Nova organização do nosso Exército

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JoseMFernandes

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« Responder #345 em: Janeiro 06, 2007, 12:41:12 pm »
Apenas como curiosidade, transcrevo um artigo do conhecido 'fiscalista' SALDANHA SANCHES publicado na ediçao de hoje do semanario EXPRESSO, ...e ja agora o comentario 'on-line' de um leitor no site do referido jornal.

Citar
As Forças Armadas, hoje

J.L. Saldanha Sanches

 Os militares têm de compreender que as formas tradicionais de legitimação não servem hoje  
     
   
O Exército e as Forças Armadas de um país soberano costumavam ser legitimadas pela sua função específica: a defesa do solo nacional perante qualquer ameaça externa. Em Portugal isso aconteceu pela última vez na Guerra da Restauração (1640-1688).

Quando Napoleão resolveu invadir Portugal, a opção de resistência militar nem sequer foi considerada. Nesse novo mundo, a função tradicional tinha caducado.

A guerra colonial que forneceu às Forças Armadas uma função alternativa e a Guerra Fria, com a participação portuguesa na NATO, adiaram o problema. Mas ele aí está de novo e com toda a urgência.

Para que podem servir e como podem ser legitimadas as Forças Armadas hoje?

A sua função tradicional já não existe. Ainda há militares que falam do perigo espanhol e da necessidade de ter forças perto da fronteira, recusando-se a olhar para o mundo de hoje em que se deve pensar no modo como as despesas militares podem ser utilizadas como instrumento de política externa do Estado português e de como poderemos ter pequenos corpos de elite para as bósnias e os afeganistões. Os múltiplos desafios dos estados falhados e dos estados párias que, ao que tudo indica, vão multiplicar-se.

Contudo, ao lado deste vector militar com formas novas é impossível não pensar em outras funções para as Forças Armadas. Ou em outras missões, para usar uma linguagem militar.

É impossível aceitar que aqueles milhares de homens estacionados em quartéis e prontos para embarcar para qualquer parte do mundo não possam ser usados como mão-de-obra adicional de elevada qualificação para o desembarcar de helicópteros e combater fogos naqueles poucos meses em que há incêndios.

Se gastamos alguns milhões na Força Aérea esta tem de ser mais rápida quando se trata de socorrer náufragos. Os militares têm que compreender que as formas tradicionais de legitimação - morrer pela pátria - não servem para os dias de hoje. Mesmo sem ser preciso recordar que, quando, em Goa, Salazar lhes exigiu que o fizessem quase todos se recusaram.

As formas de legitimação que hoje se exigem são outras e por isso, em vez das manifestações de ofendido repúdio com que reagem aos esforços desesperados do Governo para reduzir as despesas militares - ou as despesas com a educação ou a saúde, uma vez que a alternativa é o IVA a 30% - melhor seria que se pensassem como grupo e propusessem alternativas.

Em vez de procurar defender tudo - e conhecem certamente o princípio estratégico que quem quer defender tudo não defende nada - deveriam procurar defender o que fosse defensável.

Em vez de milhares e milhares vegetando em quartéis sem verba para manobras, alguns corpos de elite bem equipados. Em vez de uma Marinha com fragatas e submarinos e sem combustível, um corpo mais pequeno que policie a costa. Em vez de uma aviação com aviões encaixotados, um corpo mais pequeno que sirva para alguma coisa.

É isso que o país espera que façam: propostas e projectos para a criação de uma estrutura mais útil e mais barata.

Fiscalista


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1 a 1  |  1  comentário

larbac08    6 de Janeiro de 2007 às 02:40

MILITARES
Exmº Snr. Prof.
Pela sua saude, tenho o maior respeito e admiração quando opina sobre questões fiscais. Agora de militares , penso que ainda confunde Forças Armadas com Defesa e politica externa. Se quisermos ser um país temos que ter equipamento e tropas no ar em terra e no mar. Se quisermos pensar Portugal como um sitio e não um pais , aí teremos de ser tão ligeiros a apreciar estas questões como V. Exª.Poderia argumentar com imensos argumentos, passo a redundancia, mas lembrar - lhe - ia o seguinte: PORQUE TÊM OS OUTROS PAISES AONDE NOS ENQUADRAMOS COM ALIANÇAS MILITARES E NOS SITUAMOS GEOESTRATÉGICAMENTE FORÇAS ARMADAS?
Errados não devem estar ,mas concedendo o beneficio da duvida, vou sugerir o nome de V. Exª em revistas técnicas da especialidade para ajudar esses paises a compreender para que servem as Forças Armadas.
P.S. - Se me permite na proxima , falarei sobre planeamento fiscal, que julgo ser a sua actividade de consultadoria no dia a dia ( ou seja, como pagar menos impostos legalmente ) . Sobre fiscalidade propriamente dita, que penso ser o seu hobby, falaremos quando a conversa não prejudicar os nossos interesses.
 
