Revolta no Mundo Árabe

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #420 em: Janeiro 21, 2013, 08:53:09 pm »
Rússia envia aviões para retirar cidadãos da Síria


O governo russo anunciou o envio de dois aviões para Beirute, no Líbano, como parte do esforço para a retirada dos seus cidadãos da Síria, face à guerra civil instalada no país. Apesar de o conflito - entre forças governamentais do presidente, Bashar Assad, e rebeldes - se arrastar por mais de 22 meses, esta é o primeira resgate de civis feito por Moscovo.

«Sob ordens da liderança da Federação Russa, o Ministério de Emergências está a enviar dois aviões para Beirute para que todos os russos que quiserem possam deixar a Síria», declarou a porta-voz do ministério à agência de notícias russa Interfax.
 
As duas aeronaves partirão em direcção à capital libanesa na terça-feira. O ministério estima transportar cerca de 100 pessoas na operação.
 
Durante anos, a Síria foi o principal aliado da Rússia na região. Desde o início do conflito, Moscovo foi a principal protectora estrangeira do regime ditatorial de Assad, enquanto boa parte das potências do Ocidente defendem a sua saída do poder. O conflito já causou mais de 60 mil mortes, segundo a ONU.
 
A presença de diversas empresas russas na Síria fez com que diversos cidadãos do país se instalassem por lá. A costa do país, no Mediterrâneo, é palco da maior manobra naval russa em anos - agências russas citam autoridades militares que afirmam que os navios foram posicionados para que pudessem ser usados num eventual esforço de retirada de pessoas da região.
 
Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #421 em: Janeiro 23, 2013, 12:55:38 pm »
Presidente Assad chama "leoas sírias" para o combate


O exército de Bashar al-Assad está a ficar com falta de efetivos devido a deserções e baixas em combate e está a recorrer ao recrutamento de mulheres para defender o país.

O presidente Bashar al-Assad recrutou um exército de mulheres para assegurar a proteção de pontos chave e colmatar a falta de efetivos do exércio causada pelas numerosas baixas e deserções que se têm verificado nos últimos tempos.

Segundo avança o jornal britânico Daily Mail, mais de 500 mulheres foram recrutadas para a nova força paramilitar, conhecida como as "Leoas para a Defesa Nacional", que estão a ser treinadas no campo militar de Wadi al-Dahab, na cidade de Homs.

As recrutas fazem parte da recentemente criada "Força de Defesa Nacional" (com 10 mil efetivos) e uma peça chave do plano de Assad para acabar com a rebelião no país, numa tentativa desesperada de reconquistar várias cidades que cairam nas mãos das forças rebeldes.

Abu Rami, porta-voz dos rebeldes, afirmou ao jornal britânico The Independent que está surpreendido com o recrutamento de mulheres no país. "Estou verdadeiramente surpreendido, é a primeira vez que vejo uma coisa destas". Para Rami, este recrutamento "desesperado" é "uma desculpa para quando algumas destas mulheres forem mortas pelas nossas forças serem usadas como propaganda internacional". Mas, ressalva, "numa guerra, qualquer pessoa armada é um alvo legítimo".

As "Leoas para a Defesa Nacional" não estão atualmente envolvidas em combates.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #422 em: Janeiro 24, 2013, 12:49:00 pm »
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #423 em: Janeiro 27, 2013, 09:08:40 pm »
Fim do regime de Assad está mais perto, diz Medvedev


O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, considerou hoje que o regime do Presidente sírio Bashar Assad está cada vez mais perto do fim.

"Parece-me que a cada dia, a cada semana, a cada mês que passa, as hipóteses de conservação [do poder por Assad] são cada vez menores. Mas repito uma vez mais que isso deve ser o povo sírio a decidir. Não pela Rússia, nem pelos Estados Unidos, nem por qualquer outro país", declarou, em entrevista ao canal televisivo CNN.
 
Esta é a primeira vez que um dirigente russo admite publicamente a queda do regime de Bashar Assad. Medvedev baseia a sua opinião no facto de Bashar Assad ter cometido erros na realização de reformas políticas.
 
