Para que o Mundo não esqueça

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Yosy

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« Responder #90 em: Janeiro 30, 2005, 10:33:34 pm »
Citação de: "Ricardo Nunes"
Completamente em desacordo. Existem casos sem dúvida, mas parece-me uma generalização errada.
Vá dizer isso a um fuzileiro ou a um comando, a um cadete da Academia Militar, da Academia da Força Aérea ou da Escola Naval. Diga-o a um Precurssor ou a um qualquer paraquedista.
Depois diga-me a resposta que obteve.
Cada caso é um caso e acredite, existe muito boa gente que não vai para as forças-armadas pelo dinheiro.

Cumprimentos,


Isso são as elites. Vá a um centro de recrutamento e pergunte aos que lá estão a assinar contrato porque razão é que o fazem. Não é por acaso que o número de voluntários aumenta em tempos de crise económica.
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #91 em: Janeiro 31, 2005, 01:25:00 pm »
Yosy,

Muitos recrutas ingressam na carreira militar por outras razões que não o dinheiro.
O espírito de aventura, as especializações oferecidas e uma perspectiva de carreira pesam muito mais do que o salário económico. Mas nem imagina quanto.

A sua generalização é incorrecta. E acredita, mesmo fora das "elites" ( que pelos vistos você considera serem os oficiais e as forças de combate ) quase todos têm um grande paixão pelo país e sentido de patriotismo.
Ricardo Nunes
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Paisano

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« Responder #92 em: Janeiro 31, 2005, 06:42:42 pm »
Extremistas dizem ter derrubado avião britânico no Iraque

Fonte: O Globo

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LONDRES - Extremistas islâmicos disseram ter derrubado o avião militar britânico Hércules C-130, cuja queda, no Noroeste do Iraque, foi noticiada no domingo. A emissora de TV árabe Al-Jazeera mostrou imagens de um vídeo em que um grupo de insurgentes prepara dois mísseis, dispara e assiste a uma explosão - que teria sido produzida pelo abate da aeronave. Na seqüência das imagens, são vistos destroços de um avião no chão.

"Os mujahideen (guerreiros sagrados) dispararam um míssil guiado antiaéreo no Hércules C-C130 enquanto ele voava a baixa altitude", diz a mensagem assinada pela Brigada Saad bin Abi Waqqas do Ansar al-Islam. O nome é semelhante ao usado por extremistas do Ansar al-Islam, que realizaram uma série de atentados no Iraque e negaram declarações desse grupo no passado.

A Al-Jazeera, porém, disse ter recebido uma cópia do vídeo de um grupo intitulado Brigadas da Revolução de 1920, que já reivindicou atentados e seqüestros em outras ocasiões. O grupo é braço armado da Resistência Nacional Islâmica, que apareceu pela primeira vez em julho de 2003, assumindo ataques.

Segundo um comunicado impresso entregue junto ao vídeo, "40 oficiais britânicos viajavam no avião e todos estão mortos".

O governo britânico estima que 10 militares morreram na queda do avião de transporte, um Hércules C-130. A Grã-Bretanha já considera este o mais grave incidente isolado contra suas tropas no Iraque desde 21 de março de 2003, quando oito militares morreram na queda de um helicóptero.

O governo britânico disse que dez militares foram dados como desaparecidos e que acredita que eles tenham morrido. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo Secretário de Defesa da Grã-Bretanha, Geoff Hoon. Antes, chegou-se a dizer que 15 soldados poderiam ter morrido.

Num comunicado, Hoon disse saber dos relatos de que o avião poderia ter sido derrubado. "Mas não estamos em posição de chegar a conclusão alguma até que a investigação se complete", acrescentou.

Consultado pela CNN, o analista militar Don Shepherd, general reformado das Forças Armadas dos EUA, disse que os destroços parecem ser do modelo de avião que a Grã-Bretanha perdeu. Mas o disparo dos mísseis, segundo ele, parece falso.

Shepherd afirma que os dois projéteis fazem um trajeto preciso no ar. Isso exigiria que fossem guiados por um sistema de radar complexo de instalar e transportar. Um míssil guiado por calor teria que ziguezaguear.

