Tens razão, não tinha anexado a notícia.
https://www.politico.eu/article/germany-france-europe-fighter-jet-defense-aviation/
É uma pena que haja estes desentendimentos na Europa, na verdade isto não beneficia ninguém.
No entanto Alemanha, Espanha e Suécia fariam um bom consórcio ao qual Portugal se poderia juntar como parceiro júnior.
Não há dinheiro nem mercado para três caças de 6a geração na Europa… a minha previsão é que isto é tudo postura negocial e a Alemanha e a França vão acabar por se entenderem, mas se não o fizerem, a Alemanha e a Suécia vão acabar por se juntar ao GCAP… é o meu palpite…
Claro que há dinheiro. Se não houver dinheiro na Europa, só os EUA e a China conseguiram ter.
Tudo depende de como for feito.
Para três caças? 200 Bi… mesmo que os produzam, vais fragmentar o mercado e cada caça vai ter um custo absolutamente horroroso… vais vender 100-200 de cada caça a 300 milhões cada… só para amortizar 50Bi (número conservador) de R&D em 200 aviões (número otimista, se tiveres 3 caças), são 250 milhões por aparelho, antes dos custos de produção e de adicionar o lucro…
Acho que o pessoal ainda não percebeu os custos envolvidos no desenvolvimento e produção de 6G. Queixam-se do custo do F-35, que vai produzir 3000-4000 aviões para ajudar a amortizar, o que os faz pensar que o 6G vai custar menos? A própria USAF já admitiu que o F-47 vai custar 200 milhões, só por aeronave… isso é mais do dobro do F-35. E os 6G europeus, milagrosamente vão custar 1/3, é isso? A não ser produzam um 5.5 ou 6G Lite, como o KAAN está para a 5G…
Já vários responsáveis europeus vieram a terreiro dizer que o melhor era o GCAP e o FCAS se fundirem num só programa, por uma questão de volume e de poupança de recursos em R&D, e agora acham que é financeiramente plausível desenvolverem 3? Boa sorte…
O preço de unidade produzida não vai variar muito, sejam produzidos um ou três modelos. O custo de R&D é que poderia ser maximizado se fosse só um, ganhando economias de escala. E mesmo aí não sei, sem concorrência as empresas tendem a inflacionar os custos, é só ver como disparam nos EUA.
Além disso, este investimento não é só União europeia, o UK está envolvido, o Japão, eventualmente a Arábia Saudita e vários países europeus fora da UE. O orçamento em defesa destes países juntos é enorme. São mais de 600B, não fica muito longe do triplo da China e compara com 800B dos EUA.
Eventualmente ganhar-se-ia alguma coisa havendo um projecto só mas não me parece dramático.
Também não me parece dramático o custo unitário, a evolução até está a ser bastante mais reduzida, senão vejamos.
2G para 3G - 1M USD para 3M USD
3G para 4G - 3M USD para 20M a 30M USD
4G para 5G - 30M USD para 120M USD.
Não parece dramático? Façamos umas contas rápidas… no caso de haverem 3 projetos a 50 Bi em custos de R&D e cada um tiver um mercado de 250 aviões, cada aparelho custa 200 milhões apenas em custos de amortização. Se tiveres um projeto apenas, que custe 75Bi a desenvolver (já estou a aumentar os custos em 50% para compensar o facto de que tens mais países a contribuir, que monopólios são mais caros e que que se pode acabar porque possuir algo melhor) e um mercado de 750 aparelhos, cortas o custo de amortização em metade, para 100 milhões.
Além disso, não faço ideia se percebas or tens formação em logística e cadeias de abastecimento, mas garantiste que consegues cortar os custos de produção em mais de 20%.
Relativamente ao aumento de custos entre gerações, não sei bem qual era o teu ponto em apresentar aqueles números, porque a única coisa que mostram é um aumento brutal entre gerações… alguém pensar que um caça 6G vai custar menos de 200 milhões por aparelho é lírico. Ainda para mais quando os números de produção vão ser menores, devido à proliferação de CCAs que vão acompanhar os aviões tripulados.
Tenho formação em logística e não creio que possas fazer as contas dessa forma, fazer aviões e desta tecnologia não é a mesma coisa que juntar três fábricas obsoletas de parafusos numa só.
Para produzir um avião único terias de montar unidades de produção e cadeias de logística novas e desmantelar muitas das existentes, levando a uma taxa de aproveitamento muito baixa. Dado o tipo de produção e o prazo temporal de produção previsto, duvido que fazer tudo de novo ou modificar, ampliando uma cadeia, fosse necessariamente mais barato.
Para não falar de que na solução unificada, provavelmente perderias indústria consideradas estratégicas para alguns estados, o que não iria ser aceite na prática. Realisticamente falando, ou ias ter que manter as várias cadeias a funcionar e/ou iriam exigir tanta integração e modificação para incluir toda a gente, que o projecto iria ficar várias vezes mais caro.
Se por outro lado se decidisse deixar cair, pela natureza das indústrias, poderias estar a deitar para o lixo, milhões e milhões em R&D já feito.
Por outro lado, tens factor multiplicador que tem que ser considerado neste tipo de projecto, isto não é só um caça, muito do R&D vai ficar cá e por muito tempo, algum resultado desse esforço de investigação não vai ser utilizado no projecto final e pode ser usado noutras aplicações, gerando valor. Sendo que distribuido por vários projectos, o retorno potencial é maior do que num, que se tornaria monopólio.
Não esquecer, que os próprios EUA estão a desenvolver dois projectos distintos de 6G com duas empresas distintas.
O ponto de mostrar os aumento de custos é ver que é absolutamente normal. Não se pode esperar uma nova geração de caça, passadas duas décadas, sem esperar o aumento em, pelo menos, o dobro.
Daqui a 20 ou 30 anos, caça unidade de 7G, provavelmente não tripulada custará uns 400M ou 500M.