Pois eu penso que com o fim da guerra fria isso de forças armadas não fazerem sentido ficou um pouco mais distante, a quantidade de conflitos latentes tornarem-se reais aumentou exponencialmente. Aliás as nossas forças armadas mantiveram-se longe de conflitos durante quase duas décadas e de repente iniciou-se todo um processo de participações, inclusivé unilaterais (Guiné), que objectivamente demonstraram a necessidade de se manter uma via armada para a diplomacia, aliás no extremo sem via armada não há diplomacia que resista, sendo a via armada a ultima opção.
Até hoje nenhum país, mesmo que apenas com um quinto da nossa dimensão se atreveu a abolir as forças armadas, apenas algumas nações com populações inferiores a um milhão de cidadãos, portanto sem massa critica, têm eventualmente optado por forças policiais ou guarda, mas mesmo assim não são muitos os exemplos.
Quanto há nossa tendencia para o desarmamento, tambem não será tanto assim, já que desde há muitas décadas, muitas mesmo, que não estamos tão perto de aliados nossos, em termos de capacidade tecnica e tecnológica de intervenção, quanto nos dias de hoje. Tomando como exemplo Marrocos, o que podiam as nossas forças armadas com os seus vasos de guerra apenas artilheiros clássicos, contra patrulhas equipados de exocet e o que podiam os nossos A-7 e Fiat contra os Mirage F-1 e os F-5 e um exército maior que o de hoje mas aonde meios de visão nocturna eram quase uma miragem e aonde faltavam todo o tipo de meios de detecção e vigilancia modernos? E isto ainda era o nosso quadro geral em finais da década de oitenta! Agora sempre se pode ir fazendo qualquer coisa mais parecida com uma tentativa de defesa.