Especialistas do Departamento de Defesa da Austrália acham que a queda foi fruto de um ataque de insurgentes. A Austrália sofreu indiretamente sua primeira baixa no episódio.

"O Departamento de Defesa pode confirmar que um ex-integrante da Força Aérea Real da Austrália, que havia se inscrito na Força Aérea Real, morreu a bordo do Hércules C-130 que caiu no Iraque", informou um comunicado oficial.

A vítima foi identificada como tenente Paul Pardoel. A imprensa local informou que Pardoel, 35 anos, também tinha nacionalidade britânica, Ele era pai de três filhos, que vivem em Melbourne.

A Austrália tem cerca de 900 soldados no Iraque e foi um dos primeiros países a enviar tropas a pedido dos Estados Unidos.


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« Responder #93 em: Fevereiro 07, 2005, 03:46:18 am »
CIA entrega supostos terroristas a países que praticam torturas

Fonte: AFP

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WASHINGTON, 7 fev (AFP) - A Agência Central de Inteligência americana (CIA) está entregando supostos terroristas a países acusados de recorrer a torturas, e essas transferências de detidos se encontram, atualmente, "fora de controle", de acordo com um ex-agente do FBI, citado em matéria da revista "The New Yorker".

A tortura "foi burocratizada" pela Administração do presidente dos EUA, George W. Bush, e a prática de transferências de suspeitos está "fora de controle", comentou Dan Coleman, um antigo especialista da luta antiterrorista do FBI, que se aposentou em julho de 2003.

Em uma matéria intitulada "A tortura terceirizada" que será divulgada na edição desta semana, a revista garante que os suspeitos são, muitas vezes, enviados para Egito, Marrocos, Síria e Jordânia, "todos países conhecidos por utilizar a tortura em seus interrogatórios".

Scott Horton, especialista em Direito Internacional, garantiu que a CIA já "transferiu" nestas condições 150 pessoas desde 2001.
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« Responder #94 em: Fevereiro 07, 2005, 04:50:44 pm »
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« Responder #95 em: Fevereiro 09, 2005, 04:41:27 pm »
O ceticismo da França ante a arrogância do governo Bush*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - Na visita à França, a secretária de Estado Condoleezza Rice insistiu, em nome do governo Bush, em que os dois países esqueçam a divergência recente no episódio da invasão ilegal e truculenta do Iraque, sem respaldo internacional. E que pensem só no futuro, para que as alianças internacionais sejam restabelecidas e a França volte à condição de aliado americano tradicional.

Parece oportuno lembrar uma análise recente de Stanley Hoffman, autor de livros de política internacional, em especial sobre temas franceses. Ele registrou dois pontos críticos. Primeiro, a maneira como a divergência francesa foi tratada à época em Washington. No passado, o general Charles de Gaulle alertara os EUA para mudarem o rumo equivocado no Vietnã - e previu o desastre que viria a ocorrer.

A divergência naquela época foi séria. A França raciocinava a partir de sua própria derrota na Indochina em 1954, após oito anos de guerra sangrenta. Sabia que os EUA agiam como protetores de um regime espúrio no Vietnã do Sul, a pretexto de combater "agressão comunista". O presidente Johnson considerou maliciosa e antiamericana a interpretação francesa de que confrontava o nacionalismo vietnamita.

De Gaulle, colonialismo e Johnson

Para Kennedy e Johnson, os soldados americanos eram bem-vindos no Vietnã, como protetores contra o comunismo. O caráter colonialista do conflito só foi reconhecido depois de oito anos e 58 mil soldados mortos. Houve ressentimento na época pela posição de De Gaulle, mas isso não se fez acompanhar, segundo Hoffman, do assalto geral à França, como na divergência recente sobre o Iraque.

A missão Rice foi atrair a França de volta, sem admitir que os franceses estavam totalmente certos - e o governo Bush, errado. A França queria continuar as inspeções de armas enquanto Bush partia da certeza de que as armas existiam. Não existiam. Na etapa seguinte, a França recomendou o pronto restabelecimento da soberania do Iraque, mas os EUA insistiram na fase da ocupação militar, um novo desastre.

