Permitam-me sair um pouco do assunto, só para lembrar que embora estejamos no seculo XXI Espanha pouco mudou, nas relações com os estrangeiros, leia o artigo abaixo:
Tradição Xenófoba em Espanha / Casos Preocupantes
Diz um velho ditado português que "De Espanha nem bom vento, nem bom casamento". A justificação destes ditado, encontramo-la na história das relações entre Portugal e a Espanha, marcadas seculares actos de pilhagem, traições, guerras e ameaças. A tradição já não é o que foi, mas parece estar ainda bem viva se tivermos em conta alguns casos recentes.
A relação da Espanha com os seus vizinhos portugueses, ditos amigos ou irmãos na retórica política, é tudo menos amigável a julgar pela forma como percepcionam e tratam os seus imigrantes, incluíndo os filhos destes. Por incrível que possa parecer, no início do século XXI, tem-se multiplicado os raptos de portugueses que são depois levados como escravos para Espanha. Só em Abril de 2005, a Polícia portuguesa prendeu 23 negreiros de etnia cigana ao serviço de empresas espanholas.
Inquéritos recentes à Opinião Pública Espanhola são claros: Entre os povos que os espanhóis mais detestam, surgem à cabeça da lista o português e o marroquino.
A lógica xenófoba de anulação do Outro, têm caracterizado as relações pouco amistosas os dois vizinhos ibéricos. Numa análise objectiva é fácil constatar que o que tem preponderado é o Saque e a Destruição.
As empresas espanholas que se instalam em Portugal, operam frequentemente numa lógica de saque ou de "secagem industrial". No primeiro caso, limitam-se a especular envolvendo-se em negócios obscuros, como o de Mario Conde no Banco Totta & Açores. No segundo, após adquirirem empresas industriais portuguesas, não tardam em desfazerem-se das suas unidades produtivas e em transformá-las em meros entrepostos para a comercialização de produtos espanhóis.
Uma das operações cada vez mais corrente, é a de pilhar o importante património cultural do país na posse de algumas empresas. Em 2005, por exemplo, após terem comprado dois jornais portugueses ( Primeiro de Janeiro e A Capital) e de os terem levado à falência, prepararam-se de seguida para transferirem para Espanha os seus preciosos arquivos, nomeadamente o do Primeiro de Janeiro. A imprensa do Porto denunciou o saque que estava a ser preparado (Agosto 2005).
Ao longo da fronteira com Portugal, esta lógica adquire dimensões ainda mais preocupantes, com uma longa história de saques, anexações territórios ( Olivença ), invasões, tráfico de todo o tipo (obras de arte, droga, pessoas, etc).
Alguns exemplos recentes entre muitos outros:
a) Junto a Vila Real de Santo António (Algarve), barcos de pescas espanhóis (arrastões), em surtidas ilegais e criminosas destroem a vida nos fundos dos mares nas águas territoriais portuguesas. Perseguidos pelas autoridades portuguesas, refugiam-se na águas espanholas onde encontram protecção da sua polícia marítima. A 8 Março de 2003, a polícia marítima portuguesa prendeu um barco espanhol à revelia das leis portuguesas e das recomendações internacionais se dedicava a destruir a vida marítima nas águas territoriais de Portugal. Em Espanha, no porto de pesca da Ilha Cristina (Isla Cristina), a população local fez uma greve para protestar contra esta prisão. Segundo os promotores desta manifestação aos barcos de pesca espanhóis todas as impunidades são permitidas no país vizinho.
b) Nas Ilhas Desertas, na Madeira, onde existe uma reserva de lobos marinhos, os pescadores espanhóis nas suas investidas assassinas contra estes animais e outras espécies protegidas, tem ameaçado de morte os guardas da referida reserva (Junho de 2005).
c) Junto à fronteira portuguesa, e no curso de importantes rios, como o Douro ou o Tejo, instalam centrais nucleares, lixeiras de material radioactivo, etc.
Outro exemplo desta atitude espanhola de total impunidade para com os seus vizinhos, ocorreu entre 13 e 19 de Novembro de 2002, com o petroleiro "Prestige". Este petroleiro que transportava 70 mil toneladas de fuel, quando vinha da Estónia e se dirigia para Gibraltar, começou a derramar fuel ( 6 mil toneladas) junto à costa Galega, contaminando-a. A Espanha em vez de o rebocar para o porto mais próximo (La Corunha), começou por prender o respectivo comandante e depois afastou o navio destas suas costas, levando-o para sul na direcção das águas de Portugal, onde veio a afundar-se. Foi necessário a intervenção da marinha de guerra portuguesa para impedir que o mesmo fosse despejado nas suas praias.
