Relativamente à questão da fome, deve-se acrescentar que a base da alimentação era o pão. Em muitos casos as leguminosas e verduras eram utilizadas para comida para os animais, mas ocupavam uma percentagem muito pequena da área cultivada (História Económica de Portugal, pg.91).
No Algarve, por exemplo, em épocas em que faltava o trigo e o pão, os algarvios comiam figos. No nordeste, quando havia fomes, comia-se castanha, que era utilizada para os porcos quando havia muita (ibidem).
Na Extremadura, no norte do Alentejo e nas Beiras, havia bastante produção de maçã e pera (quando o clima era propício). Curiosamente as regiões férteis na altura (cada uma com a sua especialidade) eram Lisboa, Sintra, Setúbal, Coimbra e Lamego.
A reduzida produtividade da terra fez com que a pecuaria estivesse restringida a gado miudo, essencialmente porcos e ovalhas, mas também cabras. Cavalos, mulas e gado vacum eram menos comuns, por causa da debilidade dos terrenos, que não produziam forragem suficiente para alimentar estes animais.
No entanto, tudo isto era profundamente afetado pelas condições climatéricas variáveis e a situação piorou muito com a peste negra.
Notar que a população quando não há produção e há medo e morte, acaba por fugir para as cidades, aumentando o problema.
É por isso que D.Fernando tenta obrigar as pessoas a voltar para a terra (sem sucesso).
Junta-se assim essencialmente em Lisboa, um grande numero de mãos, que tentam sobreviver na grande cidade, mas que não querem voltar para o campo onde as condições são piores e a repressão dos senhores terratenentes brutal.
É esta massa de gentes que vai estar disponível para várias coisas.
É Lisboa que fornece grande parte das tropas para pacificar o país depois de Aljubarrota (Muitas cidades do norte e centro mantiveram-se fiéis ao rei de Castela) e é de Lisboa que são originários grande parte das guarnições e tripulantes dos navios que vão para Ceuta.
Quanto à questão conspirativa.
Eu como já disse anteriormente, também acho que devemos ter em consideração todas as movimentações que podem eventualmente conduzir a maiores problemas no futuro.
O que disputo, é que existam grandes organizações internacionais, que se juntem e que estejam organizadas segundo a tal «agenda» (termo típicamente angl-saxonico) para nos lixarem a todos.
Dou o exemplo em Portugal da Maçonaria. Muitas vezes costumamos culpar a Maçonaria por tudo e por todas as conspirações.
Na realidade a Maçonaria é um problema, mas o principal problema são as decisões e atuações de membros dessas maçonarias que agem em pequenos grupos, separados, independentes de todos os outros, agindo porque acham que os outros também devem estar a fazer algo parecido.
Ou seja:
Não existe uma grande maquinação. O que existe são pequenos criminosos que agem em pequenos grupos, de forma isolada (única forma eficiente de cometer os seus crimes). O que vemos hoje, não são resultados de uma grande conspiração maçónica, é apenas o resultado de uma miríade de grupinhos de pessoas que viram a aportunidade para se desenrascarem e apostaram, avançaram e roubaram a sua parte do quinhão.
É uma espécie de «Ó Abreu, dá cá o meu» das elites e dos aspirantes a elites.
Ora, para facilitar as coisas acabamos por por toda a gente dentro do mesmo saco, e obviamente acusam-se pessoas de coisas que não fizeram, a tentativa de corrigir é normalmente um fracasso porque nunca é dirigida para onde deve.
A somar a isto, há sempre a esperteza de introduzir o fator exagero. Normalmente um maluquinho da conspiração que junta três ou quatro meias verdades e começa a fazer acusações que facilmente se verifica serem disparates.
Este tipo de afirmações tem a mesma função da afirmação de que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno almoço. Destina-se a desacreditar todos os que colocam em causa quem realmente tem responsabilidades.
E estamos a ver em Portugal como o sistema funciona, porque praticamente já toda a gente esqueceu, ou nem sequer entende a verdadeira responsabilidade que teve o Portido Socialista ao conduzir Portugal para a bancarrota.
É evidente que ocorreram muitos truques. Na Assambleia da Republica por exemplo, o PS colocou o maior número de mulheres da história do parlamento. Mas a quantidade de amélias inuteis foi desastrosa.
A mulherada inútil, provavelmente habituada a levar porrada do marido, calava-se que nem uma ninhada de ovelhas quando o sócrates dava largas à boçalidade e alarvidade que sempre o caracterizaram.
Com um parlamento de ovelhas, é fácil levar um país à bancarrota.
Mas hoje, os spinners, conseguiram dar a volta a isto, dirigindo as manifestações para onde é mais conveniente e, CUMULO DOS CUMULOS, colocando a corja mais suja da História de Portugal desde o golpe de 1910 nas manifestações, como se não fosse responsável direta pelo desastre.
Agora estamos a levar com um choque neo-liberal, que também não consegue resolver nada a curto prazo, porque pretende introduzir alterações que só se podem sentir ao longo de gerações.
Tudo isto, porque ainda não entenderam que nós não somos os alemães.
Quando a tudo isto, juntamos teorias da conspiração, isso é caminho certo para que ninguém entenda o que se passa na realidade. Torna-se inutil unir os pontos, porque estamos a ser dirigidos para unir pontos que não se podem unir.
Estamos a perder tempo com alimárias do estilo deste Alex Jones (que faz ainda mais estragos na América, porque os americanos aceitam ainda melhor estas tretas).
A última dele, é prever o terceiro mandato do Obama...
Ideia tipica da moral republicana americana, que não entende que o país mudou, que a estrutura do eleitorado mudou, e que com o sistema eleitoral que têm, vai ser cada vez mais dificil para os republicanos (partido dos brancos anglo-saxonicos protestantes) conseguir ganhar uma eleição, se não elegerem um negro, um hispânico ou uma mulher como candidato a presidente, em vez do chorrilho de inuteis estúpidos e semi-analfabetos que elegeram para as primárias, tendo eleito um candidato, que se pergunta, porque razão as janelas dos aviões não abrem... :roll:
