Revolta no Mundo Árabe

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #390 em: Novembro 22, 2012, 11:18:52 pm »
Rússia opõe-se a mísseis e pede ajuda à Turquia para mediar crise síria


A Rússia opôs-se esta quinta-feira à instalação de mísseis da NATO na fronteira da Turquia com a Síria e pediu que o governo turco ajude a mediar a crise política no país vizinho.

Na quarta-feira, as autoridades turcas pediram à aliança militar do Ocidente que enviasse mísseis Patriot para controlar os confrontos na região de fronteira, que aumentam desde o início de Outubro.
 
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Alexandr Lukashevich, disse que a instalação dos mísseis é um sinal perigoso e aconselhou que os turcos usem o seu poder de influência sobre a oposição síria para incentivar o diálogo diplomático.
 
«O nosso conselho é que os colegas turcos usem a sua influência com a oposição síria para chegar o mais rápido possível a um diálogo interno, e não mostrem a sua força dando uma guinada perigosa à situação».
 
O representante afirmou que o país esperará a resposta da NATO sobre o pedido turco para dar uma versão definitiva sobre o tema. «Tais iniciativas não levam optimismo para uma solução política rápida na Síria».
 
A Rússia resiste a condenar o regime de Bashar Al-Assad pela violência dos confrontos na Síria e vetou três vezes resoluções contrárias ao país no Conselho de Segurança da ONU.
 
As autoridades turcas pediram os mísseis Patriot para proteger a fronteira pela terceira vez. Nas outras duas vezes, o armamento foi instalado na fronteira do Iraque, durante a Guerra do Golfo, em 1991, e na guerra dos EUA com o Iraque, em 2003.

Lusa
 

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scrupulum

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #391 em: Novembro 23, 2012, 12:28:29 pm »
ÁSIA/SÍRIA - Igreja profanada por bandidos. Depois, as decorações devolvidas e uma cerimônia de reconciliação

Homs (Agência Fides) -

 Um ato de vandalismo, e em seguida, o pedido de desculpas e reconciliação. É o que aconteceu em Qara, na Diocese de Homs (Síria ocidental), onde no dia 19 de novembro, a antiga igreja dos santos Sérgio e Bacco, do século VI, foi profanada por vândalos que forçaram a porta. Os vândalos roubaram mais de 20 ícones (dos séculos XVIII e XIX), antigos manuscritos e decorações sacras. Profanaram o altar e tentaram roubar um famoso fresco do século XII, "A Virgem do leite". Para tentar extirpá-lo, causaram danos e provocaram dois cortes na figura de Nossa Senhora.
Assim que a notícia foi divulgada em Qara, cidade sob controle da oposição síria, começou um forte movimento de solidariedade em todas as comunidades. Chefes de família, líderes de tribos, líderes muçulmanos e de outras confissões visitaram a igreja e manifestaram tristeza e solidariedade ao sacerdote greco-católico pe. Georges Luis que, com um padre greco-ortodoxo, continua a celebrar missas para as poucas famílias cristãs de Qara, mantendo acesa a chama da fé. O Patriarca greco-ortodoxo Inácio IV Hazim e o Patriarca greco-católico Gregórios III Laham foram avisados e exortaram o governo e a oposição a garantirem a segurança no país que, segundo eles, "está afundando no caos", visto os atos de banditismo, sequestros, agressões, massacres, bombardeios de áreas residenciais.
Os fiéis cristãos e muçulmanos de Qara se reuniram em vigílias de oração. Ontem, 21 de novembro, a festa da Apresentação da Virgem no Templo, aconteceu o que a comunidade local definiu como "um milagre". De manhã, um caminhão com homens mascarados chegou à igreja. O grupo pediu para se encontrar com Pe. Georges. Conforme relatado à Fides pelo sacerdote, os homens lhe disseram: "Não apreciamos o que fizeram os nossos companheiros. Pedimos-lhe de nos perdoar. Nós somos uma comunidade, um povo, uma nação. A sua segurança é a nossa. Vocês estão sob a nossa responsabilidade". A maioria dos objetos roubados - também destinados ao mercado de contrabando - foram devolvidos, com grande alegria e alívio para todos. Pe. Georges serviu um café árabe para hóspedes e muitas outras pessoas do bairro aderiram ao momento de convívio. A população local comemorou o fato oferecendo doces nas ruas. A final com o signo da reconciliação que o movimento local "Mussalaha" gostou e favoreceu. (PA) (Agência Fides 22/11/2012)
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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #392 em: Novembro 26, 2012, 01:05:02 pm »
Povo sírio é quem deve decidir destino de Assad diz Medvedev


O povo sírio é quem deve decidir o destino do presidente sírio Bashar al-Assad, afirmou hoje o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, que condenou o apoio de França à Coligação da Oposição síria como «totalmente inaceitável em relação ao direito internacional».
 
