A volta do Serviço Militar Obrigatório, serviria apenas para que as unidades tivessem pessoal suficiente para fazer guarda ao quartel...
Era o paraiso para alguns senhores incompetentes, que não têm a mais pequena noção da realidade dos exércitos atuais.
Eu assisti ao fim do SMO. E mesmo assim, o pessoal era treinado para operar os sistemas TOW e a única experiencia que tinha era a fazer click, porque nunca tinham visto nenhum a ser disparado.
Todos os responsáveis diziam a mesma coisa ...
"Quando estão operacionais e realmente aprendem a fazer as coisas, é que se vão embora"...
Uma força militar moderna, não precisa de SMO.
Sóse fosse para criar um exército de grandes dimensões com soldados treinados para pegar em armas e saber manejar uma arma ligeira, e mais nada...
E para isso, bastaria um serviço militar de oito a doze semanas, apenas para habituar as pessoas à simples presença das armas.
Um contrato de longa duração, de por exemplo 20 anos, levaria a despejar no mercado de trabalho pessoas aos 40 anos de idade, com prática a disparar e de utilizar armas de fogo mais ou menos sofisticadas.
Só há uma coisa de fazer isto funcionar ... Deixar funcionar as regras do mercado. Se não há quem faça as coisas ... Paguem mais !
O problema que surge depois, é que por arrasto, ninguém aceita (estando numa posição hierarquica superior), passar a ganhar pouco mais que um militar que entrou para o serviço antes de ontem...
O descontentamento do pessoal do quadro, perante as condições dadas aos milicianos durante a guerra em África, não resultou na revolta destes.
Mas quando os oficiais subalternos se revoltaram, o que aconteceu é que o pessoal do quadro não fez nada.
E essa inação, levou à vitória dos revoltosos.
Só acredita nas tretas sobre o 25 de Abril vitorioso, e libertador do povo e das classes trabalhadoras quem quer.
Em 25 de Abril, ocorreu um golpe levado a cabo por homens que queriam acabar com a guerra e aqueles que em Lisboa podiam fazer alguma coisa, não se mexeram porque não estavam contentes com o salário...
Esta é a realidade que, cinquenta anos depois o pessoal ainda tenta esconder, assobiando para o lado...