"O Presidente Assad errou na realização de reformas políticas. Ele devia ter feito tudo muito mais depressa, conquistar para o seu lado parte da oposição moderada que estava pronta a sentar-se com ele à mesa das conversações. Isso foi um erro significativo seu, talvez mesmo fatal", explicou.
 
O primeiro-ministro russo revelou: "Telefonei várias vezes a Assad e disse-lhe: realize reformas, sente-se à mesa das conversações. Repito uma vez mais: considero que, infelizmente, a direção da Síria mostrou não estar pronta para isso."
 
Segundo Medvedev, o principal agora para a comunidade internacional é garantir o processo de reconciliação nacional, porque, caso contrário, a violência irá continuar na Síria.
 
"Ou o processo de reconciliação nacional decorre sob o controlo da comunidade mundial, ou haverá uma guerra civil interminável, não há terceira solução", frisou, acrescentando que a Rússia está pronta a participar neste processo.
 
O dirigente russo defende que "em caso algum se deve permitir o derrube da atual elite política através de ações armadas, porque a guerra civil nesse país continuará durante décadas, com ou sem Assad.
 
"Por conseguinte, a tarefa da comunidade mundial, de todos os países: Estados Unidos, europeus e potências regionais como a Arábia Saudita, Qatar e outros países, consiste em sentar as partes à mesa das conversações e não apenas exigir que Assada saia, depois ou será executado, como aconteceu com Kaddafi, ou levado de maca para o tribunal, como acontece com Hosni Mubarak", concluiu.
 
Segundo dados da ONU, a guerra civil na Síria, que dura há já dois anos, provocou mais de 60 mil mortos, centenas de milhares de edifícios foram destruídos.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #424 em: Janeiro 28, 2013, 10:28:42 am »
Única boa solução é a queda de Assad diz MNE francês


O ministro francês dos negócios estrangeiros, Laurent Fabius, considerou hoje dramática a situação na Síria, onde já morreram cerca de 70.000 pessoas, e afirmou que "a única boa solução é que Bashar (Al-Assad) caia, quanto antes melhor".

"A situação na Síria é absolutamente dramática. Há quase 70.000 mortos, todos os dias morrem centenas e Bashar continua a assassinar o seu povo", disse o ministro em entrevista à televisão France 2.

Fabius, que hoje de manhã abre em Paris uma reunião de apoio aos opositores da Coligação Nacional Síria (CNS), descartou o risco de a queda do regime do presidente Al-Assad levar os integristas ao poder.

Para o ministro francês, a CNS "comprometeu-se a reconhecer a totalidade das comunidades" do país e as vidas dos dirigentes da oposição são uma garantia de que manterão o compromisso: "São em geral pessoas que passaram vários anos das suas vidas na prisão, precisamente porque não querem o terrorismo e o extremismo".

O governante destacou que na reunião de hoje, organizada pelo governo francês, participam mais de cinquenta países e organizações regionais para apoiar a oposição a Bashar Al-Assad.

Segundo o seu gabinete, esta reunião tem, em primeiro lugar, uma dimensão política, para tentar que cada vez mais Estados se juntem ao "reconhecimento da CNS como representante legítima do povo sírio".

Também tem uma dimensão financeira, na sequência da conferência que se dedicou à oposição síria a 12 de dezembro na cidade marroquina de Marraquexe.

A reunião de Paris, que reúne altos funcionários em representação de cada delegação, visa também abordar as questões humanitárias do conflito.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #425 em: Janeiro 29, 2013, 01:15:06 pm »
Chefe militar adverte sobre risco de colapso de Estado no Egipto


O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Egipto, Abdel Fattah al Sisi, advertiu hoje para o risco de colapso do Estado devido aos protestos violentos da oposição do Egipto. Desde sexta-feira, mais de 60 pessoas morreram no país.
 
