2ª Esquadra F-16 / Esq. 301

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Leonidas

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« Responder #240 em: Março 16, 2006, 09:47:18 pm »
Saudações guerreiras.


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Outra achega. Não são obviamente os nossos governantes que tem que saber como é que se utiliza a arma aérea. Compete à FAP definir essa doutrina e apresentá-la ao governo e o governo decide em função dos meios que tem. Mas um ministro da defesa não tem que ser um especialista em aviação militar, para isso tem conselheiros no MDN e tem as chefias que o aconselham. O ministro tem é que saber decidir em função dos recursos e saber estabelecer prioridades. É isso que ele tem que fazer.

Caro José Matos, este seu parágrafo, como se costuma dizer, dá pano para mangas  :D . Permita-me discordar. O ministro não tem que saber pilotar aviões ou comandar fragatas, até aí tudo bem, é perfeitamente aceitável. Agora o governo decide sempre em função do que quer e não em função daquilo que a FAP ou as FA, no seu geral, têm. E têm/temos o que têm/temos porque se decidiu assim, porque alguém quis que assim fosse.

Eu não sou nenhum especialista na matéria, mas vejo que para um país 3 vezes menos que Portugal (sem contar com a ZEE) tem cerca de 100 F-16MLU, pergunto se será a FAP a não querer uma 2ª esquadra de F-16MLU ou se é o ministro? Quem decide em ultima instância é sempre o ministro, a não ser que os estados maiores andem a “mangar com a tropa” e dão maus conselhos aos ministros.

Pelo que me é dado a perceber, não podemos falar da FAP da mesma maneira que falamos de outro ramo. Também não quero dizer com isto que não hajam problemas, masmo na instituição, e também não quero que os os que lutam há muito por reformas nos outros ramos sejam metidos todos no mesmo saco daqueles que nada fizeram para melhorar seja que instituição for. Fica feita essa ressalva que penso correta. Espero não ter ofendido ninguém, pois não era essa a minha intenção.

Cumprimentos
 

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Lightning

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« Responder #241 em: Março 16, 2006, 10:40:35 pm »
Citação de: "balburdio"
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Essa ideia de por F-16 a fazer a instrução de jactos acho errada, é giro um cadete habituado a voar num Chipmunk e Epsilon ir logo para os F-16, era um sonho tornado realidade para ele mas não será o mesmo que por um puto acabado de sair dos Karts a conduzir um Formula 1 :roll: ???
A razão por que é errado utilizar F-16 em treino avançado não é essa, é mais fácil pilotar um F-16 que um Chipmunk e mesmo um Epsilon.
A razão é do foro económico, um F-16 é demasiado caro de operar e seria irracional gastar horas de célula e motor em treino avançado, quando isso pode ser feito por aviões mais baratos e económicos.

Se um é mais fácil do que outro não sei porque nunca pilotei nenhum, submeto-me aos conhecimentos de quem tenha essa experiencia, mas caso seja vedade fico supreendido, até porque os pilotos contratados não voam F16, mas apenas os pilotos efectivos, devido (pelo que sempre me disseram) ser necessário vários anos para se pilotar efecientemente.

Citação de: "balburdio"
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Há que haver um periodo de instrução num modelo de jacto mais simples estilo o alpha jet na minha opinião.
O pior é que os AJ com os ses problemas de envelhecimento tb já não são muito económicos de operar.

Eu não disse que era mais económico apenas mais simples (mas talvez esteja errado e o Alpha Jet seja mais complicado do que o F16).

Citação de: "balburdio"
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Mas mesmo que fosse 1,2 ou 3 esquadras de F16, a actual esquadra de manutenção podia aumentar um pouco o numero de militares mas nunca seria o efectivo necessário à existencia de 3 esquadras de manutenção em 3 bases diferentes
Não porquê? A Bélgica tem menos população que Portugal e opera 74 F-16, a única razão porque temos pessoal a menos tem a ver com a política de cortes do governo.

Repito, não temos pessoal para isso actuamente, mesmo que tivessemos os aviões, ou agora vamos falar em suposiões?
Bem se aumentarem os ordenados aí para o dobro talvez tenhamos o pessoal necessário.

Citação de: "balburdio"
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É mais eficiente ter uma só esquadra de manutenção para as 2 ou mais esquadras de caças.
Mais eficiente não é, quando muito é mais económico!

Porque é que não é eficiente pode se justificar?

