Para que o Mundo não esqueça

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papatango

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« Responder #15 em: Dezembro 27, 2004, 10:40:38 pm »
Eu sei que hoje, pode parecer absurdo.

Mas vocês sabiam que em 1940 os empresários britânicos dirigiram-se à Força Aérea de Sua Majestade, nomeadamente ao Bomber Command, a pedir que não fossem bombardeadas as fábricas alemãs, porque afinal, tratava-se de propriedade privada, e os privados não tinham nada a ver com o senhor Hitler.

Hoje, todos damos risadas, mas, pensando bem, a segunda guerra mundial (sim aquela que acabou com os nazis) foi legitima?

Já pensaram que os ingleses e os franceses declararam guerra à Alemanha?
Que argumentos tinham?
A invasão da Polónia?
Mas a Alemanha não tinha o direito de expandir os seus territórios quando os ingleses o faziam na Índia e os franceses em África?
Que legitimidade tinham Franceses e Ingleses para pedir o que quer que fosse dos Alemães?

No entanto, a guerra começou.

A guerra começou, não porque também não houvesse gente a dizer que o melhor que havia a fazer era estar quieto e calado, e deixar o Hitler fazer o que lhe desse na veneta.

A guerra começou, não porque a Polónia tinha petróleo, que não tinha nenhum.

A guerra não começou por nenhuma peripécia especial.

A guerra começou porque há alturas na história em que é necessário dizer, BASTA, é necessário dizer CHEGA, é necessário dizer, NÃO PASSES A LINHA.

A mesma coisa aconteceu no Iraque.

Eu não quero saber se quem falou era tonto, se o Bush é um imbecil debilóide, ou se o interesse é também o Petróleo. Para mim o que interessa é que alguém disse CHEGA, e hoje, os regimes da região pensam seriamente como alterar os seus regimes, como democratizar, como reduzir o fundamentalismo islâmico.

Eu não quero saber se quem gritou é um imbecil.
O que quero saber é que alguém gritou, e goste-se ou não se goste, muita gente ouviu.

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« Responder #16 em: Dezembro 27, 2004, 11:22:30 pm »
Citação de: "papatango"
Eu sei que hoje, pode parecer absurdo.

Mas vocês sabiam que em 1940 os empresários britânicos dirigiram-se à Força Aérea de Sua Majestade, nomeadamente ao Bomber Command, a pedir que não fossem bombardeadas as fábricas alemãs, porque afinal, tratava-se de propriedade privada, e os privados não tinham nada a ver com o senhor Hitler.

Hoje, todos damos risadas, mas, pensando bem, a segunda guerra mundial (sim aquela que acabou com os nazis) foi legitima?

Já pensaram que os ingleses e os franceses declararam guerra à Alemanha?
Que argumentos tinham?
A invasão da Polónia?
Mas a Alemanha não tinha o direito de expandir os seus territórios quando os ingleses o faziam na Índia e os franceses em África?
Que legitimidade tinham Franceses e Ingleses para pedir o que quer que fosse dos Alemães?

No entanto, a guerra começou.

A guerra começou, não porque também não houvesse gente a dizer que o melhor que havia a fazer era estar quieto e calado, e deixar o Hitler fazer o que lhe desse na veneta.

A guerra começou, não porque a Polónia tinha petróleo, que não tinha nenhum.

A guerra não começou por nenhuma peripécia especial.

A guerra começou porque há alturas na história em que é necessário dizer, BASTA, é necessário dizer CHEGA, é necessário dizer, NÃO PASSES A LINHA.

A mesma coisa aconteceu no Iraque.

Eu não quero saber se quem falou era tonto, se o Bush é um imbecil debilóide, ou se o interesse é também o Petróleo. Para mim o que interessa é que alguém disse CHEGA, e hoje, os regimes da região pensam seriamente como alterar os seus regimes, como democratizar, como reduzir o fundamentalismo islâmico.

Eu não quero saber se quem gritou é um imbecil.
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« Responder #17 em: Dezembro 28, 2004, 12:03:31 am »
Será isso mesmo PT? Será que quem invadiu o Iraque tinha a preocupação de dizer BASTA a Saddam Hussein?

Então por que o Bush e a sua turma não tentam aplicar a mesma fórmula a Coréia do Norte? Por que eles não dizem BASTA a Coréia do Norte? Será por que eles têm medo de levar a detonação de um artefato nuclear pela frente?