 Em entrevista concedida à AFP e ao jornal Le Figaro por ocasião da sua visita a Paris, hoje, Medvedev afirmou que «o desejo de modificar o regime de um terceiro país reconhecendo uma força política como única representante da soberania nacional não me parece algo civilizado».
 
«O povo sírio, incluindo estas forças (da oposição), é quem deve decidir o destino de Assad e do seu regime. Mas é conveniente que estas forças (da oposição) cheguem ao poder por vias legais, e não graças às entregas de armas por parte de terceiros países», acrescentou o primeiro-ministro.
 
«A Rússia não apoia nem o regime de Assad, nem a oposição. Nós temos uma posição neutra», afirmou Medvedev, destacando que a única solução era a abertura de negociações entre as partes em conflito e a organização de novas eleições.
 
Ao ser interrogado sobre a continuação das entregas de armas russas à Síria, Medvedev sustentou que «esta cooperação militar continua a ter um carácter legal» e destacou que não existe um embargo da ONU às entregas de armas à Síria.
 
«Tudo o que fornecemos são armas destinadas a defender-se contra uma agressão externa», afirmou.
 
A decisão do governo francês de reconhecer a oposição como «o único representante do povo sírio» e de pedir o levantamento do embargo ao fornecimento de armas aos opositores do regime de Bashar al-Assad é «muito discutível», declarou Medvedev, que hoje à noite inicia uma visita de trabalho a França.
 
«Devo lembrar que, segundo os princípios do direito internacional aprovados pela ONU em 1970, nenhum governo, nenhum Estado, deve iniciar uma ação destinada a derrubar pela força o regime existente num terceiro país», sublinhou o chefe do governo russo.
 
O presidente francês, François Hollande, que se reunirá com Medvedev durante a visita, recebeu no dia 17 de Novembro o presidente da nova Coligação da oposição síria, Ahmad Moar al-Khatib.
 
O primeiro-ministro também expressou a sua preocupação face à crise na União Europeia, que considerou uma «séria ameaça» para a Rússia.
 
Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #393 em: Novembro 26, 2012, 01:32:22 pm »
Turquia garante que mísseis são apenas defensivos


A Turquia reafirmou hoje que os mísseis "Patriot", que Ancara pediu à NATO para instalar junto à fronteira com a Síria, são apenas defensivos e excluiu categoricamente a utilização para lançamento de ataques.

"O sistema será instalado por razões puramente defensivas, contra uma eventual ameaça da Síria", assegurou o estado-maior das Forças Armadas turcas em comunicado. Os mísseis antiaéreos não serão utilizados "para operações ofensivas" ou para criar "uma zona de exclusão aérea" sobre a Síria, sublinhou o texto.

A Turquia pediu, na semana passada, aos parceiros da Aliança Atlântica a instalação de mísseis "Patriot" junto à fronteira com a Síria, provocando a irritação do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e pondo em alerta os principais aliados de Damasco, Rússia e Irão.

Desde sexta-feira, que o chefe da diplomacia turco, Ahmet Davutoglu, se tem empenhado em acalmar os três países, insistindo no caráter puramente defensivo dos mísseis.

O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, assegurou ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, durante uma conversa telefónica, que a instalação dos mísseis "é unicamente defensiva" e que não pretende "de forma alguma criar uma zona de exclusão aérea ou promover operações ofensivas", afirmou o porta-voz de Rasmussen.

Os restantes 27 países membros da NATO deverão responder em breve ao pedido oficializado na quarta-feira pela Turquia.

Uma missão de especialistas da NATO é aguardada hoje em Ancara para encontros com responsáveis militares turcos.

Na terça-feira, a missão deverá deslocar-se ao sudoeste da Turquia, junto à fronteira com a Síria, para determinar o local e a quantidade de mísseis a instalar.