Citação de: "balburdio"
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Essa ideia de caças espalhados acabou com o aparecimento dos aviões a jacto, penso que pelo menos desde os F86 Sabre que tem sido sempre todos juntos na mesma base, pelo menos a nivel de Portugal Continental.
Por razões económicas e por falta de uma verdadeira doutrina de utilização da arma aérea por parte dos nossos governantes, totalmente ignorantes nestes assuntos. Aliás temos o exemplo da Suissa e da Suecia que chegam a operar os seus aparelhos a partir de grutas e barracões utilizando estradas como pista. Aliás todos os caças suecos são desenhados com isto em conta.

A Suiça e a Suécia não pertencem à NATO por isso não tem alianças com ninguém para a sua defesa além de terem uma economia à qual nem fazemos sombra, lá ia o défice estilo foguetão se nos metessemos em tal aventura.

Citação de: "balburdio"
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Quanto às ilhas só vai haver a presença permanente de caças quando existirem radares militares a cobrir essas àreas, ou tão a querer por uma parelha de F16 a voar 24h sobre 24h para esses lados???
Os radares serão instalados em 2008, já não falta assim tanto tempo. Tomara até lá a 2ª esquadra F-16 estar realmente operacional.

Está aí um comentário onde se afirma que cada radar demorará 5 anos a ser construido e ainda não começou nenhum. 2008 é daqui a 2 anos.

Citação de: "balburdio"
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na melhor das hipoteses temos 13 da frota sempre parada, (na pior das hipoteses é metade ou mais da frota parada) isso actualmente dá em 19 F16 tão 6 parados e 13 prontos e num futuro de 40 caças 13 parados e 27 prontos, assim dois destacamentos de 10 já não parece um bom numero pois não.

A taxa de operacionalidade dos F-16, salvo situações anómalas de corte orçamental é superior a 75%.

então o normal na BA5 é situações anómalas, lol, pode acontecer em certas alturas ter mais aeronaves prontas do que as que eu disse mas seria durante um curto espaço de tempo e não numa média a longo prazo.

Citação de: "balburdio"
Seriam pois, 20 nas ilhas e 20 no continente.
Ou seja 15 operacionais e 5 em manutenção no continente; 7 operacionais e 3 em manutenção em cada arquipélago. .

Então afinal sempre vamos ter 3 esquadras, 1 esquadra de 20 na BA5, e duas esquadras de 10 em cada arquipelago, mais a manutenção de cada uma claro, os pilotos e mecanicos devem-se atrapalhar uns aos outros lá na BA5, como já disse não há pessoal para isso, além de terem que construir todas as infrastruturas que existem na BA5 nos Açores e na Madeira para a colocação de uma esquadra, sendo na Madeira o mais complicado porque enquanto que nos Açores existe a BA4, na Madeira teriam que construir uma Base Aérea de raiz porque não existe lá nenhuma, o destacamento da FAP em Porto Santo está situado no aeroporto.

Citação de: "balburdio"
Creio, no entanto, que bastaria estarem 4 operacionais pelo que teriamos antes 6 aparelhos em cada arquipélago, ficando então 28 no continente: 21 operacionais e 7 em manutenção.

Isto já me parece a minha média de 13 lol. Mas passando à frente este valor de 6 caças por destacamento já é mais realista e pode haver situações a que tal obrigue, estilo uma nova cimeira das Lages, acredito que sejam sim 3 em situações do dia-a-dia podendo ser reforçados (os 6 ditos parece-me um bom numero) em situações especificas e de curta duração.

Citação de: "balburdio"
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A norma em destacamentos é de 3 caças
Não existe qualquer tipo de norma sobre isso, trata-se apenas do resultado de gerir meios escassos.

Tem razão não é uma norma oficial mas é o que acontece na realidade.

Citação de: "balburdio"
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Tudo a mais que isso terá que ser apoio enviado de Monte Real.
Que infelizmente fica a hora e meia da Madeira.
Tendo em conta que o tempo médio de um ataque hi-lo-lo desde que as aeronaves atacantes surgem no radar até desaparecerem, é de escassos minutos os reforços chegariam demasiado tarde.

Um F16 demora hora e meia da BA5 até a Madeira????
Um avião comercial demora uma hora, mais ou menos.