Bater em cachorro morto é muito mais fácil, principalmente se esse "cachorro" tiver muito petróleo. Não é verdade? :wink:
« Última modificação: Dezembro 28, 2004, 12:17:32 am por Paisano »
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komet

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« Responder #18 em: Dezembro 28, 2004, 12:05:51 am »
Sim, porque a meu ver a Coreia do Norte é uma ameaça muito maior a essa sua democracia com florzinhas e pombinhas brancas que supostamente Bush defende.
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« Responder #19 em: Dezembro 28, 2004, 12:53:58 am »
Citação de: "papatango"
Eu sei que hoje, pode parecer absurdo.
[...]
 é que alguém gritou, e goste-se ou não se goste, muita gente ouviu.


Que comparação mais forçada papatango  :roll:

Tanto a França como a Inglaterra tinham acordos de assistência militar com a Polónia, que implicavam a sua entrada em guerra com a Alemanha a partir do momento em que esta invadiu a Polónia. Amnas decidiram honrar os seus compromissos e dizer BASTA, depois de terem entregue a Checoslováquia aos nazis.

Mas diga-me, onde está o equivalente da invasão alemã de 1 de Setembro ? Onde está o casus belli que alterou a situação ? Onde está a justificação num mundo em que existe uma organização como as Nações Unidas para se invadir um país ?

Não se lembram ? Logo a seguir à intervenção no Afeganistão ( completamente legítima e justa aliás), a administração Bush apontou para o Iraque, mesmo antes da pacificação do Afeganistão estar completa. Mesmo sabendo que o regime de Bagdade não estava ligado à Al-Quaeda ( nem podia estar aliás, pois são de naturezas diferentes), de tal maneira que foi preciso inventar "provas"...

Mas passando à frente. Ocorre a invasão . E depois ?

Passando à frente o total e completo falhanço dos americanos em prever e controlar o pós-guerra.


Os supostos efeitos positivos da invasão. Onde estão eles para vê-los.

Assustaram os regimes da Síria e o Irão, impelindo-os para o jogo perigoso das armas de destruição maçica. No entanto, estes sabem agora que uma intervenção militar directa americana para os derrubar é altamente improvável, devido ao pântano em que se transformou o Iraque.

 Que eu saiba os regimes da Jordânia, Arábia Saudita, Egipto, estados do Golfo etc,  são (por enquanto) dos maiores aliados dos EUA do mundo, logo certamente não tinham razões para se sentirem amedontrados com a nova guerra. E as suas populações ? Ficaram cheias de medo ao verem todo o poderio americano a esmagar o regime despótico de Saddam como que a dizer " if you do not behave, you're next" ? CLARO QUE NÃO! Apenas aumentaram o seu rol de queixas (algumas justas, outras injustas) contra os EUA e a sociedade ocidental no geral, crescendo a contestação aos governos pró-ocidentais e inclinando mais indíviduos para actividades fundamentalistas e/ou terroristas.

Até ao momento o único efeito que vejo foi a abertura das portas do Iraque a todo o tipo de terroristas e extremistas, tornando-o (mais) uma Jihad contra os cruzados, além do crescimento do sentimento anti-ocidenta/anti-EUA nos países árabes.


Ou seja, o equivalente de pôr gasolina no fogo...
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

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papatango

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« Responder #20 em: Dezembro 28, 2004, 12:54:26 am »
Paisano ->

A politica mundial é complexa e acima de tudo nunca nos podemos esquecer de que os países não têm amigos, só têm interesses.

Eu não nego que, tendo os Neoconservadores tomado o poder em Washington, os seus contactos com os interesses petroliferos, tenham facilitado o desenvolvimento de um "envolvimento" petrolifero na guerra, que poderá até ser ilegitimo.

Mas se vamos contestar as acções americanas por serem ilegitimas, então também temos que contestar as acções dos franceses dos alemães e dos russos, que não foram para a guerra apenas porque não tinham nada a ganhar e porque as suas empresas tinham muito a ganhar com a continuação de Saddam no poder.

