Economia
Mudança na TSU pode destruir 68 mil empregosMedida pode ter, afinal, efeitos totalmente contrários àquele que o Governo pretende, que era criar postos de trabalho
PorPaula Gonçalves Martins Vanessa Cruz
2012-09-17 17:07
As alterações à taxa social única (TSU) que o Governo quer aplicar em 2013 podem, afinal, ter efeitos totalmente contrários àquele que o Governo pretende, que era criar emprego.
Um estudo da Universidade do Minho, que conta com a colaboração de um académico da Universidade de Coimbra, cujas conclusões foram conhecidas esta segunda-feira, aponta para que a redução da TSU em 5,75 pontos percentuais para as empresas e o aumento de 7 pontos para os trabalhadores pode destruir 68 mil empregos.
«De acordo com o modelo empírico estimado, as alterações dos descontos para a Segurança Social levam a que se perca cerca de 33 mil empregos. Considerando um intervalo de confiança de 95%, os nossos resultados sugerem que a perda de empregos pode ser na ordem dos 68 mil», aponta o estudo.
O cenário mais favorável, que mesmo assim contraria os argumentos do Governo, é que o impacto sobre a criação de emprego deverá ser «praticamente nulo». As contas destes académicos apontam para que esta medida «apenas criaria 1.000 empregos».
«Os principais resultados a que chegámos apontam para uma quebra no emprego e um aumento do desemprego de longa duração decorrentes de um aumento dos descontos dos trabalhadores. Este efeito negativo no mercado de trabalho não é compensado por qualquer efeito positivo da redução dos descontos das empresas», conclui o estudo. «Os resultados do modelo que estimámos não corroboram os impactos no emprego esperados pelo governo em resultado das políticas anunciadas para a TSU», concluem os académicos.
Este estudo, realizado por Luis Aguiar-Conraria, Fernando Alexandre, Joao Cerejeira e Miguel Portela, da Universidade do Minho, e por Pedro Bação, da Universidade de Coimbra, antecipa, igualmente, um maior peso do desemprego de longa duração no desemprego total.
O Governo, ao contrário destes académicos, acredita que a medida pode ajudar a gerar 50 mil empregos em dois anos, ou seja, criar um aumento de 1% no emprego. :roll:
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