 
 

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Lightning

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« Responder #346 em: Janeiro 06, 2007, 01:12:45 pm »
Esse gajo é mesmo parvo, faz-me lembrar o tal "politologo" do prós e contras, agora os militares são culpados por não se terem "suicidado" contra o exército indiano em Goa, sinceramente não há palavras.
 

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Luso

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« Responder #347 em: Janeiro 06, 2007, 03:04:51 pm »
Saldanha Sanches terá alguns méritos mas é mais um daqueles "modernos 68" que abraçam a ideia do "progressismo" ou seja, que o animal-homem de hoje é muito diferente do animal-homem de ontem graças à engenharia social. Não vejo nada de muito profundo nas suas palavras, apenas um debitar de clichés anti-militares do passado e que encontram eco ainda em muitas, muitas cabeças, de tão elementares que são. Direi que estão já ultrapassados, e típicos de quem não pensa muito no tema. O problema é quando os militares (alguns) lhes dão argumentos para darem algum tempero de verdade ao que diz, a saber: a inércia, a falta de vigôr, o políticamente correcto e a "disciplina" que o alimenta, os silêncios e contradições.

Lamentavelmente, os "me*dia" nacionais julgam que uma personagem mediática, pela sua natureza, foi abençoada com uma inteligência superior e logo é capaz de se pronunciar sobre temas como física de partículas aos Pauliteiros de Miranda. Pudera, de tão ignorantes que são, uma parte significativa dos jornalistas/moços de recados entram em êxtase com quase tudo o se se lhes diz, e ainda mais quando o que é dito vai de encontro às verdades "símpáticas", "progressistas" e "humanistas" que aprenderam nas suas faculdades, e que apesar de tudo, foram as únicos estímulos intelectuais que tiveram ao longo das suas vidas.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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PereiraMarques

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« Responder #348 em: Janeiro 12, 2007, 11:14:53 pm »
Alguém tem acesso ao número 216 da revista "Boina Verde"? No site do Exército há um artigo sobre a BRR, talvez fale da nova estrutura/organização, etc...
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #349 em: Janeiro 13, 2007, 09:55:38 am »
Eu tenho... :twisted:  :cry:

O resto está o que já sabiamos:

EM em Tancos;
1º BPara em Tomar;
2º BPara em São Jacinto;
2 CCmds em MaFra;
FOE em Lamego;
UHE em Tancos;
BAAT em Tancos (foi reforçado contra pelotões de Morteiros Pesados, Anti-carro misseis, etc);
CTM em Tancos;
ERec em Extremoz;
há ainda uma unidade mistério; UEB (?)
« Última modificação: Janeiro 13, 2007, 02:02:52 pm por Cabeça de Martelo »
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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typhonman

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« Responder #350 em: Janeiro 13, 2007, 11:19:07 am »
Esse senhor e o Judíce andam a atirar muitas achas para a fogueira...Não ha ninguem com eles no sitio que lhe responda adequadamente?

O senhor Judíce ainda deve estar traumtizado pelo consórcio DCN com o seu Scorpene não ter ganho o concurso dos SSK para a Marinha. Como se sabe era o defensor dos interesses da DCN em Portugal.

Quanto ao Saldanha Sanches já não é a primeira vez que vem com estas "baboseiras" para a imprensa.. Mas como isto é um estado democrático..

Ainda por cima são MENTIROSOS o Júdice afirmou que gastavamos mais PIB em Defesa que Espanha o Sanches afirma que os nossos soldados não morreram pela pátria na India...Mas como e que iam morrer se não tinham armas para lutar?
 

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MaisAlto

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« Responder #351 em: Janeiro 13, 2007, 12:56:34 pm »
"Mas como e que iam morrer se não tinham armas para lutar"

Ter, até tinham. simplesmente não havia era motivação para o combate, naturalmente.
 

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typhonman

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« Responder #352 em: Janeiro 13, 2007, 02:12:54 pm »
Ja vi em artigos da "Mais Alto" que foram pedidos reforços de munições.. E ao que parece vinham com batatas e outros "mantimentos"...

Justificava-se não haver armas AAA ou peças de artilharia?

Justificava-se so haver 1 navio patrulha que lutou até ao fim causando a morte aos ocupantes?
 