O que Bush quer agora não é bem recompor a aliança e sim convencer a França a dividir com os EUA as conseqüências dos erros americanos, para os quais Bush fora advertido por Paris. A França apoiou o aliado, indo à guerra com ele no Afeganistão. Mas, ao se opor ao erro no Iraque, foi alvo de campanha destrutiva e bem orquestrada de insinuações malévolas, distorções e mentiras. Por que arcar agora com o ônus?

O objetivo antes foi desacreditar argumentos e a própria França. Hoffman observou que a campanha só parou "depois que o embaixador francês afinal enviou à Casa Branca a lista das maiores mentiras. Era falsa a alegação de disposição fundamental da França de se opor a qualquer guerra contra Saddam: os franceses tinham informado Bush que dariam tropas se houvesse prova de que o Iraque não admitia livrar-se das supostas armas proibidas.

Desafio de Bush: "mostre suas cartas!"

Pouco antes da guerra, os franceses ainda ofereceram solução de compromisso segundo a qual os EUA interpretariam a ambígua resolução 1441, de novembro de 2002, como fundamento para sua ação contra o Iraque; enquanto a França e outros países apenas manifestariam sua divergência. Isso teria evitado a votação - e o Conselho de Segurança não se dividiria na segunda resolução.

O governo Bush preferiu ridicularizar as inspeções de armas da ONU (o secretário de Estado falou em "inspetor Clouseau") e insistir na escalada retórica - "quem não está conosco está contra nós", "que cada um mostre suas cartas", toda aquela bobajada de pôquer, num desafio cujo alvo era a França. O governo Chirac se limitou a advertir os EUA: "se houver votação, vocês vão perder". Só na última hora Bush caiu na realidade e desistiu do voto. Ignorou então a posição idêntica de outros (Alemanha, Rússia) e apontou sua ira contra a França, que cometera o pecado de estar certa e advertir lealmente o aliado.

O segundo ponto destacado por Hoffman - foi sobre a própria posição francesa. Chirac discordou por várias razões. De algumas delas participavam inclusive críticos americanos da obsessão neoconservadora de forçar a guerra. Para a França, era absurdo considerar o Iraque, enfraquecido pela derrota de 1991 e anos de inspeções e sanções, "perigo iminente e claro". Afinal a URSS nuclear não fora contida por 40 anos?

A tentativa de dividir a Europa

Os franceses - como também o general Brent Scowcroft, que tinha assessorado Bush pai na Casa Branca - temiam que o efeito da guerra ao Iraque seria o de desviar atenção e recursos do combate ao terrorismo e ainda atrair terroristas para o Iraque (e foi o que aconteceu). Enfatizavam a importância do Direito Internacional e instituições como ONU, OTAN e União Européia num mundo inderpendente no qual nenhuma potência deve impor sua vontade.

A linha dura do governo Bush, com desprezo pelas normas internacionais, pela ONU e pelas alianças estabelecidas, namorou abertamente o unilateralismo e o expediente batizado de "coalition of the willing" (coalizão de "voluntários" - a dos submissos), e hostilizando o que chamou de "velha Europa".

Finalmente, Hoffman viu três componentes na preferência da França pelas inspeções ao invés de guerra:

1. Confiança na capacidade e alcance das inspeções, como na objetividade e rigor de Hans Blix, chefe da equipe;

2. Mesmo sem simpatia por Saddam, a França relutava em apoiar uma guerra para mudar o regime, receita potencial de caos no mundo, ou impor democracia à força aos árabes;

3. Com 5 milhões de muçulmanos no país e longa experiência de terrorismo, encarava com apreensão um "choque de civilizações".

*Argemiro Ferreira
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« Responder #96 em: Fevereiro 23, 2005, 12:29:30 am »
Roma locuta, causa finita est*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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BRASÍLIA - Tempos atrás, o Direito Romano era matéria obrigatória para quem estivesse iniciando os cursos jurídicos. Aprendiam-se leis e costumes dos tempos em que Roma impunha seus interesses a boa parte do mundo conhecido, mesmo sem ser, propriamente, a única superpotência mundial. A Pérsia e a China estavam em pé de igualdade com os césares.

