Irão

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André

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« Responder #270 em: Abril 28, 2009, 03:25:22 pm »
Candidato adversário acusa Ahmadinejad de isolar o Irão


O candidato reformista à Presidência do Irão, Mehdi Karrubi prometeu hoje uma mudança completa na política externa e interna, acusando o actual governante, Mahmoud Ahmadinejad, de isolar o país.

O candidato criticou hoje, durante um pequeno almoço com a imprensa em Teerão, a resposta do actual Governo iraniano à proposta de aproximação dos Estados Unidos, que, segundo ele, não está a ser construtiva.

Ex-presidente do Parlamento, Karrubi também se mostrou disposto a falar com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se sair vencedor das eleições de 12 de Junho.

«As mensagens dos EUA também dependem do comportamento do Irão e, infelizmente, a resposta que temos não se adapta aos nossos interesses nacionais», afirmou Gholan Hussein Kavarzi, ex-presidente da Câmara de Teerão e assessor do candidato à Presidência.

«Em caso de vitória, todo o esforço do Governo de Karrubi seria levar o Irão onde estava antes de Ahmadinejad», disse um dos seus assessores.

Karrubi, que nas eleições presidenciais de 2005 ficou em terceiro lugar com mais de 5 milhões de votos, apresentou o respectivo programa cercado pelos seus principais assessores, a quem cedeu a palavra em diversas ocasiões, por estar com um problema que o deixou afónico.

A política económica de Ahmadinejad também foi atacada, porque «durante os últimos quatro anos piorou a economia. Dispararam o desemprego e a inflação», salientou o assessor.

No entanto, Karrubi também criticou a política norte-americana, o que é quase uma obrigação para os candidatos à Presidência do Irão, cujas candidaturas precisam de ser aprovadas pelo Conselho dos Guardiães, criado pela Revolução Islâmica, que cortou relações diplomáticas com os EUA.

Segundo Karrubi, Obama ainda não passou à acção, pois «as propostas que coloca são úteis, como o seu pedido que se erradique a desconfiança com o Islão, mas, se as palavras são boas, precisamos de factos».

Neste sentido, Karrubi sugeriu que um primeiro passo seria a suspensão das sanções internacionais, comerciais e financeiras, que pesam sobre o país.

As sanções foram impostas após o corte das relações diplomáticas com os Estados Unidos, cuja embaixada em Teerão foi cercada por simpatizantes da Revolução Islâmica em 1980, o ano seguinte à sua vitória, fazendo 52 funcionários reféns durante 444 dias.

Lusa

 

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André

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« Responder #271 em: Maio 14, 2009, 01:58:59 pm »
Obama adverte Israel para que não ataque Irão - Haaretz


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou um emissário especial ao primeiro ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, advertindo-o para não atacar o Irão, noticiou hoje o jornal israelita Haaretz.
A informação foi divulgada depois de várias declarações de líderes políticos e militares de Israel, que indicariam a intenção israelita de atacar o Irão para impedir que o país produza uma bomba nuclear.

Segundo a manchete do jornal Haaretz, Obama resolveu não esperar até ao seu encontro com o primeiro-ministro Netanyahu - marcado para a próxima semana, em Washington - e enviou de forma secreta e urgente o emissário especial para advertir o governo israelita «que não surpreenda os Estados Unidos com uma operação militar contra o Irão».

O medo de que a existência do Estado de Israel pudesse estar em risco devido ao programa nuclear iraniano foi um dos principais temas da campanha eleitoral de Netanyahu que, desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro, tem repetido que «fará tudo o que for necessário para impedir um segundo Holocausto».

A imprensa local e internacional tem divulgado informações sobre treinos militares da Força Aérea israelita para um suposto ataque ao Irão.

Segundo o semanário frances L´Express, aviões da Força Aérea israelita realizaram operações na região do estreito de Gibraltar - que incluíram abastecimento de combustível durante o voo - «para se preparar para atacar as instalações nucleares do Irão».

As autoridades israelitas não confirmaram nem desmentiram a informação do semanário francês.

O chefe do Estado Maior do Exército israelita, general Gabi Ashkenazi, declarou, no dia da memória aos soldados mortos nas guerras de Israel, que o Exército está pronto para qualquer acção que seja necessária, «inclusivamente contra alvos distantes».

