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Continuação
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Claro, e o nosso Rei D. Afonso V também teve esse sonho, de criar um país que se regesse pelas regras, usos, língua e costumes, dos Portugueses!
Só que depois aconteceu a Batalha de Toro, e o seu descendente D. João II, teve a visão de prosseguir as expedições além mar, em vez de perder tempo com guerras intermináveis.
Eu quando falo na questão dos usos e costumes de Castela, refiro-me aos planos do Conde-Duque de Olivares, você refere-se a que documento especificamente?
Quando foi colocada em discussão a criação da "EspaNHa", com um rei português, ficou absolutamente CLARO COMO ÁGUA que o rei garantia aos nobres castelhanos a manutenção da identidade de Castela como parte da Coroa de Portugal, Castela e Leão.
Além disso, o facto de haver reis portugueses com pretensões ao domínio peninsular, altera em alguma coisa a realidade?
Seria tão absurdo uma península dominada pelos portugueses como uma península dominada pelos castelhanos.Hoje teríamos uma quantidade de castelhanos a dizer que queriam a independência, porque no passado tinha havido um país chamado Castela e que tinha direito à sua identidade própria, o que obviamente seria verdade.
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Mas eu compreendo a obsessão por Aljubarrota
Mas qual obsessão com Aljubarrota?Não há nenhuma obsessão com a questão de Aljubarrota, a não ser na cabeça dos iberistas que vêm na batalha uma demonstração irritante de que estão errados.
Caro Augusto Bizarro, desculpe mas você está a confundir tudo.
A violência da guerra, é a que é.
Veja que
eu nunca critiquei os espanhóis, os franceses, os ingleses ou quaisquer outros por serem violentos nos actos das batalhas. A violência é inerente aos conflitos militares e isto é um fórum sobre questões militares.
Os portugueses foram tão violentos como outros foram, no entanto, a verdade é que o que ficou escrito após a chegada dos holandeses, é que os indús e mesmo os muçulmanos acusavam os holandeses de serem muito piores que os portugueses (mas estamos-nos a afastar enormemente da questão ibérista, chegando quase à India)
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Portanto, enquanto que o Federalismo é muito mais parecido com o império romano, em que as características de cada provincia de Roma eram mantidas, o ibérismo tem na sua genese um desejo imperial uniformizador, que implica a nossa destruição como país, porque a nossa
existência entra em contradição com os designios do império.
Que disparate. nem sei se tem noção do que acaba de escrever.
Eu acho que quem não tem a noção sobre o que acaba de escrever não sou eu.
Tente entender:O Império Romano é um império que se estabelece com base no dominio dos Roma,
mas não é um imperio de romanos.
Ele é um império de cidadãos romanos, onde você pode ascender à condição de Cidadão de Roma, se obedecer ao imperador e cumprir uma quantidade de quesitos, entre os quais se encontra lutar pelo império.
Roma, não era, nunca foi e nunca quis ser uma nação uniforme. Os Romanos sempre forma extremamente liberais nas questões religiosas e linguisticas, Grande parte do império adorava os deuses romanos e sacrificava aos deuses romanos, mas era autorizada a fazer sacrifícios e adorar os seus próprios deuses. (Esa politica só acaba quando é introduzido o cristianismo como religião oficial do império, já no periodo de decadência).
O império tinha uma língua franca, o Latim, mas ela nunca foi imposta, e essa é a razão de existirem tantas linguas latinas, enquanto o latim propriamente dito pura e simplesmente se extinguiu.
A União Europeia, nos seus aspectos federais não tem absolutamente mais nenhum modelo que não seja o do império romano, cuja reconstrução tem sido uma tentativa de inúmeros lideres ao longo de séculos e séculos.
Carlos Magno, tentou reconstruir o império, da mesma forma que o tentou recontruir Carlos V.A esse império europeu (de que nós fizemos parte entre 1580 e 1640 e a que os tontos dos nazionalistas espanhóis/castelhanos chamam império espanhol), está subjacente a ideia de um governo central, mas com a manutenção da identidade de cada uma das parcelas do império. É por isso, que Portugal reconhecia como casa reinante a Dinastia dos Habsburgos, mas mantinha-se (como se manteve) separado tanto de Castela, como da Flandres, como de Nápoles, como da Sicília, como de Aragão, como do Franche-Compté, como de Navarra.
