6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030

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sivispacem

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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3780 em: Junho 18, 2024, 10:31:35 am »
mas apesar de nessa altura os EC635 já terem sido cancelados
Os EC635 nunca deviam ter sido cancelados. (Obviamente que na altura foi o primeiro passo para acabar com a ideia da aviação no Exército, mas isso é outro tema.) Devia ter sido pedida uma indemnização/desconto ou outro modelo de helicóptero. No mínimo cancelavam antes o NH-90 e mantinham a vinda dos EC635 que eram a aeronave ideal para garantir começar a formar pessoal em várias áreas e missões e pelo menos começar a criar algo do zero.

Entretanto,
Belgium chooses Airbus H145M for Armed Forces and Federal Police (Airbus, 17 de Junho de 2024)
Belgium selects Airbus H145M for Armed Forces and Federal Police (alert5, 18 de Junho de 2024)

Belgium getting 17 new H145M helicopters from Airbus
(17 de Junho de 2024)
Citação de: Tim Martin / Breaking Defense
Airbus and NATO agreed on a contract today for 15 H145M multirole helicopters for Belgium's army, in addition to two aircraft for its federal police service.

The contract was signed on the margins of the Eurosatory trade show in Paris, France, said the NATO Support and Procurement Agency (NSPA) in a statement, adding that it has committed to an initial five year support contract and revealing a first aircraft delivery is expected in 2026. NSPA acts as a procurement agency on behalf of smaller alliance members, so while this is technically a deal between NATO and Airbus, Belgium will have final operational control of the rotorcraft.

The Light Utility Helicopter (LUH) acquisition is aligned to the Belgian Ministry of Defense's STAR (Security, Service, Technology, Ambition and Resilience) program.

(...)

NSPA also noted the H145M can be reconfigured from a light attack role based around "axial ballistic and guided weapons and a state-of-the-art self-protection system into a special operations version including fast rappelling equipment."

Belgium's order follows on from Germany's December 2023 deal for up to 82 of the light twin-engine rotorcraft. Other European operators include Hungary, Serbia and Luxembourg. Brunei, Cyprus and the UK have also ordered the aircraft.

[continua]
Fonte: https://breakingdefense.com/2024/06/belgium-getting-17-new-h145m-helicopters-from-airbus/

Belgium officially selects H145M
(18 de Junho de 2024)
Citação de: Scramble
(...)

As reported by Scramble in February 2023, the H145Ms will be used to replace the Army's fleet of four NH90-TTHs, which has proven to be difficult and expensive to maintain and operate. The new Airbus Helicopters will also replace the fifteen Augusta A109BAis.

(...)
Fonte: https://www.scramble.nl/military-news/belgium-officially-selects-h145m

O Exército está à espera de talvez conseguir os NH-90 belgas?

Cumprimentos,

Se está, considerando a velocidade com que são descartados por esse mundo fora, se calhar conviria escolher outro modelo que não o NH 90, também em nome da interoperabilidade.... (e parece-me óbvio que esse outro modelo devia ser o UH 60, como é lógico)
« Última modificação: Junho 18, 2024, 10:32:58 am por sivispacem »
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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3781 em: Junho 18, 2024, 12:32:06 pm »
Os EC635 nunca deviam ter sido cancelados. (Obviamente que na altura foi o primeiro passo para acabar com a ideia da aviação no Exército, mas isso é outro tema.) Devia ter sido pedida uma indemnização/desconto ou outro modelo de helicóptero. No mínimo cancelavam antes o NH-90 e mantinham a vinda dos EC635 que eram a aeronave ideal para garantir começar a formar pessoal em várias áreas e missões e pelo menos começar a criar algo do zero.

O cancelamento dos 9 EC635 T2 (hoje em dia H135M) para o GALE, depois UALE, é ainda hoje uma história muito mal contada, mesmo volvidos 22 anos do seu cancelamento. Deu toda a sensação de que o Governo de Durão Barroso, pela mão do então MDN Paulo Portas, tudo fizeram para que o negócio abortasse. As razões citadas foram o atraso na entrega das células (apesar de à altura do cancelamento do contrato se encontrarem 3 células em Alverca, já praticamente prontas), e a demora/dificuldade na integração do armamento escolhido, neste caso principalmente o míssil anti-carro Hot 2, porque tanto o canhão GIAT de 20mm, como os ninhos de foguetes não seriam grande problema.