O uso da palavra «distantes» por Ashkenazi foi interpretado como uma referência ao Irão.

O Comando da Retaguarda do Exército israelita anunciou para o próximo mês de Junho «o maior treino da retaguarda já realizado na história do país».

O treino deverá incluir todos os habitantes de Israel, que serão instruídos pelas autoridades sobre como agir caso haja ataques de mísseis contra o território israelita.

Todos os habitantes receberão informações sobre os abrigos antiaéreos mais perto das suas residências e, em cada região, os moradores serão informados de quantos minutos ou segundos que terão para procurar o abrigo mais seguro possível, caso sejam lançados mísseis contra o território israelita.

Lusa

 

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André

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« Responder #272 em: Junho 06, 2009, 02:37:33 pm »
Irão inicia produção nacional em série de mísseis


O Irão iniciou hoje a primeira cadeia nacional de produção em série de sistemas de mísseis supersónicos terra-ar, anunciou o ministro da Defesa iraniano, general-de-brigada Mustafa Mohamad Najjar.
A fábrica foi criada para desenvolver sistemas inteligentes para mísseis do tipo Shahin, capazes de alcançar alvos a mais de 40 quilómetros de distância, acrescentou.

«O projecto é totalmente nacional. Tanto a produção dos mísseis, como os interceptores, o hardware e o software foram criados por especialistas iranianos», explicou Najjar, citado pela imprensa local.

O novo avanço militar iraniano é divulgado uma semana depois de o próprio Najjar ter anunciado que a Marinha do seu país tinha recebido novos canhões antiaéreos de 40 milímetros também de fabrico totalmente nacional.

Desde a década de 1980, o Irão sofre um estrito embargo militar que, no entanto, não impediu o país de desenvolver uma importante indústria bélica nacional a partir de 1992.

No final de Abril, o governo iraniano disse ter testado com sucesso o lançamento de um míssil de longo alcance Sejjil 3, mais potente e preciso, capaz de alcançar alvos a mais de 2.000 quilómetros de distância.

Sexta-feira, Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), da ONU, criticou a falta de cooperação do Irão em relação ao seu programa atómico.

A república islâmica assegura que os seus esforços nucleares têm apenas objectivos pacíficos como a geração de energia eléctrica. Os Estados Unidos afirmam, com base numa série de documentos, que o Irão pretende desenvolver a bomba atómica.

Actualmente, os inspectores da AIEA contabilizaram mais de 7.200 centrífugadoras de gás, das quais quase 5 mil já produzem urânio enriquecido. No último relatório de Fevereiro, o número de centrífugadoras era de cerca de 5.500 unidades, com quase 4 mil em pleno funcionamento.

O Conselho de Segurança da ONU e o Conselho de Governadores da AIEA exigem há anos que o Irão suspenda todas suas actividades relacionadas com o enriquecimento de urânio como uma medida de confiança, algo que o país rejeita.

Tal como os EUA, a União Europeia teme que Teerão queira possuir aquela tecnologia para poder construir no futuro armas nucleares.

Lusa

 

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Lusitano89

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Re: Irão/EUA
« Responder #273 em: Dezembro 08, 2009, 05:55:00 pm »
Irão acusa EUA de rapto de cientista nuclear iraniano

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão acusou os EUA de terem raptado um cientista nuclear iraniano durante uma peregrinação na Arábia Saudita em Maio. Manouchehr Mottaki disse ainda que as autoridades sauditas são também responsáveis por este rapto.

O chefe da diplomacia iraniana acusou os EUA de estarem envolvidos no rapto de um cientista nuclear do Irão durante uma peregrinação na Arábia Saudita, em Maio.

«Dispomos de provas que mostram que os americanos tiveram um papel no rapto de Shahram Amiri. Os americanos raptaram-no», explicou Manouchehr Mottaki.

Este ministro iraquiano lembrou ainda que a «Arábia Saudita tem de ser responsabilizada»pelo seu lado, tendo Mottaki adiantado que o Irão «reserva-se ao direito de abrir processos jurídicos».

Entretanto, o porta-voz deste ministério, Ramin Mehmanparast, confirmou que Amari fazia parte de «11 iranianos detidos em prisões norte-americanas», tendo reconhecido pela primeira vez que este era uma «cientista nuclear».

