Impossível determinar se avião intercetado aterrou em Portugal
O porta-voz da Força Aérea explicou, esta segunda-feira, que é impossível determinar se o avião perseguido, no domingo, por dois caças F-16, tenha aterrado em território português, uma vez que voou sempre entre um lado e o outro da fronteira. Dois aviões F-16 da Força Aérea Portuguesa (FAP) intercetaram, no domingo, um avião ligeiro não identificado na zona da Guarda, junto à fronteira, após um alerta das autoridades espanholas.
O tenente-coronel Rui Roque referiu, à agência Lusa, que o acompanhamento da aeronave se fez sempre junto à linha de fronteira com Espanha, por vezes do lado português, por vezes do lado espanhol, sendo impossível determinar de que lado se fez a aterragem.
Isto porque os radares de defesa aérea, que "acompanharam continuamente" o pequeno avião, mesmo quando ele voava a uma "baixíssima altitude", só deixaram de o poder fazer no momento em que a aeronave, aparentemente, aterrou, saindo dos radares.
"Deve ter aterrado, é a única explicação", justificou o porta-voz da Força Aérea, que acrescentou que o acompanhamento de uma pequena aeronave, que voa, no máximo, a 120 nós, e que pode aterrar em qualquer estrada ou descampado, é particularmente difícil para os caças F-16, que voam no mínimo a 300 nós, não podem reduzir velocidade no ar.
Ainda assim, a Força Aérea transmitiu à GNR uma localização a oito milhas da fronteira com Espanha, aquela onde os caças portugueses se encontravam quando a aeronave desapareceu dos radares.
O tenente-coronel Rui Roque adiantou que os caças permaneceram ainda cerca de meia hora no local para patrulhamento e para garantir que, se o avião voltasse a levantar, a Força Aérea estaria lá para o acompanhar, o que não veio a acontecer.
A aeronave em causa, precisou o porta-voz da Força Aérea, tem uma lotação de dois lugares e uma capacidade de bagageira muito reduzida. Ainda que admita que este perfil de voo pode corresponder ao transporte de drogas, o tenente-coronel Rui Roque frisou que não pode garantir que seja esse o caso.
O porta-voz da Força Aérea avançou também a hipótese de a aeronave voar a uma altitude tão baixa para que os ocupantes pudessem captar rede de telemóvel, que permitiria contactar com uma rede de apoio no solo, capaz de indicar a melhor localização para aterrar e, até mesmo, esconder uma pequena aeronave como aquela que, no domingo, entrou no espaço aéreo nacional, aparentemente sem autorização.
Rui Roque afirmou que este tipo de missões não acontece mais de duas ou três vezes por ano, e que, na maioria das vezes, se trata apenas de avarias nos radares ou nas comunicações que não permitem fazer uma correta identificação de voos que até operavam de forma legal e correta.
Lusa