EC635 T2 "19102" nas OGMA, em Fevereiro de 2002 (Crédito: desconhecido)


Ainda hoje a Airbus tem o folheto relativo ao EC635 no seu site: https://www.airbushelicopters.com/website/docs_wsw/_pdf/EC635%20T2eP2e/EC635.pdf

A Jordânia 6 meses mais tarde comprou-os, apesar de anos depois ter acabado por adquirir UH-60A alegadamente devido ao sub-rendimento dos EC635. Entretanto por cá, o Paulo Portas estava embeiçado pelo Donald Rumsfeld, à altura Secretário norte-americano da Defesa, que tinha mostrado disponibilidade para fornecer equipamento para certas áreas mais críticas como era o caso da substituição das fragatas da classe João Belo, e de helicópteros para o novo grupo de aviação ligeira do Exército. Como todos sabemos, o fornecimento de meios consistia em 2 fragatas curtas da classe Oliver Hazard Perry (OHP) e 9 UH-60A que já se encontravam no então AMARC, e quer o transporte, como a sua reativação e modernização ficariam a cargo de Portugal, o país de tanga.

E se as OHP estiveram quase prestes a ser uma realidade apesar de todos os problemas de que padeciam, os Black Hawk supostamente reservados para nós nunca avançaram dado o estado lastimável em que os técnicos da FAP encontraram aquelas células, o que iria obrigar a um avultado e estúpido investimento só para as colocar em condições de voo. Por isso, e felizmente, não se avançou com nenhum destes presentes envenenados da Administração Bush (filho). E se existe um fundo de verdade na recusa do Exército em ficar com as melhores células Puma ao serviço (alegadamente 4/5 unidades) em 2006/7, então também só estão nesta situação por culpa própria. Manterem o interesse exclusivamente focado no NH90 é, como disse o Anthropos, mais de meio-caminho andado para a coisa correr mal, e provavelmente continuarem sem elemento aéreo.




P.S. E se porventura então for no novo modelo do NH90 que o nosso Exército estará a pensar, o mais certo é nem tão cedo vir a ter aviação novamente.



https://www.airbus.com/en/newsroom/press-releases/2024-06-french-armys-nh90-for-special-forces-has-started-flight-testing
Saudações Aeronáuticas,
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"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3782 em: Junho 18, 2024, 12:42:41 pm »
Os EC635 nunca deviam ter sido cancelados. (Obviamente que na altura foi o primeiro passo para acabar com a ideia da aviação no Exército, mas isso é outro tema.) Devia ter sido pedida uma indemnização/desconto ou outro modelo de helicóptero. No mínimo cancelavam antes o NH-90 e mantinham a vinda dos EC635 que eram a aeronave ideal para garantir começar a formar pessoal em várias áreas e missões e pelo menos começar a criar algo do zero.

O cancelamento dos 9 EC635 T2 (hoje em dia H135M) para o GALE, depois UALE, é ainda hoje uma história muito mal contada, mesmo volvidos 22 anos do seu cancelamento. Deu toda a sensação de que o Governo de Durão Barroso, pela mão do então MDN Paulo Portas, tudo fizeram para que o negócio abortasse. As razões citadas foram o atraso na entrega das células (apesar de à altura do cancelamento do contrato se encontrarem 3 células em Alverca, já praticamente prontas), e a demora/dificuldade na integração do armamento escolhido, neste caso principalmente o míssil anti-carro Hot 2, porque tanto o canhão GIAT de 20mm, como os ninhos de foguetes não seriam grande problema.

