Segunda Guerra Mundial

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #330 em: Julho 19, 2011, 12:21:19 am »

Não conhecia este modelo (pós-2ªGM).  :shock:  ARL-44

http://the.shadock.free.fr/Tanks_in_France/mourmelon3/
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #331 em: Julho 31, 2011, 05:46:29 pm »
Um site interessante focado no Tiger I
http://www.alanhamby.com/tiger.html
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Lusitano89

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #332 em: Agosto 08, 2011, 12:28:08 pm »
Morreu australiana heroína da Segunda Guerra Mundial

A Austrália homenageou esta segunda-feira Nancy Wake, heroína da Segunda Guerra Mundial, que participou na Resistência francesa e foi durante algum tempo a mulher mais procurada pela Gestapo, falecida em Londres no domingo. Nancy Wake, apelidada de «rato branco» durante a guerra pela sua capacidade de escapar dos soldados alemães, morreu no domingo num hospital londrino poucos dias antes de completar 99 anos.

«Ela foi uma espiã magnificamente eficaz», declarou a primeira-ministra australiana, Julia Gillard.

«Nancy Wake era uma mulher dotada de uma coragem e de recursos excepcionais, cujas proezas ousadas salvaram a vida de centenas de pessoas das forças aliadas e ajudaram a acabar com a ocupação nazi em França», completou.

Wake era a australiana mais condecorada pelas suas acções durante a Segunda Guerra Mundial.

Ela recebeu a Legião de Honra na França, a medalha Rei George da Grã-Bretanha e a medalha da Liberdade dos Estados Unidos.

Nasceu na Nova Zelândia, mas cresceu na Austrália. Abandonou a casa da família aos 16 anos e viajou para Paris, onde trabalhou como jornalista.

Ingressou na resistência em 1940 com o marido, o industrial Henri Fiocca, assassinado pela Gestapo em Agosto de 1943.

Lusa


 :Soldado2: :Soldado2:
 

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Lusitano89

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Carlos Rendel

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #334 em: Setembro 14, 2011, 10:34:08 am »
Qual foi o general da 2ªGuerra Mundial que merece o título de "o melhor"?

À semelhança de outros foros ingleses,aqui fica uma pergunta que deve ser respondida atendendo a :locais de combate,forças em presença,armamento,clima,aliados  e adversários,moral das tropas,

acessos aos locais de combate,munições,logística e factor chave da vitória. Para cada individualidade só deve ser analisada uma campanha,embora,possam ser referidas outras.

Esperamos respostas sintéticas e claras.       Vamos a isto?                                                                                                                                                                 cr
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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #335 em: Setembro 16, 2011, 03:23:46 pm »
General Patton, sem dúvida!

Pelo que li sobre ele, era um general com eles no sitio que nunca desistia nem virava a cara ao combate.

Do lado dos Alemães

sem dúvida Rommel, pois lutou no deserto sozinho contra meio mundo.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Carlos Rendel

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #336 em: Setembro 16, 2011, 05:19:26 pm »
Respondendo à pergunta,vou dar a minha opinião:


ALIADOS             Vice Marechal da R.A.F. Keith Park,responsável pela intercepção na zona sueste na Batalha de Inglaterra e contra ataque dos caças.Fica a dever-se-lhe em boa medida a vitória na batalha.

                          Almirante de Marinha dos E.U.A. estratega  e organizador da Esquadra do Pacífico,saíu vitorioso em Midway,com a destruição da frota japonesa, Chester W.Nimitz


ALEMÃES            Gen. Erich von Manstein,coleccionou vitórias na frente Leste,quase sempre em  desvantagem numérica e  de material;

                          Gen.  Walther Model,perito em guerra defensiva,era chamado o bombeiro de Hitler,que o chamava quando a situação era  crítica.