De acordo com fonte militar turca, poderão ser instaladas quatro a seis baterias em Malatya, Diyarbakir e Sanliurfa (no sul da Turquia), o que implicará o estacionamento de cerca de 400 soldados dos três países da NATO que possuem o sistema "Patriot": Estados Unidos, Países Baixos e Alemanha.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #394 em: Novembro 27, 2012, 10:35:19 am »
Japão endurece sanções contra regime de Bashar al-Assad


O Japão anunciou hoje o endurecimento das sanções contra a Síria, com o congelamento de activos de 36 indivíduos e 19 organizações vinculadas ao regime de Damasco para aumentar a pressão sobre o presidente sírio, Bashar al-Assad.
 
A decisão, aprovada hoje pelo Gabinete do primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, no âmbito da lei nacional de divisas e comércio internacional, amplia o número de indivíduos sujeitos a esse tipo de sanções no Japão para 59 e o de entidades para 35.

Entre as pessoas afectadas a partir de hoje encontra-se o governador do Banco Central da Síria, Mayaleh Adib, e 35 ministros, vice-ministros e assessores do Governo de Assad.

A lista de entidade inclui os Ministérios da Defesa e do Interior da Síria, além do Gabinete de Segurança Nacional e empresas do sector petrolífero como a Syrian Petroleum Company (SPC) e a Syrian Company for Oil Transport (SCOT).

Com as novas medidas, as empresas japonesas precisarão de solicitar a autorização do Governo para realizar transações financeiras com aquelas pessoas e organizações.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão explicou através de comunicado que as sanções foram ampliadas a fim de contribuir para os esforços internacionais que visam solucionar a crise na Síria.

Lusa
 

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scrupulum

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #395 em: Novembro 30, 2012, 11:36:38 am »
ÁSIA/SÍRIA - Carros-bomba em Jaramana difundem o terror entre os cristãos

Damasco (Agência Fides) - Dentre as vítimas do atentado perpetrado ontem de manhã no subúrbio de Damasco, Jaramana, estão oito cristãos, grego-católicos e greco-ortodoxos. É o que confirma à Agência Fides padre Nicolas Haddad, do mosteiro Greco-católico de San Germano, pertencente à Sociedade missionária de São Paulo. A tragédia, realizada com dois carros-bomba explodidos de manhã cedo, causou a morte de mais de 50 pessoas, em maioria muçulmanos e drusos. "Dentre eles" - conta padre Nicolas "havia muitos jovens e estudantes. O atentado foi preparado para matar o máximo de pessoais possível: quando explodiu o primeiro carro-bomba, o povo se aproximou e foi a vez da segunda bomba explodir. Dentre os mais de cem feridos, pelo menos dez são cristãos".
O subúrbio de Jaramana - contrariamente a outras áreas da periferia de Damasco - não havia sido atingido pela repressão do regime. No bairro, foram organizados comitês cidadãos com a intenção de preservar a área do conflito entre grupos rebeldes e exército governamental.
Jaramana é conhecida pela consistente presença de comunidades cristãs e drusas. Muitos refugiados cristãos provenientes de Homs e de outras áreas atingidas pela guerra civil encontraram refúgio lá.
O atentado - cuja técnica foi a mesma dos anteriores reivindicados por Al Qaida no Iraque - foi atribuído por fontes oficiais a grupos não identificados de "terroristas", termo com o qual o governo indica os grupos da insurreição armada. A oposição, por sua vez, define o massacre como uma operação da 'inteligência' síria, insistindo no fato que a área de Jaramana é fortemente infiltrada por aparatos de segurança do governo. "Em todo caso, quem quer que fossem os mandantes, o objetivo era terrorizar os cristãos, estão conseguindo" - explica à Agência Fides padre Romualdo Fernandez OFM, reitor do Santuário damasceno dedicado à Conversão de São Paulo: "Metade dos professores de nossas escolas não vieram dar aulas ontem. Esta tragédia, depois de Bab Tuma de um mês atrás, difundiu um pânico enorme. Depois do Iraque, agora é a Síria que está se esvaziando de cristãos. Dão todo o dinheiro que têm para chegar ao Líbano e dali, fugir do Oriente Médio. Enquanto isso, as potências estrangeiras e a comunidade internacional jogam lenha na fogueira ao invés de forçar as partes a negociar uma solução do conflito, colocando fim neste massacre". (GV) (Agência Fides 29/11/2012)
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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #396 em: Dezembro 01, 2012, 12:31:11 pm »
SÍRIA - Um jovem cristão da oposição: "As minorias esmagadas no conflito"

