

Acima temos a ZEE Portuguesa e a possível extensão. Façamos contas ao número de patrulhas para patrulhar, fazer policiamento e busca e salvamento numa zona com esta extensão. Significava condenar a Marinha Portuguesa a apenas fazer esta função e mesmo assim não chegava. Não pretendo uma Guarda Costeira mas sim uma Marinha de Guerra que possa assegurar um conjunto de funções sejam de utilidade pública mas também humanitárias e de Guerra, não sozinha, mas em consonância com a restante estrutura das F.A. (como faz com a FAP). Parece que muita gente se esquece disso antes de escrever.


Quando chegaram os EH-101 e os C-295, questionei directamente pilotos e mecânicos sobre o futuro dos aviocar de patrulha marítima e sobre os PUMA (seja em temos de tecnologia, horas de voo, logística, etc). O que me foi dito é que se tratava de material actualizado (para a altura), com capacidade de voo durante largos anos e que estava planificado os Aviocar continuar a voar (pelo menos até à operacionalização total dos c-295 de patrulha) ficando depois o poder politico de resolver o problema, (a FAP desde sempre disse que não tinha capacidade para operar ambas as aeronaves) e os Puma (os motores eram novos) passarem para a protecção civil. Em vez disso os Puma foram desactivados e os Aviocar seguiram-lhes o exemplo. A FAP não tinha estrutura em termos de tripulação, mecânicos etc, para continuar a operar com estas e as novas aeronaves, sempre o disse é verdade, mas e a UALE (porque só há-de a fap e a Marinha fazer patrulha, sar e policiamento aéreo)? E a empresa responsável pelos meios aéreos da protecção civil? Ou seja, quando existem estruturas no pais e equipamento com horas de voo pela frente, ainda mais quando os Merlin tem os crónicos problemas de manutenção, os Kamov já nem operam todos (além de serem considerados caros de operar) e a marinha possui 5 helicópteros para as fragatas, parece-me claro despesismo armazenar e vender meios com possibilidade de uso por mais uns anos (mesmo que por outras entidades). Principalmente quando se reclama maior capacidade de fiscalização, patrulha e SAR na ZEE portuguesa.Ou a possível supressão de meios, homens e equipamento numa dada função só serve para quem é contra a possível aquisição do Siroco?


Como o NVF falou e muito bem, meios ideais para a FAP e para outras estruturas também seriam os UAV, e Portugal tem feito alguma coisa nesta área . Mas e como está o Pritvan? O mesmo que já consumiu mais de 80 milhões de euros e foi lançado como contrapartida da modernização do P3, não tem garantias de ser produzido nem de se tornar operacional. E para patrulha e policiamento da ZEE era um equipamento no mínimo deste tipo o ideal. Ou seja, quando se fala na necessidade de patrulha e policiamento da ZEE, este é outro projecto esquecido, mas que já consumiu verbas aos cofres do estado e arrisca-se a ficar em "aguas de bacalhau" sendo os técnicos e pessoal responsável assumidos por empresas privadas. Mas depois reclama-se mais meios de patrulha, policiamento e até SAR para a Zee Portuguesa.


Um LPD é fundamental para as missões de paz, utilidade pública e militares ( como tudo começa-se a especular, com custos de manutenção ao ano de 20 milhões, custo de aquisição de 80 a 160 milhões consoante o equipamento, manutenção, etc, quando basta ver o número de vezes que o Siroco foi a doca seca em 17 anos ou seja 2 grandes manutenções em 2004 e 2011, para se perceber o óbvio em termos de custos) . Sempre concordei com a sua existência, bem como de mais meios de patrulha da ZEE (não me espantava que em vez de 4 se adquirissem 8 ou mais Sf300 mas com os módulos de missão) e mais helicópteros Lynx (em falta à muito). Na minha perspectiva são 3 meios essenciais na Marinha Portuguesa, sendo que se teremos 4 SF300 mais 2 NPO (deveriam ser construídos com capacidade de receber módulos de missão pelo menos de desminagem, combate à poluição e balizamento), parece que essa prioridade está a ser tida em conta. Um novo Abastecedor, draga-minas e navios balizador e de combate à poluição também são necessários. Agora não há dinheiro para tudo e são tidas em conta 2 prioridades em 3. Não me parece mau, e se as Fragatas acabarem por ser mais tarde mordernizadas e se os Sf300 tiverem módulos de combate à poluição, balizador e desminagem ainda melhor. Fica a faltar mais Lynx, mas já soa a marinha de guerra e não a uma "guarda costeira" apenas confinada a missões de patrulha, policiamento e sar.


Cumprimentos