O desaparecimento de Shahram Amari foi confirmado pelas autoridades iranianas em Outubro, que já tinham dito em outras ocasiões que os EUA estavam «implicados» neste rapto.

in TSF
 

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Lusitano89

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Re: Irão/EUA
« Responder #274 em: Janeiro 31, 2010, 05:48:19 pm »
EUA estarão a reforçar arsenal antimíssil face ao Irão


Os Estados Unidos estão a acelerar a colocação de sistemas antimísseis no Golfo para fazer frente a um eventual ataque iraniano, revelou sábado o New York Times.

O diário, que cita responsáveis militares e da administração do presidente norte-americano Barack Obama, indica que Washington colocou navios especializados ao largo das costas iranianas bem como intercetores de mísseis em quatro países: Qatar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Kuwait.

Omã também foi contactado, mas nenhum míssil antimíssil foi instalado neste país, indicou o jornal.

Segundo o NYT, os países árabes são cada vez mais propensos a acolher equipamentos de defesa norte-americanos por recearem as ambições e capacidades militares do Irão.

«O nosso primeiro objetivo é dissuadir os iranianos» de atacarem os seus vizinhos, declarou um alto funcionário citado pelo jornal.

«O segundo é tranquilizar os Estados árabes para que não se sintam obrigados a procurar, eles mesmos, uma arma nuclear. Mas trata-se também, em parte, de acalmar os israelitas», disse.

Estes preparativos militares visam prevenir as eventuais represálias iranianas que podem acontecer caso exista um reforço das sanções internacionais contra Teerão.

Podem também dissuadir Israel de atacar militarmente as instalações nucleares iranianas.

O Senado americano adotou quinta feira um projeto de lei que permite ao presidente Barack Obama aprovar as importações de gasolina iranianas para obrigar Teerão a respeitar as suas obrigações internacionais relativas ao seu programa nuclear.

O Irão recusa há meses uma oferta da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para enriquecer o seu urânio no estrangeiro.

A comunidade internacional suspeita que Teerão desenvolve capacidades militares ao abrigo de um programa nuclear civil. Washington e cinco outros países (Alemanha, China, França, Reino Unido, Rússia) tentam chegar a acordo sobre aumentar as sanções contra o Irão, mas a China quer prosseguir as negociações com Teerão.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Irão/EUA
« Responder #275 em: Fevereiro 05, 2010, 04:07:57 pm »
EUA reafirmam preocupação sobre relações Irão/América Latina


O secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, reiterou hoje a preocupação do presidente norte-americano, Barack Obama, sobre as relações entre o Irão e alguns países da América do Sul.
Apesar de destacar a apreensão, Valenzuela destacou que este não é um «problema grave».

«Vemos que (a relação entre o Irão e os países da América Latina) não é um grande problema, mas obviamente estamos preocupados», disse o diplomata durante uma conferência em Paris, onde completou a sua viagem à Europa que teve início em Madrid no início da semana.

Valenzuela destacou a «extrema preocupação» dos Estados Unidos sobre as «intenções nucleares do Irão» e salientou que os membros da comunidade internacional partilham da posição norte-americana - referindo-se à França, que esta semana pediu sanções contra o país liderado por Mahmoud Ahmadinejad.

Em Dezembro a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, advertiu os países latino-americanos das consequências de «flirtar» com o Irão. «As pessoas que querem flirtar com o Irão deveriam prestar atenção às consequências que poderão ter. Nós esperamos que pensem duas vezes», disse.

Hugo Chávez, presidente da Venezuela, um dos países que fortaleceu os laços com o Irão nos últimos anos, considerou uma «ameaça» os avisos de Clinton e considerou-os como sinais de uma «ofensiva imperialista».

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, realizou em Novembro de 2009 um périplo latino-americano e visitou a Venezuela, Bolívia e o Brasil.

Depois de o director da organização iraniana de energia atómica, Ali Akbar Salehi, revelar na quarta-feira que está a negociar com o Brasil e a França uma parceria para que realizem o processo de enriquecimento do urânio iraniano, o governo brasileiro afirmou hoje que trabalha para que a Turquia seja a depositária do urânio iraniano.