Uma das lições que revoltava os jovens alunos era a máxima aplicada nos tribunais estabelecidos nas regiões conquistadas pelos romanos: Roma lucuta, causa finita est. Quer dizer, depois de a matriz se pronunciar, não poderia haver mais questionamentos nem demandas. As legiões estavam lá para garantir as sentenças.

Os séculos passaram, a humanidade progrediu, sofisticou-se, mas nada de novo acontece debaixo do sol. A Roma de hoje é outra, com capital em Washington, mas a injustiça praticada contra os povos conquistados permanece a mesma.

Exigiu o presidente George Bush, dias atrás, que a Síria retire suas tropas do Líbano. Claro que a ocupação armada de um país por outro significa um horror. Um gesto de abominável truculência. Mas o que dizer das tropas americanas no Iraque? Serão diferentes as situações? Uns podem, porque são superpotência, outros não?

Tem mais. O mesmo Bush acaba de reiterar a proibição para que o Irã, nada menos do que a antiga Pérsia, interrompa suas pesquisas nucleares, sob pena de intervenção armada americana. O diabo é que a Nova Roma detém o maior arsenal atômico do planeta, pronto, acabado e arrumado. Já foi até utilizado. Fazer o quê, além de indignarmo-nos, como nos tempos da faculdade de Direito, diante da reafirmação do preceito abominável Roma locuta, causa finita est...?

(...)

*Carlos Chagas
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« Responder #97 em: Fevereiro 23, 2005, 12:24:46 pm »
Neocons de Bush querem tornar armas nucleares fáceis de usar*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - Ao mesmo tempo em que se arroga o direito de fazer guerras contra países que considera, com ou sem provas, terem programas de armas nucleares, químicas ou biológicas, o governo Bush prepara a modernização de seu arsenal nuclear, mais devastador do que qualquer máquina de guerra que já tenha existido no planeta. Isso por achá-lo envelhecido e, assim, menos destrutivo do que gostaria.

Pretende-se que a nova geração de armas do arsenal à disposição do presidente George W. Bush seja mais potente, mais confiável e com tempo de vida maior, até porque isso permitiria reduzir o custo de manutenção. Mas os críticos acham que tal modernização acabará por ressuscitar sem necessidade o complexo de instalações industriais e laboratórios de armas nucleares, ameaçando desencadear nova corrida armamentista.

Por enquanto, segundo disse há dias o "New York Times", o esforço silencioso para desenhar a nova geração de ogivas nucleares só envolve uma centena de pessoas e US$ 9 milhões nos três grandes laboratórios de armas - Los Alamos, Sandia e Livermore, dois no Novo México e um na Califórnia. Especialistas trabalham sob segurança rigorosa, conferindo os dados das armas secretas criadas ao longo de meio século - desde o Projeto Manhattan, que criou a primeira bomba atômica.

O único país que já usou bomba-A

É bom lembrar, neste momento em que Bush ameaça mais dois países usando o pretexto nuclear (Irã e Coréia do Norte), que os EUA fingem horror quando outros ousam avançar na área nuclear (mesmo sem objetivos militares, como é o caso do Brasil), mas são o único país na história que usou tais armas devastadoras. Não contra soldados, mas contra as populações civis indefesas de Hiroshima e Nagasaki.

Originalmente, as 10 mil ogivas nucleares construídas pelos EUA tinham uma expectativa de vida de 15 anos. Atualmente, isso já foi ampliado para 20 anos e algumas já são mais velhas do que isso. Segundo especialistas, um oneroso programa para garanti-las e mantê-las não pode confirmar a confiabilidade delas, devido ao tratado que proíbe testes com detonações subterrâneas.

Defensores do controle de armas citados pelo "Times" acham os novos programas americanos desnecessários e perigosos, até porque o revigoramento do complexo nuclear pode ajudar a projetar ogivas com nova capacidade militar, possivelmente tornando mais atraente o uso delas numa guerra. Isso seria o efeito de bombas mais sofisticadas, ainda que menores e mais portáteis.