Citação de: "balburdio"
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... Mas como os pilotos tem que manter as suas qualificações tem que participar em exercicios com outros paises por isso lá vão uns 6 pelo menos para um lado qualquer como EUA, fica 13.
Enviando 3 ou 6 para uma missão de bombardeamento NATO estilo Kosovo ou proteger o Afeganistão ou outra coisa kk real, lá ficamos com 7 para apoio aos 6 de alerta na BA5, Açores e Madeira.
Nunca vão mais de 2 para fora.
[/quote]

Essa dos 2 já foi respondido por outros comentários por isso acho que mais um não é necessário visto não ir dizer nada que já não foi dito.
 

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Rui Elias

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« Responder #242 em: Março 17, 2006, 10:33:47 am »
José Matos:

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Discordo que essa falta de pilotos tenha a ver com falta de investimento do governo na FAP (embora essa falta exista como é óbvio, limitando, por exemplo, as horas de voo). A sangria de pilotos tem a ver obviamente com as melhores condições na aviação civil e que a FAP nunca vai conseguir vencer, pois é impossível equiparar os ordenados de piloto na FAP com aqueles que existem cá fora na aviação comercial. Portanto, é um problema complicado e que não tem solução à vista.


Ninguém coloca em dúvida que as companhias de aviação comercial paguem bem mais aos pilotos que são formados pela Academia.

Mas acharia que se trata de uma fatalidade divina que em Portugal a FAP, num país om 10 milhões de pessoa não consiga ter um mínimo de 150 pilotos para operarem 3 esquadras de 20 jactos cada (ou seja 60 aparelhos, que é o que eu preconizo como patamar mínimo para o nosso tamanho estratégico e espao geográfico, e capacidade de dissuasão)?

Uma politica de recursos humanos, com contratos maiores no tempo, cláusulas de rescisão caras e dissuasórias para os pilotos, e condições de trabalho mais aliciantes, bem como um vencimento acrescido não poderia ser uma politica consistente com essa vontade que deveria ser de todos, a começar pelo Governo, para segurar um nº de pilotos na FAP para operarem as esquadras de aviões de ataque?

Ou estará escrito nas Sagradas Escrituras que Portugal não terá nunca capacidade para operar mais que uma única esquadra de 20 F-16MLU?
 

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Johnnie

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« Responder #243 em: Março 17, 2006, 03:44:58 pm »
Isto para mim de não termos pilotos é conversa para boi dormir....

Se no auge da Guerra Colonial a FAP tinha no seu inventário para cima de 800 aparelhos...

Não façam as pessoas de estupidas por favor...
«When everything is coming your way... You are in the wrong lane!!!!"
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #244 em: Março 17, 2006, 04:01:44 pm »
Pois é, mas havia SMO e naquele tempo não havia saidas para a TAP como agora...
É muito complicado!

PS: O Duque de Bragança foi Piloto-Aviador em Angola nos Helis da FAP.
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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José Matos

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« Responder #245 em: Março 17, 2006, 04:31:01 pm »
Olá Leónidas e restantes membros

O governo ouve todos os anos a chefia da FAP que diz o que precisa em termos de orçamento para manter a sua operacionalidade e cumprir as missões que lhe estão atribuídas. Como os recursos são escassos, o governo define prioridades e estabelece o que pode ou não gastar. E se qualquer um de nós fosse ministro da defesa tinha que fazer o mesmo.

É claro que ao longo do tempo os sucessivos governos têm dado menos à FAP do que aquilo que ela tem pedido ou ambicionado. Não fazem obviamente por má vontade ou por desconhecimento do que é a FAP, mas sim por questões de recursos e de afectação de verbas para outros sectores. Mas o desinvestimento na defesa tem sido geral não só em Portugal, como em muitos outros países da Europa. Portanto, nós não somos excepção nesse quadro. Podemos obviamente considerar que não existe uma percepção política que de as FAs estão cada vez menos consideradas e que o desinvestimento em defesa não ajuda nada à sua modernização, mas além da falta de sensibilidade política há também um problema da falta de recursos.

Em relação aos F-16s, a FAP defende obviamente a modernização das duas esquadras para o padrão MLU. É uma ambição na qual a FAP tem sido coerente e penso que fez sentir isso junto do governo na elaboração da LPM. Se o governo vai ou não atender a isso é uma questão ainda em suspenso e que só saberemos quando a LPM for publicada ou divulgada. Penso, no entanto, que há um forte risco de haver cortes a esse nível na LPM, mas para já ainda não temos a certeza de nada. Portanto, vamos aguardar. É claro que se isso acontecer penso que será uma má opção do governo.