EC635 T2 "19102" nas OGMA, em Fevereiro de 2002 (Crédito: desconhecido)


Ainda hoje a Airbus tem o folheto relativo ao EC635 no seu site: https://www.airbushelicopters.com/website/docs_wsw/_pdf/EC635%20T2eP2e/EC635.pdf

A Jordânia 6 meses mais tarde comprou-os, apesar de anos depois ter acabado por adquirir UH-60A alegadamente devido ao sub-rendimento dos EC635. Entretanto por cá, o Paulo Portas estava embeiçado pelo Donald Rumsfeld, à altura Secretário norte-americano da Defesa, que tinha mostrado disponibilidade para fornecer equipamento para certas áreas mais críticas como era o caso da substituição das fragatas da classe João Belo, e de helicópteros para o novo grupo de aviação ligeira do Exército. Como todos sabemos, o fornecimento de meios consistia em 2 fragatas curtas da classe Oliver Hazard Perry (OHP) e 9 UH-60A que já se encontravam no então AMARC, e quer o transporte, como a sua reativação e modernização ficariam a cargo de Portugal, o país de tanga.

E se as OHP estiveram quase prestes a ser uma realidade apesar de todos os problemas de que padeciam, os Black Hawk supostamente reservados para nós nunca avançaram dado o estado lastimável em que os técnicos da FAP encontraram aquelas células, o que iria obrigar a um avultado e estúpido investimento só para as colocar em condições de voo. Por isso, e felizmente, não se avançou com nenhum destes presentes envenenados da Administração Bush (filho). E se existe um fundo de verdade na recusa do Exército em ficar com as melhores células Puma ao serviço (alegadamente 4/5 unidades) em 2006/7, então também só estão nesta situação por culpa própria. Manterem o interesse exclusivamente focado no NH90 é, como disse o Anthropos, mais de meio-caminho andado para a coisa correr mal, e provavelmente continuarem sem elemento aéreo.




P.S. E se porventura então for no novo modelo do NH90 que o nosso Exército estará a pensar, o mais certo é nem tão cedo vir a ter aviação novamente.



https://www.airbus.com/en/newsroom/press-releases/2024-06-french-armys-nh90-for-special-forces-has-started-flight-testing

O que consta é que não havia dinheiro para pagar o total da compra. Daí denunciaram o contrato dos EC e receberam alem da parte que tinham já pago, mais a garantia que nu  futuro negócio com a Airbus existiria desconto.

Saudações

P.S. Será que a questão do Exercito em continuar na panca dos Nh90 prende-se com este suposto desconto? E o valor de 420 milhões que iriamos pagar até 2020 está correcto?

https://www.rtp.pt/noticias/economia/programa-dos-helicopteros-nh90-atingiu-custos-de-dimensao-incomportavel_n569452

« Última modificação: Junho 18, 2024, 12:59:45 pm por mafets »
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3783 em: Junho 18, 2024, 01:09:41 pm »
O que consta é que não havia dinheiro para pagar o total da compra. Daí denunciaram o contrato dos EC e receberam alem da parte que tinham já pago, mais a garantia que nu  futuro negócio com a Airbus existiria desconto.

Exatamente, foi essa a verdadeira premissa para o cancelamento do contrato de fornecimento dos helicópteros em questão. Pouco teve a ver com a demora na entrega das células, ou na integração do armamento escolhido pelo EP para os equipar. Daí a sensação que ficou em muitos de que o executivo de Durão Barroso e Paulo Portas tudo fez ao seu alcance para que este negócio caísse.
« Última modificação: Junho 18, 2024, 01:14:33 pm por Charlie Jaguar »
Saudações Aeronáuticas,
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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3784 em: Junho 18, 2024, 01:19:13 pm »
Não houve problema em decidir quem pagava a integração de HOT-2? Se era o Estado ou a Airbus



E sobre a compra de NH-90 agora dos franceses, pergunto-me se vão ficar com os Caracal ou se os vão vender
 

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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3785 em: Junho 18, 2024, 03:37:32 pm »
P.S. E se porventura então for no novo modelo do NH90 que o nosso Exército estará a pensar, o mais certo é nem tão cedo vir a ter aviação novamente.
Só se for fantasia deles, o mais realista que vão conseguir - especialmente após o post do Subsea acerca das reuniões com diferentes fabricantes - são UH-60 ex-US Army ou os NH-90 ex-belgas.

