Vejo demasiadas culpas num homem e poucas críticas a quem governa. Terá certamente críticas, tenho as mesmas dúvidas no excesso de logística. Mas, eu sou leigo e nada sei do que se passa nos corredores de quem comanda e de quem governa. Ainda hoje se houver anteriores apoiantes de governos, afirmar que gastamos dinheiro a mais em defesa e que devemos querer paz. Se um governo depende de tal gente como esperam comprar o que quer que seja?
Poucas culpas a quem Governa? Isso é uma constante.

Agora isto não isenta o CEMA de ser criticado, ou que lhe seja exigida mais clareza (ajudava se o CEMA explicasse a sua visão da MGP, em termos de meios de combate).
Quando é suposto elogiar, elogia-se, quando é para criticar, critica-se.
Agora um CEMA que diz que a LPM foi feita para "outros tempos", insinuando que é insuficiente para a realidade actual, e na mesma entrevista consegue dizer que os programas em curso correspondem a todas as necessidades, e que a Marinha é "tecnologicamente avançada", não é para ser criticado?
É que mesmo sem contar com a conjuntura actual, a LPM que estava em curso, mesmo que cumprida a 100%, era considerada amplamente insuficiente! Uma LPM pensada para tempos de paz, que nem para tempos de paz era adequada!!!
A isto acresce que, investimentos na Defesa, não se fazem com base nos "tempos actuais", mas sim em preparação para tempos difíceis que podem ou não surgir. Basta ver o tempo de construção de navios, para se perceber que não dá para manter uma Marinha de chaços, e esperar pela altura em que haja um aumento de tensões, para se começar um processo de modernização. É assim que os países são apanhados com as calças na mão.
Quanto aos logísticos, não existe um número que seja considerado "a mais". O que existe é uma Marinha que já tem pouca capacidade de combate/escolta/dissuasão, tem falta de pessoal para guarnecer os navios existentes e tem falta de orçamento para manter o que tem, e mesmo com 2 AOR + 1 PNM em vista, sentem a necessidade de comprar ainda um NAVPOL. Para a nossa Marinha actual, isto é excessivo, e não obedece à ideia da Marinha equilibrada.
Os 17 navios, não deviam ser mais que um dado adquirido, até pela maioria deles já estar de alguma forma planeada há mais uns 20 anos.