Todos os países que tiveram a ganhar com Saddam, tomaram as suas decisões, consoante os seus interesses. Veja que nos anos oitenta a america fechou os olhos ao Saddam, mas diga-me, para não ir mais longe, o que fez o Brasil?
Ainda hoje quando vemos imagens de Bagdad e vemos aqueles velhos Volswagen PASSAT, você sabe-me dizer onde eles foram feitos?
Resposta: São José dos Campos, São Paulo.
E os Cascavel que o Brasil vendeu ao Iraque, e as baterias de Astros?

Foi o Brasil, também um algoz, interessado apenas em vender armas para matar, fechando os olhos aos morticinios do Saddam?

Os países têm interesses. O interesse dos americanos pelo Iraque, justifica-se por causa do petroleo, mas também porque os americanos entendem que têm que acabar de raiz com os problemas no médio oriente, e para isso há que acabar com os focos de fundamentalismo (que  diga-se, eles próprios ajudaram a criar). A Coreia do Norte, é fogo de vista. Kim Sung Il, ou lá como ele se chama, nunca fará NADA sem que a China autorize. Essa é a realidade.

Uma coisa é dizer que a américa, como nação e os politicos americanos como estrategas, são brutos e meio incompetentes. Outra coisa é negar que a america com a sua forma de praticar politica, meio bruta e pouco educada, tem acabado por impôr a paz em muitos lugares do mundo. Nem sempre, o caminho mais direito é o melhor, e os americanos nem sempre vêm o melhor caminho, mas criticar os americanos por também defenderem os seus interesses, isso é algo completamente diferente.

A Tailandia e a Malasia, eram tão desenvolvidas como o Vietname. O Vietname ganhou uma guerra á America, mas é hoje um país pauperrimo comparado com a Malásia.

O que havia no Vietname? Petroleo?
Tanto quanto sei, a unica coisa que lá havia, além de ópio e heroína, era arroz, e mesmo assim em pouca quantidade.

Os americanos saíram, milhões morreram de fome, Pol Pot no Cambodja chegou ao poder e matou por desporto quase metade da população do país, no Laos, foi outro morticinio silencioso.

Hoje, depois de ter orgulhosamente vencido os americanos, o Vietname estende a mão ás esmolas dos americanos, e dos países vizinhos, que eram mais pobres, como a Tailandia.

Não podemos criticar os países por terem imnteresses e por os defenderem. Os Estados Unidos são uma potência á escala mundial, por isso pode ser criticado á escala mundial, da mesma maneira que as potências regionais também têm as suas culpas.

Nesta história toda, só há uma certeza absoluta.
Do país que nunca tenha passado por cima dos interesses de outro para defender os seus interesses, que venha a primeira pedra.

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« Responder #21 em: Dezembro 28, 2004, 01:29:45 am »
-> Spectral

Eu pretendo referir o contrasenso que era em 1940 os industriais ingleses colocarem em causa os bombardeamentos da Alemanha, por questões económicas. A critica á guerra, quando ela já lhes tinha entrado pela porta adentro.

Em 1940, não havia Nações Unidas, havia Sociedade das Nações, e tanto quanto sei, não funcionou. Em 1939, os Alemães e os Russos invadiram a Polonia sem qualquer razão aparentemente lógica, mas não foi por causa da Polónia e dos acordos com a Polónia que os ingleses e os franceses declararam guerra. Segundo o próprio Churchill nas suas memórias, o problema é que era necessário parar Hitler. Mostrar-lhe que tinha que parar.

Também havia acordos com a Checoslovaquia, e não serviram de nada. a Checoslováquia foi repartida e retalhada e entregue aos alemães, pelos civilizados Franceses e Ingleses. A Polonia, podería ter sido defendida, se Franceses e Ingleses quisessem de facto cumprir acordos.

Os Russos, segundo o livro "Quando Hitler atacou a leste", de Pierre Rondierre, propuseram-se atacar a Alemanha, antes de 1939 e pediram aos Ingleses e aos Franceses que autorizassem o exército vermelho a atravessar a Polonia. Propuseram atacar a Alemanha com quase 200 divisões. Os Franceses não propuseram quase nada e os Ingleses apresentaram quatro divisões mais umas unidades de tropas especializadas. Não havia qualquer interesse em ir para a guerra em 1939 ou noutra altura qualquer.

Foi a absoluta necessidade de tomar uma posição que forçou Franceses e Ingleses a declarar guerra á Alemanha. Hitler, não esperava que a guerra fosse declarada. Saddam, também fez mal os seus cálculos. Saddam, nunca pensou que a América aceitasse - como aceita - bastantes mortos.