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MaisAlto

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« Responder #353 em: Janeiro 13, 2007, 06:18:41 pm »
Digamos que era conveniente ao regime que houvesse sangue português derramado em abundância, de tal modo que a actuação da União Indiana pudesse ser criticada pela comunidade internacional. Ora, nem os nossos soldados lutaram, nem os indianos nos bombardearam com todas as suas forças, nem a comunidade internacional se colocou do nosso lado.
Regressadas as tropas após largos meses de insistência da União Indiana em devolver os prisioneiros ( devolução que Salazar não queria...) lá chegaram a Lisboa, tendo sido levados sob escolta armada e dispersados pelos país, enquanto que alguns oficiais, aqueles que perceberam e recusaram o convite ao suicídio ordenado por Lisboa, foram presos, julgados (?) e expulsos das Forças Armadas.
 

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Luso

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« Responder #354 em: Janeiro 13, 2007, 07:56:45 pm »
Citar
Justificava-se não haver armas AAA ou peças de artilharia?

Justificava-se so haver 1 navio patrulha que lutou até ao fim causando a morte aos ocupantes?


Justifica-se não se ter aprendido a lição?
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Miguel

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« Responder #355 em: Janeiro 13, 2007, 08:09:00 pm »
O dever de um oficial é de executar a sua missao, no entanto neste caso da invasao da India eu teria feito igual aos nossos oficiais, teria feito o maximo para salvaguardar a vida dos homens e dos civis.

Salazar era um imbecil total, um atrasado.

Era um Hitler, no fundo ele preferia o fim de Portugal, que de perder a face perante as mudanças do mundo.Julgo que ele vivo mesmo o 25 abril teria acabado num banho de sangue.

Os proprios Indianos tinham pena dos soldados portugueses.
 

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Pantera

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« Responder #356 em: Janeiro 13, 2007, 09:19:27 pm »
Citação de: "Miguel"
O dever de um oficial é de executar a sua missao, no entanto neste caso da invasao da India eu teria feito igual aos nossos oficiais, teria feito o maximo para salvaguardar a vida dos homens e dos civis.

Salazar era um imbecil total, um atrasado.

Era um Hitler, no fundo ele preferia o fim de Portugal, que de perder a face perante as mudanças do mundo.Julgo que ele vivo mesmo o 25 abril teria acabado num banho de sangue.



tou parvo Miguel!! :? Que se passa homem,mudaste de opinião em quase tudo !!Mas não gostavas de Salazar??

Salazar era tudo menos imbecil meu caro.
eu compreendo o conceito de salvaguardar a vida dos homens,no entanto as vezes a honra e a pátria está acima da propria vida,quer queriamos quer não,antes de Salazar os nossos antepassados já lá havia lutado,alias a nossa história em muito se deve a isso. Se os nossos antepassados tivessem esse tipo de mentalidades,ficariamos sempre reduzidos a uma vila na ponta da europa,foi mentalidades contrárias que nos expandiram pelo mundo fora.

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Marauder

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« Responder #357 em: Janeiro 13, 2007, 11:47:46 pm »
Pantera,

o homem (Salazar) não era parvo, mas a 100% não digo....ora bolas...entre guerras coloniais e dicotomias estúpidas Agricultura Vs Industria, custaram-nos a nossa atrasada rev. industrial...
 

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migbar2

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« Responder #358 em: Janeiro 14, 2007, 02:25:08 am »
Citação de: "MaisAlto"
"Mas como e que iam morrer se não tinham armas para lutar"

Ter, até tinham. simplesmente não havia era motivação para o combate, naturalmente.






 :shock:  :shock:  :shock:
O sr. que é colaborador na Mais Alto ( revista que por acaso eu sou assinante ) até pode ter acesso a muita informação, mas tem dito determinadas coisas que me fazem duvidar da sua função, peço desculpa por ser desconfiado mas democracia e liberdade de opinião é uma coisa completamente diferente de distorção da verdade.
Afirmar que os pobres dos nossos soldados colocados na India tinham meios para lutar contra a força invasora é a coisa mais descabida e insultuosa para os homens que lá se encontravam que eu ouvi até hoje.
Já agora, perante o manancial aéreo que a India apresentou no apoio dos seus vinte ou trinta mil homens apoiados de blindados e artilharia de campanha pesada, quantos aviões e helicopteros é que a nossa força aérea lá tinha ? E meios anti aéreos quantos eram ? E artilharia de campanha ? E blindados ? Tinham equipamento ????? Aonde ????
 As Indias portuguesas eram o depositário dos restos da nossas forças armadas, o nosso poder politico confundiu sempre os ideais pacifistas dos dirigentes Indianos da altura com inepcia e isso era coisa que eles não tinham, antes pelo contrário. Quando o nosso poder politico se apercebeu que eles iam mesmo agir, já nada ou muito pouco se podia remediar.
 Os nossos soldados fizeram o que poderam, assim como a nossa marinha...quanto à força aérea, nem sequer lá estava !!!!!!
 

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typhonman

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« Responder #359 em: Janeiro 14, 2007, 02:28:18 am »
A nossa pobreza bélica vem documentada num numero da "Mais Alto"...