Quanto à transferência para a Ucrânia, permite-me discordar, meu caro. Acho o melhor que lhes podia acontecer, finalmente iriam fazer aquilo para que foram construídos… espero que abatam muitos SU, TU e Mig, e matem tantos soldados russos e destruam tanto material quanto possível. Nada me daria mais prazer que ver uma célula ex-FAP com 5 estrelas russas por baixo do cockpit.
Provavelmente não me fiz entender bem, caro amigo. Quando escrevi que assim sendo poderia, ou poderá, ser uma
"despedida algo inglória do caça que finalmente nos permitiu estar em pé de igualdade com os nossos aliados da restante Aliança Atlântica", refiro-me à realidade nacional e não ao seu futuro. Tal como tu e tantos outros, faço votos para que, nessa eventualidade, os nossos antigos caças possam ser de extrema utilidade e consigam obter todo o sucesso possível nas mãos dos ucranianos contra os orcs. Orgulha-me imenso, por exemplo, ver os ex-PA II ao serviço da Roménia, bem na linha da frente deste conflito.

O amargo de boca, e daí ter empregue a expressão "despedida algo inglória", prende-se com o facto de a nível nacional nunca ter sido permitido ao F-16 atingir o seu máximo potencial de exploração. É uma frota que há muito tempo sofre de um crónico e crítico desinvestimento a todos os níveis, para mais sendo apenas a nossa única aeronave de combate e um dos poucos elementos de dissuasão ainda de certa forma credíveis que Portugal tem hoje ao seu dispor. Sofre/u cortes, cativações, atrasos constantes, o que é bem revelador do estado a que foi permitida chegar a nossa Defesa Nacional.
De facto uma modernização Viper neste momento chegaria com quase 10 anos de atraso e faria pouco sentido, numa altura em que parceiros e aliados já começam a transitar para sistemas de armas duma geração mais avançada. E mesmo que voem até 2030 ou 2034/5 com a Cruz de Cristo, para mim vai sempre ficar a mágoa de, enquanto ao nosso serviço, nunca ter sido permitido ao F-16 ser bem mais do que é hoje em dia.