Kadafi, esse, aprendeu a lição. Da mesma maneira que a Siria acabará por aceitar e o Irão, ou melhor, os Aiatolas, acabarão por aceitar o inevitável.

Quando o problema do médio oriente for resolvido, os problemas do médio oriente acabarão por acabar. Os árabes, não são um povo persistente. Facilmente se compram e facilmente se vendem (sempre foram negociantes e mercadores). Sem fontes de financiamento, o que será dos movimentos terroristas?

A invasão do Iraque é uma aposta. Pode ser ganha, ou pode ser perdida, eu acho que acabará por ser ganha, mesmo que para isso se acabe com o Iraque.

Os mundo islâmico árabe tem um problema para resolver. A visão fundamentalista, wahabita ou não, da sociedade, está em total e completo conflito com o mundo moderno. Uma sociedade que coloca 50% da populaçãoi atrás de um véu, é uma sociedade condenada. Não há teoria economica ou mago das finanças que mude isto. As sociedades muçulmanas fundamentalistas estão condenadas á miséria. Os estados do golfo, só são salvos pelo petroleo. O Paquistão (que não é Árabe) tem neste momento problemas sérios com a questão do Wahabismo, por causa dos financiamentos dos Sauditas, e começa a notar-se que se atrasa relativamente á India.

Faça-se o que se fizer, com as mulheres em casa, e uma sociedade essencialmente feudal e retrograda, nunca se vão criar e desenvolver como nos países ocidentais, economias de mercado saudáveis, ou pelo menos minimamente saudáveis e auto-sustentadas.

Sem o petróleo, a Arabia.Saudita, e os estados do golfo, seriam países tremendamente atrasados. O Egipto, não tem petróleo e é muito mais atrasado que esses países. O Egipto tenta conter o Wahabismo, mas  mesmo assim, os fracassos do regime não auguram nada de bom.

Saddam, não passou de um aventureiro. O seu fim é uma lição que deve ser aprendida. Se o Iraque se transformar num estado laico, essa transformação terá consequências em todos os estados vizinhos. Israel deixará de ter argumentos para pressionar a politica interna americana, e terá que estabelecer algum tipo de páz com os árabes. Quando esse problema estiver resolvido, ou pelo menos controlado, a questão do médio oriente, terá uma leitura completamente diferente.

Para finalizar, achqo que a ideia que presidiu á invasão do Iraque não era má, embora tenha sido conduzida de forma desastrosa.

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« Responder #22 em: Dezembro 28, 2004, 01:44:11 am »
Citação de: "papatango"
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A politica mundial é complexa e acima de tudo nunca nos podemos esquecer de que os países não têm amigos, só têm interesses.

Concordo.

Citação de: "papatango"
Eu não nego que, tendo os Neoconservadores tomado o poder em Washington, os seus contactos com os interesses petroliferos, tenham facilitado o desenvolvimento de um "envolvimento" petrolifero na guerra, que poderá até ser ilegitimo.

Mas se vamos contestar as acções americanas por serem ilegitimas, então também temos que contestar as acções dos franceses dos alemães e dos russos, que não foram para a guerra apenas porque não tinham nada a ganhar e porque as suas empresas tinham muito a ganhar com a continuação de Saddam no poder.

Todos os países que tiveram a ganhar com Saddam, tomaram as suas decisões, consoante os seus interesses. Veja que nos anos oitenta a america fechou os olhos ao Saddam, mas diga-me, para não ir mais longe, o que fez o Brasil?
Ainda hoje quando vemos imagens de Bagdad e vemos aqueles velhos Volswagen PASSAT, você sabe-me dizer onde eles foram feitos?
Resposta: São José dos Campos, São Paulo.
E os Cascavel que o Brasil vendeu ao Iraque, e as baterias de Astros?

Foi o Brasil, também um algoz, interessado apenas em vender armas para matar, fechando os olhos aos morticinios do Saddam?

PT, isso em nada justifica a decisão dos EUA de invadir o Iraque, a revelia da ONU e ainda por cima com um argumento falacioso da existência de armas de destruição em massa.

Além do mais, nunca foi objetivo dos EUA "libertar" a população do Iraque. Aliás, essa é a nova mentira, uma vez que a antiga (armas de destruição em massa) ficou desmoralizada.