Os protestos ocorrem quando de celebra o 2º aniversário  anos de lembrança da revolta que derrubou o ex-ditador Hosni Mubarak, em 2011, e dias após o veredicto que condenou à morte 21 envolvidos no massacre durante um jogo de futebol em Port Said, que deixou 74 mortos em Fevereiro de 2012.
 
Devido à violência dos protestos, o presidente Mohamed Mursi decretou no domingo o recolher obrigatório em três cidades do país e pediu ao Parlamento que autorizasse o uso do Exército na segurança pública, o que foi aprovado pelo Legislativo na segunda-feira.
 
Em mensagem na página do Exército na rede social Facebook, o comandante militar disse que os desafios económicos, políticos e sociais que o Egipto enfrenta representam «uma verdadeira ameaça à segurança do Egipto e à coesão do Estado egípcio».
 
«A continuação do conflito entre as diferentes forças políticas e as suas diferenças em relação ao comando do país podem levar ao colapso do Estado e ameaçam gerações futuras. A continuação desse cenário sem ser resolvido conduzirá a consequências graves que influenciarão a estabilidade», acrescentou.
 
Considerando esse cenário, Sisi defendeu que as Forças Armadas continuem a controlar o país e sejam «o bloco coeso e sólido» em que o Estado repousa. Também apoiou o toque de recolher em Suez, Port Said e Ismailia, que, para o chefe militar, são cidades estratégicas.
 
No entanto, reconheceu que os militares enfrentam o dilema de não poder interferir no direito de livre manifestação dos cidadãos, mas precisam de proteger locais cruciais que afectam asegurança nacional. Por isso, pediu que as manifestações da oposição sejam pacíficas.
 
Na segunda-feira, o Parlamento do Egipto autorizou que as Forças Armadas se juntem à polícia para controlar os protestos no país. De acordo com a nova lei, as forças armadas podem prender civis e encaminhar as queixas para o Ministério Público para que sejam julgadas por tribunais civis.
 
O envio do exército para as ruas foi usado para controlar os ânimos dos opositores em diversas ocasiões pela junta militar que governava o país até junho e pelo próprio Mursi. Na semana passada, as tropas foram usadas para garantir a segurança no Cairo, em Suez e em Port Said.
 
O lei aprovada pelo Senado é parte de uma série de medidas anunciadas por Mursi após cinco dias de manifestações violentas contra seu governo nas principais cidades do país, que coincidiram com os dois anos do início da revolta que levou à queda do ditador Hosni Mubarak.
 
A violência tomou proporções maiores em Port Said, onde foi divulgada no sábado a condenação à pena de morte de 21 acusados de terem provocado o massacre num estádio de futebol da cidade, em Fevereiro de 2012, em que 74 pessoas morreram. Nos protestos de há três dias registaram-se 32 mortes.
 
O presidente também propôs mais uma ronda de diálogos nacionais, tal como aconteceu durante os protestos de Dezembro contra a nova Constituição. Tal como no mês passado, o evento foi novamente boicotado pela oposição.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #426 em: Fevereiro 02, 2013, 06:15:31 pm »
Rússia alerta para riscos de armar a oposição síria


O ministro dos negócios estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, alertou que armar a oposição síria pode no futuro voltar-se contra os países que o fizeram, criticando a forma como o Ocidente lida com aquele conflito.Na sua intervenção na Conferência de Segurança de Munique (MSC), o ministro pôs em causa a forma como a NATO e os países do ocidente estão a enfrentar os "principais problemas da actualidade", nomeadamente a primavera árabe, as guerras na Síria e no Mali e a ameaça nuclear do Irão.

"A forma como a NATO encara os problemas não ajuda", disse, acrescentando que a comunidade internacional deveria "adoptar uma abordagem mais global", não centrada nos interesses exclusivos da Europa e dos EUA.

Em concreto, alertou para o risco de apoiar a oposição ao regime de Bashar al-Assad com armas, pelo perigo de esse armamento se virar no futuro contra os países que o forneceram.