Pequenas, portáteis e devastadoras

O esforço dos EUA será ampliado nos próximos cinco a 10 anos, produzindo os projetos finais que, aprovados, levarão aos protótipos. Com mudança radical na filosofia, a partir de tecnologias mais avançadas e métodos mais inovadores, os cientistas farão ogivas nucleares leves e destruidoras - em alguns casos, tão pequenas que a ponta reduzida de um míssil poderá levar uma dúzia delas.

Esse novo rumo armamentista americano tende a desencadear resposta de países como a Rússia. E não há porque comemorar a criação de uma geração de armas nucleares pequenas. Não só elas passam a ser uma tentação para cabeças militaristas como a dos neoconservadores bushistas, que não hesitariam defender seu uso em guerras, da mesma forma como os EUA têm usado bombas de urânio empobrecido.

Enquanto isso, a hipocrisia permite que essa gente - que inventou a fantasia das armas de destruição em massa de Saddam Hussein, como a versão mentirosa de Bush sobre suposta tentativa do ditador de comprar urânio em Níger, África - pressione a Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) a peitar até um país como o Brasil, que assinou voluntariamente e cumpre rigorosamente o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

(...)

*Argemiro Ferreira
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« Responder #98 em: Fevereiro 23, 2005, 03:27:51 pm »
Ó Paisano, este artigo é original o está também manipulado?
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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« Responder #99 em: Fevereiro 23, 2005, 04:49:00 pm »
Tirando todo o tom propangadístico, o artigo está correcto.

por exemplo

http://www.fas.org/faspir/2004/v57n3/nukes.htm

Os americanos estão a estudar o desenvolvimento de uma nova geração de armas nucleares de menor capacidade destrutiva, de modo a serem usadas em cenários tácticos como a destruição de bunkers.

Como é óbvio, toda a zona próxima do sítio do ataque ( e quem por lá passar) irá sofrer nos anos que se seguirem, mas aparentemente isso não interessa. :roll:

Sobre os efeitos, tenho aqui este pdf:

link
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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Paisano

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« Responder #100 em: Fevereiro 23, 2005, 05:11:14 pm »
Citação de: "Tiger22"
Ó Paisano, este artigo é original o está também manipulado?


Prezado Tiger22, sou leitor da Tribuna da Imprensa desde 1977 e jamais li um artigo desse jornal em que houvesse qualquer tipo de manipulação, principalmente os escritos pelo Argemiro Ferreira, que é considerado um dos mais sérios jornalistas brasileiros.

No entanto, caro Tiger22, quem tem hábito de manipular notícias e informações é a patota do bushinho (incluindo o próprio), pois basta lembrar das informações passadas por eles sobre a existência de ADM´s no Iraque.
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« Responder #101 em: Fevereiro 24, 2005, 03:11:48 am »
Tio Bush ganha meio milhão com a guerra*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - O titio Bush - ou, mais especificamente, William H.T. (Bucky) Bush - está quase meio milhão de dólares (para ser preciso: US$ 450 mil) mais rico graças à guerra inventada pelo sobrinho George W. contra o Iraque, ao custo de US$ 300 bilhões para o contribuinte americano (por enquanto, pois o preço continua subindo), mais 1.500 vidas de soldados dos EUA e dezenas de milhares de civis iraquianos.

A revelação foi feita ontem pela mídia. Eu a encontrei no canto direito, embaixo, na primeira página do "Los Angeles Times". Segundo texto enviado de Washington pelo correspondente Walter F. Roche Jr, a guerra ajudou a Engineered Support Systems Inc, fornecedora do Pentágono sediada em St. Louis, a ter lucros recordes, que foram em parte para o bolso do tio Bucky, irmão mais novo do ex-presidente George H.W. Bush.

O atual presidente só o chama assim, "tio Bucky". Quanto à firma, é conhecida pelas iniciais, ESSI. Na certa ela se orgulha do trabalho "patriótico" para "disseminar a democracia pelo mundo" - mais novo pretexto do governo para justificar a guerra, que ao ser desencadeada era para defender o povo americano contra as inexistentes armas de destruição em massa e as fantasiosas ligações do Iraque com a al-Qaeda.

