Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa

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emarques

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« Responder #315 em: Março 31, 2006, 01:19:27 am »
Mas era essa teoria de canibalizar (e se isso se chama canibalizar ou não) que estava a ser discutida. Assim, foi a isso que me referi na resposta ao seu comentário.

E eu não disse que não falta dinheiro, disse que a canibalização (ou reposição de meios operacionais), não se devia à falta de dinheiro. Que em geral falta dinheiro não me parece que mereça muita discussão, falta sempre. :P

Quanto aos Alphajet, se estavam a preço de saldo e mais tarde comprar as peças de reposição ia ficar mais caro, realmente mais valia comprar a mais e usar os excedentários para peças.

Uma boa manutenção sabe sempre que peças serão necessárias para uma manutenção de rotina. Uma das características de uma avaria é que não se sabe quando é que vai ocorrer (pode-se tentar prever, mas não é seguro), por isso para garantir operacionalidade muito alta seria preciso manter inventários de reposição em permanência. Mas é verdade que eu exagerei um bocado, basta um mínimo de bom senso na gestão de inventários para que não aconteçam problemas de a peça de reposição já estar em armazém há demasiado tempo.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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balburdio

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« Responder #316 em: Março 31, 2006, 02:38:31 am »
Citar
Uma das características de uma avaria é que não se sabe quando é que vai ocorrer (pode-se tentar prever, mas não é seguro).


As peças são substituidas de acordo com os manuais de manutenção do fabricante. A ocorrência de avarias é mais rara.
Os inventários são geridos em conformidade com isso.

Quando uma peça num avião necessita ser substituida por avaria, podemos fazer duas coisas:
- Pedimos outra ao armazém o que pode levar algum tempo(e pode nem lá estar ainda).
-Trocamos a peça com um aparelho que esteja em manutenção ou à espera de outra peça qualquer.

Aliás, muitas vezes as peças tem reparação, mas para poupar tempo, troca-se a peça com um avião temporariamente parado.

A ideia é concentrar as peças defeituosas, cuja reparação ou substituição demore tempo, num mesmo aparelho que de qualquer forma já estaria parado em manutenção.

Assim em vez de termos 5 aparelhos parados, um por causa dum trem de aterragem, outro por causa dum actuador, outro por causa do HUD, outro por causa do fecho do cockpit e o 5º por estar em manutenção. Ficamos com 4 a voar e um em terra com os problemas dos outros.

É assim que se conseguem níveis de disponibilidade elevados!

Um F-16 é um pesadelo de componentes desertos para avariar ou terem de ser substituidos. Por vezes seria impossível manter um único a voar se não se fosse esta prática.
 

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Jorge Pereira

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« Responder #317 em: Abril 03, 2006, 05:28:55 pm »
Citação de: "JN 2006/04/01"
Atraso nos navios para a Marinha


Inicialmente prevista para o próximo mês de Maio, a entrega, pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), do primeiro navio de patrulha oceânica para a Armada portuguesa deverá ter lugar em Março de 2007. Na origem do atraso, explicou o presidente Fernando Geraldes, estão tanto os "custos de aprendizagem" da construção de navios militares como alterações entretanto sugeridas ao projecto pela Marinha.

"A empresa está a pagar o preço por estar a aprender a construir estes navios. É certo que em Viana do Castelo foram já concebidos navios mais complexos, mas a empresa também não produz um navio militar desde 1968", salientou. Em Junho de 2007, deverá ser entregue o segundo patrulha à Armada, seguindo-se, em 2008 e 2009, as entregas dos navios de combate à poluição, inserindo-se as construções em contrato-quadro de 500 milhões de euros, que contempla, ainda, a entrega, até 2014, de outros seis navios de patrulha e de cinco lanchas de fiscalização costeira.

A empresa encerrará o exercício de 2005 com resultados operacionais negativos, ainda não divulgados. Fernando Geraldes, avançou que a Empordef investirá, durante o próximo mês, 25 milhões de euros na modernização dos ENVC. Luís Henrique Oliveira


Fiquei sem  saber se isto era uma peta do 1 de Abril :roll:
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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pedro

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« Responder #318 em: Abril 03, 2006, 06:14:58 pm »
Se isto e verdade e uma ma noticia.
Cumprimentos :lol:
 

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luis filipe silva

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« Responder #319 em: Abril 03, 2006, 07:57:08 pm »
E depois venham-me gabar a porcaria da indústria nacional. Se para construir dois arrastões militarizados. Se justificam tantos atrazos. Olhem se fossem fragatas? Ainda havia pessoas a pensar que o "porta Bofors" iria ser exportado. Ai o meu rico dinheiro!....
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Miguel

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« Responder #320 em: Abril 03, 2006, 09:03:35 pm »
Citação de: "luis filipe silva"
E depois venham-me gabar a porcaria da indústria nacional. Se para construir dois arrastões militarizados. Se justificam tantos atrazos. Olhem se fossem fragatas? Ainda havia pessoas a pensar que o "porta Bofors" iria ser exportado. Ai o meu rico dinheiro!....

 :jok:

O melhor amigo era começar por privatizar toda a industria nacional, e por o pessoal a trabalhar com "stress", em vez de o pessoal ir para o trabalho a falar do jogo do Benfica ou do carag...
 