Advertiu ainda sobre a "ambígua" e incoerente política do Ocidente, acusando-o - sem citar casos concretos - de cooperar com governos não democráticos e recusar fazê-lo com outros, além de não apoiar alguns líderes democráticos.

"Quando é que é legítimo e quando é que não é?", questionou Lavrov várias vezes.

O chefe da diplomacia russa defendeu que devem ser decididas "algumas regras" comuns e transparentes, apoiando de forma coordenada "as reformas democráticas", mas sem "impor regras e modelos externos".

Na sua opinião, é possível alcançar o fim da violência mediante um diálogo inclusivo, com todos os actores implicados em cada conflito, "especialmente com o mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas".

No entanto, Lavrov deixou a porta aberta a uma nova forma de colaboração entre a aliança atlântica e a Rússia e pediu que as palavras de cooperação se convertam em actos.

"Está na hora de cancelar as nossas dúvidas anteriores e está na hora de nos concedermos um crédito de confiança mútua", disse Lavrov .

Também no MSC, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden manifestou o desejo de que a comunidade reforce o seu apoio à oposição síria, afirmando que Bashar al-Assad "já não é capaz de dirigir a nação".

No total, estão em Munique 90 delegações nacionais, uma dezena de chefes de Estado e de Governo, 70 ministros da defesa e dos assuntos estrangeiros e 60 directores executivos de grandes empresas.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #427 em: Fevereiro 02, 2013, 06:55:35 pm »
Poder egípcio tenta explicar-se após brutalidade policial, oposição pede queda de Mursi


O poder egípcio tem estado hoje envolto em grande polémica após a difusão de imagens de um homem nu agredido pela polícia na véspera em frente ao palácio presidencial, durante manifestações contra o presidente Mohamed Mursi, que causaram a morte de uma pessoa.
 
A Frente de Salvação Nacional (FSN), principal coligação opositora egípcia, anunciou o seu apoio aos «apelos do povo» pela queda do regime do presidente islamita e pelo seu julgamento por «assassínios e tortura».
 
Em comunicado, a FSN afirma que «adere totalmente aos apelos do povo egípcio e das suas forças vivas em favor da queda do regime da tirania e (pelo fim da) hegemonia da Irmandade Muçulmana», formação islamita da qual Mursi é proveniente. O comunicado foi divulgado após uma reunião da FSN realizada neste sábado.
 
Antes, o primeiro-ministro Hicham Qandil foi alvo de manifestantes durante a manhã na Praça Tahrir, no centro do Cairo, testemunhando pessoalmente a tensão política reinante.
 
O vídeo divulgado pela televisão e na Internet mostra polícias agredindo um homem com cassetetes, e arrastando-o depois de lhe terem arrancado as roupas. O homem foi colocado depois numa carrinha blindada estacionada perto do palácio do chefe de Estado.
 
A presidência egípcia declarou-se «entristecida com as imagens chocantes de alguns polícias a tratar um manifestante sem respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos».
 
A oposição evocou métodos dignos dos tempos do presidente Hosni Mubarak, derrubado por uma revolta popular em 2011.
 
O Ministério do Interior pediu desculpas, mencionando um «acto isolado» e anunciou a abertura de uma investigação. Antes, os opositores já tinham pedido a demissão do titular da pasta, Mohamed Ibrahim.
 
O homem agredido, Hamadah Saber Mohamed Ali, um operário de 50 anos, foi detido «em posse de 18 cocktails Mololov e de duas latas de combustível», indicou o procurador, citando os primeiros elementos da investigação.
 
No fim de 2011, a imagem de uma manifestante usando o véu arrastada por soldados nas imediações da Praça Tahrir, deixando o seu sutiã e a sua barriga à mostra, provocou indignação em todo o mundo.
 
Hoje, manifestantes lançaram pedras e garrafas contra a comitiva do primeiro-ministro na Praça Tahrir, noticiou a rede de televisão local Dream Live.
 
O gabinete do chefe do governo indicou que Qandil tinha sido alvo de «jovens e agitadores». O primeiro-ministro postou no Facebook que «preferiu evitar um confronto entre essas pessoas e o pessoal de segurança».
 