Uma velha tradição na família

O atual presidente deve achar perfeitamente natural o titio fazer dinheiro com guerras. De certa forma, é uma tradição de família. Há pouco tempo fiz referência nesta coluna à reportagem do jornal britânico "The Guardian" sobre vovô Bush - ou seja, Prescott Sheldon Bush (1895-1972). O título era "How Bush's grandfather helped Hitler's rise to power" (Como o avô de Bush ajudou a ascensão de Hitler ao poder).

Leitores do meu livro "O império contra-ataca: as guerras de George W. Bush antes e depois do 11 de setembro" já tinham encontrado ali as informações sobre o caso, que a grande mídia americana sempre preferiu ignorar ou subestimar. Os Bush estão envolvidos em negócios e relações promíscuas com o poder, eventualmente faturando com guerras, desde pelo menos a Primeira Guerra Mundial.

O primeiro personagem notório nesse capítulo da construção da fortuna da família sequer foi vovô Bush e sim o bisavô do atual presidente, Samuel Prescott Bush (1863-1948). Ainda no governo Woodrow Wilson, Samuel era dono da Buckeye Steel Castings Co., fabricante de peças para as rodovias do magnata E.H. Harriman (pai dos irmãos Averell e Roland Harriman), e como tal tornou-se diretor de armamentos menores e munições no Escritório das Indústrias de Guerra.

Mais tarde seria ainda conselheiro do presidente Herbert Hoover. A Buckeye não pertencia só a Samuel. Era em parte propriedade de Frank Rockefeller, irmão mais jovem do então odiado John D. Rockefeller (o barão-ladrão da Standard Oil, mais tarde Esso, hoje Exxon/Mobil). Samuel Bush dobrou a fortuna na Primeira Guerra Mundial. Seus produtos incluíam munição, canos de canhões e outras armas.

Sem espaço para a verdade

Como um dos "mercadores da morte" (banqueiros e industriais que ganhavam dinheiro com guerras), Samuel foi um dos alvos da célebre investigação parlamentar presidida pelo senador Gerald Nye em 1933-36. A Comissão Nye cobriu o período a partir da I Guerra Mundial. Estranho, mas nem tanto, é terem sido destruídos (a pretexto de "economizar espaço") os registros e a correspondência de S.P. Bush no Arquivo Nacional sobre armas e transações.

O assunto é examinado, como explico em "O império contra-ataca", num livro publicado em 1997 por Matthew Ware Coulter, "The senate munitions inquiry of the 1930s: beyond the merchants of death". Aos interessados, recomendo analisar ainda as conexões do banqueiro de investimentos George Herbert Walker, outro bisavô do atual presidente. Eram também relevantes, facilitando o envolvimento com finanças e contratos de guerra. Nos anos 1920 ele se tornou protegido e sócio daquele mesmo Averell Harriman numa nova firma de Wall Street.

Depois da guerra, Harriman e Walker entregaram-se a grandes investimentos e projetos na Rússia (produção de manganês e renovação dos campos petrolíferos de Baku, a uns 800 quilômetros do Iraque) e na Alemanha (em conexão com a Linha Hamburgo-América e os interesses metalúrgicos do grupo Thyssen), despertando as suspeitas do governo dos EUA.

Os negócios melhoraram mais com a união dos Bush com os Walker, pelo casamento da filha de George Walker, Dottie (Dorothy), com o filho de Samuel Bush, Prescott. Kevin Phillips, autor em 2004 de "American dynasty: aristocracy, fortune and the politics of deceit in the house of Bush", observou que a ascensão dos Bush à cena nacional refletia o surgimento daquilo que bem mais tarde, em 1961, Eisenhower chamou "complexo militar-industrial".

De sócio de nazista a senador

Samuel tivera aqueles vínculos com o governo durante a guerra, enquanto os Harriman, sócios dele, ligavam-se cada vez mais ao Partido Democrata. Ele nunca foi candidato a cargo eletivo. Isso ficou para seu filho Prescott Sheldon Bush, pai do primeiro presidente Bush e avô do segundo. Prescott elegeu-se senador por Connecticut logo depois da 2ª Guerra.