A ideia do Brasil é que, após a escala na Turquia, o enriquecimento seja feito principalmente pela Rússia, como previa a proposta original do P5+1, grupo que reúne as cinco potências com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China) mais a Alemanha e lidera as negociações sobre o programa nuclear iraniano.

Diário Digital
 

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Lusitano89

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Re: Irão/EUA
« Responder #276 em: Fevereiro 06, 2010, 01:46:58 pm »
Robert Gates não acredita em acordo com o Irão



O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, declarou este sábado em Ancara que não acredita na proximidade de um acordo com o Irão sobre a questão nuclear.
«Não tenho a impressão de que estejamos perto de um acordo», declarou Gates à imprensa em Ancara, após reuniões bilaterais com as autoridades turcas.

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Manuchehr Mottaki, afirmou que o seu país é sério na intenção de enviar parte do urânio para o estrangeiro para o enriquecimento, e que um acordo final sobre a troca de urânio com o Irão para o reactor de pesquisas de Teerão estava próximo.

Durante a semana, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, criou expectativas de um progresso nas bloqueadas discussões internacionais sobre o programa nuclear, ao indicar que poderia estar disposto a aceitar uma oferta para enviar parte do urânio para o estrangeiro paraenriquecimento.

Mas Gates demonstrou cepticismo: «A verdade é que quanto mais duram as coisas e mais continuam a enriquecer (urânio), mais diminui o valor das propostas feitas pelo Irão sobre o seu programa nuclear».

Diário Digital
 

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zeNice

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Re: Irão/EUA
« Responder #277 em: Fevereiro 06, 2010, 05:15:20 pm »
Bandeira Portuguesa ali de fundo  :D  :D
 

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Lusitano89

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Re: Irão/EUA
« Responder #278 em: Fevereiro 08, 2010, 05:32:39 pm »
As opções dos EUA em relação ao Irão
Alexandre Reis Rodrigues
 
 
 
Teerão continua determinado em resistir às pressões internacionais e a não dar qualquer sinal de interesse em resolver a questão que o seu programa nuclear levantou. Conta, a seu favor, com a falta de consenso internacional sobre o que fazer para alterar a sua postura e com vários elementos fortes de dissuasão de qualquer acção militar, em especial, uma rede de grupos militantes que apoia, arma (geralmente, de forma indirecta através de aquisições na Coreia do Norte) e controla. Esta rede proporciona-lhe vários níveis de retaliação em caso de sofrer um ataque (Hezbollah, Hamas, são apenas os grupos mais conhecidos mas há diversos outros incluindo sunitas e curdos, ligações no Paquistão, no Iémen, etc.).

A contestação interna e a onda de instabilidade que o Governo enfrenta, desde a fraude eleitoral de Junho, embora louváveis na sua dimensão de luta por direitos fundamentais, apenas vieram complicar as expectativas de sucesso que a política de Obama de abertura ao diálogo e procura de uma solução pacífica criou inicialmente. O Governo não vai negociar qualquer aspecto do seu programa nuclear com o exterior enquanto se sentir acossado internamente por uma facção rival que quer sobretudo recuperar os seus privilégios e que, não tendo qualquer discordância de fundo sobre as ambições nucleares do país, até já aproveitou um breve sinal de cedência do Governo para o acusar de que está a deixar-se instrumentalizar pelo Ocidente!

Obama já terá concluído que a sua política de boa vontade, embora muito saudada na Europa por contraposição à postura agressiva de Bush, também não vai levar a qualquer saída útil. Em Janeiro ficou perante o primeiro embaraço de não ver atendida a data limite que tinha imposto a Teerão para dar uma resposta à proposta de um acordo, subscrito por Moscovo, sobre o enriquecimento de urânio no exterior do país. Parece agora começar a inclinar-se para uma postura mais dura, ameaçando com medidas que, no recente discurso da União, caracterizou como sendo de “growing consequences”.

Embora não tenha identificado essas medidas, sabe-se que se está a referir-se a sanções mais penalizantes, indo assim ao encontro dos que reclamam medidas de coacção fortes. É com esse propósito que a Câmara de Representantes aprovou recentemente uma lei que sancionará as companhias que vendam produtos refinados ao Irão (Iran Refined Petroleum Sanctions Act). No entanto, as perspectivas do impacto que essas iniciativas poderão ter no propósito de moderação do regime, mesmo considerando a situação de fragilidade em que o Governo iraniano se encontra presentemente, são, em qualquer caso, modestas. É a conclusão que ressalta da análise de três décadas de imposição de sanções crescentemente restritivas por parte dos EUA contra a República Islâmica.