Hassaké (Agência Fides) - As minorias da sociedade síria, vulneráveis e indefesas, são esmagadas num conflito que cresce em intensidade, se caracteriza cada vez mais como luta entre diferentes facções, se transforma em sectarismo e confessionalismo: foi o que disse numa nota enviada à Agência Fides, um jovem cristão, que foi com sua família para Hassaké, contando a experiência da cidade de Ras al-Ain, cidade na fronteira com a Turquia, na Alta Mesopotâmia. A população civil na área além do Eufrates (leste da Síria), foi devastada pelo conflito que provocou um êxodo de civis, que se refugiaram sobretudo nas cidades de Hassaké e Kamishly. Dali os bispos locais fizeram um apelo urgente à comunidade internacional e ao Papa, "para evitar uma catástrofe humanitária" (veja Fides 22 e 23/11/2012). Em Ras al-Ain, tomada por tropas do Exército Livre em 8 de novembro, hoje estão em curso confrontos entre facções militares curdas e árabes, antes aliadas contra o exército regular sírio, sinal do nível de conflito geral que aumenta. O jovem cristão, que diz ser da oposição síria e pede anonimato por razões de segurança, explica em seu testemunho enviado à Agência Fides a situação dramática das minorias (árabes, curdos, sírios, assírios e cristãos), na Mesopotâmia.
No meio da noite, as 2h da manhã de 8 de novembro, os moradores de Ras al-Ain foram acordados pelo som de explosões, helicópteros e metralhadoras. Eram os combatentes do Exército Livre e os helicópteros turcos que desceram em território sírio, que facilmente conquistaram a passagem da fronteira e a cidade. Os militares iniciaram a sequestrar casas de civis para usá-las como posições de combate. Entre as casas apreendidas, a do meu avô, onde havia mulheres, crianças e minha avó paralisada. Todos os civis foram expulsos de suas casas de pijama, sem poder levar documentos, dinheiro ou qualquer outra coisa. Os militares e os combatentes foram mais longe: com uma lista foram de casa em casa em busca dos seus inimigos. Dentre estes havia os nomes de pais de famílias cristãs. Porquê?".
"Pelo que já foi dito - disse o jovem - não se deve concluir que o nosso povo é dividido pelo ódio sectário. Sem a intervenção de um vizinho da minha família, um muçulmano sunita que suplicava aos homens armados de não fazer mal à minha família, teríamos morrido. Somos salvos e fugimos. A população de Ras al-Ain, muçulmanos e cristãos, curdos e árabes, sírios e assírios, viveu durante décadas em paz e fraternidade. Mas agora querem colocar um contra o outro. Por quê?".
O texto continua: "Em Ras al-Ain, as vítimas não eram apenas cristãs, mas os cristãos foram os únicos a serem imediatamente expulsos de suas casas, levando crianças no colo, fugindo pelas ruas cheias de cadáveres. Tal intervenção é a de um exército de invasores e não de um exército de libertadores, como se define o Exército da oposição".
A nota recebida pela Fides continua: "Curdos, árabes e cristãos, mais de 70 mil pessoas fugiram, a maioria para Hassakè. Em poucas horas, a cidade se transformou em cidade-fantasma. Os alawitas tiveram pouca sorte: foram mortos por serem alawitas. Uma das vítimas era um professor de escola que tanto amou a cidade e instruiu durante muitos anos jovens de todas as famílias. Milicianos o procuraram, prenderam e mataram diante da esposa e dos filhos, que foram sequestrados".
O dramático testemunho se conclui: "Hoje, as ruas estão paralisadas. Um ônibus que faz a linha de Hassaké a Aleppo foi parado e todos os passageiros identificados, para eliminar os que não eram sunitas. Mas quem deu às milícias a ordem de matar com critérios religiosos? E mesmo que o critério não fosse confessional, que direito têm de matar civis inocentes? O direito internacional estabelece que, mesmo em guerra, garantir a sobrevivência e os direitos dos civis é dever dos conquistadores. Mas aparentemente este princípio não é observado pelas facções militares dos rebeldes. Por quê? Sempre acusamos o regime destes desastres. Agora, falamos de crimes que vimos com nossos olhos, perpetrados pelo Exército livre sírio". (PA) (Agência Fides 30/11/2012)
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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #397 em: Dezembro 03, 2012, 02:27:05 pm »
Hillary adverte Síria sobre uso de armas químicas


