O Oblast de Kursk, tem uma população pouco superior a um milhão de habitantes.
Se fosse em Portugal seria um municipio com cerca de 75.000 habitantes, ou seja seria o equivalente a um municipio com a dimensao demográfica de Loulé ou do Barreiro. É do tamanho de todo o Alentejo, mais de um terço da dimensão de Portugal.
A população russa só vai ver o que as televisões de Putin mostrarem, e o que Putin quiser que elas vejam.
Umas quantas velhotas de umas aldeias remotas, num Oblast remoto e pequeno, em que o poder glorioso da mãe russa com um sopro, salva os cidadãos das garras dos grupos terroristas ucranianos.
Entre as várias teses para justificar esta operação, há uma que destaco, mas é apenas isso, uma suposição ...
O operação começou a ser planeada antes sequer do debate presidencial americano, mas numa altura em que a possibilidade da vitória de TRump, se avolumava já no horizonte.
Ao capturar território russo, os ucranianos impedem que o Trump imponha uma situação de paragem do conflito, nas linhas atuais, esperando que as coisas arrefeçam e que os europeus se esqueçam, como aconteceu em 2014.
Ao deter na sua mão território russo, os ucranianos garantiriam que essa solução estaria desde logo bloqueada.
Dito isto, há que recordar que os ucranianos estão a receber material da NATO, cuja utilização e doutrina, considera a guerra de movimento.
Com um exército cada vez mais parecido com um exército da NATO, a Ucrânia, está condenada, se colocar essas unidades, numa eterna guerra de desgaste, correndo o risco de Trump ameaçar cancelar qualquer apoio.
Os ucranianos podem ter apenas levado a cabo uma operação arriscada, que poderá eventualmente ter sucesso, mas apenas dentro das cabeças dos estrategas russos, que podem ser forçados a reforçar mais a fronteira no seu todo, removendo forças da frente de batalha no Don Bass.
Duvido que a população venha a sentir alguma coisa.
O controlo total da informação garante aos russos que a população continuará firmemente ao lado de Putin.
Isto aconteceu na Alemanha hitleriana até ao final, em que grande parte dos alemães continuou fiel a Hitler, mesmo quando era evidente que a Alemanha estava a perder a guerra.
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