noticia do dn de 17/04/2006 na secção de economia
Afinal parece que a marinha terá pedido algumas alterações
(regras da marinha)com "problemas nos motores", aprendizagem
de construção alem de problemas de relação com a armada,
segundo o administrador dos envc. No resto, vai tudo em
grande por aquelas paragens.
VIANA DO CASTELO
Estaleiros no limite da capacidade máxima
Atrasos na entrega dos navios da Armada
são justificados pelo tempo decorrido desde
a construção do último navio militar, em 1868
Paulo Julião
Viana do Castelo
A administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo
(ENVC) anunciou ontem que a empresa está actualmente a laborar
"no limite da capacidade máxima", com cinco navios em construção
e dois em reparação.
Segundo os ENVC, em fase de aprestamento encontram-se três
navios, os dois primeiros navios de patrulha oceânica (NPO) para a
Marinha e um porta-contentores para um armador alemão. Na pla-
taforma de construção, e em fase adiantada, estão mais dois porta-
contentores para o mesmo armador, de um total de seis encomen-
dados aos estaleiros vianenses.
Trata-se de navios destinados ao transporte de carga geral, com
112 metros de comprimento, a entregar ao armador entre Junho
e Setembro deste ano. Para além destas construções, a empresa tem
as duas docas de reparação totalmente preenchidas, com um na-
vio-vaqueiro holandês e um outro, químico, da Letónia. O último, re-
fere a administração da empresa, é "o maior navio até agora repara-
do nos"ENVC", com 182,5 metros
de comprimento.
Contudo, apesar de se encontrar em fase adiantada de constru-
ção, a entrega dos dois primeiros NPO à Armada apenas deverá
acontecer em Março de 2007, contrariando os prazos estabelecidos
anteriormente, de Maio e Setembro deste ano. A administração
justifica o atraso na entrega dos NRP Viana do Castelo e NRP Fi-
gueira da Foz com "problemas no fornecimento dos motores" e na
"relação entre os ENVC e a Marinha portuguesa".
"É um novo navio e tem custos de aprendizagem e de diálogo en-
tre a maneira como construímos e as regras da Marinha", sublinha o
administrador da empresa, lembrando que o último navio militar
construído pelos ENVC remonta a 1968. "Estamos a pagar o preço pa-
ra aprender a construir este tipo de navios", diz Femando Geraldes.
A Empordef (holding do Estado que tutela as indústrias da Defesa,
como os ENVC), deverá avançar este mês com um aumento de ca-
pital nos estaleiros de Viana no Valor de 25 milhões de euros, para
permitir a modernização e actualização tecnológica da empresa.
Um projecto em grande parte impulsionado pelas contrapartidas
da construção dos submarinos para a Armada, através da transfe-
rência para os ENVC de equipamento do estaleiro alemão Flen-
der, permitindo aumentar a produtividade em 20%, nomeadamen-
te através da cobertura quase total, até 2009, da área de construção.