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luis filipe silva

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« Responder #321 em: Abril 03, 2006, 09:21:12 pm »
Miguel escreveu:

Citar
O melhor amigo era começar por privatizar toda a industria nacional, e por o pessoal a trabalhar com "stress", em vez de o pessoal ir para o trabalho a falar do jogo do Benfica ou do carag...


X2
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Luis Filipe Silva
 

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luis filipe silva

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« Responder #322 em: Abril 04, 2006, 12:17:08 am »
Agora me lembrei.

Não terá isso a ver com as novas directivas da UE, em que o material é contabilizado no OE do ano da entrega?
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Luis Filipe Silva
 

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Luso

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« Responder #323 em: Abril 04, 2006, 09:39:11 am »
Sabe o que acontece quando o Estado não tem dinheiro para pagar?
Inventa desculpas.
Não esquecer que a direcção tem tudo a ganhar ao não hostilizar o Estado, a entidade pagadora e... nomeadora: - já vi demasiados directores e chefias a abdicarem de defender o interesse público (mesmo quando este é inatacável) para não fazer ondas, para não ter trabalho mas sobretudo para não fazer ondas e assegurar o seu tachinho.
Privatize-se!
Quanto mais se privatizar menos tachos haverá para os inuteis, cobardes e incapazes (- Morram desgraçados!). :Esmagar:
Como sabem sou funcionário público e estou mortinho para sair assim que haja oportunidade. Isto é uma máfia que não imaginam e eu não gosto de más companhias (e são más mesmo).
Portanto o que se passará é que a construção deverá estar perfeitamente ao alcance dos ENVC mas tanto a direcção do estaleiro como a chefia da Marinha vão fazer o jogo do Governo e inventar razões para protelar pagamentos.
É assim.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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TOMKAT

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« Responder #324 em: Abril 04, 2006, 12:10:05 pm »
Citação de: "Luso"
Como sabem sou funcionário público e estou mortinho para sair assim que haja oportunidade. Isto é uma máfia que não imaginam e eu não gosto de más companhias (e são más mesmo).


Quem fala assim não é gago.

Luso, com tanta convicção, não podes ser contestado.

Priva-te das mordomias do desfuncionalismo público.

Junta-te aos deserdados. c34x
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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papatango

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« Responder #325 em: Abril 04, 2006, 09:20:43 pm »


A imagem do site da Revista da Marinha, em corte, mostra o NPO por dentro.

De notar, como já aqui foi referido a proposito da transformação do navio em corveta, que os alojamentos à proa, teriam que ser retirados para colocar uma peça de 100mm como a DCN/Creuso-Loire que está instalada nas actuais corvetas B.A. e fragatas J.B.

Mesmo a colocação de um 76mm, terá implicações idênticas, porque a peça atingiria o segundo deck, pelo menos parcialmente, e implica a colocação de um paiol maior e uma área mais protegida.

O navio perdería portanto parte da sua capacidade adicional de transporte (que é presentemente indicada como sendo de aproximadamente 30).

Curiosamente, e relativamente aos motores (onde é dito haver um problema), o W-26 é um motor extremamente compacto, pelo que pelo menos em teoria - e dependendo dos necessários estudos aturados - será possível colocar no NPO um motor maior e portanto mais potente, embora o navio sendo mais largo e menos comprido que as actuais corvetas, tenha um comportamento diferente do que teria uma corveta com um motor maior.

= = =

Embora eu também desconfie destes atrasos, a verdade é que há sempre problemas quando se lança um navio novo.

Já a desculpa de que há muito tempo que os ENVC não fazem barcos de guerra... enfim. Como sabemos, o NPO não passa de um casco com características civis, com algumas características militarizadas.

Cumprimentos


ver:
http://www.marinha.pt/revista/index.asp?revista=ra_abr2006/default.html
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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luis filipe silva

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« Responder #326 em: Abril 04, 2006, 10:40:23 pm »
Então se o problema é dos motores, para que precisa a Armada de renegociar o contrato? O problema é dos estaleiros e da Wartsilä.

Aqui há gato.
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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papatango

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« Responder #327 em: Abril 04, 2006, 10:58:12 pm »
Em principio o problema não é dos motores, mas sim da adaptação dos motores W26 ao NPO. Um motor naval tem várias configurações possíveis e o mesmo motor pode ser produzido com características e potências diferentes.

Cada motor é praticamente feito à medida para cada navio, pelo que são comuns problemas nos primeiros de uma série (que é sempre onde surgem os problemas).

Depois é mais fácil com os seguintes, a não ser que se alterem as característica (como novo motor).

Cumprimentos
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Marauder

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« Responder #328 em: Abril 04, 2006, 11:02:44 pm »
Citação de: "papatango"
Em principio o problema não é dos motores, mas sim da adaptação dos motores W26 ao NPO. Um motor naval tem várias configurações possíveis e o mesmo motor pode ser produzido com características e potências diferentes.

Cada motor é praticamente feito à medida para cada navio, pelo que são comuns problemas nos primeiros de uma série (que é sempre onde surgem os problemas).

Depois é mais fácil com os seguintes, a não ser que se alterem as característica (como novo motor).

Cumprimentos


Certo, os tais chamados custos de aprendizagem....em principio os outros já não terão que passar por estes problemas..
 

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Luso

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« Responder #329 em: Abril 04, 2006, 11:07:21 pm »
E isso é alguma novidade para profissionais da construção, sejam eles quem forem?
Parece-me tão comum.
Continuo a pensar que o atraso tem justificação política.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...