Dezenas de opositores ao poder estão instalados há meses numa aldeia de tendas na praça simbólica do centro da cidade, ponto de concentração de manifestantes desde o levantamento contra Hosni Mubarak.
 
A polícia anti-motins estava hoje mobilizada nas imediações do palácio presidencial após uma noite de muita confusão.
 
A calma voltou durante a manhã, mas as ruas adjacentes estavam cheias de pedras que tinham sido lançadas pelos manifestantes, e o muro do conjunto do palácio estava coberto de slogans contra Mursi, com os lemas «É preciso derrubar o regime» e «Liberdade», entre outros.
 
Além de um jovem de 23 anos morto perto do palácio presidencial, cerca de uma centena de pessoas ficaram feridas na sexta-feira nas manifestações no Cairo e noutras cidades do país, segundo fontes médicas.
 
Desde o início da nova onda de violência no Egipto no dia 24 de Janeiro, na véspera do 2º aniversário da revolta que derrubou o presidente Hosni Mubarak, cerca de 60 pessoas morreram.
 
A presidência reafirmou, entretanto, em comunicado o seu compromisso «em proteger a liberdade de expressão e de reunião» e a sua vontade de manter «a evolução democrática» do país.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #428 em: Fevereiro 03, 2013, 01:47:34 pm »
Obama recusou proposta de Hillary para dar armas a rebeldes sírios


O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, rejeitou no ano passado um plano apresentado pela então secretária de Estado, Hillary Clinton, e antigo diretor da CIA, David Petraeus, para armar a oposição síria, noticiou o New York Times.

Numa notícia publicada no sábado na sua página de internet, o New York Times refere que o plano foi elaborado por Hillary Clinton e David Petraeus em meados do ano passado, numa altura em aumentava a escalada de violência na Síria e cresciam as críticas à inação dos Estados Unidos, segundo fontes do governo norte-americano.

A ideia de Clinton e de Petraeus incluia o treino de combatentes "aos quais seriam fornecidas armas", de acordo com o New York Times, escreve a agência Efe.

O diário afirma que o plano "continha riscos", mas que também oferecia a "potencial recompensa" de criar aliados com os quais os Estados Unidos poderiam trabalhar durante o conflito e após uma eventual queda do regime de Bashar Al Asad.

A então chefe da diplomacia norte-americana e o ex-diretor da CIA apresentaram a sua proposta à Casa Branca, mas esta foi rejeitada.

O Presidente Barack Obama opôs-se à entrega de armas aos rebeldes sírios, argumentando que estas poderiam cair nas mãos de grupos extremistas que estão envolvidos no conflito, que vai a caminho dos dois anos.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #429 em: Fevereiro 04, 2013, 02:03:31 pm »
Irão diz que Israel se vai arrepender de ataque à Síria


Um alto funcionário do governo do Irão disse hoj que Israel se vai arrepender de ter feito um ataque à Síria na última quarta-feira. A acção foi denunciada pelo regime sírio e diplomatas norte-americanos, mas não foi confirmada oficialmente por Israel.
 
As autoridades sírias dizem que um centro de pesquisa militar foi atacado na cidade de Jamraya, perto de Damasco e da região dos Montes Golã. Diplomatas norte-americanos também afirmam que houve um bombardeamento, mas que este atingiu um comboio de transporte de mísseis para o grupo radical libanês Hezbollah.
 
Em visita a Damasco, o secretário do Conselho Superior Nacional do Irão, Saeed Jalili, disse que o mundo islâmico não permitirá uma agressão contra os sírios. Para ele, os países muçulmanos devem prever a agressão contra o mundo islâmico e ter uma resposta adequada para provar a sua união.
 
«O regime sionista (Israel) vai-se arrepender do ataque. Hoje tanto o povo como o governo sírio tratam a questão com seriedade e a comunidade islâmica está a apoiar a Síria», acrescentou.
 
