Tudo depende da proposta. Ora vejamos, se o preço unitário do ST5 andar a rondar os 50 mil acima do JLTV, multiplicado por 250 veículos, da 12.5 milhões de euros. Assumindo então que todos os veículos estivessem equipados de forma idêntica (configuração, nível de blindagem, etc) então parece-me óbvio a opção pelo JLTV.
Quanto custará realmente ter duas linhas logísticas de veículos deste género, e ao fim de quantos anos o seu custo chegava aos tais 12,5 milhões que falei?
E se vai/ia haver concurso próprio de 4x4 para os fuzileiros, havendo o risco de se ter igualmente uma segunda linha logística, não poderá ser esta a opção mais óbvia pelo preço base?
Poderá a decisão do sistema SHORAD ter sido adiada para Junho exactamente por isto, para se saber que versões do JLTV viriam e então decidir o modelo do SHORAD que possa equipar este veículo (Avenger MRWS)? No fim de contas, o concurso para sistemas AA não contemplava veículo.
Confesso que fiquei surpreendido e dividido. Se a opção inicial tivesse sido pelo JLTV em vez do ST5, esta aquisição faria todo o sentido, mas assim... De notar que vai ser uma aquisição directa via FMS -- desta vez a NSPA não vai servir de intermediária.
Se tivesse sido... Se tivesse concorrido. A outra concorrente apenas era a viatura turca.
Uma das razões para apenas dois concorrentes terem entrado no concurso, não se pretendia pelo orçamento que muitos achavam pouco para tanta viatura, e como tal não se candidataram? Pode ter sido o caso, e juntar isso ao facto do L-ATV ser um modelo recente, o preço deste na altura ser impeditivo e muito fora do orçamento, tendo agora baixado o preço pela produção em massa destes.
Talvez tenham chegado à conclusão que pelo mesmo preço conseguem um veículo mais robusto que o ST5? Talvez as condições de aquisição sejam mais vantajosas? Talvez a versatilidade do JLTV seja mais indicada para porta-morteiros, ambulância, porta-mísseis (ATGW e SAM)? Talvez por se esperar que venha a ser uma viatura mais comum nas FFAA aliadas, aumentado a interoperacionalidade quando as nossas forças estiverem destacadas? Talvez esta tenha sido a escolha original do Exército, mas devido às indecisões do costume e ao facto de o governo ter escolhido a NSPA para gerir a aquisição, os planos saíram-lhes furados?
Confesso que fiquei surpreendido e dividido. Se a opção inicial tivesse sido pelo JLTV em vez do ST5, esta aquisição faria todo o sentido, mas assim... De notar que vai ser uma aquisição directa via FMS -- desta vez a NSPA não vai servir de intermediária. E como o programa JLTV é uma iniciativa conjunta Army-Marines resta-nos a esperança que desta vez os Fuzos não fiquem de fora, mas como isto é Portugal, onde os Ramos têm mais independência que muitos estados, não há muitas razões para ser optimista.
Eu também acho que não devíamos já saltar para conclusões. É de facto uma aquisição que faz pouco sentido, mas talvez seja mesmo uma questão do preço de aquisição ou da oferta em si que se mostrou mais vantajosa para o Exército. Se calhar mesmo em missões internacionais viram que o veículo americano terá mais uso, partilhando linhas logísticas com as forças americanas?
Também espero que fiquem alguns para os Fuzos, em 250 há que chegue presumo eu, a não ser que sejam e milhentas versões. Espero também que uns quantos sejam ACar, PM e AA.
Foi pena os responsáveis não terem pensado também no aspecto de partilhando linhas logísticas com as forças americanas/aliadas, quando da aquisição dos 390, que só nos vai ficar dez vezes mais caro que estes JTLV.
Abraços
Sabes perfeitamente que sempre concordámos nisso. No entanto o KC-390 é uma aeronave mais cara do que o expectável, já esta situação dos JLTV pode ser o oposto. Daí ter perguntado se a diferença de preço do ST5 sobre o JLTV seria compensada pelos custos e operação e linhas logísticas destes dois modelos.