                          E é tudo.
CR
 

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BC304

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #337 em: Setembro 19, 2011, 04:06:20 pm »
Não existiu um melhor, existiram vários excelentes:

Zhukov - Liderou a defesa de Moscovo e esmagou os alemães até Berlim.
Patton - Um dos mais excêntricos e geniais generais da WWII, quebrou o cerco de Bastogne e por vontade dele teria ido até Berlim, faltou-lhe um pouco de tacto político que lhe permitiria ter dado outro rumo à carreira.
Nimitz - Foi sob orientação dele que a Marinha do Pacífico esmagou completamente a Marinha Imperial Japonesa.
McArthur - Liderou as ofensivas terrestres na guerra do Pacífico, a sua táctica de leapfrogging foi determinante para derrotar o Japão.
Rommell - O mais genial general alemão, os alemães cometeram um grande erro ao obrigarem-no a suicidar-se pelo seu envolvimento da conspiração Valquíria. As operações na Frente Leste poderiam ter corrido de forma diferente se ele tivesse estado à frente das operações, mas duvido que ele conseguisse inverter o rumo dos acontecimentos, o poderio soviético era demais para as capacidades alemãs.
 

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Lusitano89

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #338 em: Setembro 19, 2011, 11:34:51 pm »
Uma coisa é certa, o melhor não sei, mas o pior comandante foi Adolf Hitler com a sua teimosia e arrogancia, com as histórias da superioridade do povo alemão, quase pôs a Alemanha na idade da pedra, na sua ansia de destruir o comunismo, em vez disso, colocou-o no centro da Europa e tornou-o ainda mais forte ... :?
 

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nelson38899

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #339 em: Setembro 20, 2011, 01:06:47 pm »
Eu pessoalmente não considero os generais russos grandes lutadores, pelo simples motivo, que ou lutavam ou morriam de ambos os lados. Se bem me lembro na luta por Estalinegrado, haviam dois esquadrões de fuzilamento ( os invasores e do outro lado os russos), que abatiam quem desertasse.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #340 em: Outubro 26, 2011, 11:35:23 pm »
 

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papatango

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #341 em: Outubro 31, 2011, 10:54:20 pm »
Seria interessante determinar qual teria sido o pior general de todos...
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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brunopinto90

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #342 em: Novembro 06, 2011, 02:28:15 pm »
locais de combate,forças em presença,armamento,clima,aliados e adversários,moral das tropas,

acessos aos locais de combate,munições,logística

Alemanha: Von Bock (que comandou um army group na união soviética, tal e qual como Von Manstein, as suas capacidades, pouco ou nada podiam fazer frente á União Soviética com armamento e números superiores). (ERWIN ROMMEL) - Para mim o melhor da alemanha, tinha poucos tanques e soldados no seu AFRIKA KORPS, valeu as suas tácticas, levava a entender aos aliados que tinha muitos tanques do que os últimos esperavam, com os tais Tanques falsos, de madeira e montados em Volkswagens.
(Kesselring) - Chefe do estado-maior da Luftwaffe, uns dos pioneiros da Bilkztrieg, ele que defendia (o que os US MARINES AGORA DEFENDEM), que os aviões da Força Aérea deviam apoiar com prioridade as forças terrestres, mas teve um erro que não devia ter sido cometido, não investiram no poderio dos bombardeiros estratégicos que poderia ser crucial).

Japão (Tojo que chegou a ser primeiro-ministro, juntamente com os generais e almirantes planearam o ataque ao PEARL HARBOR), Isoroku Yamamoto (o comandante das Marinha Imperial Japonesa, apesar dos números inferiores e dos navios em desvantagem e com poucos porta-aviões ainda consegiu muitas vitórias frente ao EUA no pacífico).

EUA General Patton, comandante das Forças Americanas no Ocidente, um grande general, usava tácticas e estratégias (do Alexandre Magno me consta), levou a alemanha ao colapso e não invadiu Berlim devido a razões políticas (muitos acreditavam que era uma perda de tempo, já que berlin ficava sobre a influência da USRR após a guerra).