O incrível é o fato ter ocorrido depois dos negócios mais controvertidos da família. Prescott fora diretor e acionista do UBC (United Banking Corporation), banco acusado de transações com o inimigo (vendia armas e material crítico para a indústria armamentista alemã após comprar do industrial nazista Fritz Thyssen, o "anjo de Hitler", a Consolidated Silesian Steel Corporation, suspeita até de usar trabalho escravo de presos de Auschwitz.

Dois sobreviventes de Auschwitz estão há tempos na Justiça em processo bilionário contra os Bush, mas a mídia americana finge não saber. Em 1942, o caso chegara aos jornais porque o governo Roosevelt agiu: investigou o UBC, enquadrou-o na Lei de Transações com o Inimigo e fez uma intervenção branca no grupo. O banco ainda pôde operar, mas teve de desistir dos lucros em transações com o inimigo nazista.

Roosevelt evitou aprofundar-se porque queria os homens de negócios unidos no esforço de guerra e sabia do risco de saírem chamuscados gigantes como a Standard Oil (Rockefeller), Chase Bank e General Motors. Prescott distanciou-se em 1943 do UBC, que ajudara Hitler e os nazistas exatamente quando a máquina de guerra alemã invadia Polônia e França, bombardeava Londres e criava os campos de extermínio.

*Argemiro Ferreira
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« Responder #102 em: Fevereiro 24, 2005, 02:05:53 pm »
Citação de: "Paisano"
Citação de: "Tiger22"
Ó Paisano, este artigo é original o está também manipulado?

Prezado Tiger22, sou leitor da Tribuna da Imprensa desde 1977 e jamais li um artigo desse jornal em que houvesse qualquer tipo de manipulação, principalmente os escritos pelo Argemiro Ferreira, que é considerado um dos mais sérios jornalistas brasileiros.

No entanto, caro Tiger22, quem tem hábito de manipular notícias e informações é a patota do bushinho (incluindo o próprio), pois basta lembrar das informações passadas por eles sobre a existência de ADM´s no Iraque.


Isso é tudo calúnia e maledicência :lol:  :lol:

Só a CIA tem a verdade!!!!!  :lol:  :lol:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #103 em: Fevereiro 24, 2005, 09:33:21 pm »
Boas,

A estoria completa no jornal dos aliados Britanicos The Guardian

http://www.guardian.co.uk/usa/story/0,1 ... 40,00.html

O $$$ manda.

Cump,
 

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« Responder #104 em: Março 01, 2005, 01:28:36 am »
Equívocos do governo Bush sobre a proliferação nuclear*

Fonte: Tribuna da Imprensa

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NOVA YORK (EUA) - A posição do governo Bush em relação à proliferação nuclear pode às vezes parecer piada. No solene discurso do Estado da União, com pompa e circunstância, em 2003, perante a reunião conjunta do Congresso, o presidente George W. Bush disse que o Iraque de Saddam Hussein tinha tentado às escondidas comprar urânio em Níger, na África, para fabricar a bomba atômica.

Era uma gigantesca mentira - igual às mentiras que o mesmo Bush, pessoalmente, ou através de seu vice Dick Cheney, de sua assessora Condoleezza Rice e de outros auxiliares de alto nível, tinham dito ao país e ao mundo, durante a campanha cínica para "vender" a guerra do Iraque, que já matou 1.500 soldados americanos e feriu mais de 10 mil (muitos aleijados), além de dezenas de milhares de civis iraquianos mortos.

Enquanto Bush mentia sobre as armas inexistentes do Iraque para amedrontar o povo americano, também escondia (ou subestimava) informações verdadeiras sobre como o pai da bomba atômica do Paquistão, protegido de seu aliado Pervez Musharraff, tão ditador como Saddam, disseminava as informações centíficas destinadas a permitir mais programas de armas atômicas "islâmicas" pelo mundo.

