No tempo dos Alpha Jet a missão era treino avançado e também havia a Parelha acrobática dos Asas de Portugal, que era formada por Pilotos Instrutores da 103.

Presumo que seja mais ou menos da mesma forma, ou seja, dão formação e depois como treino dos Instrutores treinam CAS e ajudem também na formação dos nossos TACP.
Os AJ tinham função de combate quando estavam na 301, complementando os F-16. Com a chegada do segundo lote de F-16, os AJ passaram todos para a 103, limitando-se primariamente às missões de treino e Asas de Portugal.
Nos últimos anos do seu serviço na FAP, a "vertente de combate" era virtualmente inexistente.
Os ST foram escolhidos com uma suposta missão de CAS/COIN em África em mente, algo que nunca foi pensado para os AJ. Este critério tirado da cartola, serviu de pretexto para excluir vários concorrentes.
Ao adicionar este critério à aeronave escolhida para a 103, os pilotos agora têm de ser formados e certificados para missões de combate naquela aeronave, com armamento diverso (metralhadoras/canhões, foguetes e bombas burras, mas também possivelmente foguetes guiados, bombas guiadas e mísseis ar-ar), e tens que formar pessoal de terra suplementar para garantir que as aeronaves destacadas têm a sua manutenção no TO garantida, ao mesmo tempo que as frota que ficar em Portugal também a tem.
E claro, que se a 103 tivesse apenas função de treino avançado, o número necessário de pilotos para esta esquadra (formadores) era muito mais reduzido, do que se tiver que fazer destacamentos, que obriga ao dobro ou mesmo triplo de pilotos.
E mais uns pontos adicionais:
-em 20 anos de luta contra o terrorismo, nunca se gastou 200M em equipamento. Tivemos militares nos TOs, e nem a porcaria de um MRAP foram comprar (uma dúzia deles que fosse). Agora que a ameaça é de conflito convencional, é que se vai gastar dinheiro em material para ameaças assimétricas.
-o orçamento para munições da FAP agora terá que ser dividido por F-16, P-3 e ST. Se com os 2 primeiro o dinheiro já era escasso, imaginem com uma terceira aeronave, aeronave esta que só pode combater em TOs de baixa intensidade.
-para aquele tipo de TOs, tem-se tornado cada vez mais unânime que UCAVs fazem mais sentido. Perguntem lá a um piloto se prefere sobrevoar a AO durante 6-10 horas num ST, ou fazer isso com um UCAV. Fadiga, risco de abate, eficácia no cumprimento da missão, não contam para nada.
-todo este esforço e investimento, para uma aeronave de combate que não tem qualquer utilidade na defesa do nosso "triângulo estratégico", em conflitos de média/alta intensidade, em missões NATO, em missões aero-navais, e em missões de baixa intensidade cujo opositor tenha alguma capacidade AA (tipo Houthis).
Por outras palavras, estamos a desperdiçar talento (pessoal) e dinheiro, para uma aeronave que só pode combater em missões de nicho, ao invés de optar por plataformas mais versáteis e que oferecem mais "bang for the buck" no que diz respeito a missões de combate.