Obviamente que sou contra a qualquer ideia de termos 3 esquadras de combate como o Rui Elias defende há muito tempo. Acho que seria um desperdício de meios e insustentável não só do ponto de vista dos recursos humanos como também financeiros. Nós não temos estrutura humana nem financeira na FAP para ter 3 esquadras de combate com F-16. Nem sinceramente vejo necessidade disso, dado que 2 esquadras garantem perfeitamente as nossas capacidades de dissuasão, de afirmação de soberania e de participação em missões internacionais.  

Rui em relação às soluções que apontas para a sangria de pilotos o que posso dizer é o seguinte:

Contratos maiores no tempo – Qualquer oficial das forças armadas pode sair das mesmas quando obviamente quiser. Se um capitão ou um major pode sair do exército não vejo porque razão um capitão ou um major na FAP não pode fazer o mesmo? Portanto, não me parece uma solução aplicável.

Cláusulas de rescisão caras e dissuasórias para os pilotos – acho que é uma boa solução, mas obviamente não impede que as pessoas possam sair na mesma.

Condições de trabalho mais aliciantes, bem como um vencimento acrescido – Isto não é fácil de aplicar, pois além de pilotos, são oficiais da FAs e não podem ter grandes diferenças de salário em relação a outros oficiais noutros ramos. Ou seja, se aumentas o ordenado de um capitão-piloto na FAP também tens que aumentar os outros no Exército, na Marinha e até na FAP para aqueles que não são pilotos. Por outro lado, nunca vai ser possível praticar ordenados iguais ao que existem na aviação comercial. Portanto, temos sempre o mesmo problema.

Portanto, o problema não é de fácil solução senão já tinha sido resolvido na FAP.

Sobre a guerra colonial. Nós nunca tivemos 800 aviões no auge da guerra. Em 71, a FAP tinha 684 aviões no seu inventário e muitos provavelmente não estariam operacionais. Portanto, nunca passamos a barreira dos 700 aparelhos mesmo nos melhores tempos.

Agora é óbvio que a FAP tinha nessa altura um efectivo elevado de pilotos fruto da situação da guerra. Já agora convém dizer que nesse tempo nem todos os pilotos eram oficiais, mas também havia sargentos a pilotar aviões. Como é óbvio a estrutura humana de apoio era também muito maior nesse tempo, pois convém lembrar que o serviço militar obrigatório era nesse tempo de 24 meses, o que permitia ter um efectivo razoável a partir desta fonte de recrutamento.

Com o fim da guerra tudo isso mudou a estrutura da FAP teve que ser adaptada e reduzida à nova realidade.

Portanto, o problema existe e é bem real. É só quem não conhece a FAP é que pode dizer que tudo não passa de uma ficção.

Um  abraço

 

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balburdio

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« Responder #246 em: Março 17, 2006, 05:00:01 pm »
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Discordo que essa falta de pilotos tenha a ver com falta de investimento do governo na FAP (embora essa falta exista como é óbvio, limitando, por exemplo, as horas de voo). A sangria de pilotos tem a ver obviamente com as melhores condições na aviação civil e que a FAP nunca vai conseguir vencer, pois é impossível equiparar os ordenados de piloto na FAP com aqueles que existem cá fora na aviação comercial. Portanto, é um problema complicado e que não tem solução à vista.

Quando existem cerca de 600 candidatos por ano e só são admitidos algumas dezenas, isso deve-se a quê? A desinvestimento do governo!

Por ano saem da FAP cerca de 7 a 8 pilotos, seria muito facil compensar este número não fossem as grandes restrições orçamentais.

E volto a dizer, a Bélgica com menos populaão mantém 74 F-16, será que lá os pilotos são mais patriotas e assim não há problemas de perda de efectivos?


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Outra achega. Não são obviamente os nossos governantes que tem que saber como é que se utiliza a arma aérea. Compete à FAP definir essa doutrina e apresentá-la ao governo e o governo decide em função dos meios que tem.
Isso alvez seja assim em países a sério, por cá os governantes decidem em função de interesses puramente políticos.



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Mas um ministro da defesa não tem que ser um especialista em aviação militar, para isso tem conselheiros no MDN e tem as chefias que o aconselham. O ministro tem é que saber decidir em função dos recursos e saber estabelecer prioridades. É isso que ele tem que fazer.