Pessoalmente continuo com sérias dúvidas que o Exército consiga ter aviação própria. Por mais planos que tenham vai sempre acabar por acontecer algo: outra crise, outras prioridades, guerrinhas entre ramos, etc.

P.S. Será que a questão do Exercito em continuar na panca dos Nh90 prende-se com este suposto desconto? E o valor de 420 milhões que iriamos pagar até 2020 está correcto?
O que sempre achei estranho nessa história do desconto é que qualquer tipo de acordo acaba por ter sempre um prazo ou validade, nunca vão estar décadas à espera que um país se decida, e depois o facto do negócio envolver várias empresas: NAHEMA, NHIndustries, Airbus, Leonardo e Fokker. Vão as outras empresas abrir mão do pagamento e deixar o país ter um desconto a ser utilizado em helicópteros da Airbus? Foi a Airbus que calculou a parte do dinheiro que foi pago a eles no programa e assumiu esse valor como desconto?

Acho que isso do desconto foi apenas um save-face por parte dos políticos e companhia.

E sobre a compra de NH-90 agora dos franceses, pergunto-me se vão ficar com os Caracal ou se os vão vender
Os Caracal vão ser transferidos para outra unidade da Força Aérea: French Special Forces to receive 8 additional NH90-FS helicopters (Army Recognition, 10 de Janeiro de 2024)
Citação de: Army Recognition
According to a report by Laurent Lagneau in Opex360, the French Ministry of Defense has formally placed an order for eight more NH-90 helicopters designed for special forces use. This procurement aligns with the Special Operations Command's (COS) objectives and will facilitate the relocation of Caracal helicopters from the 4th Special Forces Helicopter Regiment (4e RHFS) to the 1/67 Pyrénées Squadron of the French Air and Space Force.

Cumprimentos,
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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3786 em: Junho 18, 2024, 04:40:22 pm »
Se está, considerando a velocidade com que são descartados por esse mundo fora, se calhar conviria escolher outro modelo que não o NH 90, também em nome da interoperabilidade.... (e parece-me óbvio que esse outro modelo devia ser o UH 60, como é lógico)
Verdade. Mas está a ser descartado por muitos países que não ligaram à manutenção dos aparelhos (como nós) e têm motivação para mudar de modelo ou que tiveram mais olhos que barriga.

No entanto, vai continuar a ser o helicóptero "base" dos franceses, italianos, alemães e espanhóis (43). Só nos três primeiros são mais 300 helicópteros se contarmos com a variante NFH. E os kiwis e finlandeses continuam a ter sucesso a operar os helicópteros.

Tirando a fama de ser caro de operar e manter e o facto da FAP já ter seguido o caminho do Blackhawk, continuaria ser uma opção tão válida como o UH-60.

Cumprimentos,
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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3787 em: Junho 18, 2024, 11:22:31 pm »
Se esta reportagem é correcta foi mais uma aquisição à portuguesa (nem está em causa o valor, que se eram 580 milhões, face ao que comportava era perfeitamente viável)... ::)

https://visao.pt/atualidade/politica/2015-01-13-os-milhoes-que-voaramf806357/

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Custos elevados
Segundo o Governo, os encargos decorrentes do projeto tinham-se tornado incomportáveis. A continuação da participação portuguesa no programa NH90 implicaria encargos num total nunca inferior a 580 milhões de euros, a pagar até 2028. Em 2012, quando foi anunciada a rescisão do contrato, pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pelo ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, falava-se em 420 milhões.

O programa NH90 implicava o envolvimento de Portugal no desenvolvimento, produção, aquisição e apoio logístico ao longo do ciclo de vida dos helicópteros.

Os argumentos para a desistência prendem-se com a escassez de recursos financeiros e com os avultados custos da participação, além do escasso retorno económico para Portugal. Apesar de estarem envolvidas as empresas nacionais OGMA (aeronáutica), Edisoft (software) e MPV (mecânica de precisão), a quota de produção portuguesa no projeto foi apenas de 1,2 por cento – muito aquém das quotas dos parceiros: 30,9% por cento para a França (representada pela Eurocopter), 31,6% para a Itália (AgustaWestland), 30,85% para a Alemanha (Eurocopter Deutschland) e 5,5% para a Holanda (Stork Fokker).