A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, advertiu hoje a Síria sobre o possível uso de armas químicas nos confrontos contra opositores e que Washington está a estudar uma eventual retaliação caso aquelas armas sejam utilizadas.  Num encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, Karel Schwarzenberg, Hillary não deu pormenores sobre as ações.

«Nós deixamos as nossas visões muito claras: isso é uma linha vermelha para os Estados Unidos. Não vou dizer como agiremos caso haja provas consistentes de que o regime de Assad tenha usado armas químicas, mas certamente planeamos algo para o caso de isso acontecer».

Hillary voltou a condenar a ofensiva militar do governo sírio contra a população civil e lembrou a condenação internacional a Assad. Pediu ainda que a Coligação Nacional Síria seja ampliada para poder representar o país.

Horas depois, o regime sírio rejeitou o uso das armas. «Nós repetimos exaustivamente que não vamos usar esse tipo de armas, se elas estiverem disponíveis, contra o nosso povo em nenhuma circunstância», indicou o mne, em comunicado.

Damasco possui uma quantidade indeterminada de mísseis com armas químicas, o que preocupa as potências ocidentais e vizinhos como Turquia e Israel. Com o aumento da presença de militantes da Al Qaeda entre os rebeldes, cresceu o receio pelo uso indevido do armamento.

Desde o início dos confrontos, em Março de 2011, pelo menos 40 mil pessoas morreram em todo o país, segundo activistas. A ONU informou que mais de 400 mil saíram do país e outros 2,5 milhões se deslocaram internamente.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #398 em: Dezembro 03, 2012, 06:43:30 pm »
Mísseis da NATO na Turquia vão agravar tensão na Síria


A intenção da Turquia de instalar mísseis terra-ar Patriot da NATO na fronteira "vai exacerbar" a tensão na Síria, declarou hoje o Presidente russo, Vladimir Putin.

"Colocar meios adicionais na fronteira não acalma a situação, pelo contrário, vai exacerbá-la", disse Putin, em declarações aos jornalistas durante uma visita de trabalho a Istambul. O presidente russo constatou que os dois países não chegaram a um entendimento quanto à Síria.

"A Rússia e a Turquia não aproximaram as suas posições sobre a forma de resolver a situação na Síria", declarou Putin após um encontro com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.

O chefe de Estado russo disse que apesar das divergências o seu país, um dos aliados do regime de Bashar al-Assad, mantém o diálogo com a Turquia, que exige a saída do poder do presidente sírio.

"Vamos estar em contacto com a Turquia para continuarmos a trabalhar juntos sobre a forma de normalizar a situação na Síria", afirmou Putin.

A aviação turca enviou caças F-16 para a fronteira com a Síria como "medida de precaução" depois de as forças governamentais sírias terem bombardeado posições rebeldes numa localidade perto de território turco, indicou à France Presse um diplomata turco.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #399 em: Dezembro 05, 2012, 12:40:44 am »
NATO aprova envio de mísseis para a fronteira da Turquia


O secretário-geral da NATO anunciou hoje, em Bruxelas, que os aliados concordaram enviar mísseis "Patriot" para a Turquia, e que ninguém deve pensar em atacar o país. “A quem pensar atacar a Turquia, nós dizemos: nem pensem nisso”, disse Anders Fogh Rasmussen.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica expressaram unanimemente “graves preocupações” sobre o eventual uso de armas químicas pelo regime de Damasco, acrescentou.

“O uso de armas químicas será inaceitável”, continuou o secretário-geral da NATO.

Rasmussen informou ainda que a Alemanha, a Holanda e os Estados Unidos vão fornecer os mísseis "Patriot" para o sistema de defesa a instalar na fronteira da Turquia, a pedido de Ancara e no "quadro da solidariedade” entre os aliados.