Citação de: "papatango"
Os países têm interesses. O interesse dos americanos pelo Iraque, justifica-se por causa do petroleo, mas também porque os americanos entendem que têm que acabar de raiz com os problemas no médio oriente, e para isso há que acabar com os focos de fundamentalismo (que  diga-se, eles próprios ajudaram a criar). A Coreia do Norte, é fogo de vista. Kim Sung Il, ou lá como ele se chama, nunca fará NADA sem que a China autorize. Essa é a realidade.

Uma coisa é dizer que a américa, como nação e os politicos americanos como estrategas, são brutos e meio incompetentes. Outra coisa é negar que a america com a sua forma de praticar politica, meio bruta e pouco educada, tem acabado por impôr a paz em muitos lugares do mundo. Nem sempre, o caminho mais direito é o melhor, e os americanos nem sempre vêm o melhor caminho, mas criticar os americanos por também defenderem os seus interesses, isso é algo completamente diferente.

Ou seja, os fins justificam os meios.

Citação de: "papatango"
A Tailandia e a Malasia, eram tão desenvolvidas como o Vietname. O Vietname ganhou uma guerra á America, mas é hoje um país pauperrimo comparado com a Malásia.

O que havia no Vietname? Petroleo?

Tanto quanto sei, a unica coisa que lá havia, além de ópio e heroína, era arroz, e mesmo assim em pouca quantidade.

Os americanos saíram, milhões morreram de fome, Pol Pot no Cambodja chegou ao poder e matou por desporto quase metade da população do país, no Laos, foi outro morticinio silencioso.

Hoje, depois de ter orgulhosamente vencido os americanos, o Vietname estende a mão ás esmolas dos americanos, e dos países vizinhos, que eram mais pobres, como a Tailandia.

PT, você sabe que a intervensão no Vietnã aconteceu porque os EUA ficaram alarmados com a possibilidade dos países da Indochina passarem a ser comunistas. Ou seja, a guerra do Vietnã foi por causa de política (guerra fria) e não por causa de petróleo.

Citação de: "papatango"
Não podemos criticar os países por terem imnteresses e por os defenderem. Os Estados Unidos são uma potência á escala mundial, por isso pode ser criticado á escala mundial, da mesma maneira que as potências regionais também têm as suas culpas.

Nesta história toda, só há uma certeza absoluta.
Do país que nunca tenha passado por cima dos interesses de outro para defender os seus interesses, que venha a primeira pedra.


Mais uma vez você está dizendo que que os fins justificam os meios.
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« Responder #23 em: Dezembro 28, 2004, 01:49:19 am »
Citação de: "papatango"
Kadafi, esse, aprendeu a lição. Da mesma maneira que a Siria acabará por aceitar e o Irão, ou melhor, os Aiatolas, acabarão por aceitar o inevitável.

Quando o problema do médio oriente for resolvido, os problemas do médio oriente acabarão por acabar. Os árabes, não são um povo persistente. Facilmente se compram e facilmente se vendem (sempre foram negociantes e mercadores). Sem fontes de financiamento, o que será dos movimentos terroristas?

A invasão do Iraque é uma aposta. Pode ser ganha, ou pode ser perdida, eu acho que acabará por ser ganha, mesmo que para isso se acabe com o Iraque.

Os mundo islâmico árabe tem um problema para resolver. A visão fundamentalista, wahabita ou não, da sociedade, está em total e completo conflito com o mundo moderno. Uma sociedade que coloca 50% da populaçãoi atrás de um véu, é uma sociedade condenada. Não há teoria economica ou mago das finanças que mude isto. As sociedades muçulmanas fundamentalistas estão condenadas á miséria. Os estados do golfo, só são salvos pelo petroleo. O Paquistão (que não é Árabe) tem neste momento problemas sérios com a questão do Wahabismo, por causa dos financiamentos dos Sauditas, e começa a notar-se que se atrasa relativamente á India.

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Sem o petróleo, a Arabia.Saudita, e os estados do golfo, seriam países tremendamente atrasados. O Egipto, não tem petróleo e é muito mais atrasado que esses países. O Egipto tenta conter o Wahabismo, mas  mesmo assim, os fracassos do regime não auguram nada de bom.