Estes actos não deixam de merecer alguma atenção internacional. Em Setembro de 2003, por exemplo, a CIA recordava num famoso relatório ( 'The World Factbook' ) que a questão do etnocídio de Olivença continuava em aberto nas relações entre Portugal e a Espanha. Os portugueses não esquecem que uma parte do país foi usurpado pela Espanha, nem a barbárie aqui praticada desde 1801 (roubos, mortes, violações, negação da identidade cultural de um povo, etc) . A imprensa espanhola (El Mundo em particular), apressou-se então a negar a existência de qualquer conflito entre os dois países, apoiando-se em afirmações do chefe da polícia local. Este ilustre descende dos carniceiros espanhóis da barbárie de Olivença garante à imprensa espanhola que os portugueses estão há muito exterminados. Confirma também que os mortos não andam a fazer desacatos nas ruas, o que o leva a concluir que estes concordam com a anexação deste território português pela Espanha.
Alguns actos chocaram a opinião pública portuguesa, nomeadamente por envolverem destacadas figuras da realeza espanhola, as quais em Portugal adoptaram atitudes de total impunidade. Em Abril de 1998, Carlos Zurita (Duque de Sória e cunhado do rei de Espanha), em Lisboa, no Bairro Alto, julgando-se acima das leis portuguesas, após ter provocado desacatos, recusa a identificar-se e revela uma tal atitude arrogante que acaba na prisão. A Imprensa Espanhola (jornais, rádios, televisões, etc), consideram o acto uma prepotência das autoridades portuguesas e uma afronta a um cidadão espanhol, aos quais tudo lhes lhes seria permitido em Portugal e com os portugueses.
Outro dos actos que chocou a opinião pública portuguesa, ocorreu no dia 22 de Junho de 2002, na Fronteira espanhola de Rosal de La Fronteira. O caso teve o condão de deixar profundamente apreensivos os seus vizinhos ibéricos. Neste dia milhares de Portugueses, entre os quais se contavam deputados à Assembleia da Republica, foram impedidos com extrema violência e sem qualquer explicação de se dirigirem a Sevilha para participarem numa manifestação europeia contra a Xenofobia e a Globalização. A actuação do Estado Espanhol desrespeitou todos os princípios em que assenta a União Europeia. A imprensa espanhola, sempre pronta a divulgar todas as más noticias sobre o país vizinho, remeteu-se ao mais completo silêncio sobre os acidentes nas fronteiras, em particular em Rosal de la Frontera. A partir daqui qualquer português, europeu ou imigrante passou a saber que a tradição xenofoba de Espanha não está morta, mas continua a constituir uma séria ameaça.
Nesta linha de actuações, recorde-se o que ocorreu durante o Euro2004, realizado em Portugal, no jogo entre a Espanha e a Rússia. A cidade de Faro foi invadida por neonazis espanhóis ostentando símbolos nazis. A imprensa espanhola ignorou o caso, centrando a sua atenção sobre possíveis excessos da polícia portuguesa no trato destes delinquentes.
Esta onda racista que se havia manifestado em Portugal, perante a indiferença da imprensa espanhola, acabou pouco depois por espalhar-se em várias localidades de Espanha. Nos dias 16 e 17 de Novembro de 2004, a selecção nacional futebol de Inglaterra (seniores e sub-21), enfrentou a sua congénere espanhola em Alcalá de Henares e em Madrid. Esperavam-se dois jogos amigáveis, mas o que sucedeu foi mais um exemplo de uma tradição xenofoba. Durante dois dias, os jogadores ingleses negros foram alvo de contínuos insultos racistas por parte da assistência espanhola sempre um deles tocava na bola. Milhares de espanhóis não pararam de cantar de forma bem afinada hinos nazis. Não se tratou de um caso isolado. A imprensa internacional vinha chamando à atenção para o facto do seleccionador espanhol (Luis Aragones) ter o significativo hábito de motivar os jogadores espanhóis dizendo-lhes que eles eram melhores dos que os "pretos de merda" jogavam nas equipas adversárias. Só após o caso ser objecto de uma denúncia internacional é que o governo espanhol resolveu reagir.