1º Ponto eu não especulei nada saiu em varias publicações que Portugal estava interessado em vender a classe tridente a Marrocos
https://www.infodefensa.com/texto-diario/mostrar/5202135/marruecos-plantea-compra-submarinos-nuevos-francia-alemania-rusia-bien-usados-portugal-grecia
2º ponto se era tão fácil aprovar os OPVs e os NPCs porque se adquiriu a classe Tejo? O dinheiro gasto em 3 navios dessa classe mais um que nunca navegou pagava 2 NPCs atualmente segundo o foi dito no dia da marinha iam custar cerca de 15 milhões a unidade. Uma classe nunca serviu a Marinha porque não substitui os OPVs e já existia a classe Argos.
3º ponto eu não conheço o projeto mas os submarinos mais pequenos são muito utilizados para recolha de informações, operações especiais ou lançamento de UUVs além proteger a costa e os cabos submarinos . A Classe anterior ao tridente também era um mini submarino aos olhos de hoje
1⁰ ponto - o suposto interesse da venda dos Tridente, é meramente especulação da parte de terceiros. Do ponto de vista da MGP, tal ideia teria que ser pensada e planeada com pés e cabeça, nomeadamente a substituição dos ditos. Se a Marinha estivesse interessada em despachar os Tridente, sem acautelar a sua substituição, nem ter garantias do Governo de que haveria orçamento, seria uma red flag enorme.
2⁰ ponto - a palavra chave é Troika. Nessa altura praticamente todos os programas sofreram cortes, tendo o programa das LFC recebido uma machadada por inteiro. A isto junta-se o processo de privatização dos ENVC, etc. Estamos a falar da época em que vários navios ficaram anos (alguns deles 10 anos) sem manutenção, o que levou ao encosto definitivo da VdG, e ao estado miserável de grande parte da frota.
A LPM DE 2019, ao contrário da LPM anterior que praticamente não tinha nada, é que passou a incluir novamente a compra dos NPOs - programa este unanimemente aceite por todos os partidos - e que difícil era não conseguir que avançasse. O Cravinho quase conseguiu esse feito, ao tentar oferecer "jobs for the boys", que atrasou o programa por vários anos.
3⁰ - tem havido uma tendência no aumento do deslocamente de vários tipos de navios de guerra. Dos OPVs às corvetas, das fragatas aos contratorpedeiros, passando pelos submarinos, etc. Os Albacora tinham muitas limitações, com as suas cerca de 1000t. É um dado adquirido que, se optarmos por um modelo de 800t, este também terá limitações.
Os Tridente também fazem essas missões todas, às quais acrescem missões oceânicas. Tendo em conta a nossa realidade oceânica, faz mais sentido um modelo de 1500t, do que um de 800t. Optar por um modelo de 800t, não é uma questão táctica, estratégica ou doutrinária, é apenas uma questão de dinheiro.
Uma questão: faz mais sentido ter submarinos mais pequenos/ligeiros capazes de operarem exclusivamente em brown water, ou alargar o número dos existentes (ou até eventualmente substitui-los todos por uma classe única tipo Scorpéne, como em tempos por aqui se aventou), capazes tanto de operação em blue water como em patrulha/defesa costeira?
Para mim - e confesso logo à partida o meu maior desconhecimento deste tema visto ser um cromo aeronáutico - seria preferível ter 4 ou 5 U209/Scorpéne a ter 2 submarinos para operações oceânicas e outros 2 para operações costeiros. Por uma questão de lógica e cadeia logística.
Para a realidade portuguesa, faz mais sentido 4 submarinos iguais, ou ter 2 Tridente + 2 submarinos maiores, tipo KSS-III, com outras capadidades ofensivas para atacar alvo em terra.
A opção por 2 mais pequenos, é meramente financeira, seguindo a lógica de "mais vale 2 Tridente + 2 subs pequenos, do que apenas 2 Tridente".