamento.



Acordo de cooperação entre os estaleiros

O processo foi retomado em 1997 e dois anos depois era assinado o acordo de cooperação envolvendo o Arsenal do Alfeite, os estaleiros de Viana e os estaleiros do Mondego.



Apoio à população e mais habitabilidade Navio substituiria as corvetas e os patrulhas da classe "Cacine" e era concebido para busca e salvamento e fiscalização. O armamento foi limitado a uma peça de 40 mm e a habitabilidade saía beneficiada.



Promessa de entrega para finais de 2005 Contrato de construção para dois NPO - baptizados "Viana do Castelo" e "Figueira da Foz" - é assinado em 2002 entre o Ministério da Defesa e os ENVC, num investimento de 120 milhões de euros, com as entregas previstas para finais de 2005.



Estaleiros pedem adiamentos da entrega Os ENVC pedem em 2005 o adiamento por um ano por dificuldades na execução do projecto, mas em 2006 são detectadas falhas nos motores. O administrador Fernandes Geraldes vem a público adiar a entrega para 2007 e justifica o atraso com dificuldades na adaptação à construção naval militar.



Mais problemas na execução do projecto Novos problemas são detectados na execução do projecto e no início de Dezembro é finalmente acertado o primeiro semestre de 2008 para a entrega dos dois primeiros NPO.

Fonte

Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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pedro

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« Responder #662 em: Dezembro 27, 2006, 04:21:48 pm »
Isto e uma desgraca mas eu so espero e que os navios quando venham ao menos que sejam uns navios de boa qualidade.
Eu acho que o projecto NPO morreu a nivel internacional.
Cumprimentos
 

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typhonman

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« Responder #663 em: Dezembro 27, 2006, 04:42:16 pm »
Não sei se ainda não vai abortar.. É so desgraças.
 

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João Oliveira Silva

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« Responder #664 em: Dezembro 27, 2006, 05:33:49 pm »
" mas também a necessidade de os estaleiros alterarem toda uma série de items de construção, que não estariam de acordo com os requisitos para navios de aplicação militar. "

" justifica o atraso com dificuldades na adaptação à construção naval militar. "

São estes alguns dos argumentos que encontraram para justificar o injustificável. Pelo menos sejam sinceros e digam a verdade ou, em alternativa, arranjem desculpas que sejam plausíveis.

Valha-nos Deus. Estamos perante navios que qualquer estaleiro apto para construir arrastões de pesca os faz com razoável facilidade.

A construção naval militar que aqui está é pouco mais que colocar uma peça de 40 num navio algo parecido com um arrastão.

O que faria se estivessemos a falar de fragatas modernas, carregadas de armamento e tecnológicamente de ultima geração, com turbinas a gas e motores diesel, computorizadas e a abarrotar de electrónica.

Começo a perceber porque em voz baixa se diz já em muito lado que o NavPol não deveria ser construido nos ENVC. O próprio MDN já abordou a questão.

Cumprimentos,
 

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Jorge Pereira

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« Responder #665 em: Dezembro 27, 2006, 05:37:49 pm »
Citação de: "João Oliveira Silva"
" mas também a necessidade de os estaleiros alterarem toda uma série de items de construção, que não estariam de acordo com os requisitos para navios de aplicação militar. "

" justifica o atraso com dificuldades na adaptação à construção naval militar. "

São estes alguns dos argumentos que encontraram para justificar o injustificável. Pelo menos sejam sinceros e digam a verdade ou, em alternativa, arranjem desculpas que sejam plausíveis.

Valha-nos Deus. Estamos perante navios que qualquer estaleiro apto para construir arrastões de pesca os faz com razoável facilidade.

A construção naval militar que aqui está é pouco mais que colocar uma peça de 40 num navio algo parecido com um arrastão.

O que faria se estivessemos a falar de fragatas modernas, carregadas de armamento e tecnológicamente de ultima geração, com turbinas a gas e motores diesel, computorizadas e a abarrotar de electrónica.

Começo a perceber porque em voz baixa se diz já em muito lado que o NavPol não deveria ser construido nos ENVC. O próprio MDN já abordou a questão.

Cumprimentos,


E na sua opinião, qual será o verdadeiro motivo que está por detrás desta trapalhada toda?
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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João Oliveira Silva

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« Responder #666 em: Dezembro 27, 2006, 05:48:28 pm »
Citação de: "Jorge Pereira"
E na sua opinião, qual será o verdadeiro motivo que está por detrás desta trapalhada toda?


Jorge Pereira:

Déficit, pacto de estabilidade, orçamento, dinheiro e não me devo enganar muito.

Estou longe de acreditar que é incompetência. Não acredito, mesmo, que seja incompetência.

Cumprimentos,
 

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Jorge Pereira

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« Responder #667 em: Dezembro 27, 2006, 05:56:34 pm »
Citação de: "João Oliveira Silva"
Citação de: "Jorge Pereira"
E na sua opinião, qual será o verdadeiro motivo que está por detrás desta trapalhada toda?

Jorge Pereira:

Déficit, pacto de estabilidade, orçamento, dinheiro e não me devo enganar muito.

Estou longe de acreditar que é incompetência. Não acredito, mesmo, que seja incompetência.

