Tu disparas três tiros com aquilo, o primeiro acerta no sitio, o outro já está uns dois palmos acima e o terceiro é para esquecer.
excepcional capacidade que tem para conseguir contar cada disparo de uma arma com uma cadência de 600dpm
Na realidade a questão, e só a compreende quem já disparou com o calibre na G3 e em outras armas é a de que a qualidade como atirador do soldado médio tem vindo a diminuir ao longo dos tempos enquanto que a precisão das armas tem vindo a aumentar. Ora actualmente a simbiose atirador-arma já só é fácil de alcançar com calibres para caçar passarinhos.
O problema não está portanto no calibre, os nossos avós combateram em La-Lys com autenticas peças de artilharia (8x57 mauser, 7,7x56 british)
mas na qualidade e no biotipo do soldado actual.
Curiosamente, à medida que aumentamos de estatura diminuimos em robustez e dureza. o outrora reputado como robusto e resistente soldado portugues será em breve, se nada for feito, a imagem perfeita do gorducho marine americano que não pode com o rabo quanto mais com uma arma automática 7,62.
Falta a este soldado obeso a dureza, o nervo capaz de lidar com calibres a sério.
Há alguns anos disparei com uma VOERE semi-auto no ubíquo .30-06, um calibre mais poderoso que 7,62 NATO. As VOERE são muito rápidas e o proprietário desafiou-me a testar essa qualidade. A arma tinha um carregador de 5 munições. Fazendo mira instintiva atingí sempre no alvo (um tronco de madeira, pintado, a 50m) sem qualquer dificuldade.
A arma pesa 3,5Kg sem munições, bem menos que os 4,5kg de uma G3.
A mesma pergunta eu faço a si.
Não, mas o meu pai sim, esteve em Moçambique no Tete como Alferes, utilizou em combate a FAL e a G3 e disparou com a Armalite e a AK-47.
Sempre que lhe pergunto sobre a questão G3-AK47 rí-se e diz que agora é fácil criticar, mas na altura davam graças por terem uma arma daquelas enquanto os turras estavam armados com a pouco precisa AK.
Era impossível acertar fosse no que fosse com a AK a mais de 25m, mesmo em semi-auto. Aliás a arma era idealizada para full-auto e fogo nutrido para ver se se acertava em alguma coisa. Já a G3 era uma autentica arma de caça, mesmo um atirador mediano n tinha a menor dificuldade em acertar a 50m. Era tão boa que os soldados raramente tinham de utilizar o fogo automático.
Numa emboscada o grande perigo eram os primeiros disparos das AK em automático, os turras despejavam carregadores uns atrás dos outros o mais rapidamente possível.
Era preciso então responder prontamente com fogo automático já que o tiro de precisão sob fogo nutrido é impossível, mal as G3 abriam fogo, os turras começavam a fugir, depois era ir atrás deles e caçá-los um a um, tiro a tiro. Cada tiro cada presa, como na caça!
Diz ele que qd se atirava para o chão após os primeiros tiros, verificava se n tinha sido atingido e relaxava, após esse momento inicial já n havia qualquer perigo.
Está a comparar alhos com bogalhos.
n sei porquê, todos os calibres utilizados em armas longas e de assalto na 2ª guerra mundial eram superiores ao 7,62