Camuflage, as universidades fraudulentas - boa parte são privadas, apesar de existirem certos cursos fraudulentos - ou de péssima qualidade - em universidades públicas) são uma parte do problema, efectivamente, mas é um problema secundário. Pelos seguintes motivos:
- Um político não precisa de ter qualquer "grau nobiliárquico plebeu" (título académico);
- Eles sobem na estrutura partidária sem precisar de ter grau académico ou qualquer tipo de preparação ou competência a não ser o tráfico de influências e a angariação de fundos e favores para o partido;
- Só quando atingem um patamar mais elevado é que eles julgam que precisam da "respeitabilidade" do alvará de inteligente, certamente devido à insegurança que intimamente devem ter mas sobretudo para estarem melhor colocados nas escolhas para as listas, onde o "prestígio" e não a competência mandam.
- Eles não utilizam as alegadas competências para a governação. Afinal, eles sabem no íntimo o que valem. É preferível contratar a peso de ouro assessores, quase sempre incompetentes, mas desde que tenham nome sonante, porque o que interessa é a aparência de respeitabilidade. O conteúdo nunca interessou e não são eles que vão poder distinguir o que está bem feito ou não. Quando muito, os verdadeiros interessados no acto governativo são os grupos económicos que os financiam.
Do que eu sei, e pela minha experiência, a maioria das universidades privadas são fraudulentas. Iria dizer que a Católica era uma excepção, mas pelos vistos aquilo já está tão minado pelos aventaleiros (como tudo o que é católico) que será uma sombra do que já terá sido. As instituições falsas minam a confiança. Não só nelas como no "regulador". Já reparam que os "reguladores", desde que se entrou na vertigem das privatizações, só fazem trampa?
Mas a questão das universidades fraudulentas é uma coisa.
Outra coisa - que eu considero mais importante e decisiva - é a questão da essência da cultura político-partidária baseada na mentira, na fachada, no embuste, na corrupção impune, na gestão danosa causada por uma deficiente formação pessoal de gente cujo trajecto pessoal e profissional se caracteriza pela completa ausência do amor à Verdade e sobretudo pela sua falta de vontade para a encontrar.
Esta análise leva-nos a uma visão das coisas, que é a demonstração de outro embuste que é o liberalismo, que na prática se traduz na bandalheira generalizada, na redução do "número de agentes de mercado" devido à força excessiva de grandes grupos económicos e na alienação, muito conveniente e a favor dos mesmos, dos monopólios naturais, como as infraestruturas, a educação e até na emissão de dinheiro.
Curiosamente, a viabilidade e a eficácia dos monopólios naturais anteriormente gerida pelo Estado teve que passar por uma fase de decadência e de degeneração (na qual muito se deve aos partidos abrileiros) para que se justificasse a sua alienação. Por isso digo que TODOS os partidos são corruptos. E quem pensar por ingenuidade que o PC (o partido das putativas "virtudes" e "convicções") é uma virgem impoluta, está muitíssimo bem enganado. Tal como na Maçonaria, as bases não fazem a mínima ideia das intenções do topo da pirâmide e são alimentados a mentiras (e ainda por cima infantis, mas enfim).
Tudo se interrelaciona e há que de uma vez por todas abandonar os pensamentos que nos foram impostos como "bons" porque o resultado está à vista e - agora - só não vê quem for estúpido.
Temos que olhar para a História e começar a ver o que funcionava, porquê, e porque deixou de funcionar, porque as tretas que nos querem vender...