Nitmiz (o almirante comandante das Forças Americanas Navais no Pacífico, sozinhos contra os japoneses, destrui toda a marinha japonesa com os seus poucos porta-aviões).
General McArthur o grande general americano, com a sua estratégia leapfrogging, ele estava presente lado a lado as seus soldados, levantava muito a moral dos soldados, sofreu muito, ele sozinhou liberou as ilhas do pacífico e liberou as filipinas.
General Dwight Eisenhower (Comandante das Forças Expedicionárias Aliadas) - não é qualquer um que ocupa este cargo, com certeza um dos generais espetáculos.

RU/UK - Temos o general Bernard Montogomery que comandou as forças britânicas e commonwealth no deserto de áfrica frente ao Rommel.
Vice Marechal da R.A.F. Keith Park, que foi o comandante das forças aéreas que estiveram na batalha de inglaterra, foi uma das grandes reviravoltas da 2ªGM.

USRR Zukhov, sem dúvida, o melhor, organizou um exército e levou a cabo um cerco ao 6TH Army, que morreu de fome, frio, e mortos sem piedade ás mãos dos soviéticos, mas claro como já foi referido, os Soviéticos eram muito patrióticos, grande das suas mortes foram por desertação e conseguinte execução dos comissãrios e dos pelotões de fuziliamento, os soviéticos só ganhavam com números superiores e não as suas tácticas.
Os Japoneses começaram a aparvalhar, BANZAI ATTACK!, KAMIKAZE! e nas batalhas de IWO JIMA e em OKINAWA em vez de combater os americanos, matavam-se com as suas próprias granadas, enfim, é por isso que as mortes em quase todas as batalhas eram aos milhares, caso não houvesse esse desespero (os aliados tinham as suas tácticas bem concebidas), não haveria grande itensidade e não haveria mortes aos milhares.
 

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Lusitano89

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #343 em: Novembro 10, 2011, 07:57:22 pm »
Ingleses anunciam retirada da Alemanha 65 anos após a queda de Hitler



65 anos depois do regime nazi ter sido derrotado, na Segunda Guerra Mundial, o governo britânico anuncia a retirada total das suas tropas da Alemanha.

O ministro da Defesa britânico confirmou hoje que será anunciada oficialmente a retirada total das tropas britânicas da Alemanha (cerca de 20 mil soldados), onde se encontram desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

De acordo com o Daily Mail, mil e oitocentos militares começarão a regressar a casa já em Janeiro do próximo ano e outros oito mil e duzentos em 2015. O resto do contingente militar será retirado do território alemão até ao final da década, pondo fim a uma presença contínua naquele país desde 1945.

A data de retirada das tropas foi acelerada devido aos cortes orçamentais que vão abranger as forças armadas.

Após a tomada de Berlim e da queda do regime nazi, as forças britânicas ficaram inicialmente na Alemanha para assegurar a estabilidade do país, mas permaneceram lá para suster o avanço russo, quando começou a aumentar a tensão na Europa causada pela Guerra Fria. Uma presença que se manteve durante 65 anos.

Lusa
 

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jopeg

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Re: Segunda Guerra Mundial
« Responder #344 em: Novembro 15, 2011, 12:26:53 pm »
Caros,

In I Online:
Citar

Denis Avey,o homem que quis entrar em Auschwitz

Por Vanda Marques, publicado em 15 Nov 2011 - 03:00 | Actualizado há 1 hora 48 minutos

Denis Avey trocou de lugar com um judeu de Auschwitz e testemunhou o Holocausto na primeira fila. Com 92 anos, conta a sua história


Quando ouvimos a história de um prisioneiro de guerra que troca de lugar com um judeu de Auschwitz achamos que das duas uma:ou o senhor era suicida ou sofria de perturbações mentais.Nenhuma das duas é verdade. Osoldado britânico Denis Avey era prisioneiro de guerra nas redondezas de Auschwitz e trabalhava numa fábrica alemã com os judeus. Testemunhou as atrocidades dos nazis e quis ver o que se passava no campo de concentração. Passou lá uma noite e conseguiu regressar. Enquanto prisioneiro, fez tudo o que pôde para ajudar os judeus. Quando a guerra acabou não quis voltar a falar do que viu porque ninguém lhe ligava. Com 92 anos contou a sua história ao jornalista Rob Broomby e juntos publicaram "A Última Testemunha de Auschwitz". Denis Avey falou com o i por email.