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É porque a coroa Austríaca dos Habsburgos manteve a autonomia dos seus vários reinos, que os portugueses expulsam os ingleses em 1589. Mas quando o Império, se quer transformar em Nação, destruindo a nossa identidade, os portugueses acabam com a união.)
Ao contrário, o problema Castelhano (
que começa quando a Coroa dos Habsburgos entra em colapso e os castelhanos se recusam a aceitar que de facto o império tinha pés de barro) decorre da necessidade que eles tiveram de
construir uma nação, à imagem de Castela, destruindo tudo o que não fosse castelhano, para evitar que o que restava dos Habsburgos, caísse vitima das inevitáveis contradições étnicas, que ainda hoje afectam a Espanha, e colocam em perigo a sua existência futura como estado.
A ideia castelhana da Nação Espanhola ou Ibérica (Até 1715, Espanha e Ibéria querem dizer exactamente a mesma coisa) central e intolerante do ponto de vista étnico,
é totalmente oposta ao conceito do império Romano (Federação de nações com o mesmo líder, mas separadas),
e totalmente oposta ao conceito vigente durante o dominio dos primeiros reis Habsburgos.Espero ter explicado a diferença, e talvez o conceito não seja assim tão diparatado. Talvez o Augusto Bizarro entenda, que eu tenho SEMPRE uma noção muito precisa do que estou a dizer.Não tenho dúvidas, quanto a esta questão. O que posso é estar enganado, se eventualmente alguém me provar que há factos que eu desconheço que me demonstrem que a minha tese não é válida.
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Qual a probabilidade da Capital de Portugal ser mudada para Viseu ou para Bragança? O Receo do Iberismo, como união política de Portugal e Espanha, é uma infantilidade. Quase tão infantil como debater a Invasão de Olivença. As pessoas deviam meter na cabeça uma coisa, Portugal não é uma super-potência, nem sequer uma potência, nem sequer uma micro-potência. Portugal É a ausência de potência.
Caro Augusto Bizarro, não quero que leve a mal as minhas apreciações, mas eu já li as versões da História de Portugal, que suportam o seu ponto de vista, e por isso, não deixo de ler com interesse, embora (desculpe-me) com uma certa dose de humor aquilo que nos diz.
A sua visão de Portugal parte de um principio errado desde o inicio e que é influênciado pela visão do Portugal do século XIX, transportada para o Portugal do inicio do século XXI.:
Você parte do principio de que aquilo a que você chama povos latinos, são inferiores aos povos do norte.
Este não é um preconceito português, é apenas um preconceito de origem Espanhola/Castelhana, que nunca aceitou a realidade, de que o império espanhol de facto nunca existiu, e foi apenas uma agremiação de estados, que num determinado ponto da história aceitaram ter o mesmo rei. Esse “império”
não foi destruido pelos ingleses ou pelos povos do norte, ele acabou, porque caiu vítima das suas contradições internas, mas os espanhóis nunca aceitaram que foram eles os culpados da decadência do império, e não os ingleses. Os ibéristas portugueses, aderiram em massa a esse ponto de vista esapanhol/castelhano, que desculpa os proprios erros, com a "maldade" da Pérfida Albion.
Os espanhóis, nunca ultrapassaram o trauma, e a Espanha castelhana, continua com ele, tendo naturalmente os iberistas/espanholistas entre os quais incluo Herculano e Oliveira Martins, ganho o mesmo tique anti-inglês.
Saramago, do alto do seu iberismo doentio, na sua “Jangada de Pedra” faz mesmo alusão a esse mundo separado, quando Gibraltar se separa do resto da península, como que lhe voltando as costas deixando a rocha no meio do Atlântico.
