Programa de contrapartidas pela compra dos C-295 arrisca incumprimento -TdC
O programa previa investimentos na economia portuguesa por parte da agora "Airbus Defense" no montante de 464.000.000 euros, estando por cumprir 320.554.682 euros, o que representa uma execução de 30,9%.
https://www.dn.pt/lusa/interior/programa-de-contrapartidas-pela-compra-dos-c-295-arrisca-incumprimento--tdc-8904974.html
Há uma coisa que nunca entendi nestes negócios, as contrapartidas.
Pelo que andei a ver os 12 c-295 custaram 460 milhões, e o contrato das contrapartidas é de 464 milhões.
Então isto na pratica significa que o estado paga 460 Milhões e a empresa que vende os aviões tem de gastar 464 milhões em portugal.
Isto faz sentido a alguém? Será que só eu vejo que há aquilo qualquer coisa que não está certa ou que tem tudo para correr mal?
link do sitio onde tirei o preço dos aviões
https://www.publico.pt/2009/04/06/politica/noticia/novos-avioes-c295-da-forca-aerea-comecam-a-operar-no-segundo-semestre-1372961
Em muitos negócios deste tipo existem contrapartidas, não é só em Portugal que isto acontece e acaba por fazer sentido. Suspeito que alguns dos negócios da EID se deveram a essas contrapartidas, e tenho a certeza no caso da OGMA.
Tentando dar um exemplo prático, se por exemplo Portugal adquirisse meia dúzia de Pilatus PC21, podia acontecer que a OGMA fornecesse um valor equivalente de componentes para a fuselagem do Pilatus PC12 (o que não é impossivel pois a PILATUS é cliente da OGMA). Até podia ser em alternativa umas toneladas de queijo da serra exportados durante 20 anos para a Suíça que o resultado seria o mesmo. Tudo depende dos contractos que se fazem. A Pilatus apenas se comprometeria a facilitar a exportação/comercialização/serviços de um valor equivalente.
Até pode ser um centro de estudos/projectos de "excelência" não se sabe muito bem de quê em Portugal que apresente uma facturação com um valor equivalente

(Isto para Portugal os outros países não custam cair nesse truque).
Os radares navais e material electrónico da Terma têm muita saída não só por serem bons mas também porque a Dinamarca tem um sistema de contrapartidas para os seus contratos de defesa.
Por outro lado esses valores que se fala têm coeficientes de valoração que deverão estar especificadas nesses contratos. Por exemplo uma garrafa de vinho que no supermercado fica a 5€, magicamente aparece a custar 10/15 € com a aplicação do coeficiente, logo os 464M € até podem passar a ter uma valor real substancialmente inferior.
Espero não ter contribuído para aumentar ainda mais a confusão, mas quem estiver dentro do assunto estará sempre a tempo de fazer as correcções necessárias, o que não é o meu caso.
Cumprimentos,