Sobressaltos
O certo é que, à data da desistência o contribuinte português já tinha enterrado 87 milhões de euros, desde que, em meados 2001, Portugal assinou, em Lebourget (perto de Paris, França), o memorando de entendimento em que se comprometeu a comprar dez aparelhos, e que lhe permitiu aderir à organização de helicópteros da NATO (NAHEMO)
 – a entidade multinacional que gere a NAHEMA e todo o programa dos NH90.

Desde então, o processo sofreu vários sobressaltos, e os já referidos 87 milhões incluirão multas, pelo facto de, a pedido do Estado, as entregas terem sido adiadas. A do primeiro aparelho esteve prevista para 2008, mas, dois anos antes, o Governo Sócrates pediu para que fosse recalendarizada para 2012.

Saudações

P.S. Qual o total dos valores dos EC a pagar, se tivessem vindo?

P.S.2 - Se os BH continuarem a voar bem e sem problemas pode ser que aprendam.  :mrgreen:

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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3788 em: Junho 19, 2024, 09:44:00 am »
O pessoal está habituado a comprar e colocar a manutenção na prateleira. O NH90 é um heli caro de operar e, aparentemente, o fabricante exigia um pouco mais do Zé Tuga — até porque já estavam escaldados com os atrasos nos pagamentos. Resolução rápida: cancelamento! Afinal de contas a Defesa não dá votos.
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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3789 em: Junho 19, 2024, 10:07:01 am »
Nem o Zé tuga nem o Zé australiano.

Relembro a desgraça dos NH-90 na Austrália que acabaram por ser vendidos às peças e substituídos por UH-60M.


Citar
Australia’s Troubled NH90 Helicopter Fleet

Australia’s NH-90 Tactical Transport Helicopter (TTH) fleet has long been plagued by logistical challenges and internal military skepticism about its effectiveness.

However, recent developments surrounding the decommissioning and disposal of this fleet have thrust it into the international spotlight, sparking controversy and debate.

The decision to retire the NH-90 fleet came after a series of operational incidents, culminating tragically in the deaths of four Australian aircrew members during a night-time exercise over the Great Barrier Reef in July 2023.

https://www.eurasiantimes.com/australias-doomed-mrh90-helicopter-gets-airbus-interested/

Citar
The decision to withdraw all of the Australian Defense Force’s surviving 45 NH90 helicopters from service 15 years earlier than originally forecast is the result of almost 15 years of rolling budget blow-outs, fleet groundings, and two major crashes that forced the Australian Army to admit defeat and retire the type immediately.

https://www.twz.com/australias-nh90-helicopter-nightmare-is-finally-ending




 

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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3790 em: Junho 19, 2024, 10:18:27 am »
 Na Austrália é mais Joe  :mrgreen:

O caso australiano é um bocado mais complexo, há muitos interesses obscuros por detrás de certas opções que não difíceis de explicar e os que o tentam são rapidamente rotulados de conspiracionistas. No caso dos Taipan (e dos subs franceses) houve um esforço concertado entre os média e os vários governos para torpedear o programa. Mas a maior diferença em relação a PT é que não falta dinheiro nem vontade para o gastar — aliás, até gastam a duplicar e a triplicar desde que certas agendas sejam cumpridas.
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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3791 em: Junho 19, 2024, 10:48:50 am »
Outra versão:
Helicopters-There is nothing wrong with Tiger and Taipan – the problem is Defence logistics
(28 de Fevereiro de 2023)
Citação de: Kym Bergmann, APDR
This startling conclusion is the culmination of several years of effort to find out why Australia has had disproportionate problems keeping our 22 Tiger Armed Reconnaissance Helicopters (ARH) and 47 Taipan Multi-Role Helicopters (MRH) flying. Other countries have nowhere near the same level of difficulty as has been experienced here.