Cumprimentos,


Exacto. É essa a mesma ideia que eu tenho. Lamento no entanto, que os profissionais que estão a ser enxovalhados com esta fantochada toda, desde os ENVC até à Marinha, não levantem a sua voz e digam toda a verdade. Portugal e todos os portugueses agradeciam.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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antoninho

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« Responder #668 em: Dezembro 27, 2006, 06:08:11 pm »
A bem da imagem dos estaleiros e do país, os dois que estão praticamente construídos, deviam ser acabados rapidamente, isso salvaria a face dos estaleiros e do projecto.
E depois, mesmo que atrasem a construções dos outros não seria grave, a nível internacional a imagem dos NPO seria mais bem vista e com navios a navegar até seria lógico atraírem possíveis clientes, e com lucros desses navios injectar algum desse dinheiro na construção dos da armada, mas pelos vistos, falta a visão do negocio a certas mentes habituadas ao fácil.....
Ter dinheiro disponível à conta do orçamento do estado.....
 

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Luso

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« Responder #669 em: Dezembro 27, 2006, 06:49:28 pm »
Da página do ENVC

Citar
Em 1991 os ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA DO CASTELO são transformados em Sociedade Anónima de Capitais Maioritáriamente Públicos.


Quem nomeia a direcção?
Para compreender o porquê do mea culpa.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Yosy

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« Responder #670 em: Dezembro 27, 2006, 10:33:39 pm »
Citação de: "João Oliveira Silva"

A construção naval militar que aqui está é pouco mais que colocar uma peça de 40 num navio algo parecido com um arrastão.

O que faria se estivessemos a falar de fragatas modernas, carregadas de armamento e tecnológicamente de ultima geração, com turbinas a gas e motores diesel, computorizadas e a abarrotar de electrónica.

Começo a perceber porque em voz baixa se diz já em muito lado que o NavPol não deveria ser construido nos ENVC. O próprio MDN já abordou a questão.

Cumprimentos,


Eh lá, calma lá. Isso era verdade á uns anos atrás, mas agora não é nada assim. Construção naval militar é bem mais difícil técnicamente que a civil. A parte militar actualmente não é só um canhão, é muito mais coisas, que não existem em navios mercantes e/ou de pesca.
 

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Lightning

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« Responder #671 em: Dezembro 27, 2006, 11:46:15 pm »
Estou a ver que isto é a velocidade padrão em Portugal :lol: .
Faz lembrar-me o drama da modernização dos F-16 pelas OGMA.
 

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ricardonunes

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« Responder #672 em: Dezembro 27, 2006, 11:57:06 pm »
Citação de: "Luso"
Da página do ENVC

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Em 1991 os ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA DO CASTELO são transformados em Sociedade Anónima de Capitais Maioritáriamente Públicos.

Quem nomeia a direcção?
Para compreender o porquê do mea culpa.


 :wink:
Potius mori quam foedari
 

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Luso

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« Responder #673 em: Dezembro 28, 2006, 12:04:55 am »
Não é isso que pretendo saber, Ricardo.
Quero conhecer o processo de escolha do administrador.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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TOMKAT

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« Responder #674 em: Dezembro 28, 2006, 12:07:35 am »
Citação de: "Yosy"
Citação de: "João Oliveira Silva"

A construção naval militar que aqui está é pouco mais que colocar uma peça de 40 num navio algo parecido com um arrastão.

O que faria se estivessemos a falar de fragatas modernas, carregadas de armamento e tecnológicamente de ultima geração, com turbinas a gas e motores diesel, computorizadas e a abarrotar de electrónica.

Começo a perceber porque em voz baixa se diz já em muito lado que o NavPol não deveria ser construido nos ENVC. O próprio MDN já abordou a questão.

Cumprimentos,

Eh lá, calma lá. Isso era verdade á uns anos atrás, mas agora não é nada assim. Construção naval militar é bem mais difícil técnicamente que a civil. A parte militar actualmente não é só um canhão, é muito mais coisas, que não existem em navios mercantes e/ou de pesca.


Mas o que é que o NPO acrescenta à construção naval de "à uns anos atrás" para além de sistemas de comunicações mais avançados?

Qual a novidade em termos de construção naval que o projecto NPO traz a um estaleiro que já construíu navios para os quatro cantos do mundo, sujeito a cadernos de encargos e garantias de qualidade rigorosíssimos?

Sistemas de comunicação e de radar mais sofisticados?

Mas a existirem dificuldades a esse nível, isso não deveria estar inicialmente previsto no projecto?

Erros de concepção do projecto?
Pelo contrário, com as tecnologias disponíveis actualmente, qualquer erro de concepção no projecto ainda se torna mais incompreensível.

Até parece que estamos a construír algo de transcendental.

Com todos estas dificuldades em construír o NPO, quantos anos vão ser necessários para construír o NAVPOL?

E, como foi referido noutros post's, para um estaleiro que quer manter a sua credibilidade a nível internacional, todos estes atrasos e pseudo-responsabilidades do estaleiro são pouco abonatórios de uma empresa que quer competir num mercado altamente concorrencial.

Acrescentando-se a isto as fantásticas limalhas, qual grão de areia numa máquina tão mal oleada, será caso para dizer.... só nos acontece a nós... somos mesmo uma raça especial. :roll:
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein