Bom, a Lei da Programação Militar ninguém sabe muito bem para que serve. É uma Lei, portanto é suposto ser cumprida... mas raramente o é, com taxas execução ridiculamente baixas. É também uma Lei que é suposto dar resposta às necessidades do país e das FA, e regra geral não dá resposta a nada.
Agora, lá porque existe uma LPM, que é revista com alguma frequência (apesar da revisão se justificar fazer anualmente, dadas as lacunas), não quer dizer que não se pode planear e orientar o caminho das FA, e que se deve ficar de braços cruzados sem qualquer perspectiva de médio/longo prazo.
O que o troll devia questionar, é como é que uma LPM que foi revista em 2023, já depois da invasão russa da Ucrânia, e do mundo caminhar a passos largos para uma Guerra Fria 2.0, permanece praticamente inalterada face ao que tinha sido acordado em 2019, onde a ameaça de conflito convencional era muito mais baixa. Os únicos programas que a revisão da LPM acrescentou, limitam-se à compra das avionetas COIN (sem qualquer nexo), do 6º KC (supérfluo), e da reposição das reservas de guerra (com valores ridículos).
Além de que o anterior Governo de pacóvios, teve a ideia pioneira, de colocar muitos dos investimentos à condicionante de uma "receita própria" das FA.
Nós temos dois problemas em vista:
-a possibilidade de um conflito no prazo de 2/3 anos, e não se fazem esforços nenhuns para capacitar o pouco que temos, nem a mitigar lacunas pontuais
-a lentidão e o terrível planeamento que tem sido feito, em que se empurram para a década de 30 todos os programas de maior dimensão, o que coloca em risco o futuro das FA
Temos então uma LPM que, não responde às necessidades de curto prazo, nomeadamente em caso de conflito, nem temos uma LPM que prepara o país para desafios a médio/longo prazo.
Temos uma LPM para quê então? É que a possibilidade de conflito cresce a olhos vistos, e não se nota nenhum aumento da capacidade militar do país para responder a tal ameaça.