Saddam, não passou de um aventureiro. O seu fim é uma lição que deve ser aprendida. Se o Iraque se transformar num estado laico, essa transformação terá consequências em todos os estados vizinhos. Israel deixará de ter argumentos para pressionar a politica interna americana, e terá que estabelecer algum tipo de páz com os árabes. Quando esse problema estiver resolvido, ou pelo menos controlado, a questão do médio oriente, terá uma leitura completamente diferente.

Para finalizar, achqo que a ideia que presidiu á invasão do Iraque não era má, embora tenha sido conduzida de forma desastrosa.


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NotePad

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« Responder #24 em: Dezembro 28, 2004, 03:29:45 am »
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« Última modificação: Fevereiro 25, 2007, 05:30:41 am por NotePad »
 

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« Responder #25 em: Dezembro 28, 2004, 01:59:14 pm »
Citar
E talves quando ele invadiu a polonia foi o inicio da sua tentativa de dominar a europa e a frança e inglaterra talves lhe tenham declarado guerra, porque seriam os proximos...


Quem sabe... Hitler pretendia, pelo menos numa fase inicial, restaurar o antigo império austro-húngaro. Dadas as alianças de apoio militar que a Inglaterra tinha com a Polónia é completamente normal a declaração de guerra da primeira. Neste caso não vejo onde é que França e Inglaterra teriam a ganhar em abrir guerra com a Alemanha, interesses? Não me parece, receio sobre a sua própria soberania nacional? Muito provavelmente.
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« Responder #26 em: Dezembro 28, 2004, 08:02:21 pm »
Não se vai para a guerra porque se quer, vai-se porque é necessário. As "guerras da escolha" (Iraque, Vietname, Libano) são simplesmente impossiveis de ganhar.

A democracia não funciona se imposta, tem que vir de dentro. E já agora, alguém ainda se lembra do Afeganistão?
 

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« Responder #27 em: Dezembro 29, 2004, 12:23:29 am »
Pessoalmente, acho que no Vietname os americanos estavam a tentar conter o comunismo no sudoeste asiático.

Na altura, o que se dizia é que era o império da Coca Cola, e que a América estava no Vietname apenas para vender os seus produtos e defender o capitalismo e as suas empresas.

Não era muito diferente do que se diz hoje do Iraque.

Eu não coloco em causa (nunca coloquei) que os americanos, tenham junto o util ao agradável e dado uma dentadinha no petróleo.

O objectivo dos neoconservadores, é resolver o problema do médio oriente, porque já entenderam que ou o resolvem ou o problema lhes rebenta na cara, como aliás já rebentou uma vez.

Os americanos são um país com grandes empresas e grandes interesses. Onde quer que vão as forças armadas, vão as empresas americanas e os interesses americanos.

Eu não pretendo criticar os americanos, como não critico os franceses e os ingleses por terem atacado a alemanha, sem razão aparente.

A França e a Inglaterra, declararam guerra á alemanha, sem uma razão aparentemente lógica. Aliás era tão ilógica que os proprios ingleses não queriam bombardear as fábricas alemãs de armamento.

O que acontece é que antes da Polónia, hjá tinha havido a Checoslováquia, e os Sudetas, e derrota da républica espanhola, ás mãos dos nazistas, e a ocupação da zona desmilitarizada da renania.

Chega a um ponto em que é necessário fazer algo. A nossa propria liberdade hoje, depende de alguém ter tomado uma posição e dito, basta!

Estamos tão habituados á nossa liberdade que a desprezamos, e não lhe damos a devida importância.

nota:
Com as minhas referências á Arábia Saudita, Egipto e Libia, apenas tentei explicar porque penso que há que fazer qualquer coisa para conter a expansão do fundamentalismo. De nada adianta negociar a questão da palestina, enquanto houver um Saddam a dar 10.000 dolares a cada martir que se explodir num autocarro cheio de crianças israelitas.

Deus escreve direito por linhas tortas.
(esperemos)

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« Responder #28 em: Dezembro 29, 2004, 09:16:27 pm »
Os curdos???? como se alguma vez o Bush se ralasse com os Curdos!!!!