Lusa
 

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scrupulum

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #400 em: Dezembro 05, 2012, 11:40:12 am »
A OTAN e as democracias saudita, qatari, etc  preparam-se para a invasão da Siria. Ha sinais que não mentem :

- Por um lado, assiste-se a uma preparação psicologica da opinião publica através da mediatização do argumento "armas quimicas". O presidente Obama, a esposa do ex-presidente Clinton, o Ramussen : todas estas sumidades planetarias aparecem diariamente nos media ocidentais a ameaçar o governo Sirio caso este empregue as armas quimicas...apesar do emprego destas armas ter sido admitido pelo governo sirio somente em caso de invasão.  

- Por outro lado, a OTAN começou a instalar os sistemas defensivos de misseis Patriot para parar a uma retaliação siria, mais do que certa, em caso de ataque da OTAN. Ninguem consegue imaginar que a Siria tome a iniciativa de agredir a Turquia, sobretudo nesta altura, em que no teatro de operaçoes interno, ela tem a maior das dificuldades em vencer os mercenarios financiados e armados do exterior.
A OTAN justifica a instalação dos Patriot com o pedido de ajuda da Turquia. A Turquia, um dos paises mais fortes militarmente da OTAN, tem medo de uma invasão siria ? Porque razão a Siria atacaria a Turquia ?

O que esta em jogo  :

A Siria é o ponto de passagem mais curto e barato para o petróleo e gás proveniente do Iraque/Koweit,  que de outra maneira tem que passar pelo canal do Suez.
A Siria detém no seu subsolo reservas provadas de 240 biliões de metros cubicos de gas natural.
Acessoriamente, a Siria é um dos principais aliados do Irão e do povo palestino e é tambem um dos principais adversarios de Israel, o qual continua a ocupar ilegalmente uma parte do territorio sirio, o Golan.
Para piorar ainda o "dossier", a Siria alberga o unico ponto de apoio da Russia no mediterraneo, a base de Tartus.
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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #401 em: Dezembro 09, 2012, 06:31:50 pm »


Na Siria já andam bonbardear com... minas navais.  :shock:
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #402 em: Dezembro 10, 2012, 05:55:29 pm »
Receio de que Síria use armas químicas é justificável, mas pouco provável


O receio de que o regime sírio utilize armas químicas contra a população é justificável, mas é pouco provável que tal aconteça, concluiu um grupo de especialistas reunidos no Bahrein, que consideram que se trata, sobretudo, de uma forma de pressão.  O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, advertiu numa reunião sobre segurança regional para o risco de que Damasco utilize armas químicas ou biológicas e mencionou vários «cenários perigosos», incluindo a possibilidade de que estas armas possam «cair nas mãos de outros» grupos.

O senador norte-americano John McCain considerou, por sua vez, que os Estados Unidos e o mundo árabe precisarão de tomar «uma decisão muito, muito difícil: a de saber se é preciso fazer algo e, nesse caso, o que fazer face ao perigo de ver Bashar al-Assad reunir estas armas de destruição em massa».

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Naci Koru, que também participava no encontro em Manama, organizado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) e realizado de sexta-feira a domingo, lembrou que os receios eram justificados porque «o regime sírio perdeu a razão e toda a legitimidade».

A comunidade internacional intensificou nos últimos dias as advertências a Assad, temendo que este decida recorrer a armas químicas.

Responsáveis norte-americanos que pediram para não ser identificados afirmaram que o Exército sírio introduziu gás sarin em bombas com a intenção de lançá-las.

Mas Dina Esfandiary, pesquisador do programa de não proliferação e de desarmamento do IISS, recomenda prudência. «Embora seja pouco provável que Assad recorra às suas armas químicas, não podemos ter certeza», disse. «Acredito que, se a comunidade internacional traçar claramente quais são as linhas vermelhas, o regime sírio não utilizará armas químicas», acrescentou.

Outros especialistas afirmam que os movimentos detectados não significam necessariamente que estas armas estejam carregadas e consideram que o regime pode estar a armazenar as suas reservas nas regiões que controla.

Damasco reconheceu pela primeira vez que possui armas químicas no dia 23 de Julho. No sábado, as autoridades afirmaram que as suas tropas nunca usarão aquelas armas.