Coisa que por sinal este ministro já demonstrou não saber fazer
 

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Rui Elias

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« Responder #247 em: Março 17, 2006, 05:03:51 pm »
Tudo bem, José.

Mas continua tudo a assentar em politicas, escolhas  e opções.

Eu já fiz a a comparação com o que se passa hoje nos serviços de urgência dos hospitais em Potugal, onde não há médicos e enfermeiros portugueses, mas sim espanhois e de outros países, noemadamete doa PALOP.

Para mim, esse deveria ser um desígnio a ser levado a cabo pelo Governo, no espaço de 2 ou 3 legislaturas.

Como eu disse não me parece que seja uma fatalidade do destino.

Quanto a 40 ou 60 caças F-16 ou o futuro outros aparelhos, eu aho que 40 podem ser poucos.

Mas é tudo uma questão de opiniões.

Paíse como a Holanda ou Bélgica têm bem mais aparelhos que os 40 que teremos com MLU.

Portugal não é só o rectângulo de 92.000 km quadrados, e por não termos capacidade propria de reabastecimento no ar, mais falta faz a quantidade, já que não possuimos capacidade de desmultiplicação.

Eu acho que da parte dos diversos governos há mais falta de vontade em investir nas Defesa que possibilidaes financeiras.
 

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balburdio

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« Responder #248 em: Março 17, 2006, 05:45:39 pm »
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Não fazem obviamente por má vontade ou por desconhecimento do que é a FAP
Ainda há quem acredite nisso, quem acredite que o governo Guterres paralisou as FAs não por desconhecimento ou má vontade mas porque preferiu enterrar o dinheiro em programas tão mais importantes como o financiamento de 10.000 novos "jobs for the boys" por ano.


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Obviamente que sou contra a qualquer ideia de termos 3 esquadras de combate como o Rui Elias defende há muito tempo. Acho que seria um desperdício de meios e insustentável não só do ponto de vista dos recursos humanos como também financeiros. Nós não temos estrutura humana nem financeira na FAP para ter 3 esquadras de combate com F-16.
Só não consio então compreender como é que a FAP fazia nos anos 80 para operar 90 aviões de combate, A7P e G91, além de T-38 e outros.

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Nem sinceramente vejo necessidade disso, dado que 2 esquadras garantem perfeitamente as nossas capacidades de dissuasão, de afirmação de soberania e de participação em missões internacionais.  
Vê-se, a nossa participação internaconal tem-se pautado pela insuficiencia, ficamos sempre com funções secundárias.
A capacidade de dissuasão é irrisória ou mesmo nula dada a inexistencia de meios de defesa aérea nas nossas bases. Que dissuasão é essa quando qualquer ataque surpresa pode facilmente neutralizar a nossa capacidade de defesa aérea?


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Portanto, o problema não é de fácil solução senão já tinha sido resolvido na FAP.
A questão é que não é a FAP que pode resolver o probema, mas sim o governo.

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Sobre a guerra colonial. Nós nunca tivemos 800 aviões no auge da guerra. Em 71, a FAP tinha 684 aviões no seu inventário e muitos provavelmente não estariam operacionais. Portanto, nunca passamos a barreira dos 700 aparelhos mesmo nos melhores tempos.


Ah, só 700, sim! isso muda tudo!
 

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Jorge Pereira

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« Responder #249 em: Março 17, 2006, 06:13:53 pm »
Citação de: "balburdio"
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Discordo que essa falta de pilotos tenha a ver com falta de investimento do governo na FAP (embora essa falta exista como é óbvio, limitando, por exemplo, as horas de voo). A sangria de pilotos tem a ver obviamente com as melhores condições na aviação civil e que a FAP nunca vai conseguir vencer, pois é impossível equiparar os ordenados de piloto na FAP com aqueles que existem cá fora na aviação comercial. Portanto, é um problema complicado e que não tem solução à vista.

Quando existem cerca de 600 candidatos por ano e só são admitidos algumas dezenas, isso deve-se a quê? A desinvestimento do governo!

Por ano saem da FAP cerca de 7 a 8 pilotos, seria muito facil compensar este número não fossem as grandes restrições orçamentais.

E volto a dizer, a Bélgica com menos populaão mantém 74 F-16, será que lá os pilotos são mais patriotas e assim não há problemas de perda de efectivos?


