O papatango pôs fim a conversa. :roll:
Em primeiro lugar teXou, eu não mato discussões nenhuma, pelo contrário, normalmente faço o oposto ...
A afirmação de que devo sair de algum meio salazarista, desculpe-me, mas só pode ser resultado de você estar há relativamente pouco tempo neste fórum, porque senão não diria com certeza tal disparate.
Ao contrário do que você afirma, e que é resultado do estereotipo criado pelo patético Vasco Gonçalves, de que «
QUEM NÃO ESTÁ COM A REVOLUÇÃO ESTÁ COM A REACÇÃO» eu não apoio nem nunca apoiem o regime salazarista ou a ditadura.
Eu limito-me a dizer a verdade e a tentar deitar um pouco de água limpa por cima das mentiras que foram criadas depois de 25 de Abril de 1974. Faço -o como faço quando há quem defenda que o país estava muito bem antes de 25 de Abril de 1974.
Os meus comentários, FORAM RELATIVOS À TENTATIVA DE CRIAR A IDEIA DE QUE HITLER OU FRANCO ERAM PARECIDOS A SALAZAR (OU MESMO A MUSSOLINI).
O regime português foi muito mais repressivo depois de Hitler ter morrido, e depois do final da II Guerra Mundial.
O aumento dessa repressão não se deveu ao Hitler, mas sim ao entendimento de que Portugal podia utilizar a vantagem da sua posição estratégica, especialmente os Açores, como moeda de troca para garantir a sobrevivência do regime depois da II Guerra Mundial.
Salazar utilizou a técnica da simulação dos actos legais, inicialmente com uma campanha para a presidência, correndo o risco de ver Norton de Matos como presidente.
teXou:
Em 1936, já o Estado Novo se tinha cimentado e tinha já oito anos de idade e mesmo assim, os massacres de Badajoz eram publicados na imprensa portuguesa.
Embora posteriormente tenham sido silenciados, o facto de terem sido publicados, demonstra que não havia uma máquina de censura e controlo da opinião pública com cabeça tronco e membros.
Há alguém honesto que possa afirmar que isso teria sido possível na Alemanha de Hitler mesmo em 36 ?Qualquer comparação entre Salazar e Hitler ou entre Salazar e Franco é desonesta, mentirosa e baseada na distorção dos factos históricos.
A maior parte das criticas que se fazem ao regime, são resultado da repressão depois do fim da guerra, depois da morte de Hitler e são resultado da repressão contra meios intelectuais de esquerda, porque continuava a haver os que defendiam a necessidade da existência do regime, principalmente numa altura em que os impérios europeus se desmoronavam.
A Grã Bretanha ou a França podiam aguentar-se sem as colónias, mas era evidente para os portugueses, que o país não se poderia aguentar de forma independente sem o império.
E isso justificou a guerra no então Ultramar.E por amor de Deus, não me venha falar da minha ignorância sobre o Estado Novo meu caro.
Eu tive na minha família pessoas perseguidas pela PIDE e gente ligada ao Partido Comunista, como já tive oportunidade de afirmar. Não pertenci a nenhuma elite do regime e não tive, nem teve ninguém da minha família qualquer ligação a esse mesmo regime.
Aquilo que você vê, escrito pela minha pessoa, não é resultado de preconceitos, é resultado do estudo tão aturado quanto possível da realidade e dos factos relacionados com o golpe de 1926, a chegada de Salazar ao poder, a recusa de Salazar (o incrível ditador sanguinário que apresentou a sua demissão, como se alguma vez um ditador se tivesse demitido) ou a introdução da nova Constituição em 1933; A consolidação do regime, o apoio dos militares a Salazar, o apoio da Maçonaria conservadora ao regime, a separação imposta pelo próprio Salazar entre a Igreja e o Estado (que só por si o coloca a milhas de Franco).
Se procurar, encontrará de minha parte, escritas e claramente explicitas nas muitas páginas deste fórum, as minhas opiniões sobre o que penso do regime do Estado Novo.
Afirmei que o Estado Novo sofreu de incapacidade para entender a realidade da História após a II Guerra Mundial.
Afirmo que Salazar não foi brilhante em muitas das suas conclusões e que acreditou menos nos portugueses que o que devia.
O regime (e não só Salazar) deveriam ter pensado a questão das colónias muito tempo antes.
As colónias não eram mantidas por causa do dinheiro que davam.
Estude a História e a economia das colónias e concluirá que até ao final dos anos 60, as colónias eram deficitárias.
Os enormes investimentos feitos em África, eram os portugueses do continente que os pagavam.
O regime, com todas as criticas que lhe podemos fazer, tentou mudar a situação e modificar a estrutura da sociedade em Angola e Moçambique (principalmente) para permitir a ascensão de uma classe média africana ocidentalizada.
Em que outro lugar de África, você poderia ver imagens de um negro num café a ter os seus sapatos engraxados por um branco ?
O regime implantado pelos militares em 28 de Maio de 1926 era uma ditadura militar. Essa ditadura acabou em 1933 com uma constituição que institucionalizou um regime que podemos chamar de ditadura, mas estabelecer comparações e afirmar grande identidade de principios entre Portugal e regimes como o alemão ou o espanhol, não é honesto.
Como não é honesto falar da repressão do regime a seguir a 28 de Maio de 1926, às greves e aos problemas que se seguiram, esquecendo a crise de 1929.
Não acha estranho que sempre que se fala da repressão durante os primeiros anos, a seguir a 1926, nunca se faça uma comparação com a repressão policial por causa dos desacatos e manifestações violentas que ocorreram em países como a Grã Bretanha, a França ou os Estados Unidos ?
Será que estes países eram ditadura ?
Quantas pessoas morreram em confrontos violentos com a policia entre 1928 e 1932, até ao New Deal de Roosevelt ?
Porque é que a crise portuguesa correspondente à Grande Depressão, nunca é analisada sob este prisma ?
É por causa da grande depressão que os militares querem um economista no poder em Portugal teXou. ENTENDE ?
Há demasiadas questões que não foram respondidas e que não são respondidas porque são inconvenientes ! ! !
Enfim, teXou.
Desculpe-me, mas eu creio que é você que terá que reler a História sem preconceitos, pensar pela sua própria cabeça, para eventualmente poder concluir também pela sua própria cabeça.
Muita da nossa História tem sido distorcida e vilipendiada, porque não é conveniente que seja contada. E quando se tenta matar a História, o resultado inevitavelmente sai inquinado.
Sai tão inquinado como o resultado da Historia inventada dos espanhois, que já aqui critiquei.
Se criticamos os espanhóis por inventarem uma História para ser mais conveniente, também devemos fazer auto-crítica, porque a seguir a 25 de Abril de 1974 não fizemos outra coisa.
Para concluir, apenas acho que não é honesto pedir para não matarem a memória, quando matar a memória foi a primeira coisa que os sectores que você parece defender começaram a fazer após 1974.
E matar a memória, é matar a História. E matar a História, é o primeiro processo para matar uma Nação.Cumprimentos
editadas algumas gralhas