O ditador e o seu "herói nacional"

Bush não ousou sequer um puxão de orelha no ditador militar Musharraff, seu apadrinhado. Até porque esse general, ainda no poder com a proteção dos EUA, negou-se a punir Abdul Qadeer Khan, o tal pai da bomba-A paquistanesa e maior proliferador de armas nucleares no mundo. Musharraff manteve todas as medalhas e condecorações de Khan, explicando que ele continua a ser um herói nacional.

Ao invés de plantar na mídia dos EUA informações falsas contra países como o Brasil, o neoconservador troglodita do Departamento de Estado, John Bolton, poderia ao menos manifestar alguma preocupação com a impunidade do proliferador Khan - apontado como o homem que deu partida nos programas nucleares do Irã, da Coréia do Norte e outros países que ele próprio não concorda em revelar.

E mais. A Rússia de Vladimir Putin acaba de assinar acordo para o fornecimento de combustível nuclear ao Irã. E isso no mesmo dia em que o "Washington Post" disse, com base em fontes não identificadas, que o programa nuclear iraniano começou secretamente há 18 anos, em 1987, exatamente quando o Irã recebeu a oferta nuclear daquele mesmo Abdul Qadeer Khan.

Uma nova campanha de mentiras?

O encontro de autoridades iranianas com Khan, disse o jornal, foi num escritório de Dubai. O paquistanês começava então seu esforço para vender seu peixe no mercado negro - informações científicas sobre a produção de bombas atômicas. Ainda em guerra com o Iraque de Saddam Hussein, que recebera apoio oculto dos EUA, o Irã comprou um projeto de centífugas e um kit preliminar para enriquecer urânio.

O próprio governo de Teerã afirmou há pouco tempo à Agência Internacional de Energia Atômica que na ocasião rejeitara a oferta para comprar equipamento sensível necessário à construção do núcleo de uma bomba. Mas o "Post" diz haver provas de que o Irã aproveitou a oferta como uma espécie de "guia de compras" - e, depois, optou por comprar partes sensíveis do projeto nuclear de outros vendedores.

Agora, claro, o governo Bush está com o Irã na alça de mira. Talvez por isso, o jornal atribui a um "diplomata ocidental" a informação de que a oferta confessada pelo Irã é o indício mais forte até agora de que tinha programa oculto de armas nucleares, mesmo sem ser prova definitiva. Mas eram também fontes anônimas desse tipo as que permitiram vender a mentira das armas proibidas que Saddam não tinha.

O terrorismo e os critérios dos EUA

Jornais brasileiros noticiam um acordo meio escondido, entre Brasil e EUA, para cooperação na troca de informações sobre passageiros que viajam a esse país ou de cidades americanas para brasileiras. O objetivo é prevenir ações terroristas. Em princípio, isso interessa os cidadãos dos dois países que não querem correr o risco de morrer em explosão terrorista de avião seqüestrado.

O problema, como sempre, está nos detalhes. Hoje o Brasil respeita os direitos humanos e garante as liberdades civis - e não quer seus cidadãos transformados em suspeitos ou sofrendo constrangimentos ao desembarcarem nos EUA, como tem ocorrido em meio à guerra do governo Bush às liberdades civis, que reviveu, contra imigrantes, o pior macarthismo da caça às bruxas.

Seria bom saber mais sobre as negociações bilaterais havidas no fim de 2004. Por exemplo, cada país tem seu critério para identificar o que é terrorismo e quem é terrorista. Para os EUA, os terroristas que em 1976 explodiram um avião cubano de passageiros na Venezuela e mataram dezenas de pessoas são heróis e patriotas (festejados como tal em Miami) e não terroristas.

E mais: depois de Guantánamo e Abuh Ghraib, é preciso ainda mais cuidado sobre aqueles que os EUA consideram suspeitos de terrorismo. Gente inocente já foi presa em aeroporto de Nova York, trancafiada incomunicável em prisão do Brooklyn, depois mandada à Jordânia e Síria para torturas. Uma vítima inocente descreveu seu pesadelo de meses, antes de conseguir voltar ao Canadá, seu país.

*Argemiro Ferreira
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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Volta Redonda
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