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Outra achega. Não são obviamente os nossos governantes que tem que saber como é que se utiliza a arma aérea. Compete à FAP definir essa doutrina e apresentá-la ao governo e o governo decide em função dos meios que tem.
Isso alvez seja assim em países a sério, por cá os governantes decidem em função de interesses puramente políticos.



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Mas um ministro da defesa não tem que ser um especialista em aviação militar, para isso tem conselheiros no MDN e tem as chefias que o aconselham. O ministro tem é que saber decidir em função dos recursos e saber estabelecer prioridades. É isso que ele tem que fazer.
Coisa que por sinal este ministro já demonstrou não saber fazer

Citação de: "balburdio"
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Não fazem obviamente por má vontade ou por desconhecimento do que é a FAP
Ainda há quem acredite nisso, quem acredite que o governo Guterres paralisou as FAs não por desconhecimento ou má vontade mas porque preferiu enterrar o dinheiro em programas tão mais importantes como o financiamento de 10.000 novos "jobs for the boys" por ano.


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Obviamente que sou contra a qualquer ideia de termos 3 esquadras de combate como o Rui Elias defende há muito tempo. Acho que seria um desperdício de meios e insustentável não só do ponto de vista dos recursos humanos como também financeiros. Nós não temos estrutura humana nem financeira na FAP para ter 3 esquadras de combate com F-16.
Só não consio então compreender como é que a FAP fazia nos anos 80 para operar 90 aviões de combate, A7P e G91, além de T-38 e outros.

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Nem sinceramente vejo necessidade disso, dado que 2 esquadras garantem perfeitamente as nossas capacidades de dissuasão, de afirmação de soberania e de participação em missões internacionais.  
Vê-se, a nossa participação internaconal tem-se pautado pela insuficiencia, ficamos sempre com funções secundárias.
A capacidade de dissuasão é irrisória ou mesmo nula dada a inexistencia de meios de defesa aérea nas nossas bases. Que dissuasão é essa quando qualquer ataque surpresa pode facilmente neutralizar a nossa capacidade de defesa aérea?


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Portanto, o problema não é de fácil solução senão já tinha sido resolvido na FAP.
A questão é que não é a FAP que pode resolver o probema, mas sim o governo.

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Sobre a guerra colonial. Nós nunca tivemos 800 aviões no auge da guerra. Em 71, a FAP tinha 684 aviões no seu inventário e muitos provavelmente não estariam operacionais. Portanto, nunca passamos a barreira dos 700 aparelhos mesmo nos melhores tempos.

Ah, só 700, sim! isso muda tudo!


Completamente de acordo balburdio. Tudo o resto são desculpas para “ Zé-povinho” ver.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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papatango

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« Responder #250 em: Março 17, 2006, 06:32:59 pm »
Citação de: "Johnnie"
Se no auge da Guerra Colonial a FAP tinha no seu inventário para cima de 800 aparelhos...

Só um pequeno reparo.

Muito dificilmente alguma vez Portugal teve 900 aeronaves no inventário.

Só para dar uma ideia: O mais importante avião de combate português em África, o FIAT G-91 (versão R/4 equipada com 4 x 12.7mm Browning) teve no máximo 25 unidades operacionais (no conjunto dos três teatros de operações)

No auge, Portugal teve em toda a África 120 a 130 aeronaves de asa fixa armadas, entre as quais contamos evidentemente o TEXA-pau-para-toda-a-obra e as avionetas.

Antes do inicio da guerra, no continente, a primeira esquadra de aviões a jacto, foi declarada operacional sem ter o número normalmente considerado mínimo de pilotos.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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Spectral

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« Responder #251 em: Março 17, 2006, 06:36:09 pm »
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Só não consio então compreender como é que a FAP fazia nos anos 80 para operar 90 aviões de combate, A7P e G91, além de T-38 e outros.

Aviões muito menos sofisticados, além que estávamos num contexto diferente ( Guerra Fria anyone ? ).



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Ah, só 700, sim! isso muda tudo!


Duvido seriamente que os 684 aparelhos estivessem todos operacionais ao mesmo tempo. Até quanto a metade desse número tenho algumas dúvidas.