Jalili afirma que Israel e os seus aliados (em referência aos países ocidentais) querem debilitar o regime de Bashar Al-Assad para diminuir a resistência ao Estado judaico e pediu uma solução negociada para o fim do conflito sírio, que dura há 22 meses.
 
O Irão é o principal aliado do regime sírio na região, tal como Damasco é o maior apoiante da República Islâmica. Os dois países possuem cooperação militar há 30 anos, o que levou a acusações dos rebeldes de que combatentes de Teerão entraram no conflito sírio. O Irão no entanto nega participação nos confrontos.
 
Domingo, o jornal The New York Times afirmou que o suposto ataque israelita provocou danos ao principal centro sírio de investigação de armas biológicas e químicas.
 
Segundo fontes do exército dos EUA, os danos foram provocados pelas bombas que eram transportadas no veículo supostamente bombardeado por Israel.
 
No domingo, o ministro da Defesa israelita, Ehud Barak, admitiu implicitamente que o ataque aconteceu, mas sem dar mais pormenores.
 
«Isso que aconteceu há alguns dias mostra que quando dizemos uma coisa, cumprimos. Dissemos que não pensamos que se possa permitir que sistemas sofisticados de armas sejam transferidos para o Líbano», afirmou.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #430 em: Fevereiro 04, 2013, 10:32:32 pm »
TV síria mostra imagens de centro atacado por Israel



A televisão oficial síria mostrou hoje à noite imagens que apresentou como sendo das instalações militares atacadas este semana pela aviação israelita.

As imagens, que não têm data, constituem "um vestígio da agressão israelita", referiu a televisão.

Em diferentes planos, as imagens mostraram um edifício que não estava destruído, mas com os vidros das janelas partidos. Num pátio foram mostrados veículos carbonizados.

As forças armadas sírias afirmaram que a aviação israelita bombardeou, na quarta-feira de manhã, um centro de investigação militar situado entre Damasco e a fronteira libanesa.

As autoridades sírias disseram que duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas no ataque, que provocou ainda "danos consideráveis" e a destruição parcial de um edifício.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #431 em: Fevereiro 06, 2013, 04:57:46 pm »
Mulher torna-se sniper para vingar a morte dos filhos



Uma antiga professora de inglês tornou-se numa sniper mortal ao serviço das forças rebeldes que lutam contra o regime de Bashar al-Assad, numa cruzada para vingar a morte dos seus dois filhos durante a guerra civil.

A mulher, de 36 anos, que dá pelo nome de guerra de "Guevara", percorre as ruas de Alepo com a sua espingarda com mira telescópica em busca de soldados das forças governamentais. De acordo com as últimas informações "Guevara" já abateu, pelo menos, quatro homens de Assad.

Segundo o jornal norte-americano New York Post as memórias das suas filhas, de 7 e 10 anos, mortas num bombardeamento aéreo, não a deixam sentir remorsos. "Primeiro prometi aos meus filhos que lhes ia garantir um futuro melhor. Mas agora, que estão mortos, só lhes posso oferecer a vingança", diz.

"Faz-me sentir bem", diz a sniper, "sempre que abato um grito: Yes!"

Vestida com o seu já conhecido camuflado e com a cabeça coberta pelo tradicional hajib, "Guevara" é das raras mulheres soldado aceites pela conservadora sociedade muçulmana.

Originária dos territórios palestinianos, "Guevara" aprendeu a usar armas num campo de treino do Hamas, no Líbano.

DN
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #432 em: Fevereiro 13, 2013, 07:33:32 pm »
Rússia vende armas de defesa antiaérea ao regime sírio


A Rússia continua a venda de armas de defesa à Síria, nomeadamente sistemas de defesa antiaéreos, admitiu hoje Anatoli Isáykin, director-geral do Rosoboronexport, o consórcio estatal russo para a exportação de armamento.

Isaykin alegou que «não há sanções» do Conselho de Segurança da ONU que impeçam as exportações de armas para a Síria.
 
