Agora vamos ver se o aço para os asfalteiros é comprado, ou se este dinheiro vai ser para pagar salários.
Estaleiros de Viana: leilões rendem menos do que esperadoA administração dos Estaleiros de Viana esclareceu que os leilões de aço e cabos eléctricos totalizaram, afinal, quase um milhão de euros, menos 400 mil euros do que o valor anunciado oficialmente.
Segundo o esclarecimento prestado à Lusa pela administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), a diferença de valores ficou a dever-se a um «erro de logística» do processo.
A empresa confirmou, assim, os 980 mil euros arrecadados nos dois leilões realizados na empresa durante esta terça-feira e avançados ao início da tarde pela Lusa, que presenciou o acto público.
Durante a tarde, a administração da empresa pública anunciou oficialmente que o valor arrecadado no leilão atingiu, afinal, 1,4 milhões de euros.
Ao final da tarde, a administração acabaria por corrigir a informação oficial e confirmou os valores apresentados pela Agência Lusa sobre a venda das 1696 toneladas de aço.
O valor anunciado oficialmente pela administração foi assim substancialmente superior ao apurado inicialmente na sala onde decorreu o leilão e que apontava para a venda dos lotes por 267.700, 117.600 euros, 77.100 euros e 207.000 euros, totalizando os 669,6 mil euros agora confirmados.
Apesar das cerca de 20 propostas recebidas, estes lotes foram todos vendidos à empresa Recifemetal, de Arruda dos Vinhos, que apresentou sempre as melhores ofertas.
No caso dos cabos elétricos, os 190 quilómetros foram vendidos, em seis lotes, a três empresas diferentes, representando um encaixe total de 291 mil euros, valor muito acima da proposta apresentada em dezembro, por uma empresa do sucateiro Manuel Godinho.
Nesse leilão anterior, a empresa Raplus Soluções Ambientais, detida pelo principal suspeito do processo «Face Oculta», propôs, como valor final, o pagamento de 171.820 euros pelo mesmo material, cerca de 71 toneladas de cabos.
Contudo, o processo, que envolveu apenas duas empresas, foi anulado pela administração dos ENVC, que discordou dos valores da proposta vencedora.
Neste segundo leilão, agora alargado também às 1696 toneladas de aço, a empresa em que Godinho é sócio principal não apresentou qualquer proposta.
«O encaixe que nós pretendemos não é a vender sobras com utilidade futura ou sucata. Queríamos encaixe era com trabalho e encomendas e este material tem estado a ser utilizado em construções e reparações», comentou, no final do leilão, o porta-voz da Comissão de Trabalhadores da empresa.
António Barbosa acrescenta que «desde Novembro» foram utilizadas cerca de 75 toneladas de material como o que agora será vendido nas várias reparações realizadas pela empresa.
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