Tivesse o Iraque apenas areia e camelos, ao invés das SEGUNDAS MAIORES JAZIDA DE PETROLEO DO MUNDO, e aí sim, eu seria o 1º a aplaudir o Bush, por ter ido “libertar” um povo oprimido...oprimidos já eles eram á muito, mas aparentemente os Eua e amigalhaços só descobriram isso em 2003...claro que podem continuar a ser oprimidos na Arábia Saudita e em Israel...mas isso “não” tem nada a ver...

Tam´bem parece já se terem esquecido que o BIN LADEN é uma criação dos EUA para combater a URSS no Afeganistão...

Mas enfim, aqueles que adulatram o Bush, ao menos sejam coerentes com o que tem sido a politica externa dos EUA, e confessem a Admiração por PINOCHET, já agora, por MUSHARAF, por BATISTA, por MARCUS, porque toda a gente sabe, existem os bons e os maus ditadores!!!!!



Paisano, aplaudo vc, sim, esse individuo é um Criminoso que devia estar a ser JULGADO no TPI por crimes contra a humanidade, junto ao Saddam, que enquanto deu jeito, foi um dos maiores aliados dos EUA!!!! O gazeamento dos curdos deu-se em 1988, o Koweit foi invadido em 1990, e em 1991 podiam perfeitamante ter derrubado o Saddam , e no entanto, o paizinho da criatura deixou-o lá ficar no poleirozinho porque na altura convinha aos EUA!!!!



Tão criminoso é um como o outro!!!!

Citação de: "Yosy"
A democracia não funciona se imposta, tem que vir de dentro. E já agora, alguém ainda se lembra do Afeganistão?

Pelos menos alguma juventude parece ter mais lucidez do que os "Iluminados" neoconservadores de extrema-direita...
O problema , amigo Yosy, é que alguns se julgam "enviados de Deus" para impor a sua vontade...e nesse aspecto bush e bin laden estão mais próximos do que pode parecer...não esqueçamos a "gaffe" que foi, logo após o 11 de setembro, bush incitar á "CRUZADA" contra os muçulmanos...o problema do Ocidente é que se julga em tudo SUPERIOR a todas as outras culturas do mundo...mas, e já o dizia Napoleão..."ai do Mundo quando a China acordar!!!!" Sabes Yosy, em certos aspectos a URSS (ou outra superpotencia) faz falta ao mundo, quanto mais não seja para equilibrar a balança e evitar "cowboiadas" destas...

Citação de: "papatango"
Todos os países que tiveram a ganhar com Saddam, tomaram as suas decisões, consoante os seus interesses. Veja que nos anos oitenta a america fechou os olhos ao Saddam, mas diga-me, para não ir mais longe, o que fez o Brasil?
Ainda hoje quando vemos imagens de Bagdad e vemos aqueles velhos Volswagen PASSAT, você sabe-me dizer onde eles foram feitos?
Resposta: São José dos Campos, São Paulo.
E os Cascavel que o Brasil vendeu ao Iraque, e as baterias de Astros?

Portugal também vendeu armas ao Iraque...

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Saddam, nunca pensou que a América aceitasse - como aceita - bastantes mortos.


Aceita? tem a certeza? e os aviões secretos que despejam caixões cobertos com a bandeira americana sem que ninguém saiba, como há tempos foi revelado???

Cumprimentos
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Yosy

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(sem assunto)
« Responder #29 em: Dezembro 29, 2004, 09:54:39 pm »
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Pessoalmente, acho que no Vietname os americanos estavam a tentar conter o comunismo no sudoeste asiático.

Esse era o objectivo da guerra mas o comunismo na Asia não se estava a propagar assim tão depressa. O Vietname foi um erro, tal como foi a invasão soviética do Afaganistão.

Sobre os neocons:

- são todos militaristas mas NENHUM foi sequer a tropa.
- têm uma visão do mundo errada, fanática e imperialista.
- o Angelo Correia (ex-ministro) não pode com eles

A comparação entre Alemanha Nazi e Iraque é completamente PARVA. Alemanha Nazi: forças militares extremamente poderosas comandadas por generais de génio. Iraque pós-Guerra do Golfo: é preciso dizer algo?

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Deus escreve direito por linhas tortas.
(esperemos)


O problema é que:

a) a vontade de Deus é impossível de saber (que presunção pensar que Deus está sempre do nosso lado, ou que Deus até gosta de nós): eu sou agnóstico portanto isto não é problema para mim.

b) Bush não consegue escrever direito