«Continuamos a cumprir as nossas obrigações contratuais de provisão de armas. Mas não são armas de carácter ofensivo», explicou o funcionário, adiantando que a Rússia não vende «tecnologia aérea» à Síria.
 
A Rússia, aliada do ditador sírio Bashar al-Assad, juntamente com a China usaram seu poder de veto como membros permanentes no Conselho de Segurança de ONU para bloquear resoluções que ameaçam sanções ao regime sírio.
 
No ano passado, a então secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, acusou a Rússia de vender helicópteros ao regime do ditador Bashar al Assad.
 
Isáykin desmentiu os rumores de que o Rosoboronexport forneceu à Síria armamento no valor de mil milhões de dólares e negou a venda de sistemas de mísseis de ataque Iskander.
 
O total de mortos na guerra civil na Síria aproxima-se de 70 mil, de acordo com dados da ONU divulgados terça-feira pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos.

Lusa
 

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« Responder #433 em: Fevereiro 15, 2013, 05:55:48 pm »
Oposição síria procura parceiros «sem sangue nas mãos»


A coligação de oposição na Síria está pronta para negociar a saída do presidente Bashar al-Assad com qualquer membro do seu governo que não tenha participado na repressão militar da revolta, afirmaram hoje membros da coligação.
 
As autoridades sírias não deram qualquer resposta formal às várias ofertas de negociações nas últimas semanas. Mas responsáveis dizem que não podem aceitar pré-condições sobre a saída de Assad e rejeitaram o que dizem ser nada mais que iniciativas de media.
 
O abismo político entre as partes, juntamente com o impasse diplomático entre as potências mundiais que evitam uma intervenção eficaz, permitiu que os confrontos no terreno continuassem, com quase 70 mil mortos em 22 meses de conflito, segundo estimativa da ONU.
 
O líder da oposição, Moaz Alkhatib, fez uma oferta de negociações no mês passado sem consultar a coligação sobre o processo político.
 
O ministro dos Negócios Estarngeiros da Síria, Walid al-Moualem, deve visitar Moscovo, um dos principais aliados de Assad, ainda este mês. A Rússia também espera a visita de Alkhatib em breve em busca de um avanço para acabar com a mais sangrenta das revoltas da Primavera Árabe.
 
No entanto, os membros da coligação dizem que não há data definida para uma viagem de Alkhatib a Moscovo e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria minimizou sugestões de que Moualem e Alkhatib poderiam reunir-se lá, afrimando que qualquer diálogo deve ocorrer na Síria.
 
Uma reunião durante a noite do politburo de 12 membros da coligação no Cairo apoiou a iniciativa de Alkhatib, embora tenha definido directrizes para quaisquer negociações de paz que serão apresentadas para aprovação pela assembleia plena na próxima quinta-feira.
 
«Essas directrizes estipulam que Bashar al-Assad, e todos os líderes de segurança e militares que participaram no assassínio do povo sírio e cujas mãos estão manchadas de sangue não têm lugar na Síria do futuro», disse o membro da coligação Abdulbaset Sieda à Reuters, no Cairo, após a reunião.
 
«Nós concordámos em tranquilizar os irmãos sírios do Partido Baas (no poder) cujas mãos não estão manchadas com o sangue do povo sírio que eles são parceiros da Síria», acrescentou.
 
 O programa mundial de alimentos da ONU afirmou hoje que cerca de 40.000 pessoas fugiram de Shaddadeh para a capital provincial Hasakah, a 45 quilómetros a norte.
 
Em Damasco, o combate continuou na fronteira de áreas centrais que as brigadas rebeldes invadiram depois de romper as linhas defensivas das forças de Assad no nó rodoviário, há duas semanas.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #434 em: Fevereiro 17, 2013, 01:57:09 pm »
Primavera Árabe: Balanço precário


Após dois anos de Primavera Árabe, democracia e estabilidade permanecem uma miragem no Norte de África. A história não terminou, e um olhar breve sobre os três países protagonistas da vaga revolucionária árabe de 2011 – Tunísia, Líbia e Egipto – mostra que ainda é incerto o destino dos seus frágeis processos políticos.