A Rússia, aliada do regime sírio, afirmou que Damasco não tem «intenção alguma» de recorrer ao uso de armas químicas para fazer os rebeldes recuarem.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #403 em: Dezembro 13, 2012, 05:40:58 pm »
Rússia admite que governo sírio está a "perder o controlo"


É um dos principais aliados da Síria no seio da comunidade internacional, mas já reconhece que a guerra está longe de estar ganha. As forças do presidente Bashar al-Assad «estão a perder cada vez mais controlo e território», admitiu esta quinta-feira Mikhail Bogdanov, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo. «Infelizmente não podemos descartar a possibilidade de uma vitória da oposição síria», acrescentou o ministro em declarações à agência de notícias russa ITAR-TASS. Esta é a primeira declaração conhecida de uma oficial russo de que o governo sírio pode sair derrotado do conflito que já ganhou proporções de guerra civil. A Rússia, em parceria com a China, sempre se opôs a uma intervenção militar naquele país por alegar que se tratava de um conflito interno.

«É preciso olhar os factos nos olhos – o governo está a perder mais e mais controlo sobre uma enorme parte do território do país», continuou.

Perante este cenário, Bogdanov admitiu ainda que a Rússia está a planear uma eventual evacuação de milhares de cidadãos sírios, por considerar «absolutamente inaceitável» que a «morte de milhares de pessoas» seja o «preço a pagar para a queda do Presidente».

Entretanto, em Damasco, pelo menos 16 pessoas perderam a vida esta quinta-feira na sequência da explosão de um carro-bomba em Qatana, nos subúrbios da capital. De acordo com a agência de notícias local SANA, entre os mortos contam-se pelo menos sete crianças e duas mulheres. 25 outras pessoas terão ficado feridas.

A guerra civil entre as forças do governo de Bashar al-Assad e as forças da oposição cada vez mais organizadas já se arrasta desde Março de 2011 e já vitimou perto de 40 mil pessoas, segundo dados disponibilizados por activistas.

SOL
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #404 em: Dezembro 14, 2012, 01:52:58 pm »
ÁSIA/SÍRIA - O Bispo maronita de Latakia: "Cristãos no alvo de islâmicos radicais e de bandidos"

Latakia (Agência Fides) - Na região de Latakia, Tartus e Tal khalakh, e no "Vale dos Cristãos", "existe o caos: milícias islâmicas e bandos criminosos estão aproveitando a situação de instabilidade geral. Os civis cristãos são alvo de sequestros e de grupos armados cuja ideologia é fundamentalista": é o alarme lançado por Dom Elias Sleiman, Bispo maronita de Latakia que, em nota enviada à Agência Fides, expressa fortes temores pelo futuro da população cristã da Síria.
"Os cristãos, um décimo da população cristã - recorda o Bispo - não tomam posição em favor de alguma facção nesta luta, mas querem apenas paz, diálogo e reconciliação no país. Pela nossa fé, não acreditamos na violência, mas na reconciliação. Agora tememos fortemente os islâmicos radicais: existem muitos mercenários fundamentalistas que querem alterar a natureza do povo sírio e instigar à guerra confessional".
"Os cristãos - explica - mesmo que ameaçados, não pegam nas armas porque não querem poder. Queremos paz e não armas - como recordou o Papa Bento XVI em sua visita ao Líbano". Expressando o temor de que a Síria "se transforme num outro Iraque, com um êxodo de massa dos fiéis", Mons. Sleiman reitera que "a Igreja síria, em suas diversas expressões e confissões, é solidária com aqueles que querem permanecer em suas terras". Por isto, acrescenta, "fazemos muito pelos refugiados que somando o Vale dos cristãos, Latakia, Tartus, são mais de 100 mil. Os refugiados cristãos chegaram aqui porque havia mais estabilidade em relação a outras áreas, onde há fortes combates. Mas agora, o conflito chegou aqui e a estabilidade está se perdendo, enquanto aumenta o caos". "Nossa terra é uma terra de mártires, não a deixaremos - profetiza o Bispo - mesmo estando ou quando estivermos sob pressão. Somos forte na fé, não obstante as provações, e tentamos sempre ser um fator de coesão e um sinal de reconciliação na sociedade síria, hoje e amanhã" - conclui. (PA) (Agência Fides 13/12/2012)
scrupulum aka legionario