Acho que há aqui alguma coisa que não bate certo...
A primeira é a referência a um plano Amerikabomber...
Que eu saiba «Amerikabomber» não era um plano para atacar coisa nenhuma, mas sim uma especificação para uma aeronave com capacidade para atacar a América.
O «Amerikabomber» apareceu na sequência dos planos para o «Uralbomber» que foi substituido pela especificação do «A-Bomber» (que veio a ser o He-177) era um projeto para desenvolvimento de um bombardeiro que pudesse atacar a America.
Hitler gostava da ideia de bombardear os americanos, mas a tecnologia não permitia isso e os bombardeiros pesados nunca tiveram muitos entusiastas.
O mapa indicado, é um mapa sobre os estragos que poderiam ocorrer no caso de um ataque convencional, com os bombardeiros que a Alemanha nunca produziu.
Os Açores facilitavam a tarefa, mas os planos alemães, previam partir do noroeste de França.
Os alemães perderam praticamente todas as ideias relativamente aos Açores logo que a América entrou na guerra. Tanto que até retiraram os seus navios do atlântico.
Quanto aos aviões:
He-277 -> É uma versão do He-177 (um bi-motor com quatro motores) feito para responder à especificação «A-bomber» de 1936/37
Ju-290 -> Versão aumentada do Ju-90, que por sua vez era uma versão civil do Ju-89, desenhado segundo a especificação Uralbomber de 1935 e que despertou o interesse da Lufthansa.
Me-264 -> Foi também um derivado dos projetos alemães de meados dos anos 30, mas recebeu pouco interesse e apenas três protótipos foram produzidos, muito por pressão de Willy Messerschmitt.
Há menção às capacidades do Me-264, mas são referidas as exigências colocadas pelo ministério do ar, em vez das reais capacidades do Me-264.
Com uma potência de 7.000cv e um peso de 45t carregado, o Me-264 compara-se com o B-17, com mais de 29000kg e potência de 4800cv. O avião da Boeing carregado, tinha uma autonomia estimada em 1300km. O Me-264 teria uma autonomia de 15.000km. São valores irrealistas, o que foi confirmado pela própria Luftwaffe e pela Kriegsmarine, que não acreditaram que fosse possível o Me-264 atingir aquelas performances.
Nenhum destes três aviões poderia atacar a América, porque os alemães não conseguiam produzir motores suficientemente potentes. O único plano que funcionava partia do principio de que os aviões atacavam lançavam as bombas e depois amaravam a algumas centenas de quilometros da costa, onde seriam recolhidos por submarinos.
Entendendo as dificuldades, os alemães partiram para o desenho de aeronaves ainda maiores e com seis motores, como o Ju-390 e o Ta-400.
Todos eles eram projetos quiméricos.
A possibilidade de a Luftwaffe ter mostrado a Hitler um plano para atacar a America com armas atómicas é outra coisa dificil de acreditar. O plano nuclear alemão era tremendamente secreto e Hitler acreditava que a sua mão esquerda não devia saber o que fazia a mão direita.
Dificilmente os responsáveis por um plano técnico de um avião apresentariam a Hitler planos para a utilização de uma arma que eles não sabiam que poderia existir.