Como o José Matos referiu muito bem, era uma situação completamente diferente e qualquer comparação é inútil. Ou será que custa o mesmo ao Estado um piloto de F-16 em 2006  que um piloto de Auster nos anos 60 em África ( que muitos deles nem pertenciam à FAP)?
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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antoninho

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falta de pilotos
« Responder #252 em: Março 17, 2006, 09:48:58 pm »
O problema do chumbo de futuros pilotos para a FAP é de que não se pode ser piloto por cunhas nem por notas minimas.
Ou se sabe ou ...alguém se esqueceu de um relatório feito por especialistas médicos(só por exemplo) a alertar para a crescente surdez da nossa juventude de discoteca... ha pois eles falam,falam e depois aquelas notas de matemática, hem ou vocês pensam que na FAP alguem facilita.... era o bonito, já temos poucos aviões com o facilitismo teriamos mais não...eu por mim ia logo para o metro viver pelos menos enquanto houvesse aparelhos no ar. A falta de entrada para pilotos não tem nada de politiquices....agora a saída dos ditos cujos, já é outra conversa.


Já agora em respeito ao armamento e não só, vale a pena ver este excerto da Mais Alto aquando da passagem dos Jaguares para Monte Real


A Esquadra opera agora o F- 16 MLU na missão de Defesa Aérea e Ataque Convencional, em
quaisquer condições meteorológicas e de luminosidade, com as seguintes capacidades:
"Air, Defense All-Weather, (ADX) e Fighter Bomber, AII-Weather-Precision (FBX-P)".
Para tal, foi desenvolvido e está em execução todo um programa de melhoria das capacida-
des de defesa aérea e de operações aéreas tácticas de apoio em ambiente marítimo que,
para além da operação com F- 16 MLU, inclui também o emprego de equipamentos de visão
nocturna -"Night Vision Goggles"(NVG), de mísseis Ar-Ar de médio alcance AIM- 120CS AMRAAM,
bombas comguiamento LASER GBU e com guiamento inercial/ GPS JDAM.
Em 2006, está prevista a operação com um sistema de localização, identificação e seguimento
de alvos -"Targeting Pod"(TGP) -e, em 2007, o sistema "Helmet Mounted Cueing System" (HMCS).
O F- 16 MLU da Força Aérea opera,actualmente, com a versão de "software"operocional OFP M2
e, durante o primeiro trimestre de 2006, passará a operar com a versão M3 que inclui a ferra
menta de Comando e Controlo para transmissão de dados Link-16.
No final do corrente ano está prevista a operação com a versão OFP M4 queinclui um novo
computador central da aeronave MMC 7000 e a capacidade de emprego da última geração de
mísseis de curto alcance AIM-9X e IRS-T.
 

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Johnnie

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« Responder #253 em: Março 17, 2006, 10:15:49 pm »
INVENTÁRIO DA FAP

QUANTIDADE EM 1976 = 297
QUANTIDADE EM 1978 = 256
QUANTIDADE EM 1983 = 275
QUANTIDADE EM 1986 = 293
«When everything is coming your way... You are in the wrong lane!!!!"
 

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José Matos

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« Responder #254 em: Março 17, 2006, 10:33:55 pm »
Balbúrdio

Quando existem cerca de 600 candidatos por ano e só são admitidos algumas dezenas, isso deve-se a quê? A desinvestimento do governo!

R - Dos 600 candidatos muitos não entram por selecção nas provas. É claro que há um número limitado de vagas, mas esse número é estabelecido pela FAP em função das necessidades do ramo, não propriamente por questões orçamentais.


Por ano saem da FAP cerca de 7 a 8 pilotos, seria muito facil compensar este número não fossem as grandes restrições orçamentais.

R- O problema não está no nº de pilotos que sai por ano da academia. Ou não seja não é aumentando o nº de pilotos na academia que se resolve o problema. Até podiam sair 10 ou 20 pilotos por ano, que isso não impedia de passarem na mesma para a aviação comercial. O problema da sangria está na diferença de salários e de condições que existe entre aviação militar e comercial. Aí é que está o problema não é na academia. Também está no facto de até agora a FAP ser praticamente a única instituição a formar pilotos em Portugal, o que também tem que mudar. A partir do momento em que as universidades comecem a formar pilotos a situação também pode mudar. Já existe uma que o faz.

Portanto, o problema reside em dois factores importantes. Condições financeiras e o facto da FAP ser praticamente a única escola de formação de pilotos. Ora desta forma, as companhias comerciais vão buscá-los à FAP, pois é o local ideal para isso e ainda por cima sem custos, pois formar um piloto custa muito dinheiro.