Just about all the blame has been heaped on the manufacturer Airbus Helicopters and both classes are being retired and replaced about 20 years ahead of schedule. All the helicopters have plenty of structural life remaining. Instead, we will spend an extra $10 billion dollars on 29 Apache AH-64E attack helicopters and 40 UH-60M Blackhawks. Added to this is mix are 12 MH-60R Seahawks to replace the RAN’s six MHRs at a cost of $1.4 billion.

To put it more bluntly, all this might be based on an incorrect premise – namely that the ARH and MRH fleets are chronically unreliable because of spare parts shortages, and they therefore must be retired in the national interest. This is not correct, with the major culprit being the Defence / CASG support process – a major element of which is a software package called CAMM2. It looks as if this is at the heart of the problem and not the helicopters themselves.

Many readers will be surprised because of the repeated vitriol directed at the MRH and ARH for more than a decade – some of it seemingly orchestrated – that has created the false impression that the helicopters are unreliable.  Everyone has piled on – politicians of all backgrounds; large sections of the media; think tanks; and Defence itself. Airbus has not publicly defended itself – and wanted nothing to do with this article – which might be a combination of management fatigue battling the Australian system and having bigger fish to fry in the shape of bids such as JP 9102 for communications satellites.

This article should have been written five years ago when it might have made a difference to the series of decisions leading to the recent Apache and Blackhawk purchases. However, getting detailed information from Defence has been impossible and events such as Senate Estimates have only provided fragments of disconnected data.

Some retired Army staff who know what has been going on remain loyal to their former service and while confirming facts about CAMM2 will not go on the record. Additionally, few people are interested in the detail of Defence logistics when it is much easier to blame the French in general and Airbus Helicopters in particular.

Today, both the ARH and MRH fleets have an availability rate of about 70%. This is likely to be better than most – if not all – RAAF platforms and for the future Apache and Blackhawk fleets. The 30% of time when they are unavailable is not necessarily because of a problem but instead they are offline for routine, preventative maintenance. This is standard on complex machines such as military aircraft – and it takes up an unavoidable chunk of time.

However, getting to this 70% figure has involved a struggle going back at least a decade, much of which has involved discussions between the manufacturer and CASG about streamlining support processes. The reality is that there have always been plenty of spare parts available. What has stopped them getting from the warehouse to multiple workshops has been burdensome bureaucracy caused mainly by outdated Defence software.

Consider the case of New Zealand. Their air force operates eight MRHs almost identical to Australia’s – and they could not be happier, flying a reliable modern helicopter with one of the highest usage rates of the global fleet. The contrast with Australia is stark and worth examining.  How can one customer have no problems with maintenance – yet the other is retiring its fleet 20 years early?

New Zealand has all their helicopters at one facility; Australia’s are scattered across five bases. They have a streamlined approach to logistics with a single point of contact and modern, interconnected data bases.  The difference with Australia was illustrated during Talisman Sabre in 2019 when the Australian MRH fleet was grounded because of a tail rotor issue – but the New Zealanders were able to keep flying theirs because they had already installed the fix according to the OEM’s recommendations well in advance of the exercise.

Instead, the Australian CAMM-2 (Computer Aided Maintenance Management) system was fielded in 2005 to address deficiencies in CAMM-1, which was an earlier attempt to digitise logistics.  Very few organisations continue to use a logistics software package from 20 years ago – certainly none in the commercial world – and CAMM-2 has been described as labour intensive and costly to maintain.

It was designed to support military aircraft – though it is not being universally applied, with exceptions including the RAAF C-17 fleet with software from the manufacturer, Boeing, via the USAF. The F-35s come with their own separate Automatic Logistics Information System (ALIS) supplied by Lockheed Martin that supports the global fleet of aircraft.

[continua]
Fonte: https://asiapacificdefencereporter.com/helicopters-there-is-nothing-wrong-with-tiger-and-taipan-the-problem-is-defence-logistics/

Cumprimentos,
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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3792 em: Junho 19, 2024, 02:39:20 pm »
Se está, considerando a velocidade com que são descartados por esse mundo fora, se calhar conviria escolher outro modelo que não o NH 90, também em nome da interoperabilidade.... (e parece-me óbvio que esse outro modelo devia ser o UH 60, como é lógico)
Verdade. Mas está a ser descartado por muitos países que não ligaram à manutenção dos aparelhos (como nós) e têm motivação para mudar de modelo ou que tiveram mais olhos que barriga.