Sanções económicas ou comerciais exigem solidariedade internacional; a da Rússia, geralmente considerada como decisiva, parece agora estar mais acessível do que em qualquer altura antes, dado o descontentamento que provocou a recusa iraniana do acordo de enriquecimento de urânio que Moscovo apoiava. A da Alemanha, também importante dado o volume de transacções comerciais entre os dois países, nunca esteve tão firme como agora, presumivelmente devido a pressão americana (bancos alemães sob o risco de terem que pagar mil milhões de dólares em multas por terem apoiado negócios com o Irão) e israelita (uma relação politicamente importante para Berlim).

Não fosse a China, o ambiente seria, de facto, muito mais favorável à imposição de sanções. Mas não é, porque Pequim está a aproveitar o vazio resultante da proibição imposta às companhias petrolíferas ocidentais de fazerem negócios com Teerão para robustecer os seus laços comerciais. Em 2008, importou mais de 40000 barris de petróleo por dia e em 2009 fez acordos comerciais e de investimento no montante de 17 mil milhões de dólares. A posição chinesa não é susceptível de mudar a curto prazo por duas razões: fidelidade aos princípios de não interferência externa que, como se sabe, reflectem principalmente preocupações internas quanto a eventuais intromissões do exterior nas questões da Formosa, Tibete, etc.; recusa em assumir uma posição de liderança global que poderia prejudicar a necessidade de se manter concentrada da protecção dos seus próprios interesses. Nesta perspectiva, o Irão não constitui um problema em que a China se queira envolver nem muito menos considera ser uma ameaça.

Mal grado a esperança que a instabilidade interna no Irão tem gerado sobre a possibilidade de uma mudança de regime, uma outra revolução é um desfecho altamente improvável. Será, por isso, erro crasso esperar que a dinâmica da situação interna, incluindo a pressão dos jovens, acabe por resolver o problema. Mesmo com mudanças no topo da hierarquia iraniana, para ajustamento à evolução da situação, não é de esperar uma política regional diferente, muito menos qualquer alteração de fundo ao programa nuclear.

Que caminho deverão então os EUA tomar nestas circunstâncias? Continuar a tentar captar o apoio internacional para sanções mais duras mesmo sabendo que estão esgotadas as cedências que poderiam ser feitas para conquistar a adesão da Rússia e da China? Continuar pacientemente a insistir com negociações mesmo não estando à vista qualquer indício de que Teerão abandonará a táctica de combinar avanços e recuos em função da pressão exercida pela comunidade internacional? Avançar com a opção militar que algumas correntes de opinião consideram ser a única forma de deter o Irão, apesar das dificuldades práticas da tarefa e das possibilidades de retaliação do Irão?

Sem nenhum caminho a destacar-se como o mais apropriado e com mais hipóteses de sucesso, os EUA continuarão a apostar nas duas primeiras linhas de acção mas precisarão de, paralelamente, começar a dar sinais concretos de que não permitirão que a hegemonia regional que o Irão procura alguma vez possa pôr em causa a segurança de Israel e dos países do Golfo. É o que, aliás, já iniciaram com algumas iniciativas que melhorarão o dispositivo de defesa anti-míssil na área, incluindo a instalação de baterias de mísseis Patriot de defesa anti-míssil no Kuwait, nos Emiratos Árabes Unidos, no Bahrain e no Qatar (estão previstas oito) e a presença de cruzadores de defesa aérea de área já equipados para integrarem o escudo de defesa contra mísseis balísticos.
 
Jornal Defesa
 

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Lusitano89

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Re: Ocidente vs. Irao
« Responder #279 em: Março 01, 2010, 02:37:46 pm »
Irão não estão a cooperar, denuncia director da AIEA


O Irão não está a cooperar suficientemente com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) na investigação sobre as polémicas actividades nucleares da República Islâmica, afirmou esta segunda-feira em Viena o director-geral do organismo da ONU, Yukiya Amano.