E volto a dizer, a Bélgica com menos população mantém 74 F-16, será que lá os pilotos são mais patriotas e assim não há problemas de perda de efectivos?

A questão da Bélgica manter 74 F-16 (penso que são 72 MLU) tem antes de mais nada a ver com aquilo que a Bélgica entende serem as suas necessidades de defesa a esse nível. É claro que para manter essa estrutura e mesmo das suas FAs a Bélgica gasta por ano em defesa 2 milhões e 300 mil euros, enquanto que Portugal gasta 1600 milhões de euros. E se formos a ver a percentagem de PIB da Bélgica gasta na defesa (1,1%) é ligeiramente menor que a nossa de 1,3%. Portanto, a Bélgica tem mais recursos que o nosso país para gastar na defesa e por isso é que pode ter 72 F-16 MLU. Nós não.

Quanto ao problema dos pilotos ele não se coloca na Bélgica da mesma forma que aqui porque o vencimento de um piloto belga na força aérea é maior do que de um português e a diferença do mesmo em relação à aviação comercial não será tão significativa como em Portugal. Também penso que a Bélgica é capaz de ter formação de pilotos fora da força aérea. Ou seja aqueles dois factores que há pouco referi não se verificam na Bélgica com mesma força que em Portugal.

Quanto à avaliação do ministro da defesa vamos fazê-la. No global parece-me positiva embora o orçamento diminua 2% este ano. Mas vamos ver a LPM. Aí é que ele vai mostrar o que vale.


Só não consigo então compreender como é que a FAP fazia nos anos 80 para operar 90 aviões de combate, A7P e G91, além de T-38 e outros.

R- Sabes que eu tenho uma vantagem histórica nestas coisas é que acompanhei a evolução da FAP nesse tempo. De facto, a FAP tinha nesse tempo mais aviões de combate do que agora, mas se fores ver qual o número desses aviões que estavam operacionais vais ver que se calhar muitos não estavam a voar, pois não havia dinheiro para os manter operacionais. Portanto, de que adiantava termos 100 aviões de combate no inventário quando muitos não estavam operacionais? Suponho que desses 100 se calhar 40%-50% estavam operacionais. Hoje dos 40 que temos não acredito que tenhamos apenas 40%-50%, operacionais, mas concerteza mais do que isso.  Depois uma boa parte dessa frota dos anos 80 era Fiats, cujo potencial de combate era muito reduzido. Hoje o nosso potencial de combate é muito melhor que nesse tempo. Portanto, estamos melhor do que nos anos 80, embora com menos aviões de combate.  

Por outro lado, se analisarmos as despesas de operação e manutenção da FAP a preços constantes desde os anos 80 até agora se calhar não encontramos na actualidade preços muito inferiores aos dos anos 80, embora a frota fosse maior naquele tempo. Acredito que hoje se gaste menos alguma coisa em operação e manutenção do que nos anos 80 (a preços constantes), mas não acredito que exista uma diferença abismal. Eu tenho dados desde 94-2003 e houve uma quebra de verbas desde 94 para 2003 em operação e manutenção, embora o orçamento global da força aérea a preços constantes tenha tido um aumento entre 94 e 2003 embora com algumas quebras pelo meio. Mas em operação e manutenção a quebra até é normal devido ao número de aviões operacionais que foi sendo reduzido desde 94.

Mas no essencial volto a dizer o que já disse, não temos recursos para manter 3 esquadras de F-16s nem pilotos para isso. Sejamos realistas. Nós não somos a Bélgica nem a Holanda. Se um dia tivermos um PIB igual ao deles se calhar podemos pensar nisso. Não temos, nem temos as mesmas necessidades deles.

Rui

Países como a Bélgica e Holanda possuem outro tipo de necessidades diferentes das nossas. A Bélgica, a Holanda, a Dinamarca e a Noruega sempre tiveram mais F-16s do que nós e se olhares para a evolução da frota deles vais ver que têm reduzido. Agora é como eu já disse. Possuem orçamentos maiores do que o nosso. E portanto podem ter mais meios porque possuem mais recursos.

Em relação à guerra colonial o papatango já falou e bem. Tivemos 680 aviões no inventário, mas muitos não estavam operacionais e os que foram usados em África não foram obviamente 600 nem nada que se pareça.

Um abraço