Caro Charlie Jaguar,
É verdade que o Saab Gripen é um excelente caça. No entanto é bimotor, o que não interessa, pelo menos à FAP. Parece que a "onda" deles é os caças monomotores. É compreensível, dado que as verbas disponibilizadas para manutenção das aeronaves são poucas, e os caças monomotores necessitam, naturalmente, de menor manutenção, pelo óbvio facto de terem um só motor.
De caças monomotores à venda e que estamos autorizados a comprar, temos:
-> F-16 Fightning Falcon
-> Dassault Mirage 2000
-> Lockheed Martin F-35 Lightning II
A primeira opção já a temos. A melhoria dos F-16 é a nossa melhor opção. Os pilotos já estão habituados à máquina, é mais barato melhorar do que comprar uns novos e já temos alguns.
A segunda opção também é bastante boa. No entanto, o Governo Português e os outros países da Europa possuem uma certa relutância inexplicável no que toca à compra de aeronaves francesas. Não percebo porquê, sinceramente. Os nossos Alpha Jets e os Puma são franceses, e nunca tivémos razão de queixa de qualquer que seja. Além disso, os Mirage ganharam reputação nas guerras israelitas, nomeadamente a Guera dos Seis Dias, Yom Kippur e na Guerra do Líbano. Obtiveram um desempenho excelente, no entanto, continuamos a querer dar o rabinho aos americanos.
A terceira opção já sei que não aprecia muito. As nossas carteiras também não iam apreciar o facto de ficarem vazias...
Volto a frisar que não podemos escolher qualquer avião. Há padrões definidos para a compra (infelizmente). Com caças tão bons na Europa, como é o caso do Mirage, que seria sem dúvida a minha escolha, caso pudéssemos adquiri-lo, não sei porque é que marramos tanto nos americanos. Então não é óbvio que a manutenção, arranjo e compra de peças extras seriam mais baratas se tivéssemos Mirages, dado que a França está muito mais perto de nós do que os EUA? Infelizmente Charlie Jaguar, os interesses económicos falam mais alto, e alguém ganha se escolhermos os F-16 para Portugal. Chegou-se a um ponto em que já não é Portugal que decide a sua defesa, mas sim os outros países.
Bom, antes de mais urge uma correcção no seu raciocínio, se me permite: o Gripen não é, nem nunca será, bimotor. Certa vez falou-se numa possível versão embarcada com dois motores, mas isso é algo que agora já estará na gaveta. Portanto, é só um motorzito.

, mas é neste momento uma aeronave prestes a ficar ultrapassada, pese embora os 2000-5, 2000-5 Mk.2, etc, etc. Para isso temos os F-16AM/BM que, como bem diz - e como irá acontecer, diga-se de passagem - estão aí para as curvas e com os futuros upgrades mais capazes se tornarão. É verdade, não disparam 4/6 Micas e/ou 2 Magic II, nem o radar é tão bom, mas neste momento penso estarmos muito bem servidos. É a primeira vez que podemos dizer verdadeiramente que nos encontramos em pé de igualdade com os nossos congéneres europeus em termos de aviões de combate.
Em relação ao Lightning II, que não aprecio muito como fez questão de frisar, de facto é verdade que continuo bastante de pé atrás. Seria necessária uma página inteira de tópico para lhe explicar o porquê deste meu desaguisado com o Lockheed Martin F-35, do preço ao pouco armamento, do ir haver ou não versão downgraded, dos problemas de motor, o projecto em si, etc, etc, era conversa até à Páscoa. Sou apenas um entusiasta, não sou o CEMFA e muito menos político, daí que o facto de eu gostar ou não do F-35 pouco aqueça ou arrefeça a FAP ou o poder político quando chegar a altura de escolher um sucessor à altura dos F-16. Qualquer que seja a escolha no futuro ficarei contente, mas nada me impede de continuar a defender a minha dama e aquele que acho poder vir a ser a melhor solução pós-MLU.
