Portugal nunca teve relações preferênciais com Israel, no entanto recordo-me de uma curiosidade.
Em 1973, Israel foi atacado pelos árabes, na famosa guerra do Yom Kipur.
Portugal, onde na altura era presidente do Concelho de Ministros, Marcelo Cetano, sofreu um Ultimatum dos americanos, no sentido de deixar passar os aviões americanos com equipamentos, peças e munições que estavam a ser necessários para Israel sobreviver.
A ponte aérea, que não poderia passar por nenhum país europeu porque todos eles, sem excepção se recusaram a ajudar. Só restava Portugal e naturalmente os Açores.
O governo português tentou utilizar a autorização como moeda de troca, por causa do embargo americano a Portugal, para obter armas.
Portugal sabia que o PAIGC e a Guiné Konakri tinham já mais ou menos operacionais, aviões MIG e nós não podiamos combater contra um MIG com FIAT-G91.
Assim, Portugal pediu misseis Hawk e Redeye.
A ponte aérea acabou sendo autorizada e os Estados Unidos continuaram a recusar fornecer os misseis.
No entanto, pela porta do cavalo, os Estados Unidos organizaram um plano em que forneceriam misseis a Portugal, via Israel. Portanto, Israel forneceria (e forneceu) misseis Redeye.
Os Redeye enviados dos stocks de Israel, já estavam em transito na Alemanha, quando ocorreu o 25 de Abril de 1974, não tendo posteriormente sido entregues.
Não tenho conhecimento de algum desenvolvimento sobre os misseis Hawk.
Uma das vantagens obtidas por Portugal junto dos americanos foi um memorando - creio que do departamento de estado - em que se afirma que os Estados Unidos não reconhecerão a Guiné, porque consideram que nenhum dos requesitos necessários para o reconhecimento por parte dos E.U. se verifica na Guiné.
Cumprimentos