No entanto, vai continuar a ser o helicóptero "base" dos franceses, italianos, alemães e espanhóis (43). Só nos três primeiros são mais 300 helicópteros se contarmos com a variante NFH. E os kiwis e finlandeses continuam a ter sucesso a operar os helicópteros.

Tirando a fama de ser caro de operar e manter e o facto da FAP já ter seguido o caminho do Blackhawk, continuaria ser uma opção tão válida como o UH-60.

Cumprimentos,

Não há nada que invalide o NH-90 como opção, mas ao mesmo tempo há.

Nós precisamos de limitar a variedade de modelos de helicópteros, e ao mesmo tempo precisamos de um helicóptero médio generalista, de um helicóptero de "ataque", e mais tarde ou mais cedo de um helicóptero naval ASW/ASuW.

Se o NH-90 permite responder a duas destas necessidades, o UH-60 e a restante família permitem responder às três (+ combate aos incêndios com os que já foram adquiridos).

Com a vinda do NH-90, as FA ficariam assim:
-AW-101 + NH-90 + UH-60 civil + Koala civil + 1 helicóptero verdadeiramente armado

Com UH-60:
-AW-101 + família UH-60 + Koala civil

5 modelos para 3.
Na pior das hipóteses 4 modelos, caso a opção por um helicóptero naval fosse pelo Lynx Wildcat, que creio ser bastante mais barato que o MH-60R, sendo que o Wildcat oferece algumas vantagens, como o seu peso mais reduzido lhe permitir operar nos NPOs.

A única vantagem do NH-90 é a maior capacidade de transporte. Mas para isso, podemos adquirir na mesma os UH-60 num número ligeiramente inferior (12 em vez de 16 por exemplo), e encomendar 4 Merlin militares adicionais, e mantemos uma logística reduzida ao nº mínimo de modelos.
 

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mafets

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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3793 em: Junho 19, 2024, 03:32:02 pm »
Na minha opinião, além de ser um helicóptero que não tem problemas de logística,  o Uh60, na minha opinião é mais versátil. O armamento é um exemplo... ;)

Nh90
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Armament
Guns: 2 door guns
Missiles: anti-submarine and/or air to surface missiles (NFH version)

Uh60
Citar
Armament
Guns:
2 × 7.62 mm (0.30 in) M240 machine guns[264] or
2 × 7.62 mm (0.30 in) M134 minigun[260] or
2 × 12.7 mm (0.50 in) GAU-19 gatling guns[260]
Hardpoints: 4, 2 per ESSS stub wings , with provisions to carry combinations of:
Rockets: 70 mm (2.75 in) Hydra 70 unguided rockets in either a 7 tube (M260) or 19 tube (M261) pod.[260]
Missiles: Up to 4x AGM-114 Hellfire laser guided air-to-ground missiles or 2x AIM-92 Stinger heat seeking air-to-air missiles per hardpoint. The Hellfire launcher rails can also be equipped with M260 (7 tube) Hydra pods.[171][260]
Other: 7.62 mm (0.30 in), 12.7 mm (0.50 in), 20 mm (0.787 in), or 30 mm (1.18 in) M230 gun pods[260]
Bombs: Can be equipped with VOLCANO minefield dispersal system.[260] See UH-60 Armament Subsystems for more information.





Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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dc

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Re: 6 Helicópteros de Evacuação - LPM 2030
« Responder #3794 em: Junho 19, 2024, 10:57:40 pm »
O UH-60 é muito superior no que respeita a armamento. Não só é possível equipar com N configurações diferentes, como confere às FA uma espécie de "heli de ataque dos pobres", o que é importante para quem quer limitar os modelos de helis em uso.

Escusado será dizer que, um UH-60 equipado com Spike NLOS (algo que foi proposto por exemplo à Colômbia há uns anos), confere a estes helicópteros um míssil leve, relativamente barato e com um alcance de até 50km, algo de especial importância para a questão da utilidade e sobrevivabilidade dos helicópteros em combate.

 
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