No primeiro, berço da contestação popular que naquele ano havia de contagiar boa parte da bacia mediterrânica, os tunisinos voltam a deparar-se com um braço-de-ferro entre os dois blocos que derrubaram o regime de Ben Ali – os islamistas reunidos em torno do partido Ennahda, vencedor incontestado das primeiras eleições livres, e as forças progressistas que formavam a oposição secular à antiga ditadura de Tunis. O assassínio, dia 6 de Fevereiro, do líder esquerdista Chokri Belaid mergulhou novamente o país no caos.

Pelo menos uma pessoa morreu em vários dias de protestos contra o Governo liderado pelo Ennahda, movimento suspeito de estar por trás da morte do político. Hamadi Jebali, primeiro-ministro e membro da formação islamista, tenta agora constituir um Executivo inteiramente composto por tecnocratas independentes para responder ao descontentamento popular, mas enfrenta a oposição do seu próprio partido.

Na terça-feira, o chefe da diplomacia tunisina Rafik Abdessalem, cunhado do líder do Ennahda Rached Ghannouchi, admitiu que a formação poderá abandonar o Governo. No mesmo dia, porém, o partido convocou para o fim-de-semana uma manifestação de apoio ao movimento islamista.

Sindicatos e patronato, assim como os partidos seculares Congresso para a República (do Presidente Moncef Marzouki) e Ettakol, estão com Jebali, mas é também considerável a base de apoio da ala dura do Ennahda. Nos últimos dias, e perante o receio de uma nova vaga de crime e anarquia, impõem-se nas ruas tunisinas milícias de jovens salafistas que defendem a aplicação da charia, a lei islâmica.

A nova crise política vem atrasar ainda mais o longo processo de redacção de uma nova constituição, mais de um ano após a eleição da assembleia constituinte. Sem o novo documento, não será possível eleger o substituto do actual, desgastado e impopular Executivo interino.

Anarquia em Trípoli, intolerância no Cairo

Na vizinha Líbia, o segundo aniversário do início do levantamento armado que derrubaria o ditador Muammar Kadhafi foi assinalado na sexta-feira sob o peso de fortes medidas de segurança. O país encerrou as fronteiras ocidental (com a Tunísia) e oriental (com o Egipto) perante o receio de uma acção armada contras as autoridades de Trípoli. Nas últimas semanas, movimentos seculares, religiosos, autonomistas, federalistas e até saudosistas do antigo regime convocaram protestos contra um Executivo crescentemente acusado de corrupção e de protelar reformas prometidas.

O Governo interino continua a lutar pelo efectivo controlo do país. Bengazi, a segunda cidade líbia, é hoje um território praticamente independente sob gestão de uma miríade de milícias armadas com o arsenal herdado de Kadhafi. É também, desde Janeiro zona interdita a ocidentais por recomendação dos Executivos europeus e norte-americano. Várias companhias aéreas internacionais suspenderam os voos para a Líbia por razões de segurança.

Esta semana, num encontro em Paris com representantes de países aliados, o Governo líbio solicitou ajuda financeira e operacional para proteger as fronteiras, integrar milicianos nas forças armadas nacionais e controlar um fluxo de armas e combatentes que alimenta grupos extremistas em todo o Sahel, nomeadamente o Mali, e o Médio Oriente.

No Egipto, prossegue a competição entre religiosos conservadores e opositores seculares pelo controlo das ruas. A repressão policial aumentou após semanas de violência em que política, futebol e regionalismos exacerbados vitimaram dezenas de pessoas. Depois da circulação de um vídeo que revelou mais um caso de tortura às mãos das autoridades, o site YouTube foi barrado pela justiça do Cairo. Mantém-se também a exigência de demissão do Governo da Irmandade Muçulmana de Mohamed Morsi por parte da Frente de Salvação Nacional de Mohamed El Baradei, Amr Moussa e Hamdeen Sabahi, entretanto ameaçados de morte pelo clérigo salafista Mahmoud Shaaban.

SOL