Porque só escreveu as suas memórias agora, passados mais de 65 anos?

Já me tinham sugerido antes, mas achava que não tinha nada de diferente para contar. Era apenas mais um prisioneiro de guerra. Mudei de ideias quando o jornalista da BBC Rob Broomby conseguiu descobrir algo novo – o homem que ajudei, um judeu chamado Ernst Lobethal, que sempre pensei que tinha morrido, afinal tinha sobrevivido ao Holocausto. OErnst, com quem troquei de lugar, deixou a Europa, foi viver para os Estados Unidos, e nunca se esqueceu de mim. O jornalista depois descobriu a irmã do Ernst, a Susanne, e teve acesso a um vídeo da Fundação Shoah com o testemunho do Ernst. Tudo isto deu nova dimensão à minha história.

Como conheceu Ernst?

Conheci-o enquanto trabalhava na fábrica IG Farben, que foi construída pelos escravos do campo de concentração Auschwitz III e que era guardado pelas SS. Depois de ter sido capturado fui para o campo de prisioneiros de guerra, que ficava perto dessa fábrica onde trabalhavam os judeus. Quando os vi pela primeira vez com os pijamas às riscas não percebi bem quem eram. Pareciam sombras, mas cedo entendi que não era um campo de trabalho normal. Depois transferiram-nos para mais perto de Auschwitz, para um campo chamado E715, que era na periferia da IG Farben e do campo Auschwitz III. Estávamos proibidos de falar com os judeus mas enquanto trabalhávamos lá íamos conversando.

Foi nessa altura que começou a falar com oErnst?

Sim, ele contou-me que a irmã dele, a Susanne, tinha escapado para Inglaterra antes da guerra. Como ainda podíamos escrever aos nossos familiares, já que éramos prisioneiros de guerra, escrevi uma carta à minha mãe e pedi-lhe que contactar a irmã do Ernst. Ela explicou à Susanne que a única moeda de troca em Auschwitz eram os cigarros e pediu-lhe que lhe desse o maior número possível e que os faria chegar até mim pela Cruz Vermelha e depois seriam entregues ao irmão. Durante meses ele teve cigarros que podia trocar por algo mais importante, como por exemplo sapatos. Foram os sapatos que lhe salvaram a vida quando os campos foram abandonados no Inverno de 45 e os judeus fugiram de lá.

Mas quando chegou ao campo sabia o que se passava lá?

No início não, mas depressa percebemos que eles eram gaseados e reduzidos a cinzas. Lembro-me que um dia perguntei pelo Franz, que nunca mais tinha aparecido, e os judeus responderam-me "foi pela chaminé". Era assim que eles falavam. Apesar de o nosso campo estar longe, sentíamos o cheiro do crematório 24 horas por dia. Além disso, todos os dias batiam nos prisioneiros à nossa frente.

Como conseguiu trocar de lugarcom oErnst?

Planeei tudo durante semanas. Na verdade, eu conhecia Ernst como Hans, porque ali ninguém tinha o nome verdadeiro.Eu era o "Ginger", por causa do meu cabelo ruivo. Tornámo-nos amigos e começámos a planear trocar de lugar durante uma noite.Queria ver o que se passava emAuschwitz e ele dormiria no campo dos prisioneiros ingleses. Tínhamos a mesma estatura, isso ajudava, e eu aprendi a andar como eles, a falar como eles. A troca era simples: minutos antes de sairmos da fábrica, mudávamos de roupa e íamos para a parada. Consegui subornar um dos guardas, que os judeus consideravam menos violento, para não me criar problemas. No lado britânico, dois amigos meus esconderam-no e deram-lhe comida.