Considerando à partida que os latinos são inferiores, você imediatamente conclui, que sendo inferiores, a única possibilidade que temos, é a de nos aliarmos a outros latinos, igualmente inferiores, mas que passariam a ser mais fortes se unidos.Da mesma maneira que os iberistas mais enrustidos, v
ocê afirma que Portugal não é nem super-potência, nem potência nem nada, e que é uma não-potência.Esta é a justificação primeira e única para a destruição de Portugal, pois se não somos nada nem ninguém, então devemos juntarmos ao resto dos inferiores, para passarmos a ser melhores.A afirmação de que Portugal não existe (que é aliás a nota tónica da visão castelhana da peninsula)
é o primeiro passo, para explicar a necessidade de criar o tal estado ibérico, de pessoas inferiores, que se juntam para serem capazes de resistir aos do norte.
Ou seja,
você afirma que o Ibérismo é infantil,
mas afirma, ao dizer que Portugal não é nada, que a única solução é de facto o ibérismo. (não é possível qualquer outra interpretação dessas palavras).
Como é óbvio, caro Augusto Bizarro, eu não posso estar mais contra esse ponto de vista.
Primeiro porque não considero os povos do norte como superiores, embora reconheça que a sua forma de organização do estado e da sociedade é muito mais eficiente que a nossa.
Depois, lembro que na história da peninsula, os periodos de maior crescimento foram sempre aqueles em que os quatro ou cinco principais países ibéricos comcorreram entre si.
As uniões ibéricas, ao contrario do que prometiam, ditaram sempre morte, guerras, fome, repressão e decadência.
Primeiro preocupemo-nos em como tornar Portugal poderoso, e depois logo se resolve o resto. Tudo com o catálogo do Mercedes na mão,a escolher as opções, quando nem dinheiro temos para comprar uma lambreta.
Estou de acordo, mas, não é com ideias iberistas que alguma vez isso vai acontecer. Prova-o a História, para quem tiver a coragem de a interpretar, em vez de desistir a deitar-se indolentemente nas mãos de um qualquer governo estrangeiro.
Todo o argumentário iberista, é uma confusão de teorias que se tornam absolutamente anacrónicas, quando muitos dos países do norte da Europa, são na sua maioria países pequenos, e mesmo mais pequenos que Portugal, e quando existem tensões fortíssimas que defendem mesmo o fim do Estado Espanhol como o conhecemos.
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O grande perigo augusto Bizarro, não é a invasão militar espanhola, que só está na cabeça de quem não lê a totalidade dos textos e se limita a ler o que está em negrito, perdendo na maioria dos casos a noção do contexto.O grande perigo, são os desistentes, os desiludidos, os “Vencidos da Vida (entre os quais estavam Guerra Junqueiro, Eça de Queiroz e Oliveira Martins) do século XXI ”
Aqueles que, como em 1385, em 1580, em 1890, acharam que Portugal tinha chegado ao fim e de que não valia a pena fazer nada.
Os desiludidos são um perigo, são as pessoas que, incapazes de aguentar a pressão se suicidam, e em termos políticos a União Ibérica, é objectivamente o suicídio de um país.O iberismo é a “ideologia” dos que se consideram inferiores, e olham para a Espanha como uma muleta, e pela muleta estão dispostos a pagar. O preço será a nossa independência. Foi assim em 1580, será assim no futuro, se não estivermos atentos.
O iberismo é um perigo mortal,
absolutamente real, como se vê pelas situações de prostituição como as de Pina Moura, ou as deste recente caso do Mário (iberista-aguardenteiro) Lino.
A prostituição dos políticos e das elites (palavras que não são minhas mas do próprio Oliveira Martins) , é um dos primeiros sintomas do perigo, e afirmar que ele não existe é um absurdo, porque os casos de prostituição política são absolutamente óbvios. Estão por toda a parte, e só não os vê quem for cego, ou então quem olha para o lado e assobia, a fingir que não vê.
Os iberistas e os suicidas são no entanto um perigo que podemos vencer.
Felizmente a História tem provado sempre que o fim afinal não chegou.
Cumprimentos