«A agência continua a garantir que o material nuclear declarado no Irão não seja desviado, mas não podemos confirmar que esse material seja dedicado a actividades pacíficas porque o Irão não forneceu à agência a cooperação necessária», afirmou Amano no discurso de abertura do conselho de ministros da AIEA.

Desde Fevereiro de 2006, a AIEA e o Conselho de Segurança da ONU estudam o caso iraniano. As potências ocidentais temem que Teerão deseje produzir armamento nuclear.

Amano, que assumiu o cargo em Dezembro, também afirmou que a proposta feita em Outubro pelos EUA, Rússia e França, com a mediação da AIEA, permanece válida. A oferta consiste em trocar fora do Irão o urânio enriquecido iraniano por combustível para o reactor de pesquisas de Teerão.

«Acredito que isto garantiria a continuação das operações do reactor de pesquisas de Teerão e serviria como medida para gerar confiança», completou na abertura da reunião de quatro dias.

Lusa
 

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HaDeS

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Re: Ocidente vs. Irao
« Responder #280 em: Março 14, 2010, 11:47:36 pm »
Os EUA já disseram que não vão atacar (lógico já tem duas guerras para cuidar), a europa ocidental débil como sempre não faz nada sem os EUA, resultado é um Irã Nuclear
 

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HSMW

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Re: Ocidente vs Irão
« Responder #281 em: Abril 22, 2010, 08:19:40 pm »
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Snowmeow

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Re: Ocidente vs Irão
« Responder #282 em: Abril 24, 2010, 01:43:34 pm »
Qual é a posição de Portugal em relação ao Irã? (Vai ser difícil eu escrever "Irão" aqui XD) Os portugueses têm razão para se preocupar com o avanço iraniano na tecnologia bélica e nuclear?
"Não corte uma árvore no Inverno; pois sentirás falta dela no Verão." Jairo Navarro Dias
 

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Camuflage

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Re: Ocidente vs Irão
« Responder #283 em: Abril 24, 2010, 03:32:25 pm »
A posição de Portugal, deve ser similar ao que a NATO disser e nada mais, é o costume.
 

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FoxTroop

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Re: Ocidente vs Irão
« Responder #284 em: Abril 24, 2010, 03:53:09 pm »
Citação de: "Snowmeow"
Qual é a posição de Portugal em relação ao Irã? (Vai ser difícil eu escrever "Irão" aqui XD) Os portugueses têm razão para se preocupar com o avanço iraniano na tecnologia bélica e nuclear?

A posição de Portugal vai ser a posição que as organizações internacionais, onde está representado, tiverem.

Quanto à posição dos portugueses eu apenas posso falar por mim. Não acredito que o Irão seja uma ameaça, nem mesmo que venha a dispor de armamento nuclear (coisa que eu não acredito que possa vir a ter, por variadas razões). Aliás, penso que a posse de armamento nuclear, serve mais como estabilizador-moderador, do que outra coisa. Se a URSS e a NATO não se pegaram foi pelo factor nuclear e desde que a India e o Pasquistão passaram a ser potencias nucleares, tirando algumas escaramuças insignificantes, nunca mais se atreveram a sair do seu viveiro (apesar de passarem a vida a rosnar um ao outro, não se atrevem a morder).
Estou também convencido que a principal razão do desenvolvimento belico do Irão vem da pressão internacional (USA-Israel) e da cobiça pelos seus recursos em gás e petróleo, do que de qualquer ideal expansionista iraniano. Qual seria o país que não se equiparia até aos dentes depois de ver o que se passou nos seus vizinhos (Iraque e Afeganistão) e sendo directamente ameaçado como "Eixo do Mal"? Confiar nas instituições (ONU, etc)? Só se for para rir. É que a invasão do Iraque só foi feita depois de os desgraçados estarem completamente desarmados e delapidados por anos de sanções. Ou somos anginhos e acreditamos que o dispositivo militar americano concentrado no golfo para a invasão, e logo altamente renumerador se por acaso o Iraque tivesses as tais "armas", teria sido disposto daquela forma?

O Irão sabe que não pode convencionalmente vencer uma guerra contra os USA, mas pode armar-se de modo a que uma vitória dos USA saia tão cara que é politicamente inviável.