Toda a gente já lhe deve ter perguntadoporque fez uma coisa tão perigosa.

Sabia que chegaria o dia em que alguém teria de responder por aquelas atrocidades. Os judeus diziam-nos:"Por favor, se conseguirem chegar a casa, contem o que se passou aqui." Mas isso não era suficiente para mim. Sentia que era meu dever tentar ver mais e testemunhar pessoalmente. Naquele tempo não sabíamos quanto tempo a guerra demoraria, nem o que se estava a passar. Como era prisioneiro, sabia que a minha revolta tinha de ser canalizada para alguma coisa.

Sempre foi aventureiro?

Vamos pôr as coisas assim:sou ruivo e tenho um temperamento a condizer. Sempre fui um boxeur e fervia em pouca água. Mas não há nada de corajoso no meu tempo em Auschwitz. Aquilo era uma obscenidade do início ao fim. Era o inferno.

Que memórias guarda desses tempos?

Acho que nunca me esquecerei da vez em que perdi a cabeça e gritei com um guarda. Ele estava a bater num miúdo judeu e a obrigá-lo a estar de pé. De repente bateu-lhe na cabeça e o sangue começou a jorrar sem parar da cabeça do miúdo. Mesmo assim, o guarda continuava a bater-lhe e a obrigá-lo a ficar de pé. Não aguentei e insultei o guarda. O resultado disso foi que ele me bateu num olho. Depois do fim da guerra, acabei por perder esse olho. Mas não consegui ficar calado. Até hoje não me esqueço da cara desse miúdo.

Isso foi o mais difícil de esquecer?

Sim, isso e a vez em que vi um bebé ser morto por um oficial das SS. Estava à distância, mas não tenho dúvidas do que aconteceu. Tinha acabado de chegar um grupo de judeus ao campo e uma das mulheres tinha um bebé ao colo que não parava de chorar. O guarda das SS bateu--lhe até ele se calar. Coisas destas nunca se esquecem.

Quando regressou foi difícil falar sobre o que aconteceu?

Quando os soldados abandonaram o campo começaram as marchas da morte. Caminhávamos por cima de cadáveres, com frio. Consegui atravessar a Europa Central e cheguei perto de Nuremberga, onde encontrei as tropas americanas. No início ninguém sabia nada dos campos de concentração, e pouco depois nem queriam ouvir os prisioneiros traumatizados por trabalharem nos campos alemães. E pior, muitos diziam que tínhamos ajudado o inimigo, o que era um insulto. Ninguém acreditava no que tinha visto em Auschwitz, por isso deixei de falar disso. Tive stresse pós--traumático, tuberculose sistémica e fiquei internado 18 meses. A seguir à guerra as pessoas queriam heróis simples, não traumatizados.

É importante continuar a falar do Holocausto?

Fico desesperado ao pensar que as pessoas podem esquecer o que aconteceu. É uma das razões pelas quais aceito sempre ir a escolas falar. Ainda existem pessoas que duvidam que o Holocausto tenha acontecido e até minimizam o que se passou. Eu vi os prisioneiros judeus com os meus próprios olhos. Vi a brutalidade e nunca a vou esquecer. Muitas vezes achei que o Grande Arquitecto nos tinha virado as costas. Aquilo era o inferno na terra.

Voltou a Auschwitz?

Não. Nunca conseguiria lá voltar. Muitas televisões já me convidaram para lá ir, mas com 92 anos é muito tarde. Tenho um enfisema pulmonar, o que faz com que seja impossível voar, e batalho com uma colostomia, e com esta idade tenho muitas dores nas costas. Como digo, não há futuro na velhice.

Como tem sido recebido o livro?

Muito bem. O livro tocou muito as pessoas. Quero que não esqueçam o que aconteceu. Apesar de dizerem que isto não vai acontecer outra vez